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História Nem tão Fascinante - Oh Sehun é a exceção


Escrita por: sebaekdreams e wonderbaek

Notas do Autor


wonderbaek: COLÉ RAPAZIADA, O OUSADO CHEGOU!!!!
Incorporando o espírito neymar, aqui estamos trazendo o refri e o capítulo fresquinho pra vocês, meus pimpolhos!
preparem-se para fortes emoções e vontades de quebrarem “”””””certas pessoas””””””” ao meio (vide spoiler das notas finais do capítulo anterior), mas calmem!!! tudo dá-se um jeito e nossas estrelinhas (não a kath), vulgo sebaek, que o digam!!!

espero que vocês se divirtam com nosso menino kyungsoo, lê-se um dos nosso personagens favoritos, e com o capítulo também, que está recheado de um sebaek gostosinho!
espero que gostem, foi feito com muuuuito carinho !!! <33


xiuniverse: OLHA SÓ QUEM VOLTOOOOOOU E NÃO É JESUS! qqqqq Brincadeiras a parte, vou tentar não fazer textão!
Nesse cap temos o menino Sehun e o menino Baekhyun interagindo mais, o fanservice vale a pena, viu? Na minha cabeça, Sebaek nessa fanfic funciona como Sunny e Chad em Sunny Entre Estrelas, não sei se vocês vão sentir isso NGJFDNGJSK Espero que sim!

AAAANYWAY, aqui nós vamos ter a participação especial de Deus, e eu não tô brincando, é verdade!

Tenham uma boa leitura, e não esqueçam de deixar um comentário caso tenham gostado, tá bem? <33333 E não esqueçam de ler as notas finais também!

ps: eu sempre vou ser a estrelinha, ana q

Capítulo 2 - Oh Sehun é a exceção


 

Sehun se encontrava num estado de desespero.

Ele corria perigo, e jamais imaginou que logo nos primeiros dias isso aconteceria. O coração acelerado, o suor pingando em sua testa, a boca entreaberta tentando absorver o oxigênio que as narinas não eram capazes por causa da corrida, tudo isso e mais um pouco denunciavam o quanto estava em pânico.

Estava sendo perseguido e não sabia mais para onde correr. Sehun não tinha mais noção do tempo, mas do jeito exausto que se encontrava, provavelmente teria corrido durante uns cinco minutos. Ele olhava para os lados em busca de esconderijo, qualquer lugar que fosse possível para apagar sua presença de perto daquele que o perseguia.

Completamente desesperado.

Assim que a sirene indicando o intervalo tinha batido, Sehun fez questão de ser o primeiro a sair da sala, ignorando os chamados de Baekhyun, e durante todo o tempo se esgueirou pelos corredores, se escondendo atrás de tudo quanto era pilastra para conseguir se safar.

Não deu certo.

No fim das contas Baekhyun ainda conseguiu pará-lo quando ele caminhava para a cantina, por isso teve que apelar para a sua última alternativa: sebo nas canelas.

Então aqui estava ele, encostado na grande árvore do pátio traseiro da escola, com as mãos apoiadas nos joelhos e respirando ofegante, agradecendo aos céus por todo ventinho que batia e ajudava a secar o suor que colava suas roupas.

Pelo ao menos tinha a certeza que estava sozinho, já que olhando ao redor ele não via ninguém, o que significava que estava seguro. Pelo menos por enquanto.

Deitou-se na grama, apoiando a cabeça no pé da árvore. Os olhos se fecharam pelo incômodo em relação à claridade do sol, e os braços estavam jogados pelo chão verdinho de gramas bem aparadas.

— Finalmente, paz e sossego… — comemorou internamente, e deixou que um riso infantil saísse de seus lábios. — Eu sempre quis dizer isso! Me sinto num filme agora…

— Se você estivesse mesmo num filme, teriam câmeras espalhadas por todos os lugares, Oh Sehun.

Aquela voz.

A voz de seu perseguidor.

Imediatamente, Sehun congelou, ainda de olhos fechados. Estava deitado, então seria ainda mais difícil correr… mas ele podia rolar, não podia?

