História Need For Love - Camren (Lauren G!P) - Desabafo

P.O.V  Camila

A minha namorada passou o resto do dia comigo, cuidou muito bem de mim e até melhorei da ressaca. Só não rolou a famosa foda, mesmo a gente estando com vontade, aquele não era o momento para aproveitarmos. Dormimos juntas, agarradinhas a noite toda e isso foi o suficiente para que eu acordasse com um sorrisão no rosto. Eu posso fazer o que eu quiser aqui fora, não estou mais presa, não preciso ficar me contendo ou respeitando os policiais. Como é bom essa liberdade, poder descansar, comer à vontade, aproveitar essa cidade maravilhosa e curtir o meu belíssimo carro que eu sentia saudades. E nesse momento, estou que nem uma idiota fitando a minha namorada que ainda está dormindo. A boquinha está fechada, a expressão está serena como se estivesse tendo um ótimo sonho ou dormindo muito bem. Infiltro os meus dedos nas mechas castanhas do cabelo de Lauren, iniciei um cafuné que nem sequer a acordou. Tadinha do meu amor, ela está cansada. Ontem foi um dia muito exaustivo.

Primeiro que a Lauren foi conversar com os pais, o que é uma coisa que eu tenho que fazer com os meus, segundo que ela acabou cuidando de mim por eu ter bebido demais no dia anterior. É, eu preciso dar o ar da graça para os meus pais e só torcer para que eles sejam que nem os meus sogros, que fique tudo bem. Escuto o meu celular tocando estridentemente, eu quis taca-lo na parede, poxa, a Lauren está dormindo tão bem, ela precisa descansar mais. Rapidamente paro de fazer cafuné em minha garota e pego o celular antes que ele acorde a minha namorada de uma vez.

- Mani, isso é hora para ligar? – Atendo grosseiramente.

- E tem hora para isso? – Normani riu do outro lado da linha – Atrapalhei alguma foda?

- Não, mas quase acordou a Lolo.

- Lolo... – Repetiu em um tom de provocação – Essa branquela é dorminhoca, isso sim.

- A deixe em paz! – Rosno na ligação, só a escutei rir mais ainda – O que você quer, ManiBear?

- A Carrie mandou uma mensagem dizendo para nos reunirmos amanhã – Normani prontamente ficou séria ao contar – Parece que vamos começar a por o plano em ação.

- Que plano?

- Sei lá, a Carrie que se vire e monte um plano foda.

- Tudo bem... – Me calei ao escutar uma voz vindo da ligação.

- Amor, com quem você está falando? – Dinah perguntou para a namorada.

- Com a minha amante – Normani disse casualmente, tive que prender a risada.

- Como é?

- Estou louca para te ver e te encher de beijos, gostosa – Usei o meu tom sedutor apenas para entrar na brincadeira.

- Eu não vejo a hora de te ver – Normani estralou um beijo na ligação.

- Ver? Encher de beijos? Gostosa? – A voz rouca se fez presente, me causando um baita susto – Com quem você está falando, Camila?

- Meu amor! – Me jogo contra a minha namorada que está com uma carinha amassada e ao mesmo tempo carrancuda.

A Lauren nem sequer me agarrou ou fez qualquer outro movimento, continuou a me fitar séria esperando por uma resposta. Viro a tela do meu celular onde mostra o nome da Normani e ainda dava até para escutar a gargalhada escandalosa da morena, o que só confirmou a nossa brincadeira. A minha namorada revirou os olhos e se ajeitou no colchão, fechando os olhos em seguida para tentar retornar ao sono. Encerro a ligação e deixo o celular de volta na mesinha que tem ao lado de minha cama. Me ajeito ao lado da Lauren para poder passar um braço por cima da barriga dela, e aproveito para deitar a cabeça em seu peito, onde o coração está batendo calmamente. Ela usou da mão para ficar afagando o meu braço que está em cima dela.

- Quer dormir mais? – Perguntei em um sussurro.

