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História Néon e o Sabor das Estações - Mal por mal, antes bêbado que no hospital


Escrita por: rainfiorest

Notas do Autor


Decidi adiantar o cap novo, porque as pessoas têm sido uns amorzinhos e merecem. <3 Mas não pensem que vou postar todos os dias sdhgfsdhsdhgsd

Esqueci-me de referir antes que foi graças à @Hyein aka Aléxia que esta fanfic tem um título decente. Quebrei a cabeça durante quase uma semana, até ela aparecer com sugestões lindas e eu amei. Também a amo a ela. <3333

Capítulo 2 - Mal por mal, antes bêbado que no hospital


Fanfic / Fanfiction Néon e o Sabor das Estações - Mal por mal, antes bêbado que no hospital

 

Junmyeon, o colega de quarto de Kyungsoo, foi encontra-lo enrolado numa bolinha de cobertores quando chegou. No macbook de Kyungsoo, estrategicamente posicionado na mesinha de cabeceira, passava O Diário de Bridget Jones. Se, porventura, o facto de Kyungsoo estar a chorar não fosse suficiente para Junmyeon perceber que havia algo de errado, então a sua seleção de filme definitivamente seria indicador. Kyungsoo nunca mostrara antes qualquer tipo de interesse em comédias românticas.

― Então, corujinha? ― perguntou, sentando-se na beira da cama e tocando o ombro (ou o que parecia ser o ombro, por baixo de todos aqueles cobertores) do mais novo ― Que houve?

Kyungsoo soltou duas fungadelas, mas não respondeu. Junmyeon decidiu tentar arriscar um pouco mais (a vida, sobretudo) e puxou os cobertores que cobriam Kyungsoo. A primeira coisa em que reparou, assim que o colega de quarto ficou livre, foi no facto de ele estar agarrado a um pinguim de pelúcia como se a sua vida dependesse disso. E, fazendo uma rápida viagem introspeção na sua memória, lembrou-se de