— Você não vai a lugar nenhum, bonitinho. — Baekhyun negou com a cabeça e no momento em que o Oh tentou girar o corpo, ele sentiu um impacto forte contra a sua cintura, como se tivesse jogado uma mochila de chumbo em cima dele.

Tossiu, incomodado com aquilo e imediatamente abriu os olhos.

Baekhyun, aquele garoto que o salvou na aula, estava sentado em seu colo, o impedindo de se mover. As pernas curtas estavam apertando a cintura de Sehun pelos lados, e os braços cruzados sobre o peito, demonstrando que ele não estava ali para brincadeiras.

Puta merda… ao menos senta em mim direito! — reclamou, irritado com aquilo.

— Se você se mexer, as coisas vão ficar piores. — por mais que o olhar dele demonstrasse diversão, o tom se mostrava sério. — Sehun, você ao menos ouve o que fala? Eu não tô aqui pra piadinha não, novato.

— Você não me engana. — retrucou. — Eu sei o seu segredo, Baekhyun… eu sei o seu segredo… — disse num tom misterioso, encarando o garoto.

O Byun olhou para os lados e respirou fundo. Haviam pessoas chegando ali, e elas poderiam achar aquilo muito estranho, talvez até nunca mais olhassem para a cara dele até que soubessem… do segredo.

— Sehun, é melhor você parar.

— Se você não sair de cima, eu vou contar pra todo mundo o que você faz no dormitório à noite… sozinho… — provocou, o desespero de não conseguir fugir sendo perfeitamente camuflado.

— Você mal chegou e já acha que sabe de tudo! Pois bem, Sehun, você não sabe. Acha que sabe, mas só acha, porque não sabe de nada, novato!

Será, Baekhyun? Será mesmo? — estreitou os olhos, numa expressão debochada. — Porque eu ouvi uns rumores sobre você em uma fest-

— Eu não vou à festas, boa tentativa. Qual a próxima?

Sehun suspirou, empurrando o corpo magro. E o baixinho tinha força, porque não se moveu nem um centímetro, mesmo com o Oh fazendo todo o esforço do mundo para tirá-lo dali.

— Como chegou até aqui? — mudou o assunto, rendendo-se ao Byun. — Que eu me lembre, estava completamente sozinho quando eu cheguei.

— Ué, não era você que sabia dos meus segredos? — ergueu uma sobrancelha, num tom desafiador. — Eu te fiz uma pergunta, você deveria responder, mal educado.

— Não fez não… Eu não lembro de nenhuma pergunta sua. — deu de ombros, tentando deixar clara a indiferença.

Não fiz, Sehun? Não fiz mesmo? — imitou as mesmas expressões do garoto há alguns minutos atrás. — Por que fugiu de mim como… como o diabo foge da cruz?

— Que comparação mais clichê, Baekhyun! — negou com a cabeça, decepcionado.

— Então você tem alguma ideia, gênio?

— “Por que fugiu de mim como dementadores fogem do patrono?”, olha só! — mostrou a língua infantilmente. — Eu não precisei nem pensar.

— Por que fugiu de mim como o Sehun foge do Baekhyun? — estalou os dedos, como se aquilo tivesse sido a melhor comparação do mundo.

— Por que fugiu de mim como um vampiro foge da luz?

— Hm… eu meio que sou a luz. — piscou, rindo baixo. — E vampiros não existem.

— Existem sim. — protestou, franzindo a testa.

— Sehun, por que você fugiu? — voltou a perguntar, rangendo os dentes ao falar. — Conta logo!

Apertou a cintura do mais novo com as pernas, o fazendo gemer em reclamação.

— Ai, ai! Cuidado com essas coisas aí, isso pode machucar?

— Você vai ver o que vai machucar se não me responder, Sehun. Eu estou no seu colo, posso muito bem sentar aqui de novo e acabar com a sua chance de ter filhos, se lembre disso.

— O quê? — riu, balançando a cabeça num sinal negativo. — Baekhyun, acho melhor você sair de cima de mim… eu não quero te machucar.

Baekhyun o observava por cima com uma expressão de tédio e indiferença. Ele deixava bem claro apenas no olhar que, se soubesse o segredo do Oh, logo contaria para alguém, e Sehun acabaria mal.

