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História Namoro não tão falso - Missão impossível?


Escrita por: depressionfic

Capítulo 9 - Missão impossível?


Ele estava completamente fodido, mas não de um jeito bom. Kiba pensou ao se olhar no espelho de seu quarto.

Por estar muito ocupado trabalhando, mandou a amiga comprar em seu lugar uma fantasia da Chaupézinho vermelho, só não esperava que Hinata Hyuuga estivesse acompanhada por Ino, Tenten e Sakura durante as compras. E o resultado foi que não compraram a fantasia em uma loja qualquer de halloween, mas sim em uma loja de produtos sexuais.

Em parte, Kiba se culpava por não abrir a caixa que elas lhe entregaram antes, pois agora era tarde demais para sair correndo para uma loja que vendesse realmente fantasias para halloween. Agora a única coisa que podia fazer era ir fantasiado daquele jeito.

Seu rosto estava totalmente em um tom de vermelho ao se ver no espelho. Vestia uma blusa branca que deixava seus ombros de fora, um espartilho preto amarrado com fita vermelha e uma saia igualmente de tule igualmente vermelha. Uma saia tão curta que Kiba podia sentir o vento em sua bunda.

A fantasia sexual veio acompanhada de diversas coisas, como uma meia-calça negra e transparente, que o Inuzuka teve grande dificuldade para não rasgar, uma liga vermelha de perna fina e delicada, típica de lingeries, e uma coleira da cor preta com pequenos espinhos metálicos e um pingente em forma de osso, mas sem nada escrito. Junto com alguns brinquedos e acessórios que Kiba não achou muito ético sair com eles por aí.

Vestiu seus coturnos e colocou a capa vermelha de cetim. Incrivelmente aquele peso em seu ombro o fez se sentir mais leve. A capa escondia quase todo seu corpo se Kiba a fechasse, fazendo finalmente com que ele respirasse de alívio e um pouco da vermelhidão de seu rosto sumir.

Mas não durou muito. A batida na porta de sua casa fez o Inuzuka corar em três tons à mais do que antes, pois já sabia muito bem de quem se tratava.

Kankuro No Sabaku estava lá fora batendo em um sua porta, lhe esperando. Esperando um Kiba vestido como uma Chaupézinho vermelho de filme pornô e com a missão de fazer o seu pau ficar duro.

Em resumo toda aquela situação seria cômica para Kiba, se não lhe causasse vergonha extrema.

Kiba esperou mais três batidas na porta antes que saísse do quarto, descesse as escadas e parasse em frente à porta. Resolveu tirar o curativo o mais rápido que pode, para que a dor fosse imediata, abrindo a porta rapidamente.

Lá estava ele, seu pior pesadelo e sua maior paixão, Kankuro vestido de lobisomen na sua porta, o olhando dos pés a cabeça, assobiando.

— Você está uma belezura — sorriu de lado, enquanto comia o Inuzuka com os olhos, impressionado com o pouco da visão que a capa semi-aberta revelava.

Kiba olhou para o lado, corando fortemente e tentando não ficar com o olhar preso no peito nu do outro.

— Vai se fuder. — simplesmente respondeu.

— Uh, isso não é jeito de tratar seu namorado, querido. — falou em tom de provocação, entrando na casa se aproximando do Inuzuka.

O Inuzuka se afastou imediatamente, antes que seu pobre coração apaixonado infartasse. Por mais que todo seu corpo clamava para que Kiba se aproximasse ainda mais e o beijasse ardentemente.

— Eu vou fechar a casa para podermos ir — pigarreou, tentando manter um pouco de dignidade.

Por sorte, sua mãe e irmã também tinham planos para essa noite de Halloween, deixando o sozinho na casa, sem precisar ser julgado por nenhuma das duas pela fantasia que vestia.

Foi até o pequeno móvel perto da porta, onde eles colocavam as chaves, pegando as de sua casa, pronto para sair de casa totalmente. Mas a figura alta de Kankuro No Sabaku interrompeu sua passagem.

Se viu derrepente próximo demais do outro, com os corpos quase colados. Kiba se forçou à olhar para cima, diretamente nos olhos do veterano, se lembrando que ele deveria sedúzi-lo e não se deixar seduzir.

Mas o olhar de Kankuro não estava em seus olhos e sim na coleira que Kiba estava usando. Parecia extremamente satisfeito com o objeto no pescoço do Inuzuka.