- Não, eu já dormi bastante – Lauren bocejou em seguida e me olhou com um sorriso – Você é boba sabia?

- Eu sei – Me estico até conseguir alcançar aqueles lábios convidativos, deposito um beijinho estralado – Bom dia, meu amor – Mais um beijinho com direito a um barulho.

- Bom dia, vida – Ela se espreguiçou toda na maior preguiça – O que a Mani queria?

- Ela disse que a Carrie quer que a gente se reúna amanha para o tal plano dela – Dou de ombros – Não sei como vai ser essa loucura toda.

- Eu só quero que ela de um jeito no Nicholas, para mim, isso já basta.

- É verdade, esse homem não pode ficar solto – Me encolho só de pensar naquele traste doente – Ele é perigoso demais.

- É... – Lauren se calou de repente, ela parecia estar viajando em pensamentos. Então decido mudar de assunto. Falar sobre o Galitzine não é nada bom.

- Amor, eu estava querendo ir ao restaurante dos meus pais – Seguro na mão de minha namorada – Que tal você ir comigo? Eu não vou conseguir enfrenta-los sozinha.

- Ei – Lauren levantou o tronco para poder me fitar melhor – O que eu disse ontem? Eu vou estar com você e de mãos dadas – Para concluir, ela entrelaçou os nossos dedos.

- Obrigada, Lo.

Levo a mão dela que está entrelaçada até aos meus lábios, onde aplico um beijo demorado e carinhoso, mostrando a minha gratidão. Eu tenho uma namorada tão perfeita. Depois do nosso pequeno clima na cama, fomos ao banheiro fazer as nossas higienes. Não resolvemos tomar o café da manhã, pois já estava tarde e qualquer coisa, se tudo desse certo é claro, a gente almoçaria no restaurante dos meus pais. Por isso que depois da nossa higiene matinal, fomos em meu carro, deixando o Dodge para trás, não tinha necessidade em ir com dois carros e assim ficaríamos mais próximas uma da outra, o que realmente aconteceu, já que sempre que podíamos, entrelaçávamos as nossas mãos, ou uma ficava com a mão na coxa da outra. E foi assim até parar a Toyota Supra em frente ao restaurante.

- Vai dar tudo certo, Camz.

- E se...e se eles me rejeitarem? – Pergunto apavorada, o meu coração doía com a possibilidade.

- Eu vou estar com você – Lauren capturou uma mecha de cabelo que caia pelo meu rosto e levou até atrás da minha orelha – E se tudo der errado, a gente foge.

- Você teria coragem de fugir comigo? – Talvez naquele momento os meus olhos brilharam com aquilo.

- Para te ver bem, eu faço o que você quiser – Lauren se esticou até juntar os nossos lábios, as nossas bocas ficaram grudadas por longos segundos e isso foi o suficiente para que eu me acalmasse – Mas esse é o momento de você enfrentar os seus pais, é necessário.

- Eu vou enfrentar – Murmuro convicta – Assim como amanha a gente vai ter que enfrentar o plano de Carrie Hudson, e se tudo der errado...

- A gente foge – Lauren e eu dissemos em uníssono, uma sorrindo para a outra. E para completar aquela sincronia perfeita... – Eu te amo – A declaração saiu de nós duas com aquela troca de olhares que só a gente tem. Verde no castanho, castanho no verde.

Próximas, encostamos as nossas testas para selarmos aquele momento. Eu realmente nunca tinha me apaixonado por alguém como eu sou apaixonada por Lauren Jauregui e eu prometo que vou fazer de tudo para não perder essa mulher. Ao sairmos do carro, as nossas mãos voltaram a ficar conectadas, é como se fossem imãs. Eu empurrei a porta do restaurante e conforme entravamos, o sininho tocou, indicando a nossa entrada. A Sofia foi a primeira a nos ver ali, já que ela está no balcão contando alguns dólares. E não tardou para que ela viesse correndo em minha direção, soltei a mão de Lauren para poder agarrar a minha irmã e matar a saudade. Mas por cima de seu ombro, eu enxerguei o Alejandro e a Sinu ali, ambos estáticos parecendo manequins.

