História Need For Love - Camren (Lauren G!P) - Você conversou com ela?

P.O.V  Lauren

Rachas. Eu adoro participar dos rachas porque tem muitos pontos positivos. Uma pista reta com uma ou mais curvas, nada exagerado, somente dois carros e sabe quanta vantagem da nisso? Dois carros competindo, significa que não precisa ficar diminuindo a velocidade toda hora. Não corre o risco de trombar em outros competidores, tendo somente dois carros facilita muitas coisas. E hoje estou aqui para ganhar. A Dinah escolheu um ótimo lugar, uma rua escura com poucos postes e menos movimento. Só tem apenas uma curva que temos que fazer para poder voltar e alcançar a linha de chegada. E dessa vez não estava tão chamativo o lugar, poucas pessoas apareceram, pois, a minha amiga não quis expor tanto assim para não atrair a atenção da polícia, o que eu agradeço por isso, preciso do dinheiro. O motor do meu Dodge Charger rugiu entre as pessoas, chamando a atenção delas e recebendo assovios logo após. Assim que paro o carro, saio do mesmo com um sorriso confiante e soberbo. Hoje é a minha noite.

Para o racha de hoje, optei por uma calça skinny azul marinho e uma blusa vermelha com as mangas curtas, e para finalizar, os meus famosos coturnos. Entre as pessoas, recebendo cumprimentos, avistei a Camila do lado das meninas, apenas a Vero não está ali. A latina já me encarava de longe, os braços cruzados abaixo dos seios e uma cara séria com um sorriso pomposo de convencida. Enquanto me aproximava, eu não tirei os olhos dela, a desafiei ali no olhar e não abaixei a guarda. E ao ficar próxima o suficiente, nos peitamos ali no meio das nossas amigas, seios contra seios, olhos se duelando.

- Qual foi? A bonequinha pediu para sair para a mamãe? – Provoco sem pestanejar.

- Olha só quem fala – Camila me olhou de cima a baixo – Qual foi a mentira da vez?

- Quem trabalha a noite é você e não eu – Sorrio vitoriosa, ao fundo eu podia escutar as meninas rindo – Está preparada, Cabello?

- Sempre, eu nasci preparada – Ela fingiu estar ajeitando o cabelo em um ato totalmente convencido – Espero que você esteja preparada para ficar atrás de mim.

- OOOH! – Dinah urrou.

- Não chore quando você perder – Retruco fazendo gestos de choro.

- OOOH!

- Quer parar com isso? – Normani deu um cutucão na costela da namorada – Deixe de ser besta.

- Eu não sei quem é mais criança – Ally sorriu divertida – Cadê o beijo? Os abraços? A pegação?

- Somos rivais no momento – Camila respondeu sem esboçar nenhuma outra expressão que não seja de desafiante.

- Cadê a Vero? – Pergunto para a Vives que parecia procurar pela namorada com os olhos.

- Serve aquela ali? – Lucy apontou para perto da multidão, a garota se aproximava com passos duros e uma cara nada boa.

- Eu odeio esses latinos! – Vero rosnou irritada – E não adianta abrir a boca – Apontou para a Camila – Se não eu vou passar a te odiar também.

- É Iglesias, você perdeu – Dinah esticou a palma para a nossa amiga – Passa a grana pra cá.

Só então eu entendi o que acontecia, o racha com a Vero já tinha acontecido e o adversário dela é um latino careca, esse que ganhou dela e agora está comemorando em uma rodinha de amigos. A minha amiga resmungou por ver a Dinah com a palma da mão esticada a espera do dinheiro, Vero fuçou o bolso da calça e tirou de lá alguns dólares presos em um elástico, ela jogou de qualquer jeito na mão da grandona. Eu nem vou abrir a boca, também não sei perder e eu fico muito furiosa com isso, ainda mais que preciso da grana para pagar o Nicholas Galitzine. Olho para a Camila que prendia a risada por ver a Vero emburrada e uma Lucy tentando acalmar a namorada. A latina está vestindo uma calça preta com alguns rasgos, uma regata da mesma cor e com poucos detalhes entre um verde, e vermelho. A garota está um tanto rockeira e eu estou adorando isso.