Seu sorrisinho de lado fazia o parecer ainda mais com o lobo mau, Kiba percebeu, causando um arrepio no corpo de qualquer Chaúpezinho. Desde das presas de aparência real em sua boca, das unhas grandes em forma de garra até suas roupas rasgadas como se algum mostro tivesse atacado. Mas principalmente a lente em seus olhos, fazendo com que sua pupila parecesse uma fenda e suas íris se tornou amarela, hipnotisou o Inuzuka totalmente.

A verdade era que Kiba sempre teve um fascínio pelos olhos do No Sabaku, amava eles e sua cor negra com pequenos tons esverdeados em sua íris encantavam eles totalmente. Porém agora tinha certeza que não era apenas sua cor e sim seu olhar, que por mais que Kankuro parecesse durão, seu olhar ainda era gentil e doce, e mesmo por atrás das lentes ainda assim sabia que os amava e nada mudou.

Exceto que seu olhar não estava nada gentil e doce agora.

Levou a mão até o pingente em forma de osso da coleira, enquanto a outra ia para o móvel, mais especificamente no pequeno jarro de lápis e canetas que os Inuzukas guardavam.

Pegou uma das canetas permanentes pretas, tirou a tampa da caneta com os dentes, ficando presa embaixo da presa. Sua mão indo até a lateral do pescoço de Kiba, levantando bruscamente sua cabeça, para ter uma visão melhor da coleira.

Escreveu lentamente no pequeno pingente, sem o sorriso de lado nunca morrer. Jogou a caneta de lado, mas ainda assim sua mão forçava Kiba ficar do jeito que estava, seu olhar ainda admirando a coleira satisfeito e depois subindo lentamente com os olhos o caminho de sua garganta até seus lábios.

O corpo todo de Kiba queimava como um inferno, enquanto ele olhava ansioso para o veterano.

Porém o olhar do No Sabaku mudou completamente derrepente e ele retirou  bruscamente a mão do pescoço do mais novo. Kiba o olhou sem entender, com um tanto de decepção nos olhos, mas Kankuro apenas pigarreou, se recompondo e virando para seguir em direção do carro.

O Inuzuka ficou ali parado por um momento, totalmente estático, olhando o homem que seria a causa de seu infarto entrando no automóvel.

Precisou respirar profundamente para fazer seu coração parar de palpitar forte, para se olhar finalmente no pequeno espelho preso na parede, as palavras eram bem claras contra a prata do pingente. Propriedade de Kankuro.

Kiba corou fortemente em só imaginar em sair e as pessoas lerem aquilo, mas não retirou, pois era apenas a pura verdade, seu coração já era pertencente à Kankuro No Sabaku desde de antes do beijo e ele também.

Seguiu o mais velho até o carro, antes garantindo três vezes que havia fechado a casa, conhecendo muito bem o que sua mãe faria se ele não tivesse fechado.

Desde o caminho da porta da sua casa para o carro e depois para a festa foi uma tortura para o pobre Kiba Inuzuka, que tinha a missão de seduzir o homem ao seu lado do carro e sabia que deveria começar a executar a missão assim que havia entrando no veículo.

Mas não conseguia. O que era estranho para o mais novo, porque a única que ele tinha total confiança era no seu corpo. Não que Kiba gostasse de se gabar, o que ele na verdade gostava, mas ele era um típico atleta gostoso que qualquer garota do ensino médio sonhava em ter.

Sabia exatamente como flertar com alguém, ou na verdade, às vezes não precisando pois seu corpo era motivo suficiente para alguém querer ficar ele. Sim, realmente pegar alguém e o deixar excitado não era algo difícil para Kiba, não importa o gênero de seu alvo.

Mas Kankuro era diferente. Ele não era alguém que Kiba só queria beijar para esquecer do fato que ninguém namoraria com ele e que seria a eterna vela de seu grupo. Seu sentimento pelo No Sabaku era muito mais complicado.

Kankuro em si era complicado e não ajudava em nada em sua missão. Kankuro No Sabaku era o cara mais gostoso que Kiba já havia posto os seus olhos e tudo nele dominava o Inuzuka completamente, o deixando sem ação e só o ansiando. Ansiando seus olhos em cada pedaço de seu corpo, ansiando seus lábios novamente, ansiando seu toque, ansiando coisas do No Sabaku que ele ainda não havia.

Em resumo, ele nunca havia desejado alguém antes como deseja Kankuro.

— Chegamos — sua paixão avisou, com a voz rouca e baixa de sempre.

Kiba olhou para o prédio na frente deles e engasgou supreso. Sabia que ele e os amigos haviam combinado de ir à uma balada durante o Halloween, porque eles juraram que seria A festa, mas não que essa seria a balada.

O prédio brilhava vermelho neon na noite, com as grandes nuvens vermelhas símbolo. Akatsuki. Todos na cidade conheciam o seu nome.

