1. Spirit Fanfics >
  2. Não me chame de "papai" >
  3. Ranceio

História Não me chame de "papai" - Ranceio


Escrita por: _pomelo e SongsOfYoonkook

Notas do Autor


Voltei, com esse cap que desandou tudo ajshsjdj

Capítulo 2 - Ranceio


 Um beijo e uma promessa. Foi assim que nos separamos aquele dia e, covardemente, eu fugi da casa dos meus pais e das ligações que me fizeram pelas semanas seguintes. Eu já sabia o que queriam, precisavam das minhas desculpas para não estar no jantar, para ir embora sem me despedir e agora com certeza para as ligações que eu não atendia.

Não tinha cabeça para isso e sabia que no próximo encontro eles dariam um jeito de me pressionar. Por um longo tempo eu só conseguia pensar em Min Yoongi e no sexo quente e delicioso que tivemos. Meu coração não parou de bater até que chegasse no meu apartamento. Seu cheiro permanecera em mim e eu jurava que ainda podia sentir a sensação da sua pele na minha, o calor e a maciez. Eu adormeci ninado por seus gemidos que ecoavam na minha cabeça.

Apesar disso tudo, eu ainda era o mesmo.

O número do seu celular estava gravado no meu, mas eu não tinha criado ainda coragem para ligar e não sabia se teria. No entanto, o que eu havia esquecido era que aquele homem que eu estava deixando entrar na minha vida, não era tão simples. No momento em que ele entrou no quarto dos meus pais, fingindo não saber que eu estava lá, e me seduziu sem nenhum pudor, eu soube que ele me traria problemas, embora agora eu soubesse que o maior deles era sua capacidade de ficar nos meus pensamentos. Pensando bem, eu já estava encrencado desde o momento que o avistei naquele salão ou bem antes disso. O caso é que minha situação já havia ido longe demais e se não fosse com ele aquele dia, seria com qualquer outro, em qualquer lugar. Eu só precisava de um pretexto para me render de vez aos meus desejos reprimidos, Yoongi apenas fora o primeiro a dar corda às minhas intenções mal disfarçadas. Só cabia a mim continuar com aquilo ou seguir com meu medo.

Eu mal o conhecia naquela altura, mas ele era claramente o oposto de mim. O que eu tinha de medroso e reprimido, ele tinha de corajoso e audacioso. Sendo assim eu ainda tomei um susto quando, mais uma vez, ele tomou o controle de tudo entre nós dois. Com um simples toque de telefone, ele mudou para sempre minha vida. Sabe, não tinha nada de incomum no telefone do meu escritório tocando o dia inteiro. Eram sempre muitos recados de reuniões ou visitas de negócios, então naquele dia quando ele tocou, eu não imaginei o que ouviria:

— Senhor Jeon, um rapaz chamado Min Yoongi está aqui para lhe ver.

Tomei um susto ao ouvir aquele nome e até cogitei ter ouvido errado. Como poderia ele estar ali? Provavelmente toda aquela minha indecisão de ligar ou não, estava me confundindo. Só podia ser isso, eu não conseguia pensar em nada melhor do que estar tão fixado naquele dilema, que começava a alucinar com seu nome.

Quem? — no entanto, confirmar não custava nada.

— Ele disse que se chama Min Yoongi, senhor, e que o estava aguardando. Posso deixá-lo entrar?

Claro, diga que estou esperando. — do outro lado, a recepcionista me deu sua resposta de compreensão e eu estava prestes a baixar o fone, quando lembrei de nos precaver daquele encontro. — Ah, senhorita Cha, não deixe ninguém nos perturbar. — outro "Tudo bem, senhor Jeon" veio e desligamos a ligação.

Me levantei, me sentindo ainda mais nervoso do que na primeira vez que o vi, e fui para o meio da minha sala, razoavelmente grande. Sem dar nenhuma batida na porta, ele a empurrou e invadiu meu espaço. Estava tão lindo quanto naquele dia. A pele parecia mais brilhosa e seu corpo era ainda mais sensual fora do uniforme do buffet e do breu do quarto dos meus pais.

Entre. — o recepcionei e me senti perdido, porque aquilo estava se tornando uma mania, olhá-lo. Meus olhos continuavam nesse vício perigoso, seguindo cada pequeno detalhe daquele rosto fofo. E que Deus me ajudasse, porque eu estava a ponto de agarrá-lo bem ali, para matar a saudade dos seus beijos e daquele corpo masculino. — O que faz aqui? — perguntei antes que ele se sentasse e eu voltasse para trás da minha mesa.

Você não me ligou.

O encarei incrédulo dessa vez, já que encará-lo fora algo que eu nem havia parado de fazer. Era isso? Ele estava mesmo dando como desculpa para aparecer no meu local de trabalho, sem avisar, que eu não o havia ligado?