- O que foi, Jauregui? – Camila virou o rosto para me fitar – Está me olhando tanto...está com medo de perder para mim?

- Você está tanto cantando a vitória que estou até com pena – Assovio.

- Ah vão se foder – Vero nos xingou – Eu estou aqui sofrendo porque perdi uma grana do caralho e vocês ai de gracinha.

- Amor! – Lucy repreendeu a namorada – Se acalma, foi apenas um racha, da próxima vez você ganha.

- NÃO É SÓ UM RACHA.

- E a briga vai começar.... – Ally rolou os olhos, ela ia abrir a boca para falar mais alguma coisa quando o seu celular tocou – Deve ser o meu amor! – O sorriso que apareceu nos lábios dela foi tão grande que até um passageiro de um avião veria – Oi meu amor!

- E lá vamos nós – Dinah imitou a fala da bruxinha do Pica-Pau – Amor, você acha que a Allycat vai se dar mal, sim ou claro?

- Claro, né paixão – Normani agarrou o pescoço da namorada com os seus braços – E eu quero estar bem longe quando isso acontecer.

- Você vai estar comigo e na minha cama.

- Podemos começar? – Camila chamou a atenção delas – Não estou afim de ficar fazendo vários nadas, ok?

Tive que concordar com aquela magricela irritante, estou afim de uma adrenalina pura. A Ally fez um sinal de que está ocupada e se afastou com o celular enfiado na orelha, essa ligação vai durar uma eternidade. A Dinah pediu para que entrássemos em nossos carros e nos ajeitássemos para começar o racha. Rapidamente corri para o meu Dodge Charger e a Camila foi para a abobora dela. Percorri com o carro até a linha marcada em branco no chão, a latina parou a Toyota dela do lado do meu.

- Preparadas? – Normani apontou para mim, fiz o meu carro roncar. Depois ela apontou para a latina, essa que também fez a mesma coisa – No já... – Avisou – Um...

- Não fique pistola que nem a Vero quando perder, ok? – Camila me alfinetou pela janela do seu carro.

- Dois...

- Eu não perco para latinas – Pisco para ela.

- Três... – Normani continuou com a contagem, a Dinah a abraçou por trás e sorriu toda maliciosa – E...JÁ!

A primeira coisa que eu fiz foi pisar no acelerador. A segunda coisa, foi acenar para a Camila quando passei na frente dela. O que não se prolongou, já que aquela abobora chamativa passava quase encostada no meu Dodge, mais um pouquinho, teria um arranhado feio na lataria. Ela arrancou com tudo na minha frente se distanciando bem de mim, mas não é por isso que eu perderia para aquela garota. Pisar na embreagem e trocar a marcha foi o que eu mais fiz, o ponteiro do velocímetro subia conforme a potencia do carro em alta velocidade. A frente, eu podia ver um latão de lixo em cima da linha onde dividi as duas ruas, tem fogo dentro do latão, as chamas atraindo a atenção e indicando onde será a curva. Consegui pegar um certo embalo por causa da rua ser reta e eu me aproximava mais por causa do vácuo que eu roubava da Camila. O vento está ao meu favor. Eu nem sequer pensei em apertar o nitro, prefiro deixar para o final.

