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História Não Estamos Sozinhos - Não Estamos Sozinhos


Escrita por: ItaloGabriel131

Capítulo 1 - Não Estamos Sozinhos


                          Prólogo

    Mais um dia normal na cidade, o calor dominava tudo pela manhã, e pela noite o frio tomava conta. Em uma casa no meio desta enorme cidade, vivia Patrick, um garoto de quinze anos, que é quieto, gosta de livros e tem suas obsessões esquisitas, como assassinos em série e agir de forma estranha, segundo algumas pessoas é claro. Mas nada disso afeta ele, ele tem seu jeito de ser, dizem que ele fala de vez em quando sozinho, mas quem não faz isso. Ele estava se arrumando para encontrar seu amigo Johnny, um garoto de mesma idade, que gostava de jogos eletrônicos e virar noites bebendo energéticos. Com ideias opostas, mas desejos parecidos, eles eram amigos. Johnny e Patrick finalmente se encontraram, onde haviam marcado. Patrick era um garoto alto de 1,80 de altura, branco, olhos castanhos e cabelos para trás e ondulados, sua fisionomia era condicionada. Johnny era menor que ele, 1,70 cabelo ondulado para baixo, olhos castanhos e cansados e rapaz branco, e um corpo magro.

- E Ai, Johnny. Cadê os outros do grupo? - questiona Patrick a Johnny. 

- Eles falaram que estavam vindo, então é só esperar, não é mesmo. - responde Johnny.

- Claro - confirma Patrick se sentando ao banco na praça em que se encontrava. Johnny faz o mesmo, e se senta ao seu lado.

 - conseguiram encontrar alguma área de exploração? - questiona Patrick.

- Tom sabe, vamos esperar ele. - responde Johnny.

Surge um detrás do banco onde estão sentados, Jack, um garoto alto de 1,86 de altura. Cabelos ondulados quase cacheados, olhos verdes e pardo. Seu corpo era magro. Sua altura o fazia ser ameaçador, mas ele era muito gente boa, mas passava a visão de brigão. Ele gostava de artes marciais, queria aprender elas e tinha suas obsessões por academia como todo jovem moderno. E, é brincalhão. 

- E Ai, cadê os outros? - questiona Jack ao se apoiar no banco onde Johnny e Patrick estavam sentados.

- não sei, achei que eles viriam com você. - responde Patrick.

- Falando nos diabos - aponta Jack para frente. De lá vinham Miguel e Tom. Tom tinha 1,73 de altura, olhos castanhos, cabelos grandes e ondulados e branco. Seus gostos são peculiares, mas ele quer algo mais na moda século XX, ideias que o agrada, ele é um ótimo desenhista e se expressa em meio a essa arte.

Miguel, o mais velho, com idade de dezesseis anos, tinha cabelo cacheado, olhos castanhos e pele parda. E tinha uma altura de 1,74. Seus gostos são básicos, foco em treinar, assistir uma boa série, estudar e relacionamento estável com namoro. Esse grupo de cinco amigos, com ideias e gostos minimamente diferentes, unidos adoram explorar o mundo, inclusive lugares abandonados.


                           Ato I 

                    A delegacia

   Era Quinta-feira, primeiro de fevereiro de dois mil e vinte quatro. Estava de noite, beirava um pouco mais das nove horas da noite. Johnny, Tom, Jack, Patrick e Miguel, cinco amigos de idade variada entre quinze anos e dezesseis. Assim como todo grupo de amigos de adolescentes, eles tem sua especialidade e refinação com algo. Alguns adolescentes gostam de ir a festas, ir à casa de amigos, etc. O estilo do grupo deles era explorador; tinham uma certa aguça em explorar lugares abandonados há muito tempo, ou simplesmente foram deixados por alguma instituição do governo pelo fato de irem ocupar outra área.

   Enquanto os cinco caminhavam pelas ruas com grande iluminação, outdoors espalhados pelo vasto espaço da cidade. Carros passavam nas rodovias, o sinal verde abria e fechava assim que as pessoas passavam. Havia uma grande agitação na cidade pela preparação das festas de Carnaval; ao caminhar e olhar a situação você via milhares de pessoas de diferentes gostos, modo de se vestir. Se olhasse o bastante observaria situações indesejadas por pessoas com ideias completamente irracionais pela grande demanda de álcool na corrente sanguínea. Sinceramente, alguns nem precisavam de álcool para fazer algo tão absurdo. Essas ideias de desrespeito social já estão bem banalizadas. Em meio a esse grande tumulto cotidiano dessa cidade perturbada, eles estavam caminhando com uma finalidade em mente. Tom, havia sugerido eles explorarem uma delegacia abandonada na região, não se tinha muita noção do que se podia ter lá. Claro, além do que esperar de uma área abandonada e bem acabada. Miguel questiona, dizendo que há um mês, havia circulação de viaturas e um bom funcionamento do local. Rapidamente Patrick responde:

 - exatamente, há um mês. Agora já se passou. 