Então vem no meu trabalho? — franzi a testa, mostrando meu desagrado com a surpresa. — Como você... Esquece. — não adiantava lhe perguntar como ele sabia onde eu trabalhava, afinal não era difícil obter esse tipo de informação de um Jeon. Apenas segurei minhas lacrimais com o polegar e o indicador e suspirei. — Você não devia ter vindo aqui.

Você ia me ligar?

Ainda estava decidindo.

Vamos ser bem claros, senhor Jeon. Você não é um homem de muita atitude. — jogou na minha cara. — Então, precisa ser claro comigo. Se você diz que quer me ver de novo e não liga, não tem nada grandioso em te procurar. Se é timido pra dar o primeiro passo, eu faço isso. — deu de ombros. — Eu estou interessado e isso não é nenhum crime. Agora se você me disser que não quer, com certeza eu vou entender e sumir. Qual vai ser? — deu seu ultimato.

E-eu preciso pensar, Yoongi.

Eu até queria lhe mostrar uma imagem oposta a que ele já tinha de mim em sua mente, mas eu era mesmo covarde. Olhando ele bem diante de mim, eu pensava no quanto o desejava e no quanto queria conhecê-lo mais, talvez até ter uma relação mais séria. No entanto, eu também pensava em como tudo isso seria, nos olhares que receberíamos, os cochichos com nossos nomes e a decepção dos meus pais.

E mais uma vez, enquanto minha mente me colocava em pânico, ele se aproximava devagar. Tão astuto e provocador...

Mas eu estava com saudades. — e dizendo isso com seu jeito manhoso ele conseguiu me desarmar. — Foi uma noite boa, certo? Não quer fazer de novo?

Seus braços escorregavam sobre meus ombros, a cada palavra dita, suas mãos ficavam firmes em minhas costas, me apertando contra si. Aquele corpo delicioso encostado no meu me fez perceber que eu também senti saudades e que não era apenas dos seus beijos. O seu cheiro era gostoso, a maciez da sua pele... Encarei seus lábios e ladino como era, ele os umedeceu com sua língua e abriu um sorriso largo. Apertei sua cintura e estremeci ao relembrar seu gemido. Colei minha boca na sua, chupei sua língua e quando o efeito daquele ato fez meu baixo-ventre esquentar, o levantei e coloquei sobre a minha mesa. Naquela hora nada importava, se alguém entraria ali, se alguém nos veria, a vergonha. Minha apatia daquela noite não fora pelo vinho, fora por ele. Quando aquele rapaz me tocava, eu esquecia quem eu fingia ser e me tornava eu mesmo, o Jungkook que ninguém conhecia. Suas pernas rapidamente acharam seu lugar em minha cintura. O beijo só esquentava e dava movimento aos nossos quadris. Era uma loucura quando ele aparecia, tudo ruía, desmoronava, ia abaixo. Então entre beijos e carícias, deixei Yoongi me pagar meu primeiro boquete e me fazer prometer que dessa vez eu realmente ligaria e o daria um encontro de verdade.

Mas bastou ele sair, para minha mente voltar ao seu lugar. Onde eu o levaria a um encontro? Não era só o fato de nunca ter feito isso antes, mas estar ciente que não poderia fazer em um local público. Foi esse pensamento persistente que nos levou a uma relação de merda e eu sabia que era tudo culpa minha. Eu sempre o ligava e buscava de carro onde quer que estivesse, a maioria das vezes o levava para casa com uma desculpa de estar um pouco cansado, mas que pediria uma boa comida para gente. Nosso primeiro encontro foi assim, naquele mesmo dia em que ele me visitou. O liguei, perguntei onde estava que eu o buscaria, ele disse e eu soltei aquela desculpa de que estava cansado, mas que queria recompensá-lo logo por ter demorado a ligar. O levei para casa e pedi uma boa comida que devoramos, nos conhecendo.

Min Yoongi era um jovem de vinte e dois anos, estudante de arquitetura. Fazia vários bicos para pagar a faculdade, embora tivesse um bom desconto por suas notas excelentes. Dividia o apartamento com um amigo, Park Jimin. Este estudava medicina e tinha um gato calico chamado Tata, em homenagem ao seu primeiro amor, que com certeza havia deixado vestígios. Yoongi gostava de pintar no seu tempo livre e brincar com o Tata. Ele era o filho mais novo e muito mimado por sua família amorosa, que ainda estavam nervosos por deixarem o rapaz morar sozinho e tão longe de sua cidade natal, Daegu. Ele tinha um jeito sorridente de contar muito a seu respeito e eu o ouvia atentamente e até me sentia um pouco invejoso por sua vida, parecia incrível. Ser adulto não parecia ruim quando se era outra pessoa.

