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História Nefarious - Capítulo Três


Escrita por: yixiumin

Notas do Autor


MIL PERDÕES PELO ATRASO!

Eu fiquei com um bloqueio do caralho, eu olhava pro word e minha mente entrava em pane, foi horrível.
MAS EU CONSEGUI, E AGORA TO AQUI COM O MAIOR CAPÍTULO DA FIC ATÉ AGORA amém

Eu to indo responder os comentários agorinha, eu vi que teve gente nova que começou a comentar nos primeiros e isso me deixou muito feliz, quase subi pelas paredes sério.
Até de madrugada os comentários vão estar todos respondidos, eu prometo de dedinho.

OBRIGADA POR TANTOS FAVORITOS E POR TANTOS COMENTÁRIOS EU FICO TODA AAAAAAAAAAAAA COM CADA COMENTÁRIO SÉRIO EU AMO VOCÊS AI

O capítulo foi betado pela Mai ♥

Boa leitura~

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!

Capítulo 4 - Capítulo Três


Fanfic / Fanfiction Nefarious - Capítulo Três

CAPÍTULO TRÊS

 

 

O sol já nascia quando Chanyeol colocava os pés na propriedade da grande mansão em que morava. Ele andava com a cabeça baixa e tinha um sorriso sorrateiro nos lábios. O sereno e a grama molhada faziam os passos do rapaz serem barulhentos.

A sua mente fazia uma retrospectiva automática dos momentos da noite anterior, e seu sorriso aumentava cada vez mais. A madrugada rendeu suspiros e carinhos que Chanyeol já estava acostumado.

Isso era uma coisa ruim.

Ainda mais por Baekhyun ser um humano.

Ás vezes Chanyeol sentia medo. Medo por estar arrastando Baekhyun cada vez mais para o seu mundo caótico e violento.

Ele sentia medo de machucá-lo.

Nunca se perdoaria se acontecesse algo com o caçador por sua culpa.

Chanyeol se considerava um vampiro um tanto... peculiar?

Beber sangue era a coisa mais pra prazerosa para vampiros. Era uma satisfação inigualável. Era uma necessidade sendo saciada a cada gota ingerida. Era o alívio da sede insuportável indo embora.

Chanyeol reconhecia isso, mas nunca gostou de matar pessoas.

Veja bem... ele nunca quis ser um vampiro.

Pelo menos quando ainda não sabia que eles existiam.

Com seus cento e dezesseis anos de idade, Chanyeol ainda se sentia como um humano. Ele ainda seguia valores e morais que tinha aprendido desde pequeno e sabia o que era certo e errado.

Ele se tornar uma criatura imortal foi meramente... um engano? Talvez? Ah, nem ele ainda sabe ao certo, depois de tantos anos.

 

Em meados de 1920, ele vivia em Nova Orleans, alguns anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, o mundo tentava se recuperar e reconstruir-se aos poucos. O jazz ficou popular e todos em Nova Orleans dançavam aos sons dos músicos famosos na época.

 Chanyeol nunca foi desprovido de conforto. Seu pai foi um general renomado na guerra, que mesmo depois de sua morte, sua fortuna ficara para ser gastada por seu único filho.

Chanyeol gastava seu dinheiro em bebidas e música. Passava dias sem voltar para casa. Talvez para entorpecer a falta que sentia de seu pai, talvez para distrair seu inconsciente totalmente desgastado com tudo o que acontecia em seu país.

Talvez para distrair o vazio que sentia.

Depois de quase quatro garrafas de uma cerveja especial que serviam em bares chiques da cidade, ele dançava freneticamente com um grupo de pessoas da sua mesma idade. O jazz enchia os ouvidos de todos e sua melodia animava as pessoas em ruas próximas.

Chanyeol tomava tudo o que via pela frente, desde bebidas mais fortes até latas de refrigerantes pela metade que pegava em outras mesas.

Até que um líquido férreo passou pela sua garganta.

Ele nunca tinha provado aquele tipo de bebida antes. Pensou ter sido apenas um tipo de vodka ruim, e ignorou a situação.

Mas a sorte não estava a favor do rapaz aquela noite.

Quando saiu do bar, atordoado e cambaleando, ele viu dois homens assaltando uma moça que passava. Eles a ameaçavam e a seguravam pelos cabelos. Chanyeol já não sabia controlar suas ações, e foi por isso que partiu para cima dos bandidos sem pensar duas vezes.