- Vamos logo, já está em um bom horário para explorar, creio que não tenha ninguém lá - disse Johnny com rispidez. 

  Normalmente os lugares abandonados da região são monitorados pela polícia local. No caso de encontrar alguma movimentação suspeita na região determinada. Sem muito do que reclamar, ambos caminharam rumo ao local. Cada vez mais perto que eles se aproximavam, as ruas perto da delegacia abandonada, eram funestas e com pouca iluminação; quase como um toque de terror ao redor daquele local abandonado. A agitação de carros eram frequentes, mas havia diminuído drasticamente da cidade para essa área da delegacia. Ao chegarem na rua onde estava localizada delegacia. Rapidamente um frio horripilante tomou posse de seus corpos quentes da caminhada agitada até o local. Era uma rua simplesmente reta, apenas dois movimentos eram necessários, ir embora pela entrada, ou seguir em frente. Nas calçadas o matagal tomava conta pela falta de cuidado, caminhando vagamente, a enorme parece que cercava a delegacia, era amarela, entretanto sua cor estava desbotada e pedaços da parede estava caindo, logo a frente, o portão; era dois grandes portões enferrujados e claramente velhos, era de ferro, possivelmente foi trancado a correntes e um cadeado. Contudo estava arrebentada e sem correntes, entrar era simplesmente fácil, era apenas usar força do corpo para abri-la. Logo à frente tinha outro portão, possivelmente uma espécie de garagem local, era quase do mesmo modelo do portão anterior. A mudança brusca era que essa sim era fechada com correntes e cadeado. A frente, no fim da rua, tinham uma enorme espécie de "guarita", mas segundo Johnny parecia uma espécie de represa. A rua estava completamente fechada depois dali, ou você voltava ou ficava lá. Tinha apenas uma saída. A delegacia era do lado direito da rua com sua enorme mata ao fio da calçada enorme em comprimento, durante toda a rua. Do lado esquerdo, o matagal no fio da calçada comprimido era o mesmo. Entretanto, era uma enorme parede que cobria aquela área, mas uma parte dela estava quebrada. Era facilmente invadida, mas era uma espécie de matagal que escreveu tanto que virou uma floresta cheia de supostos bichos perigosos. Logo depois de observar bem a rua, o grupo parou em frente a delegacia e seu enorme portão enferrujado. Johnny estava com uma faca, ele utilizaria para defesa pessoal, ou qualquer coisa. Tom, estava com uma câmera para gravar a exploração deles. Miguel estava com o celular, basicamente a lanterna que os guiaria pela vasta escuridão da enorme extensão da delegacia. Jack estava com uma barra de ferro, que encontrou em meio às enormes pilhas de lixo ao lado da delegacia. Patrick não decidiu pegar nada por momento, ele estava apenas seguindo os amigos. A energia se tornou pesada para todos, eles se olharam brevemente. 

- vai Jack, você é o mais alto e macho da equipe - disse Tom tirando sátira. 

- Por que eu? Só pelo fato de ser alto? - exclamou com veemência.

Por um breve momento Jack e Tom ficaram discutindo quem iria entrar primeiro. Miguel então compartilhou sua opinião:

 - melhor vocês dois irem junto, Johnny vai no meio. Eu e Patrick ficamos atrás, por retaguarda, caso algum policial venha.

- bando de covarde, vão ficar atrás mesmo? - esbravejou, Jack.

- É tudo questão de estratégia, se ficamos espalhados pela área como um quadrado, teremos controle do ambiente e visão. - respondeu, Patrick.

