História Não odeie Park Chanyeol - Era só amizade

         
O ano tinha começado como qualquer outro. Por ser o último ano, só me sinto cada vez mais animado para sair daqui e focar apenas no meu trabalho.

O restaurante dos meus pais é bem conhecido por aqui, apesar de ter tantos restaurantes chineses em Seul, ele se destaca. Sou um dos cozinheiros em treinamento e às vezes, quase nunca, ajudo o chefe, que é meu próprio pai, mas ele mesmo disse que assim que eu me formar me dará o título de sub chef. Então, eu só queria que esse ano passasse o mais rápido possível.

O ano anterior foi resumido em perdas, daquele que jurou me proteger do mundo, quando o maior perigo estava esse tempo todo ao meu lado.
Meu ex-namorado não era o exemplo mais claro de romantismo, pelo menos não o que ele se tornou. Como a maioria dos relacionamentos, no início é tudo maravilhoso. Mas depois de alguns meses, ele teve uma crise de ciúmes com meus próprios amigos. Foi simplesmente ridículo, toda a cena foi exagerada e muito constrangedora.

Ali eu comecei a perceber que as coisas estavam ficando preocupantes. Eu deixei passar, foi meu primeiro erro. Se acontece uma vez, pode acontecer sempre. Eu devia ter terminado logo com ele e não alimentado todo aquele problema. Logo depois coisas piores vieram.

Um relacionamento assim não é o mais saudável e quando eu percebi o que estava acontecendo realmente, terminei logo com ele. Ele não me batia, mas me constrangia. Não era nada alarmante até eu terminar com ele, de uma noite para outra, ele voltou e me bateu por ter terminado com ele. 

Eu me revoltei contra ele. Eu não tinha medo dele e não aceitava o que estava acontecendo comigo, como eu pude deixar as coisas chegarem a esse ponto!? Com toda certeza eu gostei de o ver pagar por tudo o que eu suportei. A prisão era a casa dele agora.

Esse relacionamento me fez enxergar que nem todos parecem ser o que realmente são.

Mas minhas estruturas ficaram completamente abaladas quando um garoto se juntou a nós. Sehun, é alguém diferente, talvez muito modernizado com pensamentos um tanto sofisticados. Sua aparência exuberante, sua personalidade quieta, de alguma forma chamou minha atenção.

Não demorou muito para que nos tornássemos mais próximos, mesmo com nossas diferenças, um sabia como completar o outro. Era estranho no início, pois eu já sentia que ele seria uma pessoa que passaria longos dias ao meu lado.

Nossa amizade ficou estranha quando ele me roubou um beijo, ele tinha acabado de acertar um field goal – um chute de longa distância. Não sei o que aconteceu direito, ele estava eufórico e de repente me puxou para um beijo.

Ele sem dúvidas beijava muito bem, tão maravilhosamente bem que eu não queria que acabasse nunca.

Após aquele beijo tentamos não tocar no assunto, e se ele estava quieto, ficou completamente mudo. Ele não falava mais comigo, tentávamos não demonstrar isso para o Baekhyun e o Soo, pois achávamos que não era nada de mais, e que logo essa aura esquisita entre nós passaria.
Não passou, naquele dia eu coloquei um casaco grosso e atravessei o campus para o encontrar na saída do seu treino. Me sentei na arquibancada, no mesmo lugar em que tínhamos nos beijado. Daquele ponto eu pude ver ele beijando outra pessoa. Uma das líderes de torcida.

Me senti incomodado, não porque eu gostava dele. Eu tinha uma consideração por ele, e achava que ele não estava falando comigo por eu ter o rejeitado. Esqueci de falar que, quando ele me beijou eu o empurrei depois de alguns bons minutos.

Eu pensei que ele gostava de mim, por isso tinha me beijado e que ficou mudo comigo porque eu o empurrei durante o beijo.

Empurrei porque estava muito surpreso e estávamos nos beijando na frente de todos. Eu gostava de mais privacidade, para ser claro.

Mas depois de ver ele beijando aquela menina, eu tinha consciência de que ele só estava querendo alguém para se divertir.