A boate era famosa por seu fluxo constante de drogas e suas orgias, mas principalmente por sua exclusividade. Você tinha que pagar caro para entrar e esperar meses em uma fila de espera. A quantidade de pessoas na fila de frente ao prédio só comprava isso, uma fila tão enorme que rodeava o quarteirão.

— Você está brincando?! — Kiba exclamou ainda chocado.

— Bem, digamos que eu tenho algum amigo lá dentro. — Kankuro simplesmente respondeu, saindo do carro. Kiba o imitou imediatamente.

Já fora do carro, Kankuro foi até seu lado e passou o braço ao redor de seus ombros, um gesto já tão natural entre eles. Caminharam juntos até o prédio, Kiba quase foi até a fila, mas o No Sabaku o impediu e conduziu eles até o começo da fila.

Passaram pelo portão de entrada sem problemas, com apenas Kankuro acenando amigavelmente para o segurança bloqueando a passagem para que ele os deixassem passar de imediato.

Kiba ficou impressionado com isso e um tanto assustado pelos protestos de quem estavam na fila à horas. Mas não durou muito, porque só foi preciso passar por um véu negro grosso para ser recebido por luzes neon, música alta e cheiro extremamente forte.

A boate era grande, barulhenta e repleta de pessoas, iluminada por luzes vermelhas em alguns cantos e outros por luzes negras, revelando pinturas nas paredes e móveis. Não havia uma pessoa sóbria no local, com pessoas chegando à subir em mesas e fazer strip tease. O teto era alto, tendo no mínimo cinco andares em todo o salão, todos sem nenhuma proteção e lotados de gente.

Em um deles era visível Ino vestida de Mortícia Addams acenando da beira do terceiro andar, enquanto seu namorado tentavaba segurar ela para longe de lá para que não caísse.

— KIBA! KIBA! — a mulher berrava, mas ninguém se importava, pois sua voz era quase completamente abafada pela música alta.

Kiba deu um mínimo aceno desconfortável para ela, em reconhecimento.

Kankuro derrepente aproximou sua boca da orelha do Inuzuka, juntando seus corpos, deixando o mais novo tenso com o calor de seus lábios tão perto.

— Vá lá com eles que depois eu te encontro. Meu primo fica zangado quando chego e não vou o cumprimentar, ele detesta atrasos. — o veterano explicou, lhe dando um beijo breve na bochecha antes de desaparecer na multidão de corpos.

Kiba fez o que lhe foi falado, seguiu até onde os amigos estavam, com extremo cuidado para não cair no meio da confusão de corpos. Chegou lá com certa dificuldade, mas chegou rápido.

Foi logo recebido pelo abraço típico de Naruto berrando seu nome. Um Naruto um tanto bêbado e vestido de Alice no país das maravilhas sexy.

— Pelo menos não fui a única vítima das meninas — Kiba riu olhando o amigo.

— DE NADA! — Ino berrou novamente, com uma garrafa de whisky em mão.

— Onde está seu namorado? — Neji perguntou, vestido de Sailor moon, com o penteado idêntico.

— Foi cumprimentar alguém, princesa — zombou do sempre metido primo de sua amiga.

O Hyuuga ficou emburrado, mas antes que respondesse o que queria, Tenten fantasiada de Dorothy lhe puxou para outro canto. O namorado a seguiu prontamente com um sorriso crescente no rosto.

— Você está bonito, Kiba — elogiou Sakura, se aproximando com um sorriso enorme, do tipo que sabia que tinha culpa dos dois rapazes estarem vestindo fantasias sexuais. — Kankuro gostou?

Kiba lhe respondeu com um dedo do meio, por mais que Hinata estivesse do lado da namorada. Teve um pouco de dificuldade até mesmo em fazer apenas essa ação, pois Naruto se recusava a deixar de abraçar o Inuzuka, o deixando preso em seus braços.

— Me desculpe, Kiba... — Hinata falou baixo, se sentindo culpada por deixar a namorada e amigas fazerem isso, quando o melhor amigo havia confiado.

— Não estou bravo com você, Hinata — garantiu gentilmente para a amiga vestida com a fantasia mais sexy e bonita de uma anjinha que Kiba já viu, combinando com a namorada fantasiada de diabinho, com as cores vermelhas da fantasia combinando perfeitamente com o cabelo cor de rosa.

A conversa continuou perfeitamente bem, às vezes incluindo Naruto na conversa, mas o Uzumaki estava bêbado demais para perceber. Aos poucos os amigos foram chegando mais perto, principalmente Shino, um dos únicos que não estava vestindo uma fantasia muito sensual.