Percebi na hora que Yoongi era muito mais interessante do que sua aparência. Quando ele partiu, eu já não queria mais apenas seu corpo, eu queria devorar tudo sobre ele, fazer parte da sua vida e convidá-lo a minha. Mas as coisas acabavam fantasiosas demais quando ele estava comigo e assim que ele partia, eu voltava a minha realidade, onde fazer parte da vida um do outro seria um pesadelo.

Continuamos a nos ver, eu não era o único me encantando por ele, o rapaz sentia o mesmo por mim. Ele era carinhoso e fogoso, estava sempre perguntando sobre mim e querendo contato. Se eu passasse um dia sem ligar ou mandar mensagens, era cobrado mais tarde. Ele dizia que mesmo que eu tivesse trabalho demais, reservasse um minuto para lhe mandar um "bom dia", porque ver meu nome na tela de seu celular o fazia sorrir. Não precisei nem de uma semana para me apaixonar por ele. Min Yoongi era dono dos meus pensamentos, suspiros e sorrisos involuntários durante o dia. Sempre que lembrava de algum momento com ele, não evitava aquele ar bobo. Eu estava vivendo algo que achei que jamais viveria, era o meu primeiro amor. A minha primeira história de amor. Estava acontecendo, eu a estava deixando acontecer e em menos de um mês, enquanto tomávamos café-da-manhã juntos, depois dele passar mais uma noite no meu apartamento, ele questionou se eu não queria deixar as coisas sérias, porque ele estava mais que pronto para esse passo.

Claro. — lhe respondi como sempre, nunca conseguia negar nada a ele.

Acabei até o deixando me levar para dentro da sua vida, dando liberdade para que ele escolhesse também locais para nossos encontros, já que seu mundo e o meu eram muito distantes e ninguém me reconheceria. Só que Yoongi tinha vinte e dois anos e gostava de boates coloridas, com músicas sintéticas e drinks doces. O que sempre resultava em mim sentado num canto; olhando-o dançar, com um whisky na mão; ele vindo para o meu colo depois de alguns minutos, só para sussurrar na minha orelha: "Você é chato, Jungkook"; rir e atacar meus lábios. Eu não tinha energia ou gosto por aqueles lugares, mas eu estava bem por fazê-lo feliz. Me contentava com segurá-lo e beijá-lo, isso tornava todo o barulho suportável.

Ingenuamente pensei que aquilo estava okay, que nossa relação era feliz mesmo com todas as nossas diferenças e os limites que traçava. Estava errado. Estava acorrentando Yoongi ao meu caos pessoal.

Com o passar dos meses ele começava a notar o quão contido éramos como casal, mais que o normal, e isso o fez mudar. As coisas não estavam nada bem entre nós dois. Em dois dias completaríamos seis meses juntos e quanto mais próximo da data, mais aborrecido ele parecia. Antes estava tudo bem em apenas levá-lo a minha casa e nenhum outro lugar mais, porque não passávamos de parceiros sexuais, só que agora éramos um casal e ele só queria sentir que éramos mesmo. Eu comecei a tentar compensá-lo com o único poder que eu tinha, bens. O levava para lugares deslumbrantes, lhe enchia de presentes caros... Nada disso bastava, na realidade piorara tudo e meu alegre Yoongi, já não sorria tanto assim pra mim.

Frio; Aquele namorado tão caloroso que tinha, se tornara tão frio, mas bastava lhe tocar que ficava quente como o Diabo. Eu sabia que era seu jeito de me punir, de apontar todos os erros em nossa relação e como eu fazia parecer que tudo aquilo era mais um dos meus negócios.

Eu estava sozinho aquela noite de novo, porque eu tinha medo de ligar para Yoongi e pedir por sua companhia. Ele andava cada vez mais aborrecido comigo e com essa merda de situação a qual havia nos colocado. Tudo o que me restava era esperar e torcer para que ele quisesse aparecer aquela noite. Agora as coisas eram assim, ele ia e vinha quando queria, me deixava esperando por semanas, me forçava a sentir falta dele e ligar implorando por sua presença. Isso estava acabando comigo, não, não, estava acabando com nós dois.

Peguei meu celular, pronto para me humilhar. Ele nunca demorava a me atender, mas sua voz nem sempre era animada.

Oi?

— Está ocupado?

Não, eu acabei minhas provas hoje. Estou um pouco estressado. — contou.

— Porque não vem aqui, baby? — tentei ser o mais carinhoso possível, mas assim que terminei de pronunciar o apelido, me senti arrependido pela escolha. — Eu posso te mimar um pouco. Ganhei uma boa garrafa de vinho hoje, podemos comer algo e conversar.

