História Namorar é difícil! - Como se desenha um Peru de natal?

Residencial Yaoyorozu - Tia Ella POV'S ON

- Ah, não... -Momo bateu a mão na testa assim que pôs os pés em casa, havia saído com Shouto para fazer compras e quando voltou, viu cerca de uns dez ou doze carros na porta. Suspirou profundamente. 

- Bem-Vinda de volta, Ojou-Sama. -Wandik, um dos mais fiéis e importantes empregados da família Yaorozoru, recebera o casal no hall de entrada. - Todoroki-Sama... 

- Wandik-san... -Shouto fez mesura e encarou a namorada- O que foi, Momo? 

- Muita gente, muita gente... -suspirou a garota- Wandik, faz quanto tempo que meus tios chegaram? 

- Há pouco menos de dez minutos, Ojou-Sama. 

- Entendo... -o vestido branco balançou logo que ela olhou o namorado- Tem certeza que quer ficar? 

- Por quê? 

- Porque a família do papai está aqui, significa que irão implicar com você. 

- Implicar comigo? -a cabeça do Todoroki tombou- E por quê? 

- Porque... na família do papai... 

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Shouto ficou de boca aberta, uma gama de gente "brotou" na sala. 

- Só têm homens... 

- MOMO-CHAN! -Keiji levantou do sofá, tratando de apertar a filha num abraço nada folgado. O dicromático apenas fez mesura perante o sogro e logo recebeu um abraço pelo pescoço. - Eu estava esperando vocês chegarem! 

- Papai, vai machuca-lo! -Yaoyorozu respondeu aflita- 

- Shouto-kun, diz aí, você já conhecia toda família? 

- Ahn, não Senhor... 

- Bom, só tem metade dela aqui, mas o importante é que... -Pera aí, metade?- Venha conhecer os tios da Momo! 

- Ah, isso vai dar MM... -a menina reclamou num mumuxo. 

Keiji é um homem muito alto e com cabelos bastante bagunçados em seu tom mais azulado, olhos castanhos e um corpo robusto (quase como o padrão de todo herói masculino), Shouto raramente o vê em seus trajes de herói, é mais comum que o veja em ternos ou roupas casuais, como agora. 

- Ah não, papai tá fazendo de novo? -Ringo veio da cozinha, ao enlaço das cunhadas- 

- Pois é... -Momo suspirou- 

- Espero que o Shouto-kun sobreviva. 

- Idem... 

- Gente, esse é o melhor genro do mundo! -Keiji sorria de ponta a ponta, deixando o jovem Todoroki confuso e tímido, ele odiava ser arrastado pra esse tipo de situação. 

- Whoah, mas esse é... -Amano, irmão mais velho de Keiji, levantou surpreso- O filho do Endeavor! 

- Me chamo Todoroki Shouto, prazer... -ele como sempre, respondia educadamente- 

- O prazer é meu! -sorriu Amano, logo em seguida fazendo careta- Quais suas intenções com a minha linda sobrinha?!

- Tio! -Momo corou meio irritada- 

- Ahn... 

- Ah, não ligue pra ele, Shouto-kun, este é meu irmão mais velho, Yaoyorozu Amano, aqueles outros três são meus irmãos mais novos, Hayato, Katsumi e Tomoki. 

- Prazer conhece-los... -fez mesura- 

- Igualmente! 

- Meus sobrinhos estão espalhados pela casa, mas os pirralhos sentados no sofá são Hirano e Fubuki, são filhos do Tomoki. 

As duas crianças encararam Shouto com atenção, ele acenou calmamente e recebeu dois grudes em suas pernas. - Ui, gostaram de você. 

- Pelo amor de Deus, cadê o bom senso dessa família? -Momo se aproximou do pai e tocara nos ombros do namorado- Shouto, não fique desse jeito, o papai é quem menos vê a família durante o ano todo, então ele só tá meio empolgado. 

- Tudo bem, eu acho... -olhou os primos dela, afagando suas cabeças- Eu acho que tá tudo bem. 

- Incrível como as crianças gostam de você. 

- Nem me diga, eu sou péssimo com elas e ainda assim... 

- Nha, quando vocês me derem netos vão perceber que são ótimos com crianças. -Keiji mais viajava na maionese que pensava nas palavras, Ringo apenas martelou a cabeça do marido com a mão. 

- Menos, querido, menos... 

- Hm?... Cadê a Hikari? -Todoroki olhou em volta da sala- 

- Ah, então, a Hikari é minha prima por parte de mãe -Momo explicou- por parte de pai, eu sou a única menina. 

- Eh?! 

- Desde o meu bisavô até agora, eu sou a única menina que nasceu na família do papai.

. . .

- Desculpe, Shouto-kun. -Ringo fez Keiji solta-lo- Momo-chan não tem nenhuma prima da parte do meu marido e isso a fez ser muito mimada pelos homens da família, então, eles ficam meio... arredios quando o assunto é ela, principalmente se envolve namoro. Por favor, seja paciente com os meninos. 

- E-entendo... 