Na maior parte da conversa, Naruto continuou abraçando ao amigo, subindo até mesmo em seu colo, mesmo Kiba protestando, tentando retirar o amigo, mas o loiro se recusava lhe soltar por estar com medo do cara vestido de Coelho branco, porque parecia querer comer ele. Aparentemente, o Uzumaki havia bebido tanto que esqueceu que o cara se tratava de seu namorado Sasuke.

O loiro só foi retirado dele uma hora depois, quando Sasuke finalmente ficou sem paciência de ver seu namorado agarrado à outro homem, puxando o Uzumaki pela cintura e o colocando em seu colo. Ao mesmo tempo Kiba se sentiu ser puxado para trás da mesma forma.

Quando virou o rosto para ver de quem se tratava, viu Kankuro envolvendo os braços em sua cintura, olhando com raiva para Naruto. Kiba sentiu o rosto formigar, querendo que ficar vermelho, mas se controlou para que não, afinal isso era comum já que eram namorados.

— Você conheceu o novo namoradinho do Sasori? — perguntou Temari ao irmão que havia acabado de chegar.

— Conheci, achei que fosse uma garota.

— Não fui com a cara dele — opinou Gaara, já que não havia gostado nem um pouco do loiro.

— E eu achei que ele tivesse a idade do Gaara! — exclamou Temari, indignada — Sinceramente, o Sasori pode ter a carinha de novinho, mas ele tem trinta e cinco anos! Ele não sabe disso?

Aos poucos os amigos se dispersaram, seja para beber, dançar ou se pegarem, restando apenas os três irmãos e seus namorados.

— Você conhece? — sussurrou para Shikamaru ao seu lado, sem entender.

— Um primo deles que tentou assassinar o Kankuro — o Nara respondeu naturalmente.

— Que? — indagou supreso o Inuzuka.

— Exagerado — falou Kankuro se inclinando sobre o menor em seus braços para encarar o cunhado que sempre odiou — Ele só me deu veneno sem querer quando eu era criança!

— Você só defende ele porquê vocês são dois nerds que gostam da mesma coisa! — acusou a No Sabaku, de braços cruzados.

— E você está com inveja porquê finalmente um parente não tem você como a preferida! — retrucou Kankuro.

Kiba achou divertido a conversa entre os irmãos, se sentiu como uma parte da família também.

—  Ei! Eu sou o favorito da vovó Chiyo! — Gaara protestou, mesmo sendo o mais calmo entre os irmãos.

— Não é não. Eu que sou! — Kankuro retrucou.

No momento, os três namorados estavam com seus respectivos namorados, sempre fazendo contato para tentar impedir que os No Sabaku começassem uma briga de família.

Pelo visto, o mais bem sucedido nisso foi o Nara, conseguindo fazer com que Temari recuperasse a sensatez com apenas um olhar dele.

— Todos sabemos que o neto favorito é o Sasori — a No Sabaku falou, dando de ombros, se virando em direção das escadas — E foda-se, vamos descer logo para a pista.

— Uh, alguém parece que foi domesticada — murmurou zombeteiro Kankuro, tão baixo que mau podia ser escutado, mas mesmo assim recebeu um olhar mortal da loira por cima do ombro. Mortal o suficiente para fazer até mesmo Kiba congelar de medo e sabia que Kankuro também, pelo jeito que o mais velho ficou tenso.

O casal vestido de piratas desceu as escadas, sendo seguidos logo pelo ruivo e seu namorado, Kankuro finalmente soltou os braços envolta de sua cintura, mas Kiba não choramingou pela perda de contato, não poderia já que o No Sabaku ainda estava bastante próximo. Desceram a escada também, com o veterano o puxando suavemente pela mão.

Estar de mãos dadas sempre enviava ondas de calor por seu braço, não importava quantas vezes já haviam feito isso por serem namorados. As garras da fantasia de Kankuro apertava levemente sua pele, quase ao ponto de doer, como se ele quisesse ter a certeza absoluta que o outro estava o seguindo.

Foi difícil se manter perto do pequeno grupo com a multidão de corpos fantasiados atrapalhando, mas conseguiriam. Pelo menos, até Shikamaru tirar um cigarro do bolso, dizendo que vão procurar a área de fumantes, então o casal seguindo um caminho totalmente diferente.

Por mais que Kiba acreditasse que toda boate já fosse área de fumantes, não falou nada, pois provalvemente era só uma desculpa para eles se pegarem em algum canto.