Com a velocidade alta, o meu Dodge ficou lado a lado do Toyota Supra, a Camila me olhou através da janela e voltou a atenção na rua. A curva veio, usei de uma estratégia para deixar a latina para trás. Já que tínhamos que desacelerar para virarmos o veículo, eu tive a ajuda do freio de mão para fazer um drift. Induzi o Dodge a perder a aderência nos pneus traseiros e isso fez com que derrapassem sobre a rua, a Camila foi obrigada a se afastar de mim, se não a sua abobora colidiria em meu carro. E foi com essa estratégia que completei a curva, e passei na frente dela. Foi a minha vez de distanciar da Camila, mas a todo momento eu olhava no retrovisor e a via se aproximar. A frente, eu conseguia enxergar a linha branca, as pessoas estão ali torcendo por nós e as nossas amigas estão fazendo movimentos chamativos com os braços. A vitória queria cantar dentro de mim, mas não foi dessa vez. A Camila utilizou do seu nitro para tentar me ultrapassar, então me vi obrigada a ativar o meu e nós duas alcançamos uma velocidade absurda, tanto que passamos juntas pela linha branca no chão.

- Desgraçada! – Dou um soco no volante do carro assim que paro o mesmo, rapidamente saio do Dodge Charger – Eu ganhei.

- Ganhou nada – Camila movimentou o indicador de um lado para o outro, fazendo o gesto negativo – Eu que ganhei.

- Deixem de ser otarias – Normani deu um tapa em nossas cabeças – Foi empate.

- As duas ganharam – Dinah enfiou um bolo de dinheiro com toda a delicadeza do mundo no bolso de minha calça e depois fez a mesma coisa com a latina, vocês conhecem muito bem a delicadeza dela – Fim de papo.

- O que eu perdi? – Ally se aproximou com o celular em mãos.

- Nada, Allycat, nada – Camila depositou um beijo na testa da baixinha – Eu vou indo – Ela me lançou um olhar que dizia tudo.

- É melhor empatar do que perder – Lucy sorriu provocativa, aquilo foi uma bela indireta para a namorada.

- Que ódio que eu tenho de você, mulher – Vero agarrou a namorada, abraçando-a com força só para machuca-la com aquele carinho bruto que só a Iglesias tem.

- Eu também já vou – Ignoro aquelas duas que vivem em pé de guerra – Já está tarde.

- Onde a vaca vai, o boi vai atrás...

A Vero cantarolou sabendo que eu não iria para casa e sim ficar com a Camila em algum lugar que ela quisesse ficar. Cada uma entrou em seu próprio carro, esperei a latina arrancar primeiro para que eu possa segui-la, dessa vez fomos com calma, não tinha mais rivalidade ali. Eu ainda não acreditava que deu empate, o dinheiro foi dividido, mas nunca achei que isso foi acontecer, aliás, é raro acontecer um empate. O lugar que fomos é calmo, pois é em uma estrada de terra no meio do nada. Cercados para todos os lados, campos ao redor e pouquíssimas arvores. A Camila parou o carro de qualquer jeito no meio daquela estrada e eu estacionei logo atrás dela, saindo de dentro do mesmo.

- Lolo! – Camila correu em minha direção, os nossos corpos se chocaram e ela me agarrou ali mesmo, no meio da estrada de terra vazia.

- Agora está carinhosa? – Arqueio uma sobrancelha.

- Você sabe, estávamos em uma corrida antes – Ela adentrou os dedos nas mechas do meu cabelo.

- E não podia ser carinhosa antes?

- Você também não estava sendo carinhosa – Ela riu gostosamente, acabei deixando o sorriso escapar – E você sabe, seria uma bela distração se ficássemos de beijinhos e carinhos.

- Eu tenho que concordar – Inclino a minha cabeça em direção a ela e junto os nossos lábios em um selinho longo, onde rocei bastante as nossas bocas.

- Vem cá – Camila entrelaçou a sua mão na minha e me puxou para perto do seu carro – Vamos aproveitar essa noite maravilhosa.