Um cenário que não acabou bem.

Chanyeol não sabia lutar, e ainda estava bêbado, para piorar tudo.

Chanyeol foi morto com facadas por todo o seu estômago e foi deixado em um beco.

Ninguém o encontraria e ninguém se importaria.

Até que ele começou a respirar novamente.

 

Anos se passariam e Chanyeol descobriria que era assim que estavam criando mais vampiros na época. Eles embebedavam homens e mulheres, faziam os beber sangue puro de outros vampiros, e se tivessem sorte, alguma tragédia aconteceria para que os humanos morressem ainda com o sangue deles em seus organismos.

Era assim que uma pessoa se transformava.

Você precisaria ter o sangue de um imortal em si para retornar como um vampiro.

A morte trazia a vida.

Irônico, não?

 

 

Yah, está me ouvindo?” Chanyeol sonhava acordado vezes demais, ele sempre se lembrava que tinha que parar com isso. “Você anda tão aéreo ultimamente. Arranjou uma namorada, foi?”

Yixing chegou quase no mesmo momento que Chanyeol em casa. Ele veio mais devagar do que o normal. Aproveitou sua trajetória longa para fazer todos os planos e pensar em todas as possibilidades da Máscara os ter descoberto. Ele ainda iria a loucura com toda essa história.

“Hyung, onde você estava?” Chanyeol disfarçou, e perguntou.

“Fui fazer uma visitinha para o nosso padre favorito.” Suspirou. “Tenho más notícias.”

 

♦•♦•♦

 

“Kim Jongin, abra essa porta agora!” Luhan batia enfurecido contra a nova porta de madeira do quarto de Jongin.

Nova, por que ele já tinha perdido as contas de quantas portas já tinha quebrado tentando entrar a força no quarto do mais novo.

“Abra essa porta se não eu-“

“Você sabe que o máximo que vai conseguir fazer é quebrar a porta de novo, né?”

Luhan pausa seus punhos ainda cerrados para olhar para a voz que chamou a sua atenção.

“Você já acordou, Minseok?”

“Quem não acordaria com esse tumulto todo?” Minseok estava escorado em uma das colunas da casa que dava de frente para a porta em que Luhan batia com força. Ele segurava um pote cheio de amendoins, e seus dedos ficavam sujos com o contato com a comida.

“Kim Jongin!” Luhan bufa enquanto encosta sua testa na porta. “Yixing vai ficar puto se tiver que trocar outra porta quebrada.”

“É melhor você esperar Kris chegar, sabe que ele é o único que consegue fazer Jongin parar... pelo menos por alguns dias.” Minseok diz.

“Esse moleque vai ver só. Ta escutando né?!” Ele grita mais uma vez em direção da porta antes de se afastar e abraçar o rapaz que estava tomando seu ‘café da manhã’.

“Dormiu bem?” Com a cabeça apoiada no ombro do outro, Luhan perguntou carinhosamente.

“Você é muito manhoso pra um vampiro de duzentos e dezesseis anos.” Minseok murmurou.

“Deixa vai. Você quase nunca me deixa ser carinhoso, tenho que aproveitar quando você me da brechas desse jeito.” Luhan se aconchegou mais ainda achando até estranho o humano não estar se afastando.

Sim, humano.

Kim Minseok tinha veias que pulsavam sangue quente e bem vivo.

Luhan o abrigou quando ele tinha vinte anos. Minseok era filho de uma das famílias de bruxos que conheciam. Ele não possuía habilidades de seus ancestrais, nem mostrava sinais de que um dia seus poderes pudessem florescer.

Ele era completamente um humano normal, com a família morta.

 

Em uma de várias vezes em que fugiam da Máscara, seis anos atrás, se esconderam na casa de bruxos, pais de Minseok.

O humano se lembra bem de quando estava em sua sala de estar e de repente havia cinco homens do seu lado, falando para o mesmo chamar seus pais. Minseok já havia visto Kris se encontrar com seu pai diversas vezes, porém nunca havia conversado com o mesmo.

Ele sabia do sangue de bruxos que corriam nas veias de toda a sua família, que conseguiam controlar elementos, fazer coisas levitarem, mexerem com partes obscuras da natureza, entre muitas outras coisas sobrenaturais.