Seguiram para o bar, deixando Rock Lee e Gaara no meio da pista de dança e o mais longe possível das bebidas, o sombracelhudo não era nada fácil quando estava bêbado. No balcão de bebidas não havia um atendente, muito menos bancos para se sentar, você simplesmente só pulava o balcão e pegava a bebida que quisesse e o quanto quisesse.

— Vai querer o quê? — perguntou Kankuro, já atravessando o balcão.

Sim, beber era uma boa, era a melhor coisa que podia fazer, já que agora estava totalmente sozinho e sem nenhum obstáculo o impedindo de cumprir a missão, exceto sua vergonha. Então beberia até não ter mais a pouca vergonha que ele ainda tem.

— O mesmo que você. Só que o triplo. — respondeu se escorando na bancada.

— Uh, ousado — provocou zombeteiro, sorrindo de lado.

Se aproximou com o sorriso crescendo gradualmente, chegando o mais perto possível e, sem desviar o olhar, colocar no balcão uma garrafa de conhaque com quatro copos. Kiba se esforçou para não estremecer diante de seu olhar, o gosto amargo daquela bebida era seu pior pesadelo, porém se a intenção era ficar bêbado, não importa a bebida o fim será sempre o mesmo.

Aguardou sem nenhuma expressão, principalmente a de medo, o veterano encher os copos. Kankuro pegou um na mão, deixando os outros três apenas para o Inuzuka, virou o copo quase em um só gole.

Kiba não pode conter a surpresa ao ver a cena e o No Sabaku sorriu ainda mais por isso, se aproximando e o desafiando com os olhos. Prendeu o fôlego, como se estivesse prestes a mergulhar, antes que bebesse do primeiro copo.

Fez o mais rápido possível, mas de forma nenhuma tentando imitar o No Sabaku, já que tinha certeza que caso fizesse acabaria se afogando com a bebida. Foi bebendo rapidamente para que o gosto forte de conhaque saísse de sua boca o mais rápido possível.

Já no terceiro copo sentiu o álcool começar com seus efeitos, esquentando seu corpo do pé à cabeça e isso era bom. Ao terminar de beber, imediatamente se pôs a encher mais um copo, pois quanto mais bebesse, mais culpa no álcool ele colocaria para o que ele estava prestes à fazer.

Porém, a mão de Kankuro em seu pulso o impediu.

— Vai com calma — advertiu o mais velho.

Kiba o encarou, relembrando a sensação de seu rosto perto do dele, de seus lábios grudados e línguas entrelaçadas. Com a doce memória em mente, ele foi aproximando seu rosto lentamente, para sua sorte Kankuro não se afastou. Parou apenas quando poucos centímetros separavam suas bocas.

Olhou profundamente para os olhos do moreno, que o olharam de volta em confusão. Um mínimo sorriso surgiu nos lábios do Inuzuka junto com um pensamento que não deveria ser compartilhado, fazendo o outro mais confuso com isso.

Kiba aproximou o rosto apenas mais um centímetro, antes que se afastasse repentinamente, se lembrando que seu objetivo não era a boca do outro. Pode ouvir Kankuro bufar e resmugar algo, mas não se importou, voltou a se concentrar na bebida alcoólica.

Desistiu de encher o copo novamente, pegando imediatamente a garrafa de conhaque, a levando aos lábios e bebendo seu conteúdo rapidamente. Ele detestava o gosto, mas adorava o calor que o álcool trazia, pois mais do que nunca ele necessitava deste calor.

A garrafa foi tirada bruscamente de seus lábios e jogada para o lado, se estilhaçando no chão, porém Kiba não pode olhar para ver, já que seu rosto era fortemente segurado no lugar, o obrigando olhar apenas para ele.

Kankuro havia pulado rapidamente o balcão que os separava, assim que foi desobedecido. Jogou a garrafa no chão com uma mão, enquanto a outra segurava o rosto de Kiba, o direcionando para ele. O No Sabaku o olhou com confusão, pelo comportamento estranho de Kiba, não só naquele dia, mas em toda aquela semana.

Antes que pudesse falar algo, Kiba sorriu de orelha à orelha, um sorriso libertinoso, como se pertencesse ao próprio demônio. O gesto atraiu os olhos de Kankuro para a boca do menor, o que o fez sorrir mais. Afinal, estava na hora de começar o show.

O Inuzuka se desvencilhou de sua mão e se afastou lentamente, sem nunca desviar o olhar, adentrando lentamente na multidão de corpos dançando. Havia feito aquilo muitas vezes, ele se lembrou, era só mais uma.

Assim que Kankuro o seguiu, entrando na multidão para que não perdesse de vista, Kiba finalmente quebrou a troca de olhares, dando as costas para o veterano.

