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História Não se apaixone por Kim Jongin - Lembrado


Escrita por: jonginner

Notas do Autor


Então, você acredita em milagres?

Antes que vocês tentem me matar por ter sumido à, o que? 1 ano? Eu juro que tenho uma boa justificativa. Vejam bem, meus amores, essa história, ela estava lindamente escrita e finalizada, meu trabalho seria apenas postá-la aqui em atualizações de capítulos que ocorreriam de semana em semana. Porém, assim como no título do meu primeiro capítulo, Lei de Murphy atuou sobre minha vida, num grau, que gente... Meu computador, ele morreu e levou com ele todas as minhas histórias. Todos os meus bebês. Eu fiquei tão triste que me desmotivei a continuar.

Mas aí decido abrir o socialspirit, pra ver se ainda valia a pena ou não continuar, e eu vi os comentários. Essa história alcançou 80 indivíduos que acreditaram em mim, e eu estou em dívida com essas pessoas. Então vou dar seguimento a essa história, mesmo com as inseguranças, com o medo de dar uma merda, vou me jogar aqui e seja o que Suho quiser. Amém.

Não vai ser igual ao que era antes, mas tá aí com todo o coração e o meu medo.

Boa leitura.

Capítulo 2 - Lembrado


 

Os olhos de Sehun estavam presos no relógio acima da lousa. Pareciam ser os 10 minutos mais longos de toda sua vida.

Já tinha respondido todos os exercícios passados em sala, e todos os exercícios que ficaram para fazer em casa. Já tinha aberto seu estojo e contado todas as suas 5 canetas, 2 lápis, 1 borracha e 1 apontador, duas vezes.

Já tinha feito rabiscos na última folha de seu caderno — e agora entendia porque sua mãe não quis lhe colocar em uma aula de desenho aos 10 anos. Nem por um milagre ele conseguiria aprender a desenhar.

Mas ao contrário do que muitos pensam, Sehun não estava entediado.

Desesperado o descreveria melhor.

Desde que Jongin sentara do seu lado, Sehun ficou uma pilha de nervos e só ousou olhar apenas duas vezes em direção ao moreno.

A primeira vez foi quando o mesmo lhe disse um “bom dia”, que Sehun apenas respondeu com um leve aceno de cabeça — pois se abrisse a boca provavelmente sairia algum som estranho e esganiçado.

E a segunda foi quando, por curiosidade, resolveu olhar para o garoto que descansava a cabeça em cima da carteira — porquê simplesmente não acreditava que podia haver tanto sono em uma só pessoa. Porém, para seu infortúnio, apenas encontrou Jongin o observando de volta com curiosidade.

Sehun só percebeu que havia prendido a respiração quando quebrou o contato fingindo-se ocupado demais com o cálculo, já terminado, em seu caderno. Mas a sensação de estar sendo observado não o abandonava, Sehun podia sentir o peso dos olhos de seu colega em seus ombros.

Quando finalmente o sinal anunciando o fim da aula tocou, Sehun agradeceu por Jongin ter praticamente voado para fora da sala e seu coração de acalmou por um tempo, até lembrar-se que era intervalo e que ele era um aluno novato.

Não importava quantas vezes passasse por isso, ele sempre ficaria nervoso.

Antes mesmo de atravessar as portas do refeitório, o burburinho dos alunos conversando misturou-se ao burburinho no estomago de Sehun  — e não era de fome. Ele realmente pensou em apenas pular a refeição, não tinha apetite e, de qualquer maneira, dentro de alguns meses aquelas pessoas só se tornariam vultos do seu passado.

Mas antes mesmo de girar os calcanhares para ir embora, uma mão abraçou animadamente seus ombros, o sobressaltando.

 — Vamos novato! Não vai querer enfrentar fila logo no seu primeiro dia não é mesmo?

Sehun encontrou-se encarando um menino mais baixo que si (novidade) sorrindo animadamente. Atrás dele tinha o líder de turma, Suho, ao lado de outro cara realmente alto, talvez até alguns centímetros a mais que ele mesmo (agora isso sim era novidade).

— Baekhyun, o que eu disse sobre ser simpático?

— Mas eu fui simpático – o tal Baekhyun olhou para Suho, depois piscou os olhos para o cara mais alto — Não fui, Chanyeol?

— Sim você foi simpático, exageradamente simpático.