  Não houve tempo para choramingar, já se passaram mais de nove e vinte da noite, e estava escuro e estranho as ruas. Então sem muita enrolação, Tom e Jack concordaram em ir em frente. Tom e Jack caminhavam em frente ao portão, Tom ficou parado olhando o portão e levemente aproximou a mão ao portão, e fez força o empurrado o suficiente para passar. Ele abriu apenas um dos portões, mas ao abri-lo, ele rangeu. Tom com passos curtos, mas demorado, adentrou a delegacia. Seu sapato pisava em pedras e folhas e lixo descartadas na área, em um profundo silêncio, ouvia as pedras quebrando e a pressão de seu corpo sobre as mesmas. Dessa forma lenta e cuidadosa os demais adentram o local. Aquele grande muro da delegacia não era para adentrar a área privada da delegacia, ainda era uma área a céu aberto. Bem ao fundo de um enorme matagal estava um prédio com primeiro andar. Possivelmente ali era onde era de fato a delegacia. A poucos metros a frente, à direita, tinha um corredor, não dava para olhar, pelo fato de ser tão profundo o escuro era absoluto, e arrepiava quem o encarava. A esquerda, tinha uma pequena sala, mas era visível a olho nu sem iluminação, ela estava completamente cheia de lixo, telhas, pedras, tijolos, folhas e gravetos. Não tinha como explorar ela, era basicamente uma área com lixo. Ao ar livre, onde o grupo estava era apenas pedras pequenas até as grandes, pedaços de construções, tijolos e lixos e mais lixos. Às vezes tinha itens aleatórios, como um CD. Tom e Jack estavam próximos ao corredor, Johnny em meio termo, apenas no meio do lixo, Patrick e Miguel estavam no portão ainda completamente colados esperando qualquer barulho para correr. Tom liga a câmera, e começa a sua gravação. 

 - Miguel, me dê o celular para iluminar. - disse Tom.

- não, eu vou. - disse Miguel, enquanto puxava o celular do bolso de trás da calça. Rapidamente ele ligou o flash do celular. Cuidadosamente caminhou até próximo ao corredor, ele iluminou o local.

  Um corredor longo, completamente branco, mas sujo pelos maus cuidados, tinham lixo como madeira, muita poeira e estranhamente uma privada no meio do corredor, mas quebrada; o que assustava era a quantidade de salas que cada lado do corredor tinha. Tom e Jack começaram a avançar sem grandes problemas, e logo atrás os demais caminhavam. Miguel iluminava as salas, a cada passo que dava. Tom continuava a gravar. Eles entraram em várias salas, que praticamente eram salas completamente quadriculadas, brancas e cheias de lixos inúteis. Em um momento do grande corredor, eles entraram em salas conectadas, começaram a explorar a grande sala que não se diferenciava nenhum pouco das outras, tirando apenas o tamanho. Tinha uma porta nessa sala enorme, ao se aproximarem a porta estava completamente quebrada e era um banheiro, bastante apertado e cheio de lixos, além do matagal alto. Patrick acha uma faca, ele rapidamente a pegou, não sabia quem poderia pegá-la futuramente. O silêncio era ensurdecedor, ouvia apenas os passos deles. Ao encontrar uma região da enorme sala, que tinha uma espécie de medidor de altura desenhada na parede. Tom deu a ideia de tirarem foto enquanto eles se media, igual faz os prisioneiros. Miguel saiu da sala, e voltou praticamente todo o trajeto para observar lá fora.      

   Johnny ficou ao meio do corredor, enquanto Patrick, Tom e Jack se divertiam medindo a altura. No fundo daquele enorme corredor, escuro e um silêncio ensurdecedor. Ao prestar bastante atenção, Johnny viu olhos brilhantes ao fundo do corredor. Seu peito se encheu de adrenalina de forma instantânea, seu corpo começou a suar e sua respiração se tornou desregulada. Seu corpo tremia, e a voz não saia de sua garganta. 

  - Tom! - exclamou com veemência, mas baixo Johnny.

 Tom ouviu, e foi até ele, assim como Patrick e Jack. Miguel volta até eles, devagar.

- Estava olhando se havia alguém, mas está completamente limpo. - disse Miguel com tom de voz baixo.

 - o que foi, Johnny? - perguntou com curiosidade, tom.

- Está vendo olhos brilhantes ali? - apontou, Johnny.

Sem erguer a luz, eles olharam para o escuro, e sim, eles viram olhos brilhantes, e estava alto na visão até de Jack que tinha mais de um e oitenta e seis de altura.

 Naquele momento com clareza anunciou Tom, não estamos sozinhos.