O mais novo respirou fundo, já ficando sem opções de saída. Abaixou o olhar para as mãos, fazendo uma expressão triste.

— Sabe… eu sempre acabo machucando as pessoas. — suspirou, engolindo em seco. — Eu… eu nunca quis ser assim, eu não pedi pra ser assim, Baekhyun, eu-

— Pare de parafrasear Percy Jackson! Eu não sou idiota, seu idiota! — irritado, o Byun se levantou, puxando o braço de Sehun consigo, o fazendo levantar também.

No momento em que foi puxado para cima, sentiu o mundo ao redor escurecer. Tudo havia literalmente ficado escuro. Ele ainda podia ver Baekhyun, mas era como se estivesse noite, porque o céu se encontrava sem luz alguma, e o que iluminava o lugar eram apenas as luzes de emergência que haviam se ligado imediatamente. Era uma luz fraca, mas o suficiente para que pudesse enxergar o garoto o encarando, sem ligar para o que acontecia. Aquele lugar era esquisito, porque mesmo com o dia em um segundo virando noite, ele ainda sentia o mesmo calor, a mesma brisa de verão.

— Baekhyun… — olhou para os lados, as pessoas reclamando umas para as outras, encarando os dois sempre que cochichavam algo no ouvido.

— Ai, droga! — Baekhyun revirou os olhos e respirou fundo, tentando se acalmar da raiva momentânea.

Em poucos segundos, tudo havia se estabilizado. Como diriam os livros de contos de fadas: em um passe de mágica. Tão rápido quanto a luz tinha sumido, ela tinha voltado.

Sehun era lerdo, porém não era burro. “Hm… eu meio que sou a luz.” disse o Byun, e no momento em que ele ficou bravo, toda a luz se foi. Quando ficou calmo, ela havia voltado.

— Essa não… você é Deus! — apontou com o indicador para Baekhyun, como se o estivesse acusando de algo.

E por alguns segundos, o mais velho o olhou como se Sehun estivesse dizendo algo como “elefantes voadores lavam roupas com chocolate”, e não muito tempo depois, viu uma oportunidade para se aproveitar.

— Exatamente. Você não esperava que Deus estivesse no seu colo, não é? E nem que fosse um lindo estudante te pedindo pra responder uma pergunta. — disse, fingindo estar bravo. — É melhor parar de enrolar, Oh Sehun, ou eu vou fazer chover no seu quarto o ano inteiro, vou colocar holofotes na sua cara sempre que for dormir, e secar toda a água do seu chuveiro para que não tome banho. Responda logo à pergunta, ou a praga vai se tornar realidade.

— Por favor, Deus, me perdoa! — de imediato, ele se ajoelhou na frente do mais velho, que ficou extremamente constrangido com a cena.

As pessoas que olhavam disfarçavam o riso, outras deixavam claro o quão esquisito era aquilo, e algumas encaravam Baekhyun com uma expressão de pena. Sehun, por sua vez, tremia por medo de ser castigado, mas também tremia por medo de ser jogado para fora daquele internato que ele preferia chamar de Hogwarts.

Baekhyun se perguntou quantos anos passaria no inferno por se passar por Deus, mas internamente, estava era adorando ver o mais novo tremendo aos seus pés de medo. Faria aquilo mais vezes, se possível. As consequências viriam logo em sua morte, mas enquanto estivesse vivo, faria a festa sem nem se arrepender.

— Por que você ficou tão nervoso, Sehun? Geralmente, os alunos chamados correm pra frente pra contar sobre todas as experiências, e você pareceu… não querer muito isso.

— Por que você me salvou?

— Não tente desconcentrar Deus, responde. — voltando a ficar impaciente, Baekhyun o fuzilou com o olhar.

— Ok, primeiro, prometa que não vai contar pra ninguém… — acanhado, Sehun pediu.

— Por que eu tenho que prometer?

— Porque… é complicado.

— Ah, não… não me diga que...

— Sim… — confessou, envergonhado.

— Não… — Baekhyun arregalou os olhos, desacreditado.

— Sim… — Sehun confirmou mais uma vez, cobrindo uma parte do rosto com as mãos.

— Eu não acredito, Sehun… — o Byun piscava várias vezes, sem reação.