- Nha, eles que se metam com os próprios filhos! -Keiji gritou aos irmãos- Minha Momo já é bem grandinha para decidir por si mesma o que é melhor pra ela! -apertou-a em seu colo- 

- J-já pode me soltar, pai... 

Se Shouto achava sua família complicada, acaba de descobrir que sua namorada tem uma família tão mais complexa que a dele.

*

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*

*

Na cozinha, Ringo dava atenção para as cunhadas, Shouto as cumprimentara enquanto ajudava Momo a preparar um balcão com gordices para seus primos menores, já que os mais velhos estavam dormindo. 

Hirano estava na cozinha, no banco do balcão central, desenhava várias coisas diferentes, ainda não tinha descoberto sua individualidade e parecia que não iria desenvolvê-la este ano. 

- Momo-nee, olha! -chamou-a num sorriso, entregando-lhe um desenho- 

- Whoah! O que é isso? 

- É um "daigão" de Komodo! 

- Que lindo! Você desenha muito bem, Hirano-chan! -ela sentara ao lado dele, sendo imitada por Todoroki- Hirano é o caçula dos primos paternos, ele está com quatro anos agora. 

- Hm... -Shouto olhou os outros desenhos dele- Hey, isso é um cogumelo? 

- É! -o pequeno respondeu sorridente- Todoroki-nii, você é muito "lecal"! 

- O-obrigado, você também é bem legal, Hirano-chan... -sorriu ameno, afagando a cabeça dele novamente- 

- Momo-nee, como é que desenha um peru? 

- ... 

Todos na cozinha pararam o que faziam para olhar a criança. 

- H-Hirano-chan, o que está dizendo? -Akame, sua mãe, o olhara bastante confusa e nervosa com a questão- 

- Ué, como é que desenha um peru de natal? 

. . .

Crianças... 

- O pior é que eu não faço ideia... -Momo olhou o namorado, que pegara um giz de cera e começou a desenhar na folha em branco que o pequeno Yaoyorozu segurava. 

- Bom, na verdade, quando é comida, a gente pode imagina-la de todos os jeitos, porque é comida. 

- Whoah... 

- Então... -Shouto ainda desenhava, sentindo a manga de sua camisa azul dobrar e desdobrar- Quando quiser desenhar um peru de natal, pode fazê-lo assim... -mostrou o desenho de um ovo.

- Mas isso não é um peru... 

- Não, é ele antes de nascer. 

- Shouto, não complica a vida... -Momo pediu, mas Hirano deu risada- 

- Eu gostei! 

- Que bom... 

- Nii-san, é "veidade" que menina não tem pintinho? 

- Hirano! -Ringo lhe chamara a atenção, porém o jovem prodígio parecia estar entretido com a conversa- 

- Mas você nunca viu uma menina na sua vida? 

- Pelada, não. 

- Deuses, que diabos de conversa é essa?! -Yaoyorozu encarou o namorado- 

- É verdade. 

- Como você sabe? 

- Bom, eu tenho uma irmãzinha. 

- Você já viu a Momo-nee pelada, nii-san? 

- ... 

Isso é lá pergunta que uma criança de quatro anos faça?! Ao menos, foi isso o que se passou na cabeça de Momo. O engraçado era a reação de todas as tias dela na cozinha. Shouto suspirou, vendo o olhar ansioso e meio discriminado da morena. - Quem sabe? -levantou os ombros. 

- Ah, me desculpem, o Hirano é muito curioso... -Akame riu nervosa- 

- Sem problema. -Shouto sorriu- É normal que crianças na idade dele façam muitas perguntas específicas. 

- Você é mesmo muito bom com crianças, Shouto-kun! -Ringo sorriu, deixando uma caixa de pocky nas mãos do genro- 

- É porque a Momo age como uma. 

- Esculacha, mas não ofende! -ela fez bico-

- Viu? Tá fazendo de novo. 

- Pare com isso, Shouto! 

- E por quê? -ele desceu do banco, mordendo um palito pocky. 

- Porque você já tá começando a me irritar. 

- Você é um neném, Momo, sempre vai agir como um. 

- Nha, que coisa fofa! -Ringo sorriu alegre, vendo a cara da filha explodir. 

- P-para de tentar consertar as coisas agora... 

Shouto lhe dera um palito de pocky, mordendo a outra ponta e num sorriso maldoso, roubou um beijo dela. Momo quase desmaiou de vergonha. - T-Todoroki... 

- Continue sendo fofa assim e eu vou te morder... 

- Te faço ir preso por atentado ao pudor. 

- Duvido muito, mas... -Shouto soprou-lhe o ouvido, afastando-se o suficiente para vê-la explodir no constrangimento- Você é mesmo um neném, Yaoyorozu, em todos os sentidos da palavra. 

- Eh?! 

- Todos mesmo... -o sorriso maldoso dele a fez olhar para qualquer outro lado da cozinha. Hirano os encarou confuso. 

- Nii-san, quando é que a Momo-nee não vai mais ser neném? -a pergunta inocente, levada num sentido totalmente contrário ao que estava sendo tratado. 

- É uma boa pergunta, Hirano-chan, mas eu prefiro que ela nunca deixe de ser um neném...