A ideia de ter sido ‘usado’ não me irritava. Eu estava na seca a muito tempo, para falar a verdade quase fiquei excitado com o beijinho que Sehun me deu. Eu também precisava me divertir, eu queria me divertir. E se Sehun parecia querer a mesma coisa, por que não?

Após o treino terminar eu o convidei para jantar comigo em um restaurante ali perto, conversamos um pouco, depois de dias aquela foi a primeira conversa decente que tivemos. Na saída do restaurante, eu o levei a um lugar mais escondido e o beijei. Foi um baita beijo, ele correspondeu e não me afastou como eu achei que faria.

Foi tudo tão rápido que depois de alguns minutos estávamos em seu quarto prestes a ter uma transa casual.

Ele começou carinhoso, o que me fez ter uma visão diferente dele. Seus toques delicados tocando a minha pele, a forma calma e cuidadosa que ele me deitou na cama. Tudo aquilo não passava despercebido por mim.

Seus beijos estavam trilhando um caminho invisível para o prazer, sua preocupação com meu conforto me tranquilizava.

– Você está bem? – ele perguntou quando introduziu o primeiro dedo em meu interior. Assenti rapidamente com a cabeça. Eu estava mais que bem.

Mais de seus dedos foram para meu interior, e quando eu estava mordendo o lençol para não gemer tão alto, ele se afastou e colocou a camisinha, passou lubrificante e entrou por completo em meu interior, mesmo não vendo, sabia que ele era grosso, sentia meu interior arder de tanto que se alargava. Queimava como inferno, mas eu tentava não transparecer, mordi e apertei o lençol abaixo de mim.

– Posso me mexer? – alisou minhas costas, até chegar a minha bunda e dar um leve tapa.

– Pode... – nem terminei de responder e um grito cortou minha garganta – Ah!... - Na primeira estocada ele acertou meu ponto doce. Pensei que ia desmaiar, se não fosse de dor seria de prazer. Por que eu senti as duas coisas. Suas investidas não paravam e eu já estava ficando sem ar por causa da posição que estávamos, ele acariciava a minha pele em carinho e eu só sabia enfiar a minha cara no travesseiro.

Eu não transava fazia meses e ele mesmo sendo carinhoso, doía muito. Não demorou muito para Sehun perceber meu incômodo, ele se retirou de dentro de mim, respirei fundo.

– Você quer parar? – passou a mão em meus cabelos. Eu achei essa ação tão fofa, ele estava sendo tão cuidadoso e eu estava fazendo corpo mole, sendo que já aguentei coisa pior. Fiz com a cabeça que não e falei:

– Vou sentar em você – nem acreditei o quão determinada minha voz saiu. Ele sentou apoiado na cabeceira da cama e segurou seu membro, que era grosso como imaginei. Antes de me sentar em seu colo, me aproximei do seu membro e o lambi, o olhando nos olhos. Ele mordeu os lábios inferiores e fechou os olhos, sorri satisfeito.

Coloquei minhas mãos em seus ombros, até pegar seu membro e direcionar até minha entrada, quando eu desci, apertei seus ombros e joguei a cabeça para trás, eu sentia tanta falta do prazer, eu estava com tanto calor que não demorei a erguer meu quadril e sentar com tudo, ele prendeu o gemido entre os dentes e eu não parei. Essa é minha posição favorita, parece que eu sinto menos dor quando estou nela.
As mãos grandes apertavam com força a minha cintura, me auxiliando nos meus movimentos. Estávamos cada vez mais rápido, quase chegando ao nosso orgasmo, eu já não prendia meus gemidos, queria mesmo que todos do corredor soubessem que eu estava tendo uma foda maravilhosa.

Tivemos que parar no susto. Alguém estava batendo na porta, olhei para ele assustado e ele me olhou da mesma forma. Os toques na madeira não pararam, elas continuam insistentemente. Resolvi me levantar, Sehun se levantou e também colocou uma calça de moletom para atender a porta. Me encostei na parede atrás da porta para me esconder.

