História Não Serei Parte de Um Clichê. (Taekook) - Louder Than Bombs.

"Sua tristeza silenciosa
Me sacode
No meu calmo mar
As ondas sobem de tempos em tempos

Mais alto que bombas, eu quebro
Todas as dores que caem
O rosto que você fez
Desde que eu aprendi que era isso que significava
Mais alto que bombas, eu quebro."

— Então ele vai receber alta? 

— Sim. Como já está com gesso pode ir para casa. Não se esqueça de que ele não pode fazer esforço. Sem subir escadas ou exercícios físicos. — disse a voz desconhecida — A enfermeira já agendou uma consulta daqui a duas semanas. É obrigatório se quiser que ele fique bem. 

Taehyung não tinha ideia de onde estava. A cama era dura demais para ser a sua. Sua cabeça parecia que iria explodir, além de não conseguir mover nenhuma parte do corpo. 

— Ele acordou! — falou uma voz feminina — Santa Guacamole, você está bem? 

Ele abriu os olhos fazendo esforço. A garota estava abaixada perto de sua cama, era um quarto de hospital. 

— O que aconteceu...? — ele perguntou. 

— Bati meu carro em você. Seu joelho está quebrado. Provavelmente tentou se defender. Algumas semanas de imobilização e ficará novinho em folha... — ela choramingou — Me desculpe. Meu nome é Hwasa, sou assistente da faculdade de esportes. 

— Oh... 

— Não precisa se preocupar, já cobri todas as despesas. Eu estava no telefone, não vi você passando. Pode prestar queixa se quiser, vou entender. 

— Se não tenho que pagar — ele tossiu — então não vejo motivos para queixar, Seonbae... 

— Oh, que maravilha! — ela sorriu — Vários de seus amigos estavam te esperando. Já está tarde, só seu namorado ficou. 

— Namorado? — franzir seu cenho fez com que seu rosto doesse. — Eu não tenho... 

— Ah... Eu pensei que... Bem, ele chorou o dia todo... E você chamou o nome dele quando estava dormindo... Esqueça que eu disse isso. — Hwasa limpou a garganta — Escute, querido, seu amigo disse que te levaria para o dormitório. Dei meu número a ele caso precise de qualquer coisa. 

— Obrigado, Seonbae. 

A mais velha ajudou Kim e com assistência de uma enfermeira ele se vestiu. Hwasa empurrou sua cadeira de rodas até o Hall de espera. Uma figura rápida saltou de sua cadeira e correu até a dupla. 

— Taehyungie Hyung! Você está bem! — Jungkook comemorou passando a mão em seu rosto — Achei que tinha morrido por minha causa! Tinha sangue, você estava desacordado, chamei a ambulância mas-

— Jungkook. — Taehyung pegou na mão do outro com um pequeno sorriso — Estou bem. 

— Então eu vou indo. — Hwasa se despediu — Lembre de me ligar na próxima consulta, Taehyung! 

Ele acenou enquanto a garota sumia no escuro da noite. Jungkook levou a cadeira de rodas até o carro, depois entregando suas muletas. 

— Você ficou aqui o dia inteiro? 

— Fiquei. — Jeon murmurou enquanto guardava a cadeira no porta malas — Estava me sentido culpado. Uma ótima desculpa para faltar aula. 

— Então não estava preocupado comigo? — ele o encarou. 

— Hm. — Jungkook quebrou o contato visual — Só porque estava atrás de mim. Se fosse outra pessoa não teria ficado. 

— Obviamente. — Taehyung falou — Mas não entendo. 

— Não entende o que? 

— Porque estava correndo. — ele falou — Quando me viu baixou o espírito do Barry Allen...

— Eu tinha esquecido meu celular no banheiro. 

— Então como chamou a ambulância? 

— Com o celular da Seonbae! 

— Já pegou ele de volta? 

— Sim. 

O mais novo engoliu o seco. 

— Está mentindo para mim, Jungkook? — o rosto de Taehyung estava tão perto de seu ouvido que ele conseguia sentir sua respiração em suas bochechas. Ele corou. 

— Claro que não...! 

— Entendi. — se afastou sorrindo de lado enquanto o outro hiperventilava — Está com vergonha por causa de hoje de manhã, não é? 