Houve um silêncio profundo do outro lado, exceto pelo miado dengoso do Tata, que agora eu conhecia por fotos.

Claro, porque não. — respondeu frio.

— Vou mandar um carro pra te buscar.

Eu posso ir de ônibus, Jungkook.

— Demora muito, é perigoso e você está com o humor ruim. Isso não dá trabalho, só aguarde.

Tudo bem. — a essa altura eu o conhecia tão bem, que podia enxergar a expressão do outro lado. Ele estava descontente e apostava tudo como seus olhos tinham se revirado lentamente. — Te vejo em breve, então, Daddy. — antes que eu reclamasse do seu apelido debochado, ele encerrou a ligação.

Suspirei sozinho, naquela droga de apartamento grande, e tentei me animar para arrumar tudo para a sua chegada. A primeira coisa era enviar um motorista para lhe buscar, em seguida ajeitei a mesa, porque diferente do que havia tentado passar pela ligação, já tinha pedido seu tipo de comida favorita. eu fazia isso quase todas as noites, apenas para convidá-lo a vir, mas nem sempre conseguia. Me sentei no sofá e fiquei aguardando, não devia levar mais do que vinte minutos para ele chegar, era tarde, não tinha trânsito aquela hora e ele não morava muito longe.

Fiquei brincando com minhas mãos, meu novo tique nervoso, porque eu sabia como ele ia agir quando chegasse e não sabia se podia lidar com aquilo no momento. Não sabia se seria nosso último encontro, estava sempre aguardando que ele aparecesse e terminasse comigo de vez.

Minha sorte era que Yoongi era persistente no amor. Eu passei uma semana para decidir ligar para ele e ele que veio até mim. Passei um mês para lhe contar sobre meus sentimentos e ele que deixou claro que queria namorar. Agora estávamos há quase meio ano namorando escondidos, como criminosos, e eu não fazia a menor ideia de quando ou se um dia conseguiria encarar minha família. Resumindo, qual passo ele daria dessa vez, diante da minha covardia?

A campainha tocou e no meio daqueles pensamentos sombrios, meu corpo estremeceu. Corri até a porta e quando a abri, me senti machucado. Olhando seu rosto eu via que ele já não tinha mais aquele brilho que tinha antes ao me ver, estava cada vez mais apagado. Meu coração doeu, essa cena estava se repetindo demais. Eu estava nos desgastando e em breve Yoongi deixaria de me amar, mas eu continuaria lhe amando...

— E-entra.

Ele o fez, assim que seus pés cruzaram a porta e eu a bati, ele segurou meus ombros e grudou seus lábios nos meus em um beijo mixuruco. Me largou e foi até a mesa. Yoongi pegou a garrafa de vinho e encheu sua taça, degustando rapidamente.

— Hm, vinho de rico tem mesmo um gosto diferente. — desdenhou. — Eu quase sinto o gosto dos pés que pisotearam essas uvas.

Apenas um gole e sua pele clara manchou-se de tinto. Para mim aquilo era irresistível, tudo nele acabava sendo. Não tinha mais como negar, eu estava em suas mãos. Eu havia lhe dado o meu coração, mas isso não bastava para Yoongi e eu não podia culpá-lo por isso. Embora sentisse a dor da sua frieza em nossa relação secreta.

— Vai ficar só olhando, Daddy? — ele sempre me chamava assim para provocar minha raiva. Eu odiava quando o fazia, odiava saber que o estava magoando e todo esse desdém e distância que ele colocava entre nós era apenas o seu modo de me mostrar isso ou de revidar a mágoa.

Meu medo de perdê-lo estava crescendo. Yoongi sabia que eu o amava e eu sabia que ele sentia o mesmo, era apenas por isso que ele continuava vindo me ver. Ele não havia desistido de nós ainda, mas eu sabia que um dia iria. Que essa situação era cansativa e que ele não a queria. Ele queria um namorado, um parceiro, alguém para lhe segurar a mão e apresentar aos amigos. Alguém para sair e não ficar de encontros comedidos neste apartamento. Eu não estava mais apenas me escondendo, eu o estava escondendo junto e com certeza isso não era uma prova de amor.

— Eu já disse pra não me chamar assim. — rosnei entredentes e agarrei sua cintura esguia.

Ele sorriu, daquele jeito hostil, debochado e levou a taça a boca novamente, se aproveitando do sabor antiquado daquela garrafa que custava seis dígitos numa conta bancária. Em segundos ele a esvaziou e ficou roçando o vidro nos lábios manchados.