– Posso ajudar? – Sehun disse assim que abriu a porta.

– Já são mais de 23:00 não pode fazer barulho! – um dos inspetores o repreendeu, mostrei meus dentes em um sorriso silencioso. Ele olhou de rabo de olho como se eu fosse o único culpado – Quem está no seu quarto? – o menino colocou a cabeça para dentro mas Sehun o impediu de me ver.

– O que é isso? Não pode entrar no meu quarto. Isso é invasão de privacidade – Sehun disse sério, assustando o outro menino – vou relatar isso ao seu superior!

– Não é necessário, só não faça tanto barulho novamente – ele disse e Sehun fechou a porta, tirou a calça, deixando seu membro pular para fora, prendeu a risada e depois me agarrou em um abraço, me tirando do chão.

– Você é muito escandaloso – falou em um tom divertido, segurando minha cintura e minhas mãos em volta do seu pescoço.

– Não tenho culpa, você faz muito bem... – mordi seu lábio, enrolando minhas pernas em sua cintura dando mais estabilidade.

Ele colocou seu pau dentro de mim na mesma posição. Segurou minhas coxas e levantou meu corpo para depois descer, apertei minhas mãos e me esfreguei nele tentando apressar mais a penetração, ele segurou minha bunda abrindo as bandas e estocando rapidamente.

Me deitou na cama mais uma vez e segurou minhas pernas na dobra dos joelhos, eu prendia meus gemidos com a mão sob a boca, seu membro entrava e saía rapidamente, revirei os olhos quando meu orgasmo chegou, levei minhas mãos até meu membro e espalhei o gozo pelo meu abdômen. Ele estocou mais umas vezes, antes de fechar os olhos e apertar minhas coxas, gozando dentro da camisinha.

Quando nossas respirações voltaram ao normal ele saiu de dentro de mim jogando a camisinha fora, segurou minha mão e nos direcionamos para o banheiro, ele ligou o chuveiro e fomos juntos para debaixo da água.

Suas mãos passearam pelas minhas costas quando ele sussurrou:

– Vamos ser amigos coloridos? – a primeira coisa que eu pensei era que isso não daria certo. Isso só existia em filmes. Mas eu queria arriscar, do que adiantaria dizer não? Eu ficaria na seca novamente. Eu poderia ter um sexo casual e uma boca para beijar quando eu quisesse. Era tudo que eu precisava.

– Vamos ser amigos coloridos.

Na primeira oportunidade contamos para os meninos, eu não gostava de esconder nada deles, me sentia pressionado em esconder qualquer coisa, eu tinha muita consideração com eles. Não sei se eles já desconfiavam ou não, mas a reação deles foi um pouco engraçada, principalmente a do No. Aquele garoto é muito precioso.

Ficamos assim alguns meses, o relacionamento entre nós dois funcionava e isso não nos impedia de conhecer pessoas novas, não éramos presos um no outro. Transávamos quando sentíamos vontade e nos beijávamos quando queríamos. Nada poderia ser mais perfeito do que isso, até que Sehun vem com a ideia de namorar comigo, tudo o que eu não queria.

O que tem de errado em pedir a pessoa que eu amo em namoro? Não tem nada de mais nisso. Mas Luhan parece que teve um surto que nem um louco quando eu lhe pedi em namoro. O que tem de tão ruim nisso? Ele só quer continuar transando, é isso? Eu não sei. Eu não o entendo mais. Aos poucos ele está virando um estranho.

Os dias passavam devagar, normalmente quando eu pensava muito não gostava de falar com ninguém, eu já era quieto, então quando eu passava por alguns problemas fico mais calado do que nunca. E por causa disso Luhan acha que eu estou o ignorando, talvez eu estivesse mesmo. Eu tinha sido rejeitado, rejeitado! Com um frio, rude e alto “Não”. A ideia de me namorar parecia tão assustadora para o Luhan desse jeito? Para ser sincero eu estava magoado, ele é o cara mais bonito e interessante com quem me envolvi.