                           Ato II

                      A silhueta 

   O restante do grupo estava eufórico, temendo o que poderia ser aquilo. Tom insistiu em seguir em frente e olhar o que fosse, relutantemente todos aceitaram. Lentamente, Tom caminhava erguendo a luz até o local onde estava os tais olhos brilhantes, todos o seguiam, passos meticulosamente calculados. Patrick era o último do grupo, estava alguns centímetros atrás temendo o que seja aquilo. Um som de pedra caindo lá no início do corredor pode ser escutado por Patrick. Assustado, mas sem esboçar uma reação exagerada, ele se dispôs a olhar o que supostamente era. Meticulosamente andava em direção ao início do corredor, curtos passos que faziam som de chão rachando com suavidade. A respiração de Patrick estava irregular, ele continuou a caminhar, entretanto ouve um som de passo. O mesmo som quando se escuta em uma sala que faz eco, completamente vazia. O som se dissipou nos amedrontados ouvidos de Patrick. Ele continuava a seguir em frente, estava escuro, ele não possuía lanterna. Os demais estavam curiosos para saber o que seria a tal figura amedrontadora que Johnny havia visto. Em escuridão da noite, Patrick finalmente viu a luz refletida da lua ao campo aberto. Mas tinha algo estranho ao dar mais alguns passos. Outro som de passo tomou o início do corredor. Jack se movia apenas na base da luz no final do corredor, a escuridão tomava todo o corredor, seus amigos estavam muito mais à frente. Ele apenas guiava pelo barulho de rachaduras ou pedras que ele pisava sem querer, e se despedaçou em milhares de pedaços. A respiração de Patrick começou a ficar pesada. Patrick é um garoto esperto, inteligente o suficiente para entender a situação. Patrick do grupo era o mais certo em senso moral, mas ele mesmo negava aquilo, aceitou entrar naquele local por puro capricho de ser mais liberal consigo mesmo. Ele maratona séries e filmes envolvendo terror, assassinos em séries e investigação policial, sua mente entrava em estado de choque, a cada coisa que se lembrava que tinha assistido, e como aquele cenário mental macabro poderia se tornar realidade bem diante de seus olhos. Seu senso de líder não se apurava nessa situação. Patrick pisa em uma pedra, o barulho da pedra se partiu e se dividindo em milhares de pedaços pequenos o assustou, ele deu um pulo contra a parede e sua respiração se descontrolou. Começou rapidamente a respirar pela boca, Patrick olhou em direção aos amigos, que estavam caminhando. Fazia apenas alguns segundos que Patrick havia os deixado, e mesmo assim ele estava em uma situação desfavorável. Ele estava suando bastante, as gotas percorriam suas costas que molhavam sua camisa, seu pescoço escorria suor, seu rosto parecia que tinham jogado um balde de água nele. Patrick, após ver seus amigos se afastando, olhou novamente em direção ao início do corredor. A luz da lua que estava pouco visível se tornou mais ainda, assim que ele olhou com bastante refinamento viu uma silhueta humana, era alto, forte e com roupas que não dava para distinguir. O coração de Patrick acelerou, ele podia ouvir naquele silêncio que seu coração iria pular fora do peito. A ansiedade atacou Patrick de uma maneira insana, seu corpo tremia, ele respirava pela boca. Com dificuldade de dar um passo para trás, pensando em recuar, entretanto o seu medo tomou conta do seu corpo. Patrick observou atentamente aquela silhueta, enquanto sofria de diversos ataques de nervosismos, ansiedade e adrenalina. A figura deu um passo, o som de passo se dissipou nos ouvidos de Patrick. Aquela silhueta masculina, começou levemente a se contorcer, som de líquido e mais líquido caindo contra o solo podia ser escutada por Patrick, ele olhou para baixo, se com a pouca iluminação que tinha, via aquele sangue reluzente se aproximando de seus pés, em uma respiração forte com a boca, Patrick demanda um enorme barulho ao puxar muito ar pela boca. Antes de voltar completamente a silhueta, ele ouviu passos vindo em sua direção. Quando voltou sua visão para cima, viu uma silhueta vindo em sua direção rapidamente. Patrick não podia acreditar que podia ser aquilo. Quando juntou coragem para correr para trás, já era tarde, a silhueta o agarrou pelos ombros, com ambas as mãos. 

- Patrick? Você está bem? Está completamente pálido e suado - questionou a silhueta, que se mostrou ser Miguel. Com adrenalina ativada, Patrick afasta Miguel de sua frente e olha em direção ao início do corredor. Não tinha nada, quando olhei para o chão não tinha mais aquele sangue reluzente. 

- Você está bem, cara? - indagou Miguel, enquanto o observava.

- Sim, sim. Estou ótimo - respondeu Patrick.