— E do que eu devia chamar? Você me liga, eu venho aqui, você me enche de mimos caros e eu transo com você. — ele nem precisou frisar os dezoito anos de diferença entre nós dois, para justificar nossa relação como a de um sugar daddy e seu sugar baby.

Eu já entendia que era exatamente isso que ele andava pensando e que suas ações eram de alguém extremamente ofendido, mas essa era a primeira vez que ele dizia de forma tão aberta.

— Você sabe que eu te amo, que não é apenas sexo.

— Sei? — me atacou, largando a taça.

O agarrei pelas coxas e o coloquei em meus braços. Ele segurou minha nuca e me encarou com seu olhar sempre firme. Ele era tão forte, nunca vacilava. Min Yoongi era o homem mais decidido que eu já havia conhecido, então nada mais natural que ele se cansar de estar com um homem tão covarde como eu.

— Hm, já quer transar, Daddy? — roçou seu nariz no meu e manteve aquele tom de provocação, não do tipo sexy, do tipo que queria me tirar a paciência. — Nem comemos, nem terminamos de apreciar esse vinho tão bom.

O apertei com força, eu era um homem patético que estava excitado, mesmo quando não devia. Mas com ele era assim, Yoongi destruiu completamente minhas barreiras. O meu desejo era sempre evidente quando ao seu lado. Eu não podia ficar quieto ou calmo perto dele. Meu coração batia rápido, como se quisesse descontar todos os momentos nos quais eu o reprimi. Minha ereção latejava, acendendo a virilidade que há tanto tempo a forcei a abandonar. Meu corpo tremia, não só por tesão, eu me sentia nervoso, feliz e também me sentia fraco e deprimido. Ter ele era tudo e eu sabia que estava pondo isso a perder.

— Diz o meu nome. — pedi, mesmo sabendo que durante o sexo, ele nunca deixava de me chamar assim.

Toda aquela conversa de "Daddy" era para me irritar durante o dia, para me pressionar uma decisão, sobre tê-lo ou não. Era por isso que eu sabia, que um dia eu iria perdê-lo. Um dia Yoongi não viria mais me ver, nem por vontade própria, nem por atender meu chamado carente e eu não poderia culpá-lo por nada disso, embora não parasse de sofrer com a suposição.

Apertei seu corpo mais forte e encostei meu rosto em seu ombro.

— Eu te amo, Yoongi. — falei aparentemente à toa, como costumava fazer. Ali dentro daquelas paredes eu nunca tinha medo de amá-lo e proferir isso, porém, a realidade da sentença era que eu lhe fazia uma súplica, para ser paciente e nunca me deixar.

O quão egoísta era e, ainda assim, eu não conseguia abrir mão dele. Ele era o primeiro amor que eu conseguia segurar em minhas mãos, que eu podia sentir o gosto, a alegria e o prazer, o carnal e os dos momentos mais simplórios. Na sua boca pude sentir o doce da uva fortemente afetado pelo gosto amargo do álcool e meu corpo estremeceu. Eu não lhe dei tempo de me responder, porque ele nunca o fazia. Jamais o culpei ou culparia por isso, era eu aquele que o estava forçando a um romance secreto, era eu que abertamente tinha vergonha de nós dois e o fazia sentir como se estivesse sendo comprado.

O levei para o meu quarto, sem parar de degustar seus lábios pequenos ou de sentir seu corpo em meu tato. Gostava das suas coxas que eram o oposto das minhas, gostava da bunda redonda que se encaixava tão bem em minhas mãos grandes. O joguei sobre a cama e ele me encarou surpreso, enquanto eu desabotoava a camisa com apenas uma mão. Era hora de mostrar a Min Yoongi todo o meu amor e devoção. Satisfazê-lo era a única coisa que eu achava prendê-lo a mim, já que de resto eu estava em falta. A raiva dele não era à toa. Em todos esses meses, quando nós agimos como namorados de verdade? Quando eu não tentei escondê-lo porque não apenas namorar um homem seria escandaloso, como ainda por cima ser um tão jovem?

Me lembrei da vez que o levei para jantar em um restaurante que era tão difícil de conseguir reserva, se você não fosse um Jeon, e ele fez aquela expressão frustrada, ao perceber que não passava de uma sala privada. Mais uma vez eu o estava ocultando e afastando da minha vida pessoal. Após ver a mágoa estampada em seu rosto aquele dia, eu esperei que ele fechasse o cardápio e fosse embora, porque era assim que Min Yoongi era — o homem que eu amava sabia muito bem o que queria ou não — mas no lugar disso, ele comeu quieto, pouco falou e isso não era do seu feitio. Agradeceu pela comida e perguntou se eu queria ir à um motel terminar a noite. Respondi que sim e fomos, foi uma noite quente. Transamos quase até o amanhecer e quando eu quase cedia ao cansaço dos orgasmos, apreciando seu cheiro e seu corpo em meus braços, ele disse: "Boa noite, Daddy", foi a primeira vez e me tirou o sono na hora.