- Eu não acredito que você está aqui, Kaki – Sofia não parava de me apertar contra o seu corpo.

- Estou inteirinha aqui – Aperto levemente o nariz de minha irmã, essa que sorriu abertamente.

- Ai meu Deus, Camila! – A minha mãe disparou em minha direção, eu fechei os meus olhos esperando pelo pior, mas tudo o que eu recebi, foi um abraço de urso – Hija! Mi hija!

- Eu sinto muito por fazer você sofrer, mama – Afundo o meu rosto no pescoço de minha mãe.

- O que importa é que você está aqui, hija – Sinu tateou o meu corpo em preocupação – Você está bem? Como saiu da prisão? Então você é inocente?

- Não mama – Me afasto vagarosamente – Eu fiz toda aquela merda, mas a policia nos liberou com um trato.

- O que importa é que você está aqui – Ela voltou a me agarrar, os seus olhos marejados me faziam querer chorar – Ale, vem cá homem, a sua princesinha está aqui, longe das grades.

- Minha princesa!

Poder abraçar o meu pai, é a melhor coisa que está acontecendo. Eles estavam tão bravos na cadeia, mas agora que eu estou ali, estão mudados e me recebendo de braços abertos. Isso está sendo ótimo para eles, pois estão vendo uma filha livre. O que deve ser bom para todos que tem filhos presos e depois são libertados, qualquer mãe ou pai ficariam bem. Olho para a minha namorada que está abraçada de lado com a Sofia, ela levantou o polegar e movimentou os lábios sem deixar que saísse som: “Eu disse que ficaria tudo bem”.

- Agora quero saber qual é a desse trato – Meu pai segurou em cada lado do meu rosto.

- Só vamos ajudar as policias a capturarem uma pessoa – Sorrio fraquinho – Isso é ótimo, não é?

- É melhor do que ficar na prisão – Alejandro riu – É maravilhoso, hija.

- Então está tudo bem entre nós? – Intercalo o olhar entre o meu pai e a minha mãe.

- E você tem dúvidas, hija? – Sinu passou por mim, aproveitando para beijar o meu rosto – Eu vou preparar uma pizza deliciosa para vocês.

- Não se preocupe com a gente, Sinu – Lauren se manifestou.

- Apenas aproveite, querida.

Guio a minha namorada até uma mesa lá no fundo, assim para ficarmos sozinhas e aproveitarmos aquele momento de paz. Meu pai foi ajudar a dona Sinu e a Sofia puxou uma cadeira para se sentar comigo, querendo saber como é lá na prisão. Eu não gosto muito de pensar nisso e nem contar, mas a minha irmã está curiosa demais para saber e bem, acho que estou devendo isso a ela. Pelo menos eu estou ali com os meus amores, tudo deu certo, os meus pais estão numa boa comigo, eu juro que estava esperando pelo pior, ainda bem que não veio.

- Quando os nossos pais chegaram para me contar sobre a sua prisão, eu fiquei muito pensativa na hora – Sofia começou a contar – Claro que é muita irresponsabilidade, mas eu não tenho o direito de julgar. Pelo que eu fiquei sabendo, você gosta de correr... – Aceno em confirmação – Então eu conversei com os nossos pais, não adianta eles ficarem bravos, isso só piora a situação.

- Você fez o certo, pequena – Lauren cutucou a minha irmã, essa que deu risada por ter sentido cocegas – Que bom que está tudo certo agora.

- É só vocês não aprontarem de novo – Sofia soltou uma piscadinha e se levantou – Eu vou ver se a pizza está pronta.

- Eu acho meio difícil – Solto uma piscada – E não estou me referindo a pizza.