Se pôs a dançar o mais sensual possivel entre as pessoas fantasiadas sem nunca parar de se afastar cada vez mais do No Sabaku, fazendo ele o caçar no meio da multidão, enquanto Kiba rodopiava entre os corpos com as luzes neon o cegando e a música extremamente alta quase o deixando surdo. Mas não se importou, era divertido fugir do lobo mau.

Dançou com alguns homens apenas por provocação, com um ou outro tentando lhe roubar um beijo, mas Kiba simplesmente rodopiava para longe, em meio aos rodopios o calor do álcool consumia sua mente cada vez mais e aumentava ainda mais quando bebericava de algumas bebidas aleatórias de pessoas desconhecidas que ele estava dançando. Uma completa burrice, mas o Inuzuka não se importava com isso atualmente.

Repentinamente sua dança foi interrompida.

Sentiu suas mãos em sua cintura antes de tudo e sorriu de imediato, enquanto suas costas foram puxadas contra ele.

— Te peguei — Kankuro rosnou em seu ouvido.

Jogou a cabeça para trás, garantindo que ele visse seu enorme sorriso.

— Oh, não. — Kiba arfou falsamente, fingindo um falso lamento.

Aproximou mais seus corpos, até que sua bunda estivesse pressionada contra ele, apoiou a cabeça em seu ombro, virando ligeiramente para o lado, fazendo seu nariz encontrar o pescoço do veterano. Seus movimentos estavam lentos pela bebida, mas não havia algo no mundo lhe deixasse bêbado como o cheiro daquele homem, era como uma droga para o Inuzuka.

Kankuro apertou as grandes unhas em sua cintura, fazendo doer levemente. Não pareceu uma advertência, então Kiba continuou.

— E o que você vai fazer agora, senhor lobo mau? Me comer? — falou com uma voz lenta e provocante, afastando o nariz de seu pescoço e aproximando seus lábios até demais.

Silêncio se fez da parte do outro e para Kiba pareceu que toda a festa se silenciou, pois a única coisa que realmente importava era sua próxima resposta. Abriu os olhos o mais rápido possível que seu estado de embriaguez permitia, apenas para se deparar com os olhos agora amarelados do outro analisarem seu rosto completamente.

Tirando as mãos de sua cintura rapidamente e colocando em seus ombros, Kankuro virou bruscamente o mais novo para ele. Kiba se apoiou totalmente contra ele, já que só esse giro rápido o fez querer vomitar. Percebendo isso, o veterano então pegou gentilmente seu rosto com uma mão, o fazendo olhar nos olhos.

— Por que anda agindo tão estranho? — perguntou o No Sabaku calmo e confuso, mas na mente de Kiba pareceu ligeiramente um lembrete que eles eram apenas quase desconhecidos fingindo namorarem, apenas isso.

Até que o Inuzuka terminasse de empurrar esse sentimento no fundo de sua mente e o cobrisse de camadas de negação e álcool, Kankuro terminava seu raciocínio.

— Desde aquele beijo, você está agindo assim. Por quê? Eu já me desculpei. Eu prometo nunca mais fazer aquilo, eu fui... — sua voz estava genuinamente preocupada, mas Kiba o interrompeu.

— Talvez seja porque eu quero que você faça novamente — aproximou seus rostos e seus corpos, depois de só receber mais silêncio e Kankuro o olhando de forma ainda mais confusa em resposta, se aproximou ainda mais — Você quer também?

Sem resposta de novo, mas em seus olhos não havia mais confusão e estavam totalmente direcionados para os lábios corados do Inuzuka, Kiba interpretou isso como um sim, chegando sua boca mais perto da sua cada vez mais.

Quando ainda faltavam poucos centímetros, Kankuro parou seu rosto, o segurando mais forte, e lá o manteve por um bom tempo, com seus lábios quase colados, sem nunca nem mesmo desviar o olhar da boca do mais novo. Até que forçasse subitamente a cabeça de Kiba inclinar para trás o máximo possível e aproximasse brevemente seu nariz da boca entreaberta.

— Você está bêbado — observou Kankuro após sentir ligeiramente o hálito coberto de álcool, afastando seu rosto e tomando cuidado onde suas mãos se encontravam sobre o corpo do outro.

— E você está gostoso — O Inuzuka retrucou sem pensar, um pouco frustrado pela falta de proximidade.

Observou o arrepio que correu pelo corpo do No Sabaku e sorriu vitorioso, sabendo perfeitamente que suas bochechas estavam vermelhas, mesmo que não fossem visíveis na luz neon vermelha do ambiente.