Minseok não possuía dom nenhum. E, sinceramente, achava melhor assim.

Sempre viu pelo stress que seus pais passavam, e nunca desejou isso para si. Ele só queria ser normal. Gostava do ordinário e do simples. Gostava de sua faculdade e das pessoas com quem convivia. Mas tudo isso foi tirado a força de si um dia.

E agora, ironicamente, ele morava com aqueles que o arrancaram de sua zona de conforto.

E o introduziram nesse caos.

 

“Já chega.” Ele se esquivou lentamente dos braços do vampiro, disfarçando querer comer mais um pouco do amendoim do pote que segurava, apesar de já estar quase cheio.

“Até quando vai ser assim?”

“Assim como?”

Luhan tinha uma expressão de desapontamento. Era frustrante todas as vezes que Minseok o rejeitava.

“Você sabe que eu gosto de você...” O vampiro falou baixinho com um bico infantil nos lábios.

“E você sabe que eu só te vejo como amigo.” Com um sorriso e uma piscadela simpática, Minseok respondeu.

Enquanto Luhan suspirava derrotado, o som de uma gargalhada veio do quarto de Jongin. Que até agora permanecia trancado e em silêncio.

“Hyung, o dia que você sair dessa friendzone vai ser o dia que eu começar a beber sangue de coelhinhos, ou seja, nunca!” O vampiro, ainda no quarto, ria.

“Yah! Eu vou matar esse moleque!” Quando Luhan estava prestes a chutar a porta do quarto de Jongin com toda sua força, a porta da frente da casa se abriu.

“Por favor, não me diga que eu vou ter que trocar a porta do Jongin de novo...” Yixing suspirava, colocando as chaves de sua moto no balcão próximo a entrada.

“Oh! Chanyeol? O que esta fazendo acordado?” Minseok aponta para o vampiro que entrou na casa junto de Yixing. “Você normalmente só acorda quando a gente praticamente está indo dormir.” Com a boca cheia de amendoins, Minseok fala de maneira fofa e Luhan sente que pode ficar olhando para o humano o dia inteiro daquele jeito.

“Eu... uh... f-fui... ver o nascer do sol!” Chanyeol respondeu nervoso. Foi a melhor desculpa que ele conseguiu pensar de última hora. Não poderiam saber que estava se encontrando com alguém, isso só traria problemas e discussões desnecessárias.

“Nascer do sol? Eu ein... você é um vampiro, não tem que gostar do sol garoto.” Luhan fala com as mãos na cintura.

“É exatamente por isso que temos esses anéis, né hyung.” Chanyeol levanta sua mão para deixar a amostra de um anel de rubi azul, com suas frestas banhadas em ouro puro. Um luxo necessário. “Eles são feitos especialmente para não queimarmos no sol. Então eu posso sim querer ver e gostar dele.” Chanyeol mostra a língua infantilmente para o mais velho.

“Sinceramente, quantos anos vocês realmente tem?...” Minseok revira os olhos.

“Eu sei, seu idiota. Faço coleção deles...” Luhan diz suas palavras baixinho.

Os anéis que os protegiam do sol eram encantados. Bruxos eram capazes de gerar magia protetora, e a passar para objetos. Podiam ser anéis, colares, pulseiras. Mas o preferido dos vampiros sempre foi a jóia sutil e discreta. Luhan tinha pequenas caixinhas cheias de anéis que ele usou com o passar dos anos, eram os seus tesouros pessoais.

Yixing se aproxima e pega alguns amendoins do pote que Minseok segurava, ficando de frente para a porta do quarto de Jongin.

“O mesmo de sempre?” Ele pergunta, olhando para Luhan.

“Sim, ele nunca aprende.” Luhan bufa.

“É melhor esperar o Kris chegar, ele sabe lidar melhor com o Kai.”

“Foi isso que eu disse.” Minseok fala.

Yixing já se afastava da porta quando ouviu um clique da mesma, sendo aberta.

“Parece que alguém começou a ter medo do Kris, é?” Luhan sorria malignamente quando viu Jongin sair devagarzinho do quarto. Ele tinha uma expressão entediada e não fazia contato visual com ninguém.

“O que estão falando de mim?”

Toda a atenção foi voltada para a porta de entrada da casa novamente, onde Kris entrava, deixando uma pasta e as chaves do carro na bancada junto com a da moto de Yixing.

