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História Necromancer - Together


Escrita por: Eyerelix

Notas do Autor


Demorei, mas finalmente cheguei com o final. Não vou enrolar muito, espero, de coração, que vocês gostem do desenrolar das coisas.

*Revisado em 16/07/2020

Capítulo 3 - Together


Fanfic / Fanfiction Necromancer - Together

O silêncio envolvia o casal que caminhava pela floresta escura. Eles buscavam respostas sobre o retorno do necromante e a primeira pista seria o lugar onde o Uchiha enterrou o ser maligno anos atrás. Vez ou outra os ouvidos bem treinados da elfa captavam os sons das enormes aranhas que viviam ali, mas nada além daquilo.

Andaram por horas até o bruxo parar em frente a um aglomerado de árvores retorcidas. Algumas palavras sussurradas, um breve balançar de mãos e as folhas secas deram lugar a uma porta negra com um símbolo bem conhecido por ambos: a marcada do Necromante.

O Uchiha empurrou a porta, estranhamente desprovida das proteções mágicas que ele próprio havia posto ali, e o cheiro de morte os atingiu. Hinata retirou duas adagas do cinto e o bruxo acendeu suas chamas azuis em uma das mãos e, assim, ambos seguiram pelo corredor escuro. O homem sussurrava palavras vez ou outras, apenas para se precaver caso alguma de suas proteções ainda estivessem em pé.

Nenhuma delas estava.

Ao fim do corredor uma enorme câmara se abria, nem mesmo os olhos especiais da elfa podiam enxergar seu fim. Quando chegaram ao que a Hyuuga julgou ser o meio do ambiente, ela viu um caixão de pedra. Segurou as adagas mais fortemente e aproximou-se do objeto. A tampa estava totalmente quebrada, correntes jaziam no chão e ali dentro havia apenas um corpo semidecomposto de um humano.

Um corpo que não era, nem de perto, parecido com o maldito Necromante.

O Uchiha gritou pragas em fúria, as sombras o envolveram e os olhos assumiram um tom escarlate. Como aquele maldito escapara dali? O bruxo tinha certeza que o matara, que arrancara o espírito vil e o prendera onde nunca poderia sair: shadowlands.

— Sasuke. — A morena disse, sua voz melodiosa fazendo eco e diminuindo levemente as sombras ao redor de ambos. — Nós vamos encontrá-lo. Vamos acabar com ele. Juntos.

O humano suspirou pesadamente, fechou os olhos e levou uma das mãos à cabeça, como se estivesse tentando afastar seus demônios. Passaram-se alguns minutos, mas quando o bruxo abriu os olhos eles estavam em sua coloração negra habitual. Ele invocou novamente suas chamas e queimou o corpo que habitava o jazigo do necromante.

— Que a luz esteja com você. — Hinata sussurrou para as chamas.

E, sem dizer mais nada, ambos seguiram para a saída da caverna.

Eles não caminharam de volta para a cabana do bruxo, como aquele era seu lar, ele podia abrir um rápido portal para que eles chegassem lá sem mais demoras. Enquanto a elfa despia-se de suas armas, o humano praguejava tentando encontrar respostas sobre como aquele maldito escapara por entre seus dedos.

Ele tinha tanta, tanta certeza que havia acabado com o necromante de uma vez por todas e agora isso... Nunca, em todas as centenas de anos que ele vivera, tinha se sentido tão frustrado e impotente como agora. Percebendo o estado do companheiro, a Hyuuga caminhou até ele e segurou o rosto masculino com as duas mãos delicadas. O calor conhecido da luz rapidamente tomou conta dele enquanto a morena cantarolava uma antiga canção élfica.

— Eu falhei com você. — Sussurrou encarando os olhos que lhe eram tão queridos. – Falhei com Kakashi, com meu povo. Com seu povo.

— Você não falhou, dalah’surfal. — Ela respondeu com um sorriso carinhoso. — Nem mesmo quando me deixou sozinha em Ellyrion após aquela batalha. — A jovem depositou três beijos no rosto do bruxo antes de continuar, um em cada bochecha e um em sua testa. — Se não fosse por isso eu nunca teria me juntado ao Conclave e não teria acesso ao poder que tenho hoje.

Sasuke deixou ser abraçado pela elfa e escondeu o rosto no pescoço fino da mesma. O cheiro suave dela o preenchia com lembranças boas, com carinho. Levou as mãos a cintura feminina e a apertou contra si.