- Vou ficar aqui fora vigiando, no final do corredor tem uma porta, mas ela foi coberta por tijolo e cimento. Vamos explorar outra sala dessa enorme delegacia. - disse Miguel, ele caminhava rumo para fora do corredor. Sem muitas escolhas, Patrick retorna para os demais que estavam procurando os olhos brilhantes. Tom, estava iluminando o local com a luz, mas não encontrou nada, quando mirou para cima, viu que o teto estava quebrado, mas tinha como andar por lá. Como uma espécie de sótão, mas bem menor comparado a um, não tinha formas de chegar lá em cima.  

- tem alguma coisa ali em cima - anunciou Tom com a lanterna apontada para cima.

 Após proferir essas palavras, um estrondoso som de passos ecoou por todo o corredor. Todo o grupo se arrepiaram dos pés à cabeça, com medo de serem pegos por quem sabe lá que tenha entrado. Entraram numa sala do corredor. Tom desligou a luz, os demais ficaram encostados com as costas na parede. Essa sala é uma das salas conectadas às demais, eles podiam com agilidade andar entre as salas e sair do corredor. O maior problema é o silêncio absoluto. O lugar era escuro, tinha apenas a luz fraca da lua iluminando o corredor com dificuldade. O som de passo ficava cada vez mais intenso, um, dois, três. O som do pé de algum ser pisando no chão rachado, e quebrando em milhares de pedaços de pedras. Encostado perto da porta da sala que estavam, Jack viu uma silhueta se formando, se aproximando deles. Ele fica em estado de paralisia. Miguel começou cautelosamente recuar, ele queria entrar em outra sala. Com sinais completamente improvisados e expressões absurdas, ele avisa aos demais para passarem com cautela para a outra sala. Todos começam a caminhar em silêncio, e bem devagar até próximo a outra sala. O coração de ambos batia cada vez mais forte, os passos do estranho estavam muito altos. Tom, Johnny e Miguel passam para a próxima sala, e ficam observando os demais para passarem. Com um passo impreciso, Jack pisa em um galho, e o quebra ao meio com o impulso dos pés. Seu coração acelerou de forma quase instantânea, congelou, e sua respiração ficou irregular; ele teve que respirar pela boca. Patrick de costas, vira um pouco à cabeça em direção a porta. Ele viu a sombra parar de frente a porta, como uma muralha, tampou o resto dos fragmentos da luz. A silhueta coloca um pé dentro da sala. Patrick paralisou e ficou olhando atentamente. Logo pôs as mãos na porta, e colocou sua cabeça para dentro da sala, a luz iluminou um pouco seu rosto, pelo fato de estar exatamente onde a luz estava passando.

Era um rosto completamente horrível, os cabelos ralos e bagunçados, a pele estava podre e caía aos pedaços, a boca estava cortada até as bochechas de ambos os lados, os olhos supostamente cinzas de morte! Ele abriu a boca, por causa dos cortes parecia uma cobra com a sua elasticidade para comer uma presa. Ao pôr o outro pé dentro da sala e entrar por completo nela. Ele tinha uns velhos trapos de roupas, todas surradas e rasgadas completamente um lixo. Parecia um zumbi, mas muito mais macabro. Suas roupas e botas pretas completamente desgastadas olharam fixamente para ele.

Em choque, Miguel grita:

- Corram! - exclamou Miguel com um grito devastador.

 Jack sem pensar duas vezes, e muito menos sem se virar para ver a coisa. Corre em uma velocidade incrível, ele passa pela porta tão rápido que derruba Tom no chão, e ele continua correndo e não esperava os outros amigos. 