“Falando no diabo...” Yixing se sentou na poltrona confortável e acenou levemente a cabeça em direção ao vampiro que acabara de chegar. Jongin direcionava seus olhar para todos os cantos, não querendo olhar para quem havia chegado.

“É um milagre todos vocês já estarem acordados tão cedo.” Kris aponta para Chanyeol. “Principalmente você.”

“Milagres acontecem.” Chanyeol riu falsamente, tentando disfarçar, e conseguiu, para o seu alívio.

“Você talvez vá querer ter uma conversinha com o nosso querido Kim Jongin.” Luhan disse ironicamente, jogando seus braços em volta de Jongin, o abraçando de lado, debochando do mesmo internamente.

“Por quê?” Kris pergunta e olha para trás dos corpos abraçados. “Mas a porta nem está quebrada.” Ele faz uma careta confusa.

“Isso porque o Yixing me atrapalhou! Algum dia eu ainda troco essa porta do Jongin só por uma cortina.” Luhan se aproxima do ouvido do vampiro que esta abraçando e sussurra: “Me aguarde.”

Kris olha para Jongin com desaprovação. Ele já imagina o que o vampiro tenha feito, mas tem assuntos mais importantes para tratar no momento.

“Eu lido com você depois. Temos que conversar. Todos nós.”

“Sim. Nós temos.” Depois de um longo suspiro, Yixing afirma.

“Eu fui visitar alguns bruxos em Jeju.” Kris começou. “Eles disseram que tudo tem estado muito silencioso, muito tranquilo. Dizem que quase não vêem mais casos de assassinatos, nem encontram mais vampiros vagando pelas ruas a noite. Isso não é estranho?” Ele pergunta mais para si mesmo.

“Isso não é bom?” Chanyeol diz.

“Coisas boas não vem tão fácil.” Minseok corta a conversa, pensativo.

A raiva de Luhan já sumia, ele ainda estava perto o suficiente de Jongin para se encostar-se ao mesmo, se equilibrando.

“Caçadores?” Jongin pergunta.

“Não há caçadores suficientes na ilha de Jeju, não seria possível eles terem matado todos os vampiros lá em menos de uma semana.” Kris responde.

“Eles podem ter parado de matar por conta própria...” Chanyeol disse, se sentando em uma cadeira próxima.

Jongin riu debochadamente. “Nem todos os vampiros são bonzinhos iguais a vocês.”

“Você que o diga né.” Luhan bateu levemente na cabeça de Jongin, o fazendo perder o equilíbrio.

Kris ainda pensava consigo mesmo. Por todo o caminho ele já tinha descartado todas as possibilidades plausíveis para explicar a situação. Era tudo muito repentino e estranho.

“Você está muito quieto.” Kris aponta para Yixing, que tem a cabeça baixa durante toda a conversa.

Depois de pensar por onde começar em alguns segundos, Yixing suspira, e começa a dizer como foi sua noite.

“Eu fui ver Jongdae. Você me disse que ele tinha uma coisa para nos dar.”

“E o que era?” Minseok pergunta.

“Um aviso.”

 

♦•♦•♦

 

1840, Hong Kong, China.

 

 

Só mais cinco anos e seu treinamento estaria completo.

A sede da Máscara na China era a mais poderosa, e já fazia vinte anos que Huang Zitao havia se transformado em uma criatura da noite.

Ele estava no topo de uma grande casa que funcionava como o quartel general de toda a organização. Localizava-se em uma área rural, era bom e bonito. Por dentro a casa era luxuosa, mas por fora era discreta o bastante para não chamar a atenção de olhos curiosos.

Ele pensava em como seria quando comandasse a Máscara. Pensava nas responsabilidades e nas decisões difíceis que tomaria quando todo o poder fosse seu. Ele foi treinado para isso, saberia lidar com toda a pressão.

Todos ficariam orgulhosos.

Yifan ficaria orgulhoso.

“No que está pensando?” Ele sentiu a presença do outro vampiro se aproximando, mas não se virou mesmo assim, esperando do rapaz se pronunciar.

“No futuro.” Tao respondeu sem olhar para o amigo.

“Você pensa demais no futuro.” Yifan sorriu, se juntando ao amigo em observar as árvores e alguns vaga-lumes que deixavam a noite agradável.