— Infelizmente, Baekhyun… — ele suspirou, decepcionado consigo.

— Não, Sehun… não pode ser… — insistiu o mais velho.

— Eu sou uma decepção, me perdoa… — implorou baixo, os olhos pedindo por perdão.

— Sehun, você não pode ter feito isso…

— Mas eu f… espera, isso o quê?

— Como assim “isso o quê?”

— O que você acha que eu fiz? — piscou os olhos, confuso.

— O que todos fazem, ué. — disse como se fosse óbvio.

— Todos aparecem aqui sem terem poderes? — indagou, surpreso com aquilo, e aliviado por não ser o único.

No momento em que a pergunta escapou dos lábios, ele percebeu que havia dito aquilo que não deveria. Eles se encararam, completamente perdidos. Enquanto Baekhyun pensava em algo, Sehun pensava em outro, e o choque de informações divergentes foi forte demais para que aquela indagação fosse evitada, ou contornada por algo parecido.

— Sehun… — o Byun começou, a desconfiança clara nos olhos semicerrados — Você não tem poderes?   

 

 

 

 

 

 

Baekhyun tinha um plano. Um plano ótimo por sinal, para fazer Oh Sehun não o ignorar quando fizesse uma pergunta e ficar fugindo de si por toda a escola.

— MAIS RÁPIDO, SEHUN! — gritou, soprando o apito que tinha pendurado em seu pescoço por uma cordinha fina do barbante que achou em suas tralhas.

Após descobrir que o mais novo possivelmente não tinha poderes, o Byun decidiu tentar ajudá-lo. Não sabia como era ser um Exceção, já que desde pequeno estava marcado que era um Fascinante, mas tinha plena consciência de que muitos deles que não tinham o mesmo título passavam por maus bocados. Queria deixar o possível amigo confortável na escola que tanto gostava.

— Você… não sabe… como é… estar aqui… — entre arfares, Sehun tentava dizer algo. Era complicado ter que fazer as cinquenta flexões e ainda reclamar sobre os gritos do mais velho.

— Tem razão, eu não queria mesmo estar na sua pele. — riu, se divertindo.

Baekhyun andava ao redor do garoto que tentava subir e descer, apoiando seus braços no chão, respirando pesadamente com dificuldade. Toda vez que Sehun tentava relaxar ou diminuir a velocidade dos movimentos, os ouvidos eram maltratados por mais e mais gritos e apitos do Byun.

Tudo o que ele menos esperava era ter que começar o ano de estudos daquele jeito. Os dois deveriam estar dormindo, mas não, eram banhados pela luz da lua no campo onde tinham aulas de Educação Física, aproveitando-se do enorme espaço para os exercícios.

E enquanto Sehun acreditava fielmente que aquilo o ajudaria a ter os poderes, Baekhyun se divertia vendo ele quase morrer de tanto esforço. Era maldade, claro que era, mas também foi maldade ser ignorado e abandonado com a pulga atrás da orelha.

— Ninguém mandou você ignorar os chamados de Deus. — deu de ombros, sentando-se na grama verdinha, o observando.

Sehun até iria retrucar, mas sentia que não tinha forças nem para abrir a boca. Seus músculos queimavam como infernos, e ele não sabia se conseguiria sequer escrever no dia seguinte.

Baekhyun encolheu as pernas, encostando os joelhos no peito e os abraçando para se proteger do frio noturno. Entretanto mal conseguia prestar muita atenção no frio que sentia enquanto observava Sehun se exercitar à sua frente.

Ele vestia uma camiseta que deveria ser larga, mas grudava em sua pele, o que permitia que Baekhyun visse com clareza os contornos do corpo do outro, e o cabelo despenteado grudava na testa de uma forma que o deixava muito charmoso, em sua opinião é claro.

Para um garoto como ele, que provavelmente nunca sequer fora a uma academia, estava indo muito bem. Já devia ter feito por volta de umas vinte flexões e o suor já escorria como água.

Sehun era bonito mesmo estando completamente acabado.

— Pode parar, Sehun — Baekhyun se levantou e soprou as mãos para esquentá-las, pensando no que mais poderia fazer para Sehun sofrer mais um pouquinho. — Ok, vamos fazer uma corrida. Dê duas voltas ao redor do campo, eu vou cronometrar, tudo bem?