Lembrar disso ainda partia meu coração e perceber suas atitudes dúbias tinha o mesmo efeito. Apesar de toda a arrogância que havia me mostrado desde que chegara, seus olhos agora estavam dóceis, como se me esperassem. Suas mãos agarraram minha camisa aberta e ele me puxou para si. Caí sem quase nenhum cuidado e fui recebido pelo beijo que havia me feito falta a semana inteira. No ato, ele acabou deixando mais claro, do que em qualquer alfineta proferida antes, o que ele realmente sentia.

Seus lábios puxavam os meus com pressa, mostrando a vontade que estava contendo. Sua língua não tinha nenhum pudor em tomar a minha e saborear minha boca. Suas unhas penetravam forte minha carne. Ele mal podia respirar, porque estava claramente tentando obter tudo o que podia de uma só vez. Afastei minha boca da sua e o encarei. Yoongi deixou a cabeça descansar no travesseiro e respirou de forma afetada. Fiquei encarando sua boca molhada, entreaberta, e o os olhos semicerrados de desejo.

— Parece bem excitado. — o provoquei.

— Eu estou. — confessou sem nenhum receio. — O que esperava? Você sabe como me deixa. Eu estou machucado, Jungkook, mas você me acorrentou. — se lamentou em um tom baixo, me pegando totalmente de surpresa com suas palavras.

— Yoon... Me perdoe.

Era a primeira vez que ele me dizia algo diretamente, ao invés de suas sugestões ácidas. As coisas eram ainda piores do que eu imaginava. Eu me sentia ainda mais egoísta. Andava tão concentrado no meu ranceio que nem percebia que Yoongi sentia-se preso a mim, pelos nossos sentimentos. Instantaneamente eu me decidi, eu não podia continuar machucando o homem que amava por ser fraco, mas eu também não conseguia deixar de ser. Com Yoongi em meus braços, pela primeira vez eu deixei meus pensamentos no lugar. Se eu o havia acorrentado com o meu amor mesquinho e não podia suprir suas necessidades, não iria mantê-lo mais nesse desconforto. Por mais que doesse, essa noite seria nossa última.

Ia doer, mas também ia sarar e ele era jovem demais para se prender a um romance fadado ao fracasso. Também nunca havia sido minha intenção tornar nossa relação insalubre. As coisas só acabaram tomando esse rumo, no entanto, não era tarde demais para reparar meus erros com ele. Nós dois provavelmente nunca mais voltaríamos a nos esbarrar por aí, não era algo que acontecia entre duas pessoas de mundos tão distintos.

— Jungkookie? — tocou meu rosto, como se sentisse meus pensamentos, mas não pudesse lê-los de fato.

Com aquela decisão, aquele olhar preocupado, aquela boca murcha, nunca mais se grudariam naquele semblante por culpa minha.

— V-você sabe, eu também te amo. — falou de repente, mostrando uma insegurança que não era típica de sua personalidade. Eu devia estar fazendo uma expressão lamentável, para que ele tentasse amenizar as coisas por cima do seu orgulho. — Eu só queria te chatear. Somos namorados, Jungkook, mas ainda estamos agindo como amigos sexuais. Não consigo sentir que faço parte da sua vida. Só quero que me deixe entrar. Quero amar sem sentir medo.

— Shii — aproximei meus lábios dos seus, o silenciando antes que nem conseguisse me despedir ou que voltasse atrás na minha decisão... Continuar machucando meu amor não podia ser uma opção.

E apesar de despedidas terem gostos amargos, sua boca enchia meu paladar de calor e doçura. O apertei com força e o que ele acharia ser tesão, na realidade era a prévia da saudade que eu já sentia. Todos aqueles toques e o amor que dava ao seu corpo eram indícios de nosso adeus. Eu até queria me concentrar no nosso beijo e no meu tato que vagava por seu corpo já tão conhecido, no entanto, a cada reação sua, eu vislumbrava sua atitude quando eu lhe dissesse. A única coisa que me consolava era saber que seria a última vez o magoando.

Yoongi me empurrou de repente para a cama e montou sobre minha barriga. Seus olhos estavam estreitos, levemente borrados de desejo. Ele acariciou meu abdômen à mostra, minha camisa aberta escorregara completamente para o lado, deixando meu dorso completamente exposto. Ele inclinou o corpo para frente e arrebitou a bunda, que chegava perto da minha virilha, mas não sobre ela de fato. O que me causava uma puta ânsia sempre que ele se movia e ralava levemente naquela região, me fazendo desejar um toque vívido.