- Vem, Patrick! - gritou Johnny em disparada ao único lugar que o importava: a saída. Todos os demais correram, e Patrick ficou lá olhando aquela coisa horrenda em sua frente, parecia que tinha acabado de sair de um filme de terror de tão bizarra. A chance daquilo ser humano era zero. Patrick dá um passo para trás, e lacrimeja vendo aquela coisa, ele começou a tremer uma das pernas, lentamente olhou para baixo e viu seu tremor e seu medo exposto. A coisa abre a boca, com sua vasta boca aberta, saiu inesperadamente uma cobra de dentro dela, a cobra foi em direção ao olho da coisa, que esmagou fazendo um barulho horrível, a cobra entrou pelo seu olho, após esmagar seu glóbulo ocular de forma lenta e completamente nojenta. As vestimenta desgastada da coisa começa a se mexer, som de carne sendo rasgada espalha pelo ambiente silencioso. Duas mãos femininas ensanguentadas, saem de dentro do corpo da coisa, rasgando sua roupa na parte do abdômen, aquela mãos começam a se agarrar no corpo da coisa, e ao fazer força formasse uma cabeça de um bebê recém-nascido, cheio de sangue e chorando. Aquilo deixou Patrick totalmente sem ação e coragem. Mas juntando as forças que não tinha, ele começa a correr entre as salas conectadas. Ele escuta o som da coisa correndo atrás dele, com passos completamente altos ele vê a sombra a sua frente, algo muito maior que ele. Com adrenalina pura e dedicação para sair daquele local, Patrick corre, confiando em suas bambas pernas que tremiam de medo da bizarra coisa logo atrás dele. Ao sair da sala, ele percorre o resto do corredor. Chegando ao lado de fora. Assim que ele chega na frente dos portões enferrujados, eles estavam trancados. Ele paralisa e encara aquela situação com um desespero enorme, ele começou a socar os portões enquanto chorava gritando. Ao olhar em direção ao corredor, escutava os passos ficando mais altos. Ao ver que seus amigos o abandonaram para morrer, sem fuga, ele pega uma pedra que achou no chão, em meio aos destroços, e corre em direção aos fundos da delegacia abandonada: o primeiro andar.


                           Ato III

                     Causalidade 

Patrick correu rapidamente para dentro daquele prédio abandonado. Lá dentro era ainda mais escuro que o corredor que estava, aliás era o fundo de uma propriedade abandonada, durante muito tempo. Patrick olhou para trás, em direção de onde correu e olhou durante alguns segundos. Aquela coisa sumiu completamente, não havia nenhum barulho, apenas silêncio. Patrick se sentou no chão, agarrou os joelhos como se houvesse proteção a ele naquela circunstância. Ele estava em outro grande corredor, mas dessa vez era largo, havia algumas portas para acessos a sala. O local era completamente branco, mas claro pelo abandono começou a desbotar a cor das paredes. Tinha algumas paredes derrubadas, poeira de pedra, e muito galho de árvore; ao lado do primeiro andar tem uma árvore, possivelmente é de lá que eles vem. Patrick ficou olhando o chão fixamente, paralisado sem demonstrar nenhuma reação, com uma expressão vazia. Patrick estava apenas com um desejo, sobreviver àquilo tudo. Ele já sabia que deveria chegar ao extremo, ou seja, se for necessário tentar matar essa coisa. Patrick ao levantar a cabeça, olhou a parede ao fundo do corredor, que não estava tão longe. Havia a imagem de um dragão. Vários furos começaram a surgir naquela parede com imagem de dragão. Desses furos sangue escorria pelas paredes até tocar o chão. Patrick com medo, se levanta com a pedra da mão, estava em uma posição preparada para correr. Ele estava olhando fixamente para a parede. Muito sangue começou a encher o chão, estava começando a formar uma "lagoa". No meio da parede com a imagem do dragão, surge uma mão ensanguentada, com a mão tentando diretamente chegar a Patrick de forma. Um grito agudo de mulher começou a ecoar na cabeça de Patrick, ele solta a pedra, coloca as mãos nas orelhas, tentando diminuir o impacto do grito. Seus olhos fecham devido a enorme pressão causada a ele. Ao olhar para frente, estava a coisa, olhando fixamente para ele, após longos segundos de troca de olhares ela começa a correr atrás dele. Patrick corre em direção ao grande e largo corredor, entra a primeira porta a direita, assim que a coisa estava prestes a pegá-lo ele fechou a porta. Fez-se um impacto de forças, mas Patrick vence, assim fechando a porta. Ao se virar ele ver Miguel.

 - O que você ainda está fazendo aqui? - exclamou, Patrick.

- Você gritou que viu uma coisa, que estava ameaçando te matar. Fiquei nervoso, não só eu, como todo o grupo simplesmente se separou, a porta estava fechada e não consegui fugir. Então decidi me esconder. Aliás, do que estava correndo? - questiona Miguel.

Patrick suspira, ele caminha perto dele, calmamente.

- A coisa tentou me atacar, ela correu até mim. Eu quase fui pego. - responde Patrick

- Precisamos fugir daqui, foi uma péssima ideia desde o início. - diz Miguel.

- concordo - responde Patrick, enquanto se abaixava e pegava uma pedra para usar como arma - essa aqui vai servir para me proteger de qualquer coisa - diz Patrick, olhando a pedra. 