No início do nosso acordo de amizade colorida, não estabelecemos regras. Apenas agíamos como queríamos e quando uma coisa não agradava o parceiro falávamos, nunca falamos sobre proibir beijos e negar sentimentos. Pensei que estava tudo bem dar outro passo, mas pelo jeito era o que Luhan menos queria.

Eu estava deitado na minha cama quando ouvi a porta bater, levantei meu olhar para a porta e notei que era Luhan, continuei na mesma posição e voltei meu olhar para a tela do meu celular.

– Preciso falar com você... – Luhan falou baixinho e se sentou na ponta da minha cama.

– Estou ouvindo – disse simples. 

– Pode sentar e me ouvir? – me sentei na cama e o olhei – por que está agindo assim?

– Eu que te pergunto Luhan. Por que agiu daquela maneira? Se não queria nada comigo era só dizer, agora, lembra do jeito que você falou comigo? – ele abaixou a cabeça – Você parecia um louco descontrolado, não entendi nada.

– Me desculpe, tá bom? Eu entrei em desespero, você tinha planejado tudo tão bonitinho e eu estava nervoso com o que você ia me dizer. Eu não sabia que você ia me pedir em namoro, pensei que estávamos bem do jeito que estava.

– Por isso mesmo que eu te pedi em namoro, estávamos tão bem que pensei que era o momento certo para darmos o próximo passo – me aproximei tocando em sua mão, ele apenas apertou minha mão com força e com a outra tampou seus olhos enquanto chorava. Ele estava parecendo muito sensível e vulnerável, permite me aproximar dele e o abraçar – O que está acontecendo?

– Eu vou te contar e espero que me entenda – falou sem me olhar, depois de alguns minutos em silêncio meu peito batia em ansiedade, para saber o que estava acontecendo com aquele baixinho, ele afastou sua mão do rosto e pude ver o quão debilitado ele parecia estar.

– Han...

– Eu tenho medo! – Disse me interrompendo, o olhei sem entender.

– Medo de quê? – ele abaixou o rosto e separou nossas mãos que estavam entrelaçadas – Você está com medo de mim? É isso? – uma indignação subiu a minha cabeça, eu não podia acreditar nele. Me dá vontade de rir, como ele pode ter medo de mim? Eu que nunca nem levantei meu tom de voz para ele – Eu não acredito nisso Luhan... – Me levantei e andei alguns passos em um círculo invisível pelo quarto.

– Deixa eu explicar direito. Não fique bravo, estou apenas sendo sincero – ele se levantou e puxou a manga do meu moletom para que eu voltasse a me sentar na cama – Eu tenho medo, não necessariamente de você – respirei fundo me permitindo me acalmar um pouco – Eu tenho medo de ter um relacionamento, eu já te contei a história sobre o meu ex, eu pensei que estávamos em um lance sem compromissos, então do nada você me pede em namoro. Eu fiquei surpreso.

– Tão surpreso que disse não.

– Eu quero ser sincero com você, Sehun. Já faz tempo, mas eu ainda lembro de tudo o que aconteceu – Suas mãos finas se encontraram com o meu rosto – Eu gosto muito de você, muito mesmo. Mas acho que devemos...

– Deixa eu cuidar de você, eu serei alguém que sempre estará de braços abertos para lhe dar um abraço e lhe proteger – coloquei minhas mãos em seus braços e aproximei nossos rostos até que nossos narizes se tocassem – por favor, não me peça para que eu me afaste. Só me dê uma chance para fazer essa memória ruim se tornar indiferente ao que vamos viver juntos.

– Sehun...

– Só uma chance, Luhan. Eu não sou igual a ele, eu vou proteger você e dar o meu melhor para fazer seus dias felizes – encostei meus lábios aos seus e senti sua respiração pesar – Eu prometo Luhan – nossos olhos se encontraram e eu os vi brilhar, depois de um poucos segundos ele me deu a resposta para qual eu tanto esperava.

– Eu acredito em você, então tudo bem. Eu aceito namorar com você – soltei um sorriso soprado e o vi fazer o mesmo até nossos lábios se firmarem um no outro.