1. Spirit Fanfics >
  2. NATIESE - Uma patricinha em minha vida >
  3. Capítulo 75

História NATIESE - Uma patricinha em minha vida - Capítulo 75


Escrita por: LeninhaMiller

Capítulo 75 - Capítulo 75


Fanfic / Fanfiction NATIESE - Uma patricinha em minha vida - Capítulo 75

            — Sim, Maria. Lanna Almeida em pessoa!

            — Não posso acreditar! Eu estava esperando por outra pessoa.

            — Sim, eu sei. O Lino Almeida do Facebook, não é? — perguntou ela sentando-se na outra cadeira de frente a Maria.

            — Sim. Cadê ele?

            — Ele, na verdade, sou eu!

            Maria arregalou os olhos nessa hora. Nunca tinha visto a mãe das meninas pessoalmente, apenas por porta-retratos, que Sérgio Smith fazia questão de deixar bem guardados em uma caixa dentro do guarda-roupa para as filhas não verem. Com o passar do tempo, Lanna mudou muito. A sua pele não era mais brilhante como antes e o corpo estava bem magro. E os cabelos ficou no estilo Chanel.

            Enquanto Maria ainda tentava entender aquela loucura, Lanna pegou um cigarro em sua carteira. No entanto, antes que o acendesse, o garçom a impediu.

            — Senhora, aqui não pode fumar.

            — Ok. Desculpe. — disse ela guardando o cigarro de volta na carteira. — Que restaurante chato, hein? Além de pagarmos uma fortuna em uns pratos que nem enchem a barriga direito, não nos deixam fumar um cigarrinho.

            — Mas estão certos. Ninguém é obrigado a comer e sentir a fumaçona de cigarros dos outros. — disse Maria um pouco irritada com a presença da mulher — Sem falar que faz muito mal para a saúde.

            Lanna deu uma risada.

            — Você é muito divertida, Maria.

            — Obrigado, Lanna. — agradeceu Maria ironicamente — Mas vamos ao que interessa... Por que se passou por um homem para me trazer até aqui nesse restaurante?

            — Maria, vamos com calma. Faremos o pedido e conversaremos sobre isso em seguida. Está bem?

            — Ok, como preferir.

            Lanna fez questão de escolher o prato principal, que seria um escondidinho de bacalhau e um vinho para acompanhar. Depois do garçom ter saído com o pedido, a mulher recém-chegada voltou o olhar para Maria, que ainda se encontrava surpresa com aquela situação inusitada.

            — Olha, Lanna, só queria deixar bem claro que não é disso que eu gosto.

            — Como assim, Maria? Do que está falando?

            — Ora, você marcou um encontro comigo.

            Lanna sorriu novamente.

            — Não, Maria. Eu posso te explicar tudo...

            — Pois explique, porque isso está me deixando confusa. Para começar, quero que me conte como sabia sobre mim. Nós nunca nos vimos.

            — Mas você sabe quem eu sou, não é?

            — Sim. A mulher que deixou duas filhas para o meu patrão cuidar.

            — Maria, olha... Eu fui embora, sim, não nego. Quando me envolvi com o Sérgio Smith, eu era muito nova. Tanto é que tive a Natalie com dezoito anos, depois foi a Laura... Só que eu não me via sendo uma dona de casa, cuidando de filhos, sabe? Eu sempre fui muito livre. A minha mãe morreu no meu parto, e o meu pai se mandou quando eu nasci. Só teve o trabalho de comê-la e mais nada. A partir daí, fiquei morando na casa da minha tia. Ela era a dona da casa de mulheres em que o Sérgio me conheceu. Nisso, minha tia foi me envolvendo com esse negócio, disse que eu ganharia dinheiro fácil e tal... E como não tínhamos outro jeito de sobreviver, comecei a vender o meu corpo.

            Maria suspirou.

            — É difícil de entender, Lanna. O Sérgio Smith te tirou desse lugar e você não o valorizou.

            — Eu sei, Maria. O Sérgio é um homem muito bom. Mas a verdade é que eu não estava pronta para viver uma vida com ele, porque não estava tão apaixonada.

            — Foi por isso que continuou o traindo?

            — Sim. Ele te contou, não é? A Laura não é filha dele.

            — Sim, me contou. A Natalie até ouviu ele dizer isso a mim. Agora está sem saber se conta ou não para a Laura.

            — Eu não contaria. O Sérgio já é um bom pai para ela. Agora o pai dela mesmo de verdade, morreu de bala perdida aqui no Rio antes de eu ir embora para São Paulo.

            — Entendi... É triste. A Laura é uma menina muito boa, Lanna. Não merecia saber de uma coisa como essa. Mas a decisão é do Sérgio.

            — Sim. Espero que ela entenda se ele contar.

            — Mas quero saber... Como sabe sobre mim?

            — Eu fui embora para São Paulo e acabei perdendo o contato com o Sérgio. Até tentei ir na casa dele, mas tinha se mudado.

            — Sim. Segundo ele, a casa tinha recordações sobre você. Então se mudou para uma mansão, onde vive até hoje.

            — Eu sei... Eu estava até desistindo de encontrar vocês, mas a umas semanas atrás, vi uma foto na revista “Empresas de sucesso” falando sobre a loja dele, a “Smith Pop” e tinha uma foto que tinha você, as minhas filhas e o Sérgio. Então, como ia ser difícil entrar em contato com ele, pensei em te procurar primeiro. Então digitei o seu nome no Google e encontrei o seu perfil no Facebook. Como eu achei que você não ia querer falar comigo, eu criei um fake para conversar.

            — Meu Deus, que loucura... Eu conversei todo esse tempo com um fake?

            — Maria, eu sinto muito, mas eu precisava fazer isso. Quero muito ter notícias das minhas meninas e tentar me aproximar delas.

            — E quer se aproximar do Sérgio também?

            — Sim, mas só quero a amizade dele. Eu sou casada com um homem mais velho em São Paulo.

            — Entendi... E quem falou comigo no celular? Porque era uma voz de homem.

            — É o meu vizinho gay. Eu e ele somos bastante amigos. Então, ele resolveu me ajudar nisso.

            — Nossa... Eu realmente estou chocada, Lanna. Não imaginava que você pudesse aparecer um dia.

            — Eu também não. Mas pensei muito e percebi o quanto fui uma mulher horrorosa com o Sérgio. Por isso, eu queria muito voltar no tempo e fazer tudo diferente, Maria.

            — Você não pode voltar no tempo, Lanna.

            — Eu sei, Maria. Mas será que eu posso recomeçar?

            — Não sei o que te dizer. O Sérgio e as meninas ficaram bem magoados com você.

            — Eles têm toda razão. — suspirou — Mas eu só quero uma chance para conhecer as minhas filhas, porque eu não quero morrer sem conhecê-las.

            — Como assim, Lanna?

            — Eu estou com câncer, Maria. Por isso, estou usando uma peruca.

            Maria ficou a olhando bastante triste. Sem palavras. Então depois de um breve silêncio, ela perguntou:

             — Você está fazendo tratamento?

            — Sim, Maria. O problema é que não está sendo eficaz. O médico disse que tenho poucos meses de vida.

            — E você ainda está fumando, Lanna?

            — Sim. E isso está prejudicando. No entanto, eu não consigo parar.

            Maria ficou em silêncio novamente. Lanna estava realmente precisando de ajuda. O problema é que não iria ser fácil convencer Sérgio e as filhas de que a mulher estava mesmo arrependida.

            Após o silêncio, Lanna perguntou:

            — E então? Você vai me ajudar a conhecer as minhas filhas?

            Na mansão, Natalie ficou impaciente. Sérgio Smith permaneceu calado. Porém, escolhia cautelosamente as palavras a serem ditas naquela noite depois da declaração bombástica de sua filha.

            — Pai, o que o senhor tem a me dizer?

            Sérgio finalmente voltou a si e olhou para ela.

            — Eu já estava desconfiado de vocês duas. Mas, por um momento, pensei que fosse só coisa da minha cabeça. — fez uma pausa — É diferente quando você vê os filhos dos outros assumindo ser gay. Você não se preocupa, porque não está acontecendo em sua família. No entanto, quando é em sua família, você sente medo, repulsa e uma vontade imensa de bater em seu filho para que ele lhe diga que foi somente uma brincadeira. Porque mesmo que você diga que vai ficar tudo bem, tem sempre um desumano para apontar um dedo e dizer que o seu filho é diferente, uma aberração para a sociedade. E no pior dos casos, você se depara com o seu filho sendo violentado por simplesmente ser gay... E é esse o meu maior medo, Natalie, porque não quero que ninguém te violente por amar uma garota. Só que também não quero fazer parte dos pais que não aceitam os seus filhos por causa disso. — tirou uma lágrima do rosto e voltou a olhá-la — Desde o dia que você doou sangue para aquele garoto, eu percebi que o preconceito que eu tinha era muito idiota. As pessoas homossexuais têm que ser respeitadas. — pensou um pouco — Eu vi tanta coisa desumana na internet esses dias em relação ao que as pessoas homofóbicas fazem com os gays, e isto me fez repensar muitas coisas, minha filha. Então eu só tenho a dizer que seja feliz com a Priscilla, porque eu vou estar torcendo muito por vocês.

            Natalie também estava emocionada e assim o abraçou.

            — Obrigado, papai. O senhor não sabe como é bom saber de tudo isso. Eu te amo!

            — Eu também te amo, minha filha.

            Natalie ficou bem mais aliviada. Nem imaginava que Sérgio Smith teria essa reação. Na cabeça dela, ele iria odiá-la para sempre e até faria com que Priscilla se afastasse dela. Porém, foi tudo ao contrário.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...