 Um som de passo ecoa pelo prédio. Patrick e Miguel ficam olhando fixamente um para o outro, completamente tensos. Patrick cautelosamente se aproxima da porta, coloca sua orelha encostada nela para escutar algo, mas só escuta apenas seu coração acelerado. Ele põe a mão na maçaneta e a abre devagar. Põe a cabeça para o lado de fora, observa os dois lados do corredor que estavam completamente limpos. 

 - Vamos Miguel, é nossa chance de sair daqui - Patrick saiu completamente daquela sala fechada e vazia. Ele olhou para suas mãos e elas estavam cheias de sangue. Seu coração acelera e ele fica nervoso.

- De onde é todo esse sangue? - exclamou Miguel.

- Definitivamente eu não sei, não temos tempo para isso, vamos correr! - disse Patrick nervoso, assim que ele deu uma passo para sair do prédio, viu a coisa parada lá na frente de costas. Ele não viu a presença de Miguel e a dele. 

 - Vamos subir o primeiro andar - diz Patrick se virando para subir. Do outro lado da Delegacia, vemos Jack, Johnny e Tom. Eles estavam caminhando junto, Tom iluminava o caminhando procurando alguma rota de fuga.

- Onde será que estão Miguel e Patrick? - indaga Jack.

- Eu definitivamente não sei, mas vamos encontrar ele, depois daquele susto no corredor, nos separamos tão rapidamente, foi algo tão amedrontado. - responde Johnny. 

- possivelmente o que Patrick viu foi um usuário de cocaína, aliás eles devem usar esses lugares. - impõe Tom, enquanto iluminava o caminho.

- sei lá, para ele dar todo aquele alvoroço, foi algo mais elevado. - diz Jack caminhando cabisbaixo.

- Só vamos procurá-los, e sair desse local - diz Johnny.

Eles estavam caminhando por outro grande corredor, largo e comprido. Estavam completamente sujos, e tão imundo quanto o outro lado, tinha uma sala logo à frente, os três seguiram rumo a ela. Essa sala era peculiar, pois ela era uma sala pequena, suja e cheia de lixo no chão. Mas tinha outra porta para acessar algo mais fundo. Eles estavam andando unidos, pois eles tinham medo de ir na frente. Ao iluminar a parede principal dessa sala conectada, era uma janela que tinha sido tampada por tijolos e cimento. Mas estava quebrada, e dava para ver o lado de fora. Era basicamente a área de mata livre da Delegacia abandonada. 

Johnny e Tom começaram a se posicionar para algumas fotos para brincar e guardar lembranças. 

- Depois de tirar as fotos Johnny, sou eu, Tom! - exclama Jack. 

Enquanto esperava Tom e Johnny acabar de brincar, e ver Tom corrigindo as posições de Johnny para as fotos. Jack decide olhar rapidamente aquela parte quebrada da floresta. Ele se aproxima, encosta nela igual uma janela de vidro aberta, olha o cantar dos grilos, e a mata enorme fazendo som pela enorme quantidade de vento passando por ali. Ao olhar para o lado, é surpreendido por uma silhueta, com uma faca, rapidamente desfere um corte seco no pescoço de Jack, logo em seguida seu pescoço começa a jorrar sangue, ele tenta cobrir com as mãos e faz barulhos altos gritando por ajuda. A sombra puxa, Jack para fora da sala através dessa janela quebrada.

Tom e Johnny, se viraram e viram sangue pela sala da parte de Jack.

 - Jack? - fala com calma e devagar Tom.

Johnny se aproxima lentamente para ver no outro lado da janela, Jack caído no chão morto, e seu sangue espalhado pela mata e sua boca cheia de sangue sendo jogada para fora. A silhueta tenta desferir um golpe de faca em Johnny, mas ele se joga para trás. Tom ao iluminar a ação, ver uma mão ensanguentada com a faca. Johnny se levanta e grita para Tom correr. A silhueta pula a janela quebrada e corre em direção deles. Na agitação por suas vidas, Tom deixa o celular e a câmera cair. Ao correr rápido o suficiente com Johnny, escutam o som dos dois aparelhos sendo quebrados. Ao correr naquele corredor largo, Johnny e Tom vêm a escada para o primeiro andar, e sobem rapidamente as mesmas, com passos desajeitados e ofegantes. No primeiro andar, quem acaba de subir era Patrick e Miguel, cansados, eles se dirigem até uma sala, eles fecham a porta e ficam lá dentro.

- Se essa coisa, continuar a ser ágil dessa forma, nunca iremos embora! Temos que sair daqui! - fala com ansiedade e lacrimejando Miguel.