“Estou sendo treinado para isso, afinal de contas.” Suspira, dessa vez olhando para o vampiro ao seu lado.

Wu Yifan era um vampiro de sangue puro. Tinha traços surpreendentemente belos. Um humano não teria suas feições tão bonitas e Tao sempre reparou muito nisso.

“Somos imortais. A beleza de não morrer é não ter que se preocupar com o futuro, Tao.” Riu abafado, só então olhando para o amigo, que o encarava.

Um silêncio confortável reinou por alguns segundos, até Tao fitar profundamente os olhos de Yifan.

“Quando eu assumir o comando, você vai estar ao meu lado, certo?” Espera a resposta, ainda não quebrando o contato visual.

“Sempre.”

 

Yah pare de pegar meus anéis! Sabe que eu gosto de colecioná-los...” Luhan gritava para o colega de quarto que mostrava indiferença enquanto ouvia as reclamações do mais velho.

“Por que tanto drama? Você tem tantos... não custa nada só me emprestar de vez em quando.” Fez um bico e pegou outro anel da caixa que Luhan guardava suas preciosidades.

“Yixing voc-“

“Querem parar de brigar por causa desses anéis de novo, parecem duas crianças.” Sentando em um grande sofá no quarto dos vampiros, Yifan observava os dois discutindo.

“Yifan, eu sou mais velho que você, então não se mete. E Yixing, ou você devolve meus anéis ou eu-“. Gaguejou. “O-ou e-eu-”

Yixing soltou uma risada tão alta que as mãos de Yifan foram automaticamente parar em seus ouvidos.

“Você é engraçado Luhan, e é tão bonzinho que não consegue pensar em nada de maldoso pra fazer comigo.” Yixing colocava o anel emprestado em seu dedo enquanto o mais velho dali formava um bico com os lábios e ficava vermelho de raiva.

“É só dessa vez!” Fechou a sua caixa preciosa e a guardou rapidamente.

“Você também disse isso das outras vezes...” Foi a última coisa que Yixing disse antes da sair do quarto.

“Eu nem vou dizer mais nada.” Revirando os olhos sentou no sofá ao lado do amigo e soltou um suspiro longo.

Luhan e Yifan eram amigos desde que atingiram a maioridade vampírica, o que já fazia muito, muito tempo. Identificavam-se um com o outro, gostavam da companhia um do outro, e o mais importante, confiavam um no outro.

“E você, o que veio fazer aqui a não ser nos chamar de criança como sempre faz?” O mais velho perguntou.

“Eles vão convocar todos os anciões hoje.” Kris disse sem olhar para o amigo.

“E daí? Eles sempre fazem isso.”

“Eles vão convocar os anciões e todos os vampiros hoje, Lu, todos.” Fez questão de dar ênfase na ultima palavra.

A Máscara era o maior grupo de vampiros que existia e a sede de Hong Kong, onde se localizavam, era a mais poderosa. A China sempre conseguiu controlar melhor todos os aspectos e acontecimentos da vida vampírica. Seguiam tradições muito rígidas e sempre foram formais demais, e uma reunião que envolvia todos os vampiros que viviam ali não poderia ser uma notícia boa.

Yifan estava preocupado.

Os líderes sempre foram meio loucos, do ponto de vista do loiro. Matavam por diversão e às vezes deixavam humanos presos no porão só para ouvirem seus gritos quando eram torturados.

Ele nunca se opôs ás decisões de seus anciões. Mas vontade era o que não faltava.

“Não seria a “coroação” do Tao? Ele comentou que poderiam adiantar, e é um evento grande, poderia ser isso.” Luhan disse despreocupado.

“Eu não sei, estou com um mau pressentimento...”

“Você está se preocupando com todos os vampiros ou só com o Tao?” Ergueu uma sobrancelha e jogou um sorriso sugestivo ao amigo.

“O que foi? Por que está me olhando assim?” Respondeu.

“Você realmente acha que eu não consigo ouvir vocês dois á noite? Tsc tsc, Wu Yifan tão ingênuo.”

Luhan se levantou em direção á porta, mas ainda olhou para trás vendo o loiro corar fortemente.