— Eu acredito, Sasuke, que todas as coisas acontecem por algum motivo. — Ela disse após alguns segundos. — Resta a nós aprendermos com isso ou nos entregarmos ao desespero.

O Uchiha nunca deixava de se surpreender com a jovem Hyuuga. Levantou a cabeça e encarou as orbes peroladas por alguns segundos antes de tomar os lábios rosados em um beijo carinhoso.

Dessa vez ele não se entregaria ao desespero.

O restante do dia foi tomado por pesquisas, discussões sobre estratégia e sobre possíveis locais em que o necromante estaria agora. Ele ainda estava fraco, eles pensavam, por mais que tivesse absorvido a força vital do líder dos elfos, ainda não estava em sua total capacidade. Aquela era a hora certa para agir e acabar com aquilo de uma vez por todas.

— Angerboda! — A elfa gritou de repente. — É óbvio, como não pensei nisso antes?

O bruxo correu até ela e encarou o local em que ela apontava no mapa. Lembrava-se vagamente daquele lugar, era uma antiga fortificação humana que ficara relativamente perto das terras élficas e tombara na guerra contra Madara. Local onde fora enterrado vários dos elfos leais ao traidor, perfeito para alguém que manipulava a morte. Arrumaram as coisas rapidamente e permitiram-se algumas horas de sono, não poderiam enfrentar o inimigo sem energias.

Mas o sono não veio tão fácil, um leve temor pelo o que estava por vir tomava conta de ambos os corações. Hinata aninhou-se ainda mais no peito masculino e suspirou pesadamente.

Aquilo tinha que dar certo.

Acordaram cedo no dia seguinte, comeram uma refeição leve e seguiram viagem. O caminho até a borda da floresta foi feito a pé, o mesmo caminho que a elfa havia feito para encontrar o bruxo. Quando chegaram ao final da mesma, dois cavalos belíssimos esperavam por eles, um branco como a neve e um negro como a noite.

Hinata sorriu, sua ligação com Ishkar era tão intensa que ele pressentia que ela precisaria de ajuda e ainda trouxera Alysanne consigo. Acariciou o animal negro e depositou um beijo em seu focinho, agradecendo silenciosamente pelo auxílio. Ela desviou o olhar para Sasuke e um sorriso tomou conta de seu rosto.

Alysanne apegou-se a Sasuke desde que nascera, seus caminhos se encontraram quando o bruxo não era mais do que um adolescente e, desde então, estiveram sempre lado a lado. Até é claro, o fatídico dia que o necromante tentara tomar Ellyrion novamente. O humano até cogitara levar a égua consigo, mas ele sabia que ela estaria melhor dentro dos muros élficos.

— Alysanne... — Murmurou dando alguns passos até o animal, mas parando logo em seguida. Não sabia o que fazer, como reagir. Seu coração doía de saudades, mas não sabia se ela sentia o mesmo ou se apenas o detestava por a ter abandonado.

A égua relinchou baixinho e cortou o restante da distância que havia entre eles, esfregando o focinho no rosto masculino. O humano sorriu e acariciou o pelo claríssimo e macio.

— Muito obrigado. — Sussurrou apenas para que ela ouvisse. Ficou mais alguns segundos acariciando o animal e depois subiu em seu torso.

Cavalgaram por cerca de duas horas, o vento gelado batia em seus rostos e o humano percebeu o quanto sentia falta daquilo, das inúmeras cavalgadas ao lado de Hinata, das florestas verdejantes... Sua mente mergulhava em lembranças boas e, desta vez, Xal’atath não tinha capacidade de distorcê-las.

Angerboda era uma incrível construção, erguia-se a beira do precipício que um dia dividiu as terras humanas das élficas e, mesmo em parte destruída e com as belíssimas pedras brancas manchadas pelo tempo, o lugar ainda mantinha parte de sua imponência e era assustadoramente belo. A grama ao redor do castelo era seca e nenhum animal atrevia-se a chegar perto demais.

Desceram dos cavalos quando chegaram perto o suficiente do enorme portão despedaçado, a elfa murmurou para que eles não o esperassem e que voltassem para Ellyrion. Ishkar relinchou, irritado, mas fez o que lhe foi pedido, sendo seguido por Alysanne após alguns segundos.

Sasuke podia sentir a magia necromântica rondando as pedras antigas, podia sentir o inimigo enfurnado no lugar que um dia fora um farol de paz para seu povo. Raiva tomou conta de si e, desta vez, nem mesmo a aura de luz que emanava de Hinata podia apaziguá-la. A adaga em seu cinto também sentia e, se ela tivesse uma forma corpórea, ele sabia que ela estaria lambendo os lábios em antecipação.