— Awn — gemi, agarrando sua cintura, tentando fazê-lo rebolar sobre meu pau que estava completamente desperto.

Meus pensamentos se dissiparam, focados apenas em conseguir aquele contato que ele continuaria me negando em pura provocação. Yoongi apreciava estar no comando ou fingir estar, porque o que ele realmente gostava era quando eu o tirava dele e o tornava submisso aos meus desejos. Uma foda bruta, com muitos beijos, mordidas e palmadas, era isso que o fazia gozar. Quando eu o empurrava contra a cama, parede ou chão, ele se empinava, me recebia dentro de si e gritava por meu nome.

— Tomou o controle pra ficar quieto? — levei meus dedos ao seu botão e o abri, abaixando o zíper em seguida.

— Não posso te enlouquecer um pouco também?

— Se conseguir arcar com isso, sinta-se livre. — revidei com um olhar penetrante.

Yoongi sorriu malicioso, era como se tivéssemos esquecido nosso humor ruim de antes. Ele se curvou sobre meu peito nu e foi nele que seus beijos encontraram seu lugar. Agarrei suas nádegas, esquecendo que estava a ponto de tocar sua ereção. A apertei forte e suspirei. Sua língua corria por minha pele, atiçava meus mamilos e isso trazia calor ao meu corpo. Ainda apalpando sua bunda, fiz seu jeans aberto escorregar e de forma impaciente eu mesmo puxei a peça, para que ela me deixasse sentir sua pele macia.

Um ruído baixo arranhou sua garganta, adorava sua voz grave e como ela ficava ao se transformar em gemidos. Lhe dei uma palmada forte, a fim de descarregar a excitação que ele já havia conseguido me passar, e com essa mesma mão abri minhas calças. Em um movimento calculado, sentei-me e o rapaz sobre mim escorregou para as minhas coxas. Ataquei seu lábio inferior com uma mordida, enquanto minha mão era ágil em minha ereção exposta. Estava de olhos fechado, beijando com ardor meu amado, sendo assim soube apenas pelo barulho, que ele me imitava. O libertei do meu beijo e o puxei para encaixar de forma apertada seus quadris nos meus. Ele tirou sua mão do próprio pau e deixou que ele friccionasse contra o meu, exatamente como eu almejava.

— Aaah, Yoongi. — gemi pesado, colando minha boca em sua clavícula.

Meus pensamentos estavam tão confusos. O cheiro da sua pele e o sabor eram incríveis, fazia a ideia de deixá-lo virar vapor diante de todo aquele ardor. Sua voz chamava meu nome em um tom tão baixo e era sempre cortada por gemidos ou grandes lufadas de ar, sempre que seu corpo estremecia.

Eu estava no meu limite, pronto para fodê-lo, no entanto meu bom-senso me lembrava de quantos dias não nos víamos. Seu cuzinho devia estar ainda mais apertado e precisando de uma boa lubrificação. Levei meus dedos aos lábios e deixei uma quantia considerável de saliva escorrer por eles. Com pressa os levei a sua fenda, esfreguei ela toda, ensopando o buraquinho que pulsava contra meus dígitos. Yoongi lambeu meu queixo que havia se molhado com o ato anterior. Sua bunda movia-se com destreza, ele a sacudia circularmente, desafiando meus dedos.

Empurrei um para dentro e ele agarrou minhas costas com força. Yoongi ergueu seu rosto e mordiscou a boca. Ele era tão sensível ali. Bastava um estímulo simples em seu ânus, que o rapaz se tornava extremamente manhoso. O jeito como ele clamava por meu nome se tornava completamente diferente, fora o fato de que sua entrada esmagava e sugava qualquer coisa que eu colocasse dentro de si, fossem meus dedos, meu pau ou um brinquedo, que vez ou outra experimentávamos.

— Jungkookie, isso é tortura. — lamentou de repente.

Antes que eu compreendesse a que ele se referia, meu namorado se esticou até a cômoda e abriu a primeira gaveta.

— Vou te mostrar como faz.

Imediatamente ele se virou de costas, com o pote de lubrificante, que sempre usávamos, em mãos. Ouvi como ele o esmagava encharcando sua mão e ali mesmo, sentado, eu o assisti esfregar toda aquela meleca transparente em seu cuzinho.

Yoongi estava de joelhos e seus quadris estavam perto demais dos meus, ainda assim tentei me segurar. Só olhava como ele se acariciava e se alargava para me receber. Ele nunca fazia esse tipo de coisa de modo simples, sempre usava qualquer oportunidade que tinha em mãos para me atiçar. Era assim que ele conseguia tirar meu senso e me fazer lhe comer do jeito que gostava. Novamente me seguraria até meu limite. Era bom ver como seus dedos sumiam um a um dentro do seu buraquinho. Ele se atacava com veemência em todos os sentidos, não apenas sua mão trabalhava duro, como ele movia-se inteiro atrás daquele prazer.