Sehun se levantou e olhou indignado para o Byun. Estava cansado, suando e precisava urgentemente de três litros de água, no mínimo, para suprir sua sede.

— Como exatamente isso vai me ajudar? — Sehun perguntou com uma sobrancelha arqueada.

Será que todas as pessoas que tiveram seus poderes despertos mais tarde fizeram uma bateria de exercícios físicos como os que estava fazendo no momento?

— Vai te ajudar a ter um corpo malhado. Não é incrível? —  Baekhyun sorriu, fechando os olhos propositalmente, como se fosse a pessoa mais bem intencionada do mundo.

— Tá, mas o que isso vai ajudar nos meus poderes? — Sehun enfatizou a última palavra, cruzando os braços na altura do peito e olhando sério para o seu “tutor”.

— Nos seus poderes não vai ajudar em muita coisa — Baekhyun colocou um dedo na bochecha fingindo pensar a respeito. — A não ser, é claro, que você tenha um poder como força, tipo o Kyungsoo, mas eu duvido muito que seja o caso.

Raiva.

A mais pura e genuína raiva era o que Sehun sentia por Baekhyun no momento.

O filho da puta havia o ludibriado na maior cara de pau, e o trouxa do Sehun tinha caído feito um patinho. Ele realmente não tinha sorte na vida. Deveria ter desconfiado de toda aquela boa vontade. Tão inocente, acreditando que Baekhyun, por ser mais velho, estava tentando ajudá-lo na busca por seus poderes, acreditando que poderiam ser amigos...

Onde já se viu, Deus na Terra querendo ajudar perdedores como Oh Sehun? Isso era praticamente impossível.

— Espera… — Sehun caminhou até Baekhyun, o olhando de cima a baixo. — Você também não é Deus, é?

— Hum… não. — a naturalidade com que Baekhyun falou aquilo só contribuiu para o nível de ódio de Sehun subir de cem para mil. A vontade de socar o rostinho bonito do Byun era forte, no momento. — Na verdade eu sou ateu.

E de pensar que Sehun havia se humilhado ao ponto de se ajoelhar perante Baekhyun pedindo perdão, esperando que ele realmente fosse Deus. Ah, ele era realmente muito inocente.

Sehun fechou as mãos em punho, sentindo aquela conhecida coceirinha no nariz que indicava que estava perto de chorar. Mas não era de tristeza, ah não, era do mais puro ódio.

Queria mesmo era espancar Baekhyun até que ele mudasse de cor, de preferência para um vermelho bem vivo, mas ele não tinha sequer coragem para aquilo, então apenas respirou fundo, engolindo o choro, e virou de costas para o falso Deus, começando a caminhar para longe sem sequer se despedir.

— Sehun, onde você vai? — Baekhyun gritou ao ver o garoto indo embora. — Foi só uma brincadeirinha!

Sehun se virou rapidamente, encarando Baekhyun. Foi bem rápido, mas o suficiente para ver as lágrimas escorrendo pelo rosto do garoto.

Ser um Exceção já era humilhante demais, mas ter alguém tirando proveito de si por aquela situação era mil vezes pior.

— Enfia a sua brincadeirinha de mau gosto no rabo, seu ateu otário! — Sehun gritou e voltou a caminhar, dessa vez mais rápido, louco para chegar no seu quarto para ligar para sua mãe e chorar pedindo carinho.

Como se fosse programado, um vento frio atingiu Baekhyun, fazendo-o se encolher. De repente, ele se sentia a pior das criaturas por ter feito o novato chorar. Não tinha palavras em sua garganta que fossem o bastante para impedir Sehun de se afastar, então permaneceu quieto, vendo a silhueta do mais novo se tornar cada vez menos clara.

Sentindo mais frio que o normal, Baekhyun saiu dali também, indo para o seu dormitório. No dia seguinte ele daria um jeito de consertar as coisas e se redimir com Sehun, e estava decidido a fazer isso de todas as maneiras possíveis e impossíveis.