- Eu sei, mas e os outros? - assim que Patrick termina de falar, a coisa vem da sala conectada, uma área sem porta que juntava os dois cômodos. 

- Miguel! - grita, Patrick se jogando na frente. A coisa o esfaqueou na barriga, ele caiu no chão. E escuta sons de passos ligeiros dirigindo naquela sala ao ouvir o grito de Patrick. Johnny e Tom entram na sala, e encontram Patrick caído no chão, sangrando, o sangue já se espalhava um pouco pelo chão. 

 - Patrick! Está vivo? - diz Johnny se agachando e o segurando em seus braços. Patrick olha Johnny.

- Miguel... Cadê ele? Aquela coisa ia matá-lo, eu pulei na frente e fui atacado no lugar dele. - questiona Patrick.

- Ele não está aqui, deve ter dando um jeito de fugir, talvez a coisa preferiu segui-lo sozinho, pois deve ter escutado a gente correndo para cá. 

 - Vamos embora daqui por favor - Diz, Patrick chorando.

- Jack está morto, e não sabemos quem está nos atacando. - Exclama Tom sem nenhum remorso ao choro de Patrick.

- O quê? Ele morreu? - levanta Patrick com dificuldades do braço de Johnny.

- sim, isso mesmo. - confirma Tom.

 Patrick se levanta por completo, caminha em direção à sala de onde veio a coisa. Ao olhar naquela escuridão, ele pôde ver, aqueles olhos brilhantes e a boca sangrando, segurando uma faca, se aproximando. A realidade ao redor de Patrick começa a se distorcer, ele começa a ver o rosto da criatura deformando. Ele olha para trás, vê Tom e Johnny conversando sobre como fugir, mas ele começou a ver atrás deles uma imagem de dragão na parede. Ele se aproxima devagar deles.

- estão vendo? Estão vendo isso? - Questiona Patrick com um olhar com dúvidas. Os dois olham fixamente para ele.

 - vendo o quê? - questiona Johnny.

- a imagem, a imagem.. - Patrick cai de joelhos, e coloca a mão na cabeça. Ele estava fora de si, ele estava com toda sua roupa suja de sangue, e ele não sabia diferenciar o que era real ou não. Patrick fecha os olhos, e começa a pensar, começa a pensar em sair dali com vida e não ser pego. Tudo aquilo era um surto coletivo dele e dos amigos. Eles eram um grupo de exploração, ele imaginou eles indo em outra de suas aventuras normais, tendo surtos com coisas que não existem, ele imaginou todos unidos, entrando em um hospital abandonado, assim como era de costume, todos rindo e se assustando com coisas bestas e inúteis. Patrick nesse momento de olhos fechados e imaginando seu cotidiano. Se acalmou. Ele decidiu finalmente abrir os olhos, ele os abriu de forma lenta. Ele estava com mais sangue ainda em seu corpo, e seu rosto estava coberto de sangue. Ele começou a olhar tudo calmamente, ao olhar abaixar a visão e ver a faca em sua mão, coberta de sangue, ele a solta. Ao olhar rapidamente ao redor, ver os corpos mortos de Tom e Johnny no chão, dois corpos cada um em um lado da sala, completamente ensanguentados. Johnny sofreu diversos golpes na barriga e no pescoço e Tom vários golpes de facadas nas costas. Patrick ficou nervoso e tenso, ele saiu da sala, e correu onde estava anteriormente com Miguel, ele estava no chão morto com facadas no peito. Naquele momento Patrick tomou conta da realidade. A coisa apareceu em sua frente, e lhe entregou a faca, e ele a olhou fixamente chorando, e logo abaixou a sua visão e devagar e tremendo pegou a faca de sua mão. Ele e a coisa são a mesma pessoa, Patrick naquele momento sabia, ele não sabia diferenciar nada daquilo é real? Não é? Patrick vê Johnny à sua frente.

- Qual vai ser o final que você vai ter? - diz, Johnny ao levantar a camisa e mostrar seus golpes de facadas. Patrick começa a caminhar em direção a saída principal da delegacia abandonada. Ele e a coisa estavam lado a lado, caminhando. Eles chegaram em frente a saída principal trancada. 

- Eu fechei os portões - diz Patrick, passando a mão levemente aos portões. 

Ele não podia acreditar naquilo, simplesmente inesperado. Como um sopro final, o sangue é lançado ao destroço abandonado pelas pessoas na velha delegacia. O suspiro final. Patrick para se acalmar, fechou os olhos novamente, e assim, nunca mais ele os abriu.




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