Passei as mãos pelo meio das suas coxas e com um toque tão singelo, ele ainda reagiu de forma exagerada. "Oh!", gritou e era impossível não perceber como aquela área se tornou mais úmida. Continuei. Acariciei seus testículos e depois alcancei seu pênis. Mal o toquei e ele tremeu inteiro, parando de se mover. Eu quis fazê-lo implorar por mim, como ele sempre conseguia me fazer implorar por ele, mas não era o momento. Eu não podia agir como queria e deixar que minha vontade partisse.

Agarrei sua cintura com firmeza e o puxei para mim. Seu corpo decaiu sobre o colchão e ele o agarrou, se mantendo empinado. Sentado ainda, fiz sua bunda pousar sobre meu colo. Deixei ele sentir minha rigidez localizada. Todo aquele calor e sujeira foram culpa sua. Minha glande acertava seu cuzinho, que vibrava a cada provocação. Eu sabia que ele estava mais do que pronto para me receber. Ainda seria apertado, mas era assim que ele gostava. Forcei meu pau inteiro para dentro de si e senti o forro da cama ser puxado, provavelmente por que ele os apertava ainda mais forte. Um urro curto ecoou pelo quarto. Sua bunda macia se chocava contra mim, subindo e descendo, sem esperar que eu realmente comandasse aquilo tudo.

Sua bunda estava tão sexy. Sua coluna curvada me deixava em frenesi, assim como a ânsia em seus movimentos. Acertei uma nova palmada em sua pele clara e com minhas mãos o incentivei a ser mais enérgico no seu rebolar. Cacete, ele era lindo de verdade, gemendo e se tornando todo rosado ao se exercitar com tanto ímpeto. Eu queria gozar e me amaldiçoava por isso, porque as coisas não podia acabar tão rápido assim. Quando ele deitasse em meu peito, como sempre fazia, seria nosso fim... Eu realmente conseguiria abrir mão do meu amor? Não seria melhor abrir mão do orgulho e do medo por ele?

— Y-Yoon! — o agarrei pelas coxas e puxei seu corpo esguio para cima do meu.

Suas costas colaram-se em meu peito. Ele parecia tão molenga de prazer, como se nem pudesse agir mais. Ele sempre ficava completamente submisso depois de um certo grau de prazer.

— Tão fundo, Kookie... É gostoso.

Sua boca estava completamente aberta, ele se apoiava em meus ombros com seu braço e na cama com sua outra mão. Suas coxas estava tão separadas e o pau duro se agitava, batendo contra a sua barriga. Eu estava quase deitado sobre os travesseiro, equilibrando seu corpo, enquanto meu pau inteiro entrava e saia. Só de pensar em como era, eu podia até ver se apertasse os olhos, o jeito como ele me engolia para dentro de si, criando aqueles sons tão eróticos. Abocanhei seu mamilo e dessa vez ele realmente gritou e esmagou meu pau tão forte e no lugar de ser apenas prazeroso, foi um tanto doloroso.

Eu já o havia feito gozar inúmeras vezes e estava lhe fazendo gozar pela última vez neste momento exato. Seu corpo desabou sobre o meu, enquanto sua porra escorria por toda a sua ereção. Meus dedos entravam sem cuidado algum nas coxas finas e meus dentes massacravam meu lábio. Era impossível não derramar cada gota do meu prazer naquele cuzinho apertado.

Deixei meu corpo inteiro relaxar sobre a cama e minha respiração estava pesada junto com a sua. Meu namorado se ajeitou preguiçosamente na posição que ele dizia ser a mais confortável e com Yoongi ali nos meus braços, deitado em meu peito, tomei uma nova decisão. Pensar na palavra "fim", se tratando de nós dois, parecia absurdo. Nós nem mesmo tivemos um começo de verdade. Eu nem tive a oportunidade de mostrar a ele como era ser amado por mim... Quanto tempo mais eu teria que viver com medo? Se isso não ia durar para sempre, se em algum momento eu teria que me mostrar ao mundo, porque não quando eu podia tê-lo?

Normalmente, nesses momentos, eu sempre o enchia de beijos doces e lhe dizia que o amava, mas dessa vez eu pensei que eu não deveria apenas falar, eu deveria mostrá-lo e talvez assim eu conseguisse parar de machucar a nós dois e mantê-lo junto comigo.

— O que você vai fazer nesse final de semana?


Notas Finais


Acho que ele vai criar o caos 👀 vamos ver aushajdh Até o próximo


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...