 

 

 

A parte mais difícil em ser o aluno novo, era que Sehun não tinha amigos para fofocar sobre o que aconteceu durante o dia anterior, nem sobre o que faria no dia seguinte. Mas o pior, era quando nas aulas, os professores pediam por duplas para algum trabalho ou prova. Ele não tinha a quem recorrer, já que a única pessoa que havia julgado ser seu amigo, apenas se aproveitou de sua inocência.

 — Sehun, quer fazer par comigo? — sussurrou Baekhyun ao seu lado, mas ele negou imediatamente.

Naquele momento, preferia fazer par até com o Professor Snape, mas não Baekhyun.

Estou ocupado demais pensando em como vou te usar pra me divertir no meio da noite. — retrucou no mesmo tom, podendo sentir o veneno escorrer no canto de sua boca.

Mesmo que tivesse sentido um pingo de culpa no subconsciente ao dizer aquilo, não pediria desculpas nem nada do tipo. Baekhyun havia sido mau demais, e não merecia nem um segundo de sua atenção.

Já havia se passado uma semana desde que o abuso acontecera, mas ainda sim, nenhum dos dois ousou conversar um com o outro. Vez ou outra, trocavam olhares, umas horas sem querer, outras por observarem um ao outro. Mas a maioria das vezes, Sehun jurava de pé junto que era sem querer, e não porque achava bonito o biquinho do garoto fofo quando estava concentrado. E Baekhyun também, não ficava encarando o jeito bonitinho que Sehun ajeitava os óculos que escorregavam pelo nariz.

— Ei, Kyungsoo! — chamou o Oh, e o garoto logo virou o rosto para descobrir quem estava o chamando. — Quer ser meu par?

A expressão de surpresa pelo convite estava bastante óbvia, mas num dar de ombros, o garoto de olhos grandes se aproximou, sentando-se ao lado dele.

— E aí, Soo, como vai a vida?

Soo? — perguntou o moreno, franzindo a testa.

— Kyungsoo, eu disse. — pigarreou nervosamente o Oh, olhando de relance para Baekhyun, que parecia se divertir com aquela situação.

— Eu pude ouvir você dizendo S-

— Eu juro que disse Kyungsoo! Soo? Nem somos íntimos ainda! Puff, talvez daqui uns dias, não é? — sorriu nervosamente, tamborilando os dedos na mesa.

— Você está bem? — Kyungsoo perguntou, completamente confuso.

— Se eu estou bem? Claro que eu estou bem. Por que não estaria? — Sehun deu uma risadinha amarela. Ele definitivamente não daria o gostinho da vitória para Baekhyun. — Não estou apenas bem, estou ótimo!

— Então alunos, hoje vamos começar a conversa proposta pelo senhor Byun na semana passada — o professor anunciou aos alunos. — Alguém se propõe a começar?

Talvez ele não estivesse tão ótimo assim.

— Eu! — um garoto, aparentando ter a mesma idade que Sehun, levantou a mão, um tanto quanto receoso. — Então…

— Primeiro diga o seu nome, e qual o seu poder. — o professor tentou ajudá-lo ao ver a dificuldade que o aluno tinha em falar.

— Eu sou… Junmyeon, mas como o meu nome é meio complicado, podem me chamar só de Suho. Suho tá bom. — sorriu, um pouco mais confortável. — Então, cara, foi o seguinte: eu e uns amigos, a gente tava numa festa, sabe? E mano, cês não vão acreditar! Começou a vazar água de tudo quanto é canto, bicho! Eu tava bebaço, nem percebi nada no começo, mas aí… sei lá, cara, foi tudo vindo na mente de repente, foi estranho demais, mano!

É melhor ficar afastado dele. — Kyungsoo sussurrou para o Oh, que concordou com a cabeça. — Dizem que ele pode tirar toda a água do seu corpo, mas na verdade ele só vai é jogar água em você. E muita água.

Aquela informação fez Sehun pensar se aquilo havia acontecido com o moreno, porque ele sentiu o corpo inteiro se arrepiar só de pensar em ter que andar molhado por todo o internato.

Alguns dos alunos riram pela história contada, outros riram pelo jeito esquisito que aquele garoto se comportava, mas no geral, ninguém fez nenhum comentário maldoso.