Esperei que ela subisse primeiro no capo do carro e se ajeitasse, assim que se deitou no mesmo, fiz a mesma coisa e a embalei em meus braços. A Camila se aconchegou em meu corpo, passando os braços por mim também e as nossas pernas se embaralharam. Encarávamos a noite brilhante, um vento frio passava por nós, por aquele lugar ser um tanto afastado e meio alto das outras estradas. Ficar assim com a Camila, é uma calmaria tão grande, uma paz tão gostosa. Quando eu estou sozinha, me sinto confusa, é como se eu não soubesse de nada. Mas quando eu estou com ela, eu tenho toda a certeza do mundo que eu estou verdadeiramente apaixonada.

- Lolo – Camila me chamou, balanço a cabeça para sair daqueles pensamentos apaixonados.

- Oi Camz.

- Você pode ficar com a minha parte do dinheiro – Ela se remexeu para poder me olhar melhor – Eu sei que você precisa continuar pagando o Nicholas.

- Ei, não – Toco delicadamente no queixo dela – O dinheiro é seu.

- Mas eu quero te dar.

- Sh... – Encosto os meus lábios nos dela para cala-la – Está tudo bem, ok? Com esse dinheiro eu consigo pagar o Nicholas, pode ficar tranquila.

- Lolo...

- Fique com o dinheiro, Camz, por favor – Selo os nossos lábios mais uma vez – Por favor – Sussurrei contra a boca dela.

A latina me fitou passando a sua mão pelo meu cabelo, sempre jogando os fios para trás para que não caíssem meu rosto e aproveitava para fazer um cafuné gostoso. Os nossos olhos não se desgrudavam, assim como os nossos corpos colados naquele capo do carro. Espero que não amasse. A Camila levou a sua mão até a lateral do meu rosto, onde espalmou a mesma e então fechou os olhos lentamente, indicando o que queria e eu quero. Me curvo em direção a ela, sentindo os nossos lábios se roçarem lentamente. A latina foi a primeira a entreabrir a boca, assim eu pude acomodar os meus lábios entre os delas. Iniciamos o beijo com calmaria, mas o meu coração não está calmo, ele está gritando por Camila Cabello e batendo desenfreadamente, talvez pudesse dar um treco em mim naquele momento e isso tudo seria culpa daquela garota que está me beijando com vontade. Mergulho os meus lábios nela, traço a boca dela com a minha e com urgência, adentro a língua em sua boca. A Camila acariciou o meu rosto enquanto sentia as nossas línguas se instigando, a mão inquieta intercalando o carinho entre a minha bochecha e a lateral do pescoço. O beijo só teve o seu fim por causa da falta de ar, se não, passaríamos o resto de nossas vidas com as línguas grudadas e os lábios entrelaçados.

- Quem eu sou mesmo? – Camila brincou.

- Camila Gostosa Cabello Bundão.

- Safada! – Ela riu gostosamente, voltando a se acomodar em meus braços – Seus beijos me levam a loucura.

- Você me deixa doida – A aperto contra o meu corpo e planto um beijo no topo da cabeça dela. O silencio se instalou por alguns instantes, até eu quebra-lo – Camz, lembra dos novos vizinhos dos meus pais?

- Eu lembro sim – Ela assentiu com a cabeça antes de pegar a minha mão para brincar com os meus dedos – O que tem?

- Depois que eu te levei embora, eu voltei para a fazenda e ela estava lá no gramado – Comecei a contar casualmente – A garota se chama Clover Young.

- Você conversou com ela? – Camila indagou, acenei em resposta – Hum.

- Escute, Cabello Ciumenta – Aperto a ponta do nariz dela, ela enrugou o mesmo – Essa Clover está tendo dificuldades em tirar a habilitação e eu dei uma ajudada.

- Professora Jauregui? – Camila franziu o cenho – Espero que essa ajuda só seja na direção mesmo.

- Vem cá, gatinha arisca, eu vou resolver esse ciúme aí.

O primeiro passo já estava dado, é tê-la em meus braços, o segundo passo eu dei, beija-la com volúpia. Eu nunca tinha visto a Camila com ciúmes e sabe de uma coisa? Ela é a minha garota.