Ao contrário das mãos do mais velho que permanecerem imóveis em sua cintura, Kiba fez suas mãos passearem livremente pelo corpo maior do Kankuro, sentindo e apertando cada pedacinho de seu corpo, enquanto ele afundava o rosto em seu ombro, saboreando cada toque.

— Meu deus, eu te quero tanto — Kiba arfou contra a pele do No Sabaku, sentindo Kankuro ficar tenso em resposta e puxar sua cintura para mais perto.

O Inuzuka sentiu seu coração bater tão rápido e forte que achou que todos ao redor poderiam escutar, enquanto sua respiração falhava em seu peito e um calor flamejante dominava seu corpo completamente. Calor esse que o fez juntar seus corpos ainda mais e tentar esfregar suas virilhas, mas a maldita saia com seu enchimento o impedia. Porém não a deixou que estragasse sua oportunidade, não deixaria que nada estragasse, ele queria Kankuro No Sabaku, queria tão ardentemente que nada no mundo o impediria de o ter.

Retirou a mão esquerda da bunda do outro, fazendo um caminho lento até seu alvo. Quando sua mão encontrou seu lugar, ali ele a deixou, apertando o máximo possível o membro por baixo das calças. O corpo de Kankuro ficou totalmente rígido, mas não se afastou, fazendo com que Kiba se sentisse confiante para prosseguir.

Começou a distribuir pequenos beijos pelo pescoço do veterano, dando pequenas mordidas uma vez ou outra. Ao dar uma que não foi tão fraca e até dolorosa, seu cabelo foi puxado para trás rudemente, forçando sua cabeça para longe do pescoço do outro.

Kiba apenas sorriu com um largo sorriso malicioso, olhando nos fundos do No Sabaku, naquele momento nada mais importava ou existia, apenas Kankuro e sua vontade incontrolável de que ele o devorasse.

Envolveu os braços no pescoço dele, enquanto aproximava seu rosto lentamente, com os olhos vidrados em apenas um ponto, seus lábios. Ainda se lembrava que essa não era sua missão, mas era isso que ele queria tanto, mais um beijo. Apenas mais um e ele já se consideria o filha da puta mais sortudo do mundo.

Quando seus lábios grudaram novamente, um choque percorreu todo seu corpo e ele se sentiu se derreter até virar uma geléia enquanto se envolviam em um beijo, ao sentir a língua do outro explorar cada canto de sua boca, seus olhos reviravam para trás.

E como se houvesse uma maldição jogada contra ele, que fazia que nenhum daqueles beijos durasse muito, Kankuro interrompeu bruscamente o beijo ao sentir o gosto extremamente forte na boca do outro.

— Você está bêbado — repetiu com desgosto, lembrando a si mesmo.

E Kiba choramingou frustrado, porque conhecia Kankuro bem o suficiente para saber que ele nunca iria se aproveitar dele bêbado ou inconsciente.

— Por que você não me come logo, cara?! — se lamuriou o Inuzuka, apoiando o queixo no ombro do mais alto.

— Você bêbado é uma vadia oferecida, sabia? Eu pagaria para ver sua cara se eu gravasse todas as coisas que você já falou para mim e mostrasse para você sóbrio. — Kankuro falou, mas não em tom de ameaça ou desafio, era mais como uma piada unicamente para si mesmo.

Com dificuldade, Kiba se lembrou que já esteve nesse estado antes com ele, na festa do Sasuke, quando ficou tão bêbado que não tinha nenhuma lembrança de nada. Kankuro disse que cuidou dele, tirou suas roupas molhadas da chuva e fedendo a cavalo, enquanto ele apenas o olhava com um olhar malicioso. Mas pelo que parece, foi um pouco à mais do que isso.

Não tentou nem protestar que apesar de medianamente bêbado, ele estava bem consciente do que fazia e, principalmente, do que falava. Parte dele não queria que Kankuro soubesse que Kiba, bêbado ou não, estava completamente apaixonado por ele.

— Eu quero gravar outro tipo de vídeo com você — o Inuzuka murmurou em resposta, tentando arrastar a fala o máximo possível.

Em resposta recebeu uma pequena risada de escárnio.

— Você bebe demais e fica bêbado cedo demais. Não acredito que vou ter que cuidar de você durante mais uma festa. — resmugou o veterano, mas não foi em um tom ranzinza ou de reclamação,  seu tom era claramente de divertimento.

Afastou o corpo de Kiba com cuidado, o colocando ao seu lado. Com uma mão em suas costas, começou a guiar o mais novo entre a multidão. O Inuzuka não se importou e se deixou levar, até mesmo fazendo corpo mole, obrigando o mais velho o envolver fortemente com um braço para que não caísse.