— Que interessante, Suho! — exclamou o professor. — Alguém aqui tem algo a dizer sobre isso?

Baekhyun foi o primeiro a levantar a mão, tão rápido e afoito que Sehun imaginou que ele fosse até cair da cadeira. Não que ele estivesse observando, claro que não.

— Professor, é possível apressarmos os poderes ou forçá-los a aparecerem mais rápido? — Baekhyun perguntou fazendo Sehun engasgar com a própria saliva.  — Digo, os poderes de Suho apareceram quando ele estava bêbado, não é? Então é possível que isso tenha interferido, não?

Estava clara que o Byun havia feito aquela pergunta por sua causa. O que era bom, porque ele também estava curioso a esse respeito, porém nunca teria coragem de perguntar.

— Bom, eu nunca ouvi de algo como isso, Baekhyun. — o professor coçou a barba com a ponta dos dedos — Ainda não fizeram testes com isso, porém, pelo  que se sabe os poderes podem ser despertos em situações de perigo intenso, ou adrenalina, enfim, momentos que acarretem emoções intensas na pessoa. — explicou pacientemente. — Normalmente isso acontece quando estamos com muita raiva, que é um momento onde não temos tanto controle sobre o próprio corpo. Sensações de cansaço também são comuns, principalmente para os garotos da neve. Quando ficam muito cansados, acontecem geadas beeem fraquinhas, mas acontecem.

— Agora eu entendi porque nevou no meu quarto depois que eu e o Minseok t-

— Cala a boca, Jongdae! — Minseok o interrompeu, quase que num desespero. — Meu Deus, segura essa língua, não sabe ficar quieto nem um segundo.

Olhares confusos pelos alunos na roda foram trocados, alguns não entenderam aquela discussão rápida, por outro lado, alguns entenderam até demais.

— Eles namoram? — Sehun perguntou para o novo amigo, curioso.

— Difícil dizer… não acho que realmente namorem, mas… são amigos que se pegam. — respondeu, avaliando os dois com um olhar atento. — O que é engraçado, porque são tão… diferentes.

— Minseok controla o gelo, né?

— Uhum, e o Jongdae os raios, ou algo do tipo. Já sabe com quem reclamar se estiver trovejando demais nos dias de chuva. — brincou, com um sorriso discreto no rosto.

Outros garotos foram contando suas experiências, cada uma delas mais inusitadas que as outras, como por exemplo a história de Yixing, que estava correndo para não apanhar da mãe e acabou caindo, ralando feio o joelho, e aí descobriu que tinha o poder de cura.

Ou até mesmo Kyungsoo, que havia revelado que seus poderes apareceram depois de brigar com seu irmão pelo videogame e acabou quebrando o console. Baekhyun, por sua vez, não disse mais nada, e enquanto contavam as histórias, ele permanecia de cabeça baixa, hora ou outra forçando um sorriso. E aquilo instigou Sehun. Qual seria a história de Baekhyun?

Felizmente, parecia que Deus estava a favor de Sehun naquele dia — o verdadeiro Deus dessa vez —, então a sirene tocou antes que sequer fosse pressionado a contar sua experiência.

Decidiu ficar na sala até que todos saíssem, assim não correria o risco de trombar com Baekhyun por aí, mas para sua (in)felicidade, Baekhyun parecia estar com a mesma ideia que si, o que deixou ambos sozinhos na sala.

Sehun não queria admitir, mas seu nervosismo não era apenas por estar sozinho numa sala com alguém, mas sim por essa pessoa ser exatamente Byun Baekhyun, o garoto que ele deveria odiar até as gerações futuras e anteriores, porém só conseguia pensar no quanto ele era bonitinho demais para valer de menos.

Apressou-se para sair mais rápido, porém a voz de Baekhyun o fez parar no meio da sala.

— Sehun, será que a gente podia conversar? — o mais velho indagou hesitante, cauteloso para o caso de Sehun ainda estar com muita raiva.

— O que você quer? — o Oh perguntou ríspido. Se sentia mal, mas queria mostrar que ainda estava magoado.