“A amizade pode sim virar mais alguma coisa então ein... de qualquer forma fico feliz por vocês dois. Sempre achei que combinavam.” Sorriu de um jeito doce, e Yifan agradeceu mentalmente por ter Luhan como seu amigo. “E não se preocupe com essa reunião, no final tudo vai ficar bem.” Com essas palavras, o rapaz com feições jovens demais para sua idade elevada, saiu do quarto. Deixando um vampiro pensativo.

Mesmo com Luhan pedindo que não se preocupasse com aquilo. Foi impossível.

 

♦•♦•♦

 

Chovia muito. Qualquer humano que se atrevesse a colocar o pé para fora de casa aquela noite com certeza seria arrastado pelo vento. Vento forte que balançava todos os galhos das grandes árvores ao redor da sede da Máscara. 

Do lado de dentro, em um quarto, Yifan estava agitado. Colocava todos seus pertences em uma bolsa o mais rápido que podia. Pegava todos os seus livros favoritos, algumas mudas de roupa, e seus anéis que o protegiam do sol.

Como ele mesmo havia previsto, as coisas não se saíram tão bem.

Precisava sair dali o quanto antes e o mais rápido que pudesse. Terminou de arrumar sua mala e quando já estava na porta de seu quarto não pôde deixar de olhar para trás, para o quarto onde viveu o começo de sua imortalidade, para onde criou memórias inesquecíveis. Olhou para a cama do homem que amava, e um súbito revirar em seu estomago se fez presente.

É agora ou nunca, pensou, antes de fechar a porta e correr pelos corredores.

 

Perto da entrada dos fundos, em uns dois enormes corredores antes, Luhan e Yixing o esperavam. O silêncio reinava e os dois mantinham os olhos bem abertos. Estavam apreensivos, e tinham motivo. A Máscara não deixava ninguém que era da família “deserdar”, seriam mortos assim que pisassem para fora daquela casa e nunca mais voltassem.

E era exatamente o que fariam.

Cada um tinha uma mala nas mãos e Kris notou que os dois estavam com os dedos cheios de anéis. Deduziu que Luhan não quis levar sua caixa e só estava levando o conteúdo, fazendo assim, Yixing de mula. Mas o mais novo não reclamou em nenhum momento, e apesar da situação que se encontrava, ele esboçava um sorriso às vezes quando olhava para seus dedos.

“Prontos?” Sussurrou para os amigos, que ao invés de o responderem, olhavam para trás do mais alto, o que fez com que Kris se virasse automaticamente.

Tao estava parado no fim do corredor, os observando.

“Você não pode estar falando sério...” Em menos de um segundo, ele já estava em frente á Kris, que encarava o chão.

“Você... Pra que as malas?”

“Estamos indo embora, Tao.” Ainda olhando para baixo, respondeu.

“O que?! Eu pensei que você estivesse brincando mais cedo, ou sei lá, só tirando com a minha cara, mas... P-por quê?” Tao começou a tremer de medo. Não se lembrava quando foi a última vez que havia sentido medo. Talvez antes de se tornar imortal? De qualquer forma, era um sentimento horrível na mesma intensidade.

“Por quê?! Você ainda pergunta? Já viu o que eles estão fazendo aqui. Eles fizeram um massacre na última semana, mataram centenas e vão continuar matando. Naquela reunião meses atrás eu sabia que algo ia mudar, só não esperava que mudasse para uma coisa tão brutal como isso.” Ergueu os braços os fazendo balançar para fazer menção que estava se referindo ao lugar inteiro. “Não me impressionaria se eles matassem qualquer um que dirigisse o olhar para eles agora, eles já matavam por diversão antes, mas eram só dez ou quinze pessoas, não quase DEZ MIL! E eles estão matando vampiros Tao, vampiros! Estão matando nossa própria espécie!”

“Você não entende!” Tao gritou. Luhan e Yixing só observavam, mas quando o mais novo gritou ficaram preocupados. Alguém devia ter os ouvido.

“Yifan vamos embora! Vão nos matar se nos encontrarem agora.” Luhan disse enquanto Yixing já abria a porta dos fundos deixando a chuva forte e o vento adentrarem o local.

“Eu vivi pelas regras deles a minha vida inteira, eu os protegi, os invejei, e para que? Para ser tratado como um animal. Não somos animais, Tao!”

Tao tinha lágrimas nos olhos, mas as mesmas se recusavam a cair. Queria que tudo aquilo fosse um sonho, onde acordaria em seu quarto com Yifan ao seu lado.