A ênfase no “exageradamente” simpático era mais que uma indireta para Baekhyun, que não pareceu se importar pois apertou ainda mais o braço nos ombros de Sehun, que teve que se curvar um pouco por causa da altura, enquanto o menor falava animadamente o cardápio do dia como se os dois fossem amigos de longa data. Sehun tentou fingir que não estava afetado com a proximidade do estranho. Afinal, quem fica confortável com alguém que não conhece lhe abraçando pelos ombros?

— ...e vai por mim, nunca, jamais, em hipótese alguma chegue perto do purê de repolho, fui claro?

Sehun limitou-se à apenas acenar com a cabeça, consciente dos olhos curiosos e os cochichos direcionados a si enquanto atravessavam o refeitório.

Em menos de 5 minutos nem se lembrava de como veio parar na mesa cercado por cinco pessoas, incluindo Suho, Baekhyun e Chanyeol. Os outros dois se apresentaram Jongdae e Minseok, e todos eram do último ano. Sehun reconheceu Jongdae de mais cedo, em frente ao armário com o tal de Kris Wu, o gigante loiro de dentes perfeitos, e o outro baixinho mal-encarado ainda desconhecido.

Sehun tentava ficar neutro em toda a conversa, cutucando aqui ou ali a comida em seu prato, sem realmente comer. Nunca fora de se socializar muito, respondia vez ou outra com respostas curtas e diretas. Eram as mesmas perguntas de sempre: “Quantos anos você tem?”, “Por que decidiu se mudar para cá?”, “Qual a cidade em quem você morava” e por aí vai.

Essas perguntas não o incomodavam mais como antes, suas respostas sempre vinham automaticamente.

— Eu morava em Sokcho antes de meu pai ser realocado para cá.

Todos soltaram um coro admirado, antes de lhe afogarem com perguntas novamente.

— Ei, Sokcho é uma cidade turística né? — Jongdae perguntou cutucando as sobras de sua refeição — Não devia ter muitos lugares para ir se divertir.

— Se divertir? — Sehun perguntou confuso com qual era a ideia de diversão do garoto.

Se Sokcho era uma cidade turística, então, seguindo a lógica, o que mais teria era lugares para se divertir. Mas Sehun segurou a língua, não queria ser impertinente logo no seu primeiro dia de aula.

Suho soltou um suspiro audível.

— Oh, vamos Jongdae, não comece. É apenas segunda-feira, início do semestre letivo.

— Exatamente por isso. Início do semestre letivo, as provas estão a quilômetros de distância, pouco dever de casa para fazer, e Sehun quer conhecer a cidade... — sorriu de lado, com um tom sugestivo.

Sehun não queria nada, não senhor. Só de imaginar em um lugar lotado de pessoas já sentia-se em pânico.

— Nada de festas, Jongdae — o líder de turma respondeu em tom definitivo.

— Careta — rebateu o outro, enfadado.

Depois disso a conversa direcionou-se para coisas cotidianas, as quais Sehun ficou avulso em todas elas. Baekhyun falava animadamente sobre suas férias na casa de sua avó, Chanyeol permanecia com a cara enfiada no celular e Suho tentava dar atenção ao relato de Baekhyun, já que Minseok e Jongdae nem disfarçavam o quanto estavam entediados.

Sehun já tinha desistido de comer, afastando seu prato para longe, e estava realmente tentado a dar uma desculpa qualquer para abandonar a mesa quando um vislumbre de cabelos negros chamou sua atenção.

Kim Jongin atravessava o refeitório enquanto a conversa ao redor cessava e cochichos iniciavam-se.

— Nossa, esse semestre é de mudanças mesmo. Kim Jongin comendo no refeitório — o comentário de Minseok chamou atenção de Sehun.

Todos acompanhavam o moreno sentar-se em uma das mesas afastadas próximo às janelas. O rapaz não parecia incomodado com todos os olhares sobre si, enquanto desembrulhava calmamente seu sanduíche e sorvia uma latinha de Coca-Cola.

Era como se fosse a coisa mais normal do mundo, ou como se as outras pessoas fossem invisíveis.

— Mas que droga! — uma voz gritou perto de Sehun, que quase pulou da cadeira, mas rapidamente se recompôs — Não acredito que Kim Jongin estragou minha chegada no refeitório. Era para todos estarem olhando para mim.

— Eu estava mesmo me perguntando onde esse babaca estava — Baekhyun comentou ironicamente olhando para Kris Wu — Realmente já são quase meio-dia e você ainda não tinha aprontado nada, demorou tempo demais se olhando no espelho?

— Me poupe de suas piadinhas, Baekhyun — Kris falou enquanto puxava um assento ao lado de Sehun e lhe sorria de lado — Olá gracinha.

— Hm, olá? — respondeu Sehun incerto.

Logo Baekhyun levantou-se, trazendo sua cadeira consigo e colocando-a entre Sehun e Kris.

— Você — Baekhyun apontou um dedo para Kris — Nem ouse pensar em tocar em Sehun.

Kris apenas riu de leve e piscou o olho para Sehun, antes de olhar para os outros da mesa.

— Então como foram as férias pessoal? — perguntou, mas sequer deu chance dos outros responderem — Bom, as minhas foram realmente cansativas, tive dois photoshoot para fazer e tive um problema com agências. Veja bem, minha agência é realmente boa, mas recebi uma proposta de outra agência e...

— Meus ouvidos estão sangrando — Jongdae comentou.

— ... eu realmente pensei “o cachê dessa daqui é mais em conta”, então falei com meu manager e ele disse que a decisão só cabe a mim. Às vezes eu queria ter nascido um pouco menos bonito. É cansativo ter que decidir essas coisas sabe.

— E de passar vergonha, tu não cansa não? — Baekhyun pergunta.

 Kris pouco se incomodou com as risadas que se contagiou quase todos na mesa, ocupando-se em comer sua refeição e retomar sua conversa normalmente.

— Sehun qual sua próxima aula? — Suho pergunta gentilmente.

— Química I.

— Falta 8 minutos para o intervalo acabar — Suho checa seu relógio — Quer conhecer um pouco da escola?

O garoto concorda e rapidamente se despede de todos da mesa, seguindo o líder de turma. Suho lhe mostra o corredor onde fica a coordenação e sala dos professores, o que Sehun agradece mentalmente pois mais tarde ainda tem que passar na coordenação para pegar seus livros.

— Como eu disse mais cedo aqueles portões levam em direção a quadra de esportes — Suho apontou — E as portas nas laterais são referentes aos vestuários masculino e feminino.

Depois de dobrar em mais alguns corredores e conhecer algumas salas, Suho para ao pé de uma escada.

— Bom não vai dar tempo para mostrar tudo, mas resumido, lá em cima — Suho aponta para a escada — Ficam os auditórios e algumas salas práticas do Teatro. Sua próxima aula fica naquela sala que acabamos de passar, você decorou?

Sehun assente.

— Bom, eu tenho que ir para minha aula agora — Suho fala coçando a nuca —  E, ei, desculpe pelos caras lá mais cedo no refeitório...

— Não, o que é isso, não tem o que se desculpar — Sehun responde rapidamente agitando as mãos em frente ao corpo, mas Suho continua.

— Baekhyun é um pouco exagerado em suas ações quando está empolgado e quanto aos outros caras, eu juro que são gente boa também. Só queríamos fazer uma boa recepção.

— Eu sei, não se preocupe com isso — Sehun sorri sem graça, um pouco tímido — Eu agradeço pela companhia.

Suho lhe sorriu sincero.

— Bom, então sinta-se à vontade para sentar conosco amanhã novamente.

Sehun agradece e se despede sentindo-se confortado por terem se preocupado em recebe-lo bem. Mas assim como o sentimento de conforto chegou, ele foi embora. Sabia que todos ali seriam apenas uma lembrança para ele e, se tivesse sorte, talvez eles se lembrariam de Sehun.

                                                                             

     ~♡~

 

A primeira pessoa que Sehun avistou ao entrar na sala foi um rapaz de estatura baixa. Aliás, apesar do tamanho, era impossível não notá-lo pois assim que entrou na sala seus olhos o perfuraram com curiosidade. Esse era o outro amigo de Kris e Jongdae.

Sehun sentou-se na fileira mais distante, próxima a parede. Sacou seu celular do bolso para matar o tempo até o professor entrar em sala e para se distrair de ser a nova atração da sala.

Aos poucos a sala foi enchendo com zumbido crescente de vozes, e Sehun havia se distraído olhando o feed do instagram, quando uma mochila em cima de sua carteira o assustou a ponto de quase derrubar seu celular.

Kim Jongin estava sentado ao seu lado e Sehun não sabia se estava com o coração acelerado por causa do susto ou por causa da presença do garoto  — que simplesmente debruçou-se sobre a mochila e fechou os olhos.

Será que esse garoto sofria daquela síndrome do sono? Sehun recordasse de ter assistido na TV uma vez, as pessoas passam mais tempo dormindo que acordadas.

E olhando ao redor da sala, ainda haviam três carteiras, com ambos os assentos desocupados, por que diabos ele quis se sentar junto a Sehun?