— Primeiro de tudo pedir desculpas — Baekhyun suspirou, parecendo verdadeiramente arrependido, o que amoleceu o coração do garoto mais novo. — Eu sei que fui um tremendo de um babaca, mas eu juro que a intenção não era te humilhar ou te rebaixar.

— Qual era a intenção, então?

— Na verdade, eu só estava sendo egoísta. Você tinha me ignorado a manhã inteira, então eu acabei sendo um pouquinho maldoso... Juro que não sou assim de verdade.

— Não adianta só dizer, você precisa mostrar. — Sehun retrucou.

— Eu posso mostrar se você me der uma chance.

— Que tipo de chance? — O Oh ajeitou os óculos no nariz, desconfiado demais do rumo daquela conversa.

— Deixa eu te ajudar com seus poderes de novo — Baekhyun propôs, dando alguns passos em direção ao garoto mais novo. — Juro que dessa vez vai ser diferente e vamos realmente tentar.

— Como eu posso saber que você não vai estar me enganando? — Sehun arqueou uma sobrancelha. — Você já fez isso uma vez, pode muito bem fazer de novo.

— Você ouviu o professor, não ouviu? Então você já sabe o que pode despertar seus poderes, vai saber se eu estiver te enganando, coisa que não vai acontecer. — Baekhyun sorriu e juntou as mãos. — Por favor, Sehun, deixa eu te ajudar!

Sehun pensou a respeito.

Ele não tinha nada a perder, na verdade. O máximo que aconteceria era que se frustrasse no final, nada que não estivesse acostumado em sua vida.

— Tudo bem, eu aceito, mas nada de exercícios físicos, combinado?

— Combinado!

E naquele momento o dia estava radiante do lado de fora.

 


Notas Finais


wonderbaek: EU NÃO TINHA DITO QUE O BAEK ERA UMA CRIA DE SATANÁS? POIS É!!!!
QUEM AÍ FICOU COM VONTADE DE METER A MÃO NA CARA DESSE RIDÍCULO LINDO E CONSOLAR NOSSO MENINO SEHUN? ~EU!~
Nesse capítulo tivemos várias participações especiais, muitos fts maravilhosos e que foram ótimos de escrever, como as histórias do despertar dos poderes dos meninos, por exemplo!!!
Pra quem não entendeu sobre o tempo: cada garoto tem um poder, e esses garotos são responsáveis por controlar o clima ali. Várias vezes citam o Minseok e o Chanyeol, porque quando o dia tá muito quente é por causa do Chan, e quando o dia tá frio é por causa do Min e seus respectivos poderes. Acho que isso ficou bem claro, mas vamos evitar qualquer tipo de dúvdas.
PRÓXIMO CAPÍTULO É O ÚLTIMO, EU NÃO TÔ PREPARADA PSICOLOGICAMENTE PRA ISSO, KATH TRAS MEU RIVOTRIL!!!!

Já disse isso antes, mas não custa nada reforçar: deem amor ao sebak dreams e todas as autoras, betas e designers maravilhosas que aqui residem <3 Uma família dessas, bicho!!!

(((próximo capítulo contém cenas fortíssimas!)))
Até o próximo pimpolhos, se cuidem, nós amamos vcsss <33 Muito obrigada a quem chegou até aqui!!

xiuniverse: (antes de tudo, eu sou xiuchen trash e tive que colocar uma mençãozinha deles, DESCULPA LARE :CCCCC)
BAEKHYUN É UM MENINO MAU, SE PASSANDO POR DEUS, QUE FEIOOO~~~
Mas eu continuo amando ele lalaalalalala
O que acharam do cap? Gostaram? Querem mais? ENTÃO TOMA MAmentira eu não tenho o poder de postar o próximo e…………….. ÚLTIMO CAP AAAAAAAAAAAAAA EU TO CHORANDO JÁ

CONTINUEM COM A GENTE, E PODEM METER BALA (não sei pq eu disse isso mas finge que eu sei).

AAAAAAAAA EU JÁ TO MORTA ANA, NÃO TENHO CONDIÇÕES!

Não se esqueçam de agradecer à @Queen_Byun pelo plot maravilhoso, e ao @sebaek_dreams pela oportunidade de ouro que foi a gente escrever essa fanfic <3333
ATÉ MAISSSSSSS!


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