Quando se afastaram da multidão e do estrondoso barulho, Kankuro reiterou o celular do bolso da calça.

— Acho melhor te levar para sua casa já. Vou avisar a Temari.

Kiba não protestou, apenas abraçou o corpo do maior, afundando o rosto em sua clavícula, sem nenhuma malícia no gesto, apenas querendo o abraçar, já que seus pensamentos estavam se resumindo em que ele não servia até mesmo para seguir o seu próprio conselho. Kankuro não protestou com essa ação, já que o braço que cercava o mais novo apenas o trouxe para mais perto.

Bem, então isso significa que ele não gosta de mim, não é?

Aquela frase deu fim a sua linha de raciocínio confusa e totalmente autodepreciativa.

Então aquilo não era sua culpa, nem uma falha, Kiba pensou, tentando consolar minimamente a si mesmo. Afinal, aquilo era normal, mais uma pessoa que não gostava dele. E por que gostariam?

Ele não deveria ficar tão decepcionado assim, pois nunca nem deveria ter acreditado que existia uma possibilidade de Kankuro No Sabaku gostar dele. Era idiotice pensar nisso. Por que ele gostaria?

Não. Não havia sequer um motivo para isso. Principalmente, quando existia Omoi. Omoi era o único motivo para que Kankuro aceitasse fazer parte de sua mentira e tudo, desde os toques, os sorrisos, os abraços e até o beijo foram para que Omoi acreditasse na mentira, apenas isso. Era Omoi de quem Kankuro gostava.

E Kiba nunca quis tanto ser outra pessoa.

— Pronto. Eu avisei. — a voz do No Sabaku fez Kiba perceber que algumas lágrimas caíam de seus olhos sem permissão. Com pressa, limpou o rosto no ombro do mais alto, tentando disfarçar. — Você está bem?

O mais novo apenas respondeu com um "claro" bastante abafado e falso, mesmo que sua cabeça estivesse latejando e sua boca com o gosto amargo do álcool, enquanto sua mente só queria descansar ao mesmo tempo que seu corpo queria fuder com o No Sabaku de todas as formas possíveis. É realmente ele não estava se sentindo bem.

Com as mãos indo ao seu ombro, o Inuzuka foi afastado gentilmente pelo veterano, tendo seu rosto minuciosamente avaliado, conferindo se estava realmente bem. Kiba sorriu em resposta, seu sorriso mais verdadeiro o possível, considerando como dentro de si estava uma bagunça.

Kankuro lhe deu um beijo suave em sua testa, Kiba se impressionava como ele poderia ser tão rude ou tão doce em alguns momentos, mas não importava, porque era sempre algo para se deleitar, fechando os olhos e respirando fundo.

— Vamos. Vou te levar para casa. — falou o veterano, se afastando. Sua mão foi até a mão do mais novo, a segurando fortemente, enquanto o guiava entre as pessoas e danças, até a saída.

Kiba o seguiu sem protestos, tudo o que ele queria agora era deitar em sua cama, em sua cabeça toda essa noite passava novamente, em cenas desconexas e algumas até deixando o Inuzuka tão envergonhado que sentia vontade de enterrar sua cabeça em um buraco. Porém uma cena em especial se repetia sem pausas em sua mente.

O beijo. Ou o mais perto do que Kiba conseguiu beijar Kankuro novamente.

Esse pensamento fez Kiba parar de andar repentinamente e um sorriso surgir em seu rosto.

Kankuro o beijou. Por apenas uns segundos, mas um beijo. Algo quente e confortável acendeu em seu peito imediatamente.

— O que foi? — Kankuro lhe perguntou preocupado.

Kiba levantou o olhar do chão, encarando o No Sabaku com um sorriso genuíno. Observou cada canto de sua paixão, que mesmo com olhos de outras cor e fantasiado, ainda tinha o jeitinho de que odiava festas e barulho com sua carranca levemente mau humorada e seu olhar de quem odiava socializar, que afastava qualquer pessoa nova, mas com pessoas que são especiais para ele, se tornava extremamente doce e gentil.

E Kiba jurou que o beijaria muitas vezes mais, beijaria cada pedacinho de seu corpo assim que ele tivesse uma oportunidade e nada no mundo à partir de agora interromperia seus beijos. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Me desculpem pela demora, mas agora voltei para valer, já que tenho um capítulo pronto e estou na metade de outro, eu vou voltar a postar toda semana.

E meu deus 120 curtidas! 120 pessoas gostam da minha fic, sério nunca achei que isso aconteceria comigo. Muito obrigada e feliz dia dos namorados para nós encalhados!


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