“E por que diabos eu estou me preocupando com isso?” Sehun se perguntou mentalmente.

— Boa tarde alunos — sua atenção foi desviada ao professor que entra em sala a passos largos, descansando os livros em cima de sua mesa — Hoje vamos começar o estudo da estequiometria, que é um assunto bem fácil e será tema da primeira avaliação.

Em poucos minutos Sehun se vê encarando o quadro cheio de formulas e mais formulas, com certeza de que tudo ali naquele quadro, sem sombra de dúvidas, era o rascunho do inferno.

Assunto bem fácil uma ova!

E apesar de já estar se preocupando em como enfrentaria aquela matéria, vez ou outra seus olhos buscavam o garoto ao seu lado, que continuava dormindo. Se ele prestando atenção estava difícil, imagina para seu colega que estava praticamente em coma. Fora que já faziam um bom tempo que percebia o olhar do professor em direção a sua carteira.

Receoso, Sehun o cutucou levemente. O garoto remexeu-se levemente, para apenas voltar a dormir.

Sehun suspirou.

Kim Jongin-ssi — Sehun sussurrou — Kim Jongin-ssi, por favor acorde.

Nada.

Vai entrar em apuros se não acordar — Sehun o cutucou novamente com a caneta — Ei, Kim Jongin-ssi-

— Mas que droga! — Jongin resmungou em tão alto e bom som que Sehun deixou a caneta em sua mão cair.

A sala permaneceu em silêncio.

Sehun encarava Jongin assustado, o moreno tinha uma carranca no rosto ao fitá-lo. Mas assim que olhou ao redor, percebeu que todos o estavam olhando para ele. Limpou a garganta e rapidamente endireitou-se.

— Desculpe, não consigo resolver a questão — rapidamente consertou. Sehun o encarou ainda mais em descrença.

Todos voltaram a prestar atenção no que o professor retomava a escrever no quadro.

— Aqui — a mão de Jongin surgiu a sua frente segurando sua caneta.

— Valeu — Sehun respondeu sem sequer olhar para o colega e retomar suas anotações.

Um pigarro foi ouvido ao seu lado.

— Eu, hm... Me desculpe por gritar — Jongin falou quase num sussurro, e Sehun o encarou se perguntando se aquele cara era o mesmo daquela manhã, que passou uma cantada na professora de Física — É que geralmente quando eu durmo, eu-

— Não tudo bem — Sehun o corta — Eu sei que ninguém gosta de ser perturbado enquanto dorme.

Jongin sorri sem graça.

— Mas obrigado por me acordar.

— Não há de que — Sehun responde e volta seu olhar para o quadro, onde nesse meio tempo que conversou com Jongin o professor preencheu metade do quadro só com a resolução da segunda questão.

Oh, merda. Praguejou mentalmente enquanto voltava a copiar com um leve desespero.

— Ei, Sehun

Sehun quase derruba sua caneta de novo quando seu colega chama seu nome. 

E informalmente.

E Sehun não devia ter gostado em como seu nome soou em sua voz.

Espera, como ele sabe meu nome?

— Sim?

— O professor copiou muita coisa enquanto eu dormi?

— Quanto você define como “muita coisa”? Porque ele copiou umas oito páginas, se não me engano — Sehun responde enquanto checa as folhas do caderno.

— Acho que isso é uma boa definição para “muita coisa” — Jongin responde com humor — Eu posso copiar depois? Digo, depois da aula. Quer dizer, eu sei que essa é a última aula, provavelmente você vai para casa e...

Jongin começa a se embolar todo com as palavras. Sehun acha adorável.

— Eu tenho que passar na coordenação depois, para pegar meus livros. Acha que pode copiar nesse meio tempo?

— Sim, muito obrigado! — Jongin lhe sorriu e Sehun voltou a prestar atenção no quadro com um fantasma de um sorriso em seu rosto.

Sehun podia até não ser lembrado, mas o sorriso de Jongin, isso era algo que ele se lembraria.

           

"As pessoas entram e saem de nossas vidas,
algumas passam despercebidas,
outras deixam sua presença em nossa memória,
outras em nosso coração."

 

 


Notas Finais


E não se deixem enganar por um Kim Jongin fofíneo. Lembrem-se do aviso: Não se apaixone por Kim Jongin!

Espero que tenham gostado do capítulo. Se desgostaram, tudo bem gente. Obrigada pela leitura e pela paciência.
Vejo vocês em breve! ♡

P.S: se tiver algum erro, pelo amor de Suho, perdão. Vou revisar quando as palavras voltarem a fazer sentido na minha cabeça.


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