- Sem juízo! – Sofia aproveitou que está em pé e desferiu um tapa em minha cabeça.

Solto uma risada sabendo que aquilo provocou a minha irmã, tudo o que eu recebi foi um carinhoso dedo do meio. Mas não é que a pizza ficou pronta rapidamente? Logo a Lauren e eu devorávamos com um belo refrigerante gelado. Porem uma coisa estava me incomodando, o almoço todo a minha namorada ficou quieta, parecia estar pensando em alguma coisa e a curiosidade corroía dentro de mim. Será que aconteceu alguma coisa? Odeio quando ela fica assim.

- Lo... – Eu já ia perguntar se tinha acontecido algo, mas ela me interrompeu.

- Sabe Camz, eu gosto de evitar de beber bebidas alcoólicas, digamos que não faz muito bem para mim quando acabo extrapolando – Lauren largou o garfo sobre o prato.

- Por que isso agora? – Arqueio uma sobrancelha.

- Você enfrentou os seus pais e agora eu estou inspirada a te contar sobre o que aconteceu – Lauren puxou o ar com força, ali eu abandonei a ultima fatia de pizza, estou mais interessada no que ela vai contar – Antigamente eu gostava muito de festas, as meninas sempre me arranjaram festas divertidas com muitas bebidas e quando eu começo a beber, viro uma outra pessoa.

- Mas amor, você bebeu na minha social e ficou numa boa.

- Por um milagre aquele dia não aconteceu nada – Lauren sorriu brevemente – Talvez você seja o meu anjo protetor.

- Lolo... – Sinto as minhas bochechas pegando fogo – Continue por favor.

- Ok – Ela balançou a cabeça para então voltar a continuar a contar – Em uma das festas que acabei bebendo além da conta, foi uma grande tragedia – Me levanto em um pulo ao ver o olhar perdido de minha namorada, rapidamente me sento no colo dela, não importando que os meus pais vissem ou qualquer outra pessoa que está entrando no restaurante – Eu peguei o meu Dodge e fui fazer brincadeiras na rua, corria que nem uma maluca a ponto de machucar alguém e graças a Deus, machuquei apenas a mim mesma.

- Meu Deus! – Cubro a boca com as minhas mãos.

- O acidente foi feio, parei no hospital com o caso grave, perdi os movimentos de minhas pernas – Lauren deixou as mãos caírem sobre as minhas coxas – Quase não consegui recupera-las, passei longos meses na fisioterapia e se fosse um tiquinho pior – Ela ajuntou o polegar e o indicador, gesticulando o “tiquinho” – eu perderia os movimentos para sempre.

- Eu não sabia disso, Lolo – Arregalo os olhos ainda absorvendo tudo aquilo.

- Por isso que eu devo para o Nicholas Galitzine, na época, que eu não sabia que ele era um traste desse, eu pedi para que ele me ajudasse a concertar o carro depois que bati o mesmo – Ela entortou os lábios em desgosto – Se o arrependimento matasse...

- Eu sinto muito – Abraço a minha namorada, passo os braços ao redor do seu pescoço – Eu sinto muito mesmo, amor, eu não sabia dessa tragedia.

- Está tudo bem, Deus me deu uma segunda chance, mas acho que até ele esteja arrependido.

- Não diga bobagens – Cubro a boca dela com a minha mão direita – Você é maravilhosa demais e não merecia passar por tudo isso. Não pense nessas merdas, apenas agradeça por ter os movimentos das pernas.

- Foi bem melhor mesmo eu ter desabafado com você.

- Não guarde as coisas para si, amor – Toco no coração dela, a mesma sorriu para mim – Quando estiver se sentindo péssima, se abra comigo e eu te dou o mundo para te ver sorrindo como agora.

- Eu te amo, minha princesinha.

O meu coração disparou fortemente, a Lauren se abriu comigo, contou sobre o seu passado e agora eu pude entender melhor o motivo dela não beber.

- Eu também te amo, vida.