Mas nem sempre as coisas eram como ele queria.

“Não vá, e-eu posso falar com os anciões, eles talvez me ouçam e-“ Tao estava se desesperado.

“Você sabe que eles não vão mudar de ideia.”

“Yifan temos que ir!” Yixing agora já gritava, conseguia ouvir passos no andar de cima e seriam mortos se os encontrassem.

De modo urgente, Yifan pegou com as duas mãos o rosto de Tao e o beijou, o beijou como se fosse o último beijo de sua vida. Ou morte.

“Venha comigo, não precisamos disso, não precisamos deles. Podemos cuidar um do outro, você sabe disso! Eu te amo, por favor, venha. Eu vou ficar ao seu lado como prometi se lembra? Sempre!” Quando terminou de falar, Yifan olhou no fundo dos olhos do homem que amava e invés de compreensão, dúvida, ou até mesmo confusão, os olhos de Tao transmitiam raiva.

E Yifan entendeu o que aquilo significava.

“Adeus.”

E foram com essas palavras que Yifan saiu da mansão com os dois amigos na chuva violenta que inundava a grande Hong Kong naquela noite. O mesmo queria chorar, porem as lágrimas não saiam. Ou sempre estiveram presentes e ele não conseguia distinguir o que era o que no meio da chuva.

Imaginou como Tao estava se sentindo, imaginou como seria se o mesmo tivesse se juntado a ele. Yifan o amava, mais do que qualquer pessoa e duvidava se amaria alguém com tanta intensidade outra vez.

Mas ele não seria tratado mais como um animal, nem mataria compulsivamente como todos que moravam com ele.

Nesse aspecto ele ficara aliviado, e sabia que Luhan e Yixing se sentiam da mesma maneira, caso o contrário nem estariam ao seu lado agora.

Naquela noite, Yifan concluiu que quem parte, também fica partido.

 

♦•♦•♦

 

Tao mantinha os punhos cerrados quando o loiro deu o primeiro passo para longe de si e as lágrimas caíram como a chuva lá fora. Se não fosse pelas vozes e gritos de outros vampiros no corredor que o mesmo estava, talvez, só talvez, sua impulsividade teria falado mais alto e ele teria corrido em direção á Yifan. E tudo seria diferente.

 

Só talvez.

 

 


Notas Finais


Anel do Chanyeol: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/d3/16/e5/d316e5a0390dee3f4989bbc2ba0569f4.jpg

AAAAAAAAAAAAAAAAAA
E AÍ?
O QUE ACHARAM????

Pra quem já assistiu Vampire Diaries, pegaram no ar as semelhanças né? HEHE

Estavam esperando o Minseok ser humano? E de uma família de bruxos? KKJKKKJKJKJKJ
Eu ainda não vou expor todo o passado dele, pra dar aquele mistériozinho básico hehe, mas eu acho que todo mundo já imagina o que aconteceu com os pais dele né?
E essa friendzone xiuhan? Acontece com todos alguma hora, Luhan é um soldado ferido coitado...
Conseguiram reparar da onde que sai a esperança de sair da friendzone do Luhan? HFUAHFUA QUEM CONSEGUIU ENTENDER A REFERÊNCIA COMENTA~

E, ah! HUNHAN SHIPPERS, me aguardem rsrs

Essa história do treinamento do Tao, e de como ele conheceu o Kris e os outros meninos eu ainda vou explicar melhor, então não achem que eu que eu dei poucas informações sobre o passados deles, tem muito pra explicar e pra acontecer ainda. AH! E a razão de, no presente, todos chamarem Kris por seu apelido e não por "Yifan" que era como o chamavam antigamente, também tem uma explicação, então não estranhem tanto fjakejfkajkfa

O Tao não vai aparecer tão cedo depois desse capítulo, irá ter muitas menções, mas aparecer... agora vai demorar um pouquinho rsrs

Mil desculpas por ter demorado de novo. E agora com o natal e o ano novo chegando eu acho que vou demorar mais um pouquinho, MAS NÃO TANTO! JURO QUE VOU TENTAR ATUALIZAR O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL!

Então, até lá, já vou desejar um feliz natal e um feliz ano novo para todos! Que vocês tenham festas maravilhosas, e obrigada por apoiarem essa fic e sempre surtarem comigo, amo vocês ♥

Meu twitter @yixiuminn ~
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