— Não sei do que está falando... 

— Não tem problem, guardo seu segredo... — Taehyung riu nasalmente — Só me pergunto quem conseguiu te deixar daquele jeito no sonho. 

Jungkook freiou repentinamente. 

— Chegamos! 

— Eu ia pedir para alguém do primeiro andar trocar de quarto com a gente, por causa do seu joelho. — Jungkook abriu a porta — Mas ninguém quis. 

— Não tem problema. — ele falou — Ainda posso me virar. 

— Nada de esforços! — Jeon exclamou — Quero dizer, isso é problema seu, só foi o que o médico disse. 

— Ainda tenho que trabalhar. 

— Você não pode mostrar um atestado para o seu chefe? 

— Onde eu trabalho não tenho esses mimos, Jungkook-ssi. — ele suspirou. 

— Então me deixe te dar uma carona. Já vou te levar até sua facul... 

— Não preciso de um motorista. — disse seco. 

Ele se sentou em sua cama, estático. 

— Desculpe. — Kim abaixou a cabeça — Não estou acostumado... A viver de favores. 

— Está tudo bem pedir ajuda as vezes, Hyung. — Jungkook se sentou ao lado do garoto — E vamos dizer que eu te devo essa. Está assim porque foi atrás de mim, já disse. 

— Hm... — ele tirou a franja de seus olhos — Então está livre para mim nas próximas seis semanas? 

— Depois podemos voltar ao normal. 

— E sua namorada? — ele perguntou — Não vai sentir falta de seu galanteador? 

— Rosé não é minha namorada. — balançou a cabeça — Agora, vamos. 

— Vamos aonde? 

— Tomar banho. Você não vai conseguir sozinho. 

— Tenho certeza que consigo. 

— Mas não pode molhar o gesso. É difícil. — ele insistiu. — Já quebrei vários ossos, sei como funciona. 

— Kook, eu sou aluno medicina. 

— Não reclame! Quero te ajudar! — Jeon exclamou — Tire a roupa... 

Taehyung se virou de costas, tirando a blusa e seus shorts. 

— Está com vergonha de mim, Tae-Hyung? 

— Não. — ele se virou e chegou mais perto — Só achei que seu "eu" hétero poderia ficar ofendido. 

Jungkook engoliu o seco, focando sua mente. Se ajoelhou aos pés do mais velho, colocando o plástico que a enfermeira havia dado em volta do gesso. Ficava difícil de se concentrar ouvindo a respiração pesada de Taehyung e que sua cueca parecia apertada. Sua mente vagava até o sonho de horas atrás, então ele fechava os olhos tentando tirar a imagem da mente. 

— Vamos. — ele usou suas mãos para levantar o mais velho. Por um segundo, Jungkook se pegou perguntando como ele conseguia ter músculos se não fazia nenhum exercício. Talvez seja uma péssima hora para perguntar. 

Ele colocou um pequeno banco no canto oposto do chuveiro e ligou a água. Depois tirou sua blusa e ajudou Kim a se sentar. 

— Jungkook-ssi — ele disse — Você falou para os nossos amigos o que aconteceu? 

— Falei — ele não olhava em seus olhos — Todos ficaram no hospital até umas duas horas atrás. Yoongi Hyung disse que avisará a sua família. 

O mais velho se calou por alguns segundos. Ele não tinha um responsável. Então usou suas longas mãos para pegar nas costas de Jungkook e trazê-lo para perto. 

— Vai se molhar. 

— Eu tomo banho depois. — ele limpou a garganta, ligando o chuveiro menor. 

— Jungkook-ssi... — Ele disse com uma voz mais rouca que da última vez, por trás de sua nuca — Tem certeza que não está fazendo isso para provar a si mesmo que não se sente atraído por mim? 

Ele instintivamente ligou a torneira, encharcando o outro. Taehyung riu e removeu a franja dos olhos. 

— Muito cedo para piadas? 

— Se concentre em lavar sua catinga. — ele colocou shampoo em sua cabeça. — Me desculpe pelo que aconteceu. 

Kim respirou fundo, olhando nos olhos do mais novo. As gotas de água escorriam por ambos os corpos quentes. 

— Já esta perdoado.