Já o coração da elfa era uma confusão de sentimentos, raiva, nervoso, medo... Queria acabar com aquilo, vingar a morte de seu pai, mas o receio de não ser forte o suficiente parecia querer sufocá-la. Seu poder havia crescido, sabia disso, mas e se nem aquilo fosse o bastante para finalizar o terror do necromante? O que aconteceria se eles falhassem?

— Hinata. — O Uchiha chamou, fazendo com que ela virasse o rosto para encará-lo. – Pare de duvidar de si mesma. Você mesmo disse que temos uma escolha, então não escolha se entregar ao desespero. Nós vamos acabar com isso hoje.

A Hyuuga quase riu, o bruxo estava usando suas palavras contra ela, mas sabia que ele tinha razão. Respirou fundo, tomou alguns minutos para si e concentrou-se na luz, nas sombras, no equilíbrio. Ergueu a mão direita e invocou uma flecha dourada que, após alguns segundos, tinha uma espiral roxa correndo entre ela.

Permitiu-se um sorriso. Estava pronta.

 

Caminharam lado a lado pelo castelo, seus passos fazendo eco nos corredores vazios. O bruxo mantinha-se pronto para conjurar suas magias enquanto a elfa mantinha o arco em mãos, pronto para qualquer sinal de perigo. A magia negra ficava cada vez mais intensa e, naquele ponto, até mesmo os menos versáteis em magia poderiam senti-la.  Quando chegaram ao salão principal, os olhos do Uchiha tomaram novamente o tom escarlate.

O necromante estava ali, sentado imponente em um enorme trono feito de ossos. Velas iluminavam precariamente o local e Hinata podia sentir almas atormentadas ao redor deles.

— Eu estava me perguntando quando o veria de novo, Sasuke-kun. — O maldito sibilou. — Vejo que trouxe companhia dessa vez.

Hinata o encarou, a pele pálida, os fios longos e negros como a noite, as pupilas finas como uma serpente. Aquele homem lhe dava arrepios só por sua aparência, mas ela não fraquejaria agora. Apontou o arco para o peito masculino e uma de suas flechas brilhou, pronta para ser atirada.

— Eu me pergunto, Hyuuga Hinata, se você é tão patética quanto seu pai.  — Disse com um sorriso irônico no rosto perverso. — Você também vai implorar por sua vida miserável?

Três flechas douradas voaram na direção do necromante, mas todas foram paradas com uma barreira negra. Hinata rangeu os dentes e estava preparando uma quarta quando o maldito começou a invocar sua magia vil.

As almas atormentadas ao redor deles tomaram forma, elfos caídos, alguns humanos e duas pessoas que eles não esperavam ver nunca mais: Hiashi e Kakashi. O coração de ambos pareceu parar com a visão e o necromante riu.

— Ann'da*. — Hinata sussurrou encarando os olhos pálidos do líder dos elfos. Ela sentia que era realmente ele, mas, ao mesmo tempo, não era. Nos poucos segundos em que ela e Sasuke ficaram sem reação, o maldito aproveitou para comandar que seus espectros os atacassem.

— Acabem com eles. — A ordem dada foi o que libertou o casal de seu estupor. Hinata saltou para trás, atirando diversas flechas infundidas em poder sagrado enquanto o bruxo conjurava suas sombras contra os inimigos.

Mas elas não surtiam efeito. As sombras passavam pelos mortos sem lhe causarem dano algum. Hinata arregalou os olhos claríssimos, mas logo ela entendeu: elas só poderiam ser atingidas pela luz.

— Orochimaru, Sasuke. — Ela gritou para o companheiro e largou o arco no chão, puxando suas adagas do cinto em seguida. — Eu cuido das coisas aqui.

Ela não lhe deu tempo para uma resposta, a luz infundiu o corpo esguio e ela estendeu a magia sagrada até as adagas. A Hyuuga sumiu em um borrão dourado e reapareceu segundos após no meio dos espectros. Ela batalhava como se dançasse, os fios negros balançando no ritmo de seu corpo, a luz sagrada queimando os inimigos sem piedade. A elfa sussurrava palavras que não chegavam aos ouvidos do Uchiha, mas ele sabia o que ela estava fazendo.

Ela não estava apenas destruindo o exército maligno do necromante.

Ela estava libertando-os.

O bruxo poderia ficar ali, observando aquela cena por horas, mas ele tinha questões pendentes. Ele tinha alguém para destruir. Os olhos escarlates voltaram-se para o necromante e suas pernas começaram a caminhar até o trono de ossos, mas o humano não foi muito longe já que seu antigo tutor bloqueou o caminho.

— Kakashi. — Murmurou, entredentes. Ele tentou continuar andando, mas foi impedido por um golpe que quase o acertou em cheio, se não fosse os reflexos rápidos.

Um sorriso irônico brincou nos lábios do Uchiha, por mais que fosse um manipulador das forças primordiais, o treinamento com o homem a sua frente fora mais do que apenas mágico. O Hatake ensinara o menino a usar tanto sua mente quanto seu corpo. Os golpes que se seguiram fizeram que mais lembranças retomassem, cada vez que seus braços, punhos, pernas encontrava-se, flashes de outrora brilhavam na mente de ambos.

Ambos, pois Kakashi também retinha parte de sua personalidade e suas lembranças apesar de não ter controle nenhum sobre as próprias ações. Seu corpo movia de forma automática contra seu pupilo, por mais que uma parte dentro de si teimasse em dizer que aqui era errado.

Uma bola de raios formou-se na mão do albino e, se não fosse o rápido teleporte de Sasuke, teria estraçalhado o peito do mais novo. O Uchiha suspirou pesadamente e concentrou-se, sua mão foi preenchida pela magia gélida que logo foi direcionada para seu mentor, o congelando no lugar que estava.

Aquela não seria uma solução definitiva, mas por hora serviria para que o bruxo chegasse em seu objetivo: o Necromante.

Hinata havia lidado com quase todos os espíritos do lugar, faltando apenas Kakashi e Hiashi. O antigo mentor de seu companheiro e o líder dos elfos. Seu pai. Quando chegou até ele seu coração doeu, aquele era apenas um eco do que o grande elfo fora um dia. As adagas brilharam em sua mão e ela partiu para cima do mais velho, que empunhava uma longa e bela espada espectral.  A luta entre os Hyuugas era feroz, a mais nova tinha lágrimas rolando pelo rosto delicado ao encarar os olhos sem vida do pai.

Aquilo não era certo, existiam coisas que ninguém deveria interferir. E a morte era uma delas. Em uma jogada rápida a mulher fundiu as lâminas gêmeas que carregava, transformando-as em uma única espada curta, deixou seu poder fluir mais fortemente por elas e a enterrou no peito daquele que um dia fora o ser mais poderoso de sua raça.

— Que a luz esteja com você, ann'da. — Murmurou, abraçando o elfo pela última vez.

— Shorel'aran*, Hinata. — O pai sussurrou antes de desfazer-se em uma nuvem dourada. A jovem elfa engoliu o soluço que quase tomou conta de si e respirou fundo.

Ela teria tempo para chorar mais tarde.

Caminhou a passos rápidos até o mentor de Sasuke e espalmou uma das mãos no rosto masculino, não precisaria utilizar força ali já que ele estava imobilizado. Sussurrou palavras de conforto e o corpo do homem foi preenchido pela luz quente e cheia de esperanças. Os olhos escuros do Hatake brilharam em agradecimento e então ele se foi da mesma forma que seu pai.

A elfa parou alguns segundos, seu corpo gritava pelo uso excessivo de seus poderes, mas ela não teria o luxo de descansar agora. Seus olhos encararam a luta que se desenrolava entre o necromante e Sasuke, o bruxo utilizava toda sua magia no maldito, mas era repelida por um escudo espectral. Cada magia que era absorvida pelo escudo fazia com que o Orochimaru risse, como se soubesse que acabaria saindo dali vencedor.

Ela ponderou por alguns segundos, tinha a impressão que somente a luz não teria efeito ali. Precisava da magia das sombras, mas seu corpo estava debilitado demais para invocar as duas em conjunto. Seus olhos então migraram para a adaga que o Uchiha carregava e uma ideia passou por sua mente.

A lâmina do império negro era impregnada com o poder do caos, perfeita para a ideia maluca que se formava em sua mente. Ela infundiria a adaga com a luz enquanto Sasuke manteria o necromante ocupado. Era loucura, mas era a única coisa que lhe parecia cabível naquele momento.

“Eu preciso de sua adaga.” Ela concentrou seus olhos no moreno e sussurrou as palavras em sua cabeça. “Tive uma ideia.”

A elfa pode sentir a confusão na mente masculina, mas ele não a questionou, apenas jogou a adaga em sua direção e ela a apanhou rapidamente. Assim que a adaga encostou a pele alva, a Hyuuga foi inundada por sussurros enlouquecedores e imagens de um tempo que já passara havia muito.

“Uma cria da luz....” A adaga sussurrou, a voz feminina era tentadora. “Mas também das sombras.” O riso perverso tomou conta da mente élfica. “Ah sim, isso vai ser interessante.”

A Hyuuga demorou alguns segundos até conseguir controlar a adaga, respirou fundo algumas vezes e concentrou-se. Sua mão brilhou e ela começou a infundir a luz sagrada na adaga, ela sentia Xal’atath rejeitando o poder dourado, mas a elfa forçou sua vontade sobre a lâmina e depois de alguns minutos sentiu que ela estava pronta.

“Distraia-o.” Ela direcionou o pensamento para o companheiro e correu até o necromante, aparecendo atrás do mesmo e estava prestes a enfiar a adaga em suas costas quando Orochimaru virou para encará-la com um sorriso irônico no rosto.

— Você achou mesmo que isso funcionaria? — Ele gargalhou e puxou uma espada do cinto, enterrando-a no ombro feminino logo em seguida. Os olhos claríssimos brilharam em surpresa e ela largou a adaga, que em segundos voou para as mãos do Uchiha e queimou a pele do moreno.

Ele não sabia lidar com aquele poder misturado.

Xal’atath enchia sua mente de pragas na língua do caos, ela estava inundada pela luz e isso fazia com que ela sentisse uma dor excruciante. A mesma dor que Sasuke também estava experimentando, mas, mesmo assim, ele não soltou a lâmina. Segurou-a ainda mais fortemente e marchou até Orochimaru, que estava distraído com a pérola dos elfos. Com uma mão ele conjurou uma magia que prendeu o necromante em seu lugar, e a outra enfiou a adaga entre as costelas.

— Bash'a no falor talah*! — Ele gritou, o necromante virou a cabeça para olhá-lo e, pela primeira vez, o Uchiha enxergou surpresa neles. Quando a adaga encontrou o órgão que pulsava sangue por todo o corpo maldito, o bruxo agarrou o espírito e o puxou para fora do receptáculo mortal. O espírito era distorcido e parecia queimar pela luz que Hinata infundiu na adaga.

“Era isso.” Ele pensou, era do poder dela que ele precisava para acabar com isso.

— Hinata. — Murmurou e ela pode ler seus pensamentos. A elfa retirou a espada do ombro com um grito de dor e levantou, meio cambaleante. Colocou as mãos sobre a de Sasuke e concentrou o que ainda lhe restava de forças para queimar o espírito maligno.

 

E então a escuridão a engolfou.

֍

 

A Hyuuga dormira por semanas. Quando os dois botaram um fim na ameaça que era o necromante, a jovem desmaiou no chão gelado e não acordou por cerca de quarenta dias. Quando os olhos perolados enfim se abriram, a primeira coisa que enxergou fora duas orbes negras a encarando com preocupação.

Ela permitiu-se sorrir. Ainda sem controle dos próprios poderes por ter passado tanto tempo desacordada, sua mente entrou em contato com a do humano e ela pode enxergar tudo o que ele havia passado nos dias em que ela passara em coma.

O desespero, a culpa, a tristeza.

Mas agora... Agora ela era inundada pela mais pura felicidade.

 

— Olá... — Ela sussurrou e logo seus lábios foram tomados por um beijo apaixonado. Toda a tristeza posta de lado, todas as incertezas jogadas fora. Tudo o que queriam era que aquela felicidade e paz durasse para sempre.

 

Eles haviam acabado com o necromante, nada mais ameaçaria a nascente do sol, os elfos ou os humanos. E mesmo se, algum dia, alguma ameaça surgisse eles a enfrentariam.

 

Juntos.


Notas Finais


*Ann'da: papai.
*Shorel'aran: adeus.
*Bash'a no falor talah: sinta o gosto da verdadeira morte.

Entãão? Gostaria de agradecer a todos que acompanharam até aqui, foi uma história bem curtinha, mas foi feita com muito carinho e amor. Foi muito bom escreve-la, me aventurar em algo que eu gosto muito, mas nunca tinha tido coragem para escrever. Espero conseguir desenvolver mais fantasias agora pra frente (quem sabe uma fanfic do WoW? hahaha).

Espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu, foi um prazer imenso escrever Necromancer.

Um grande beijo e até a próxima.
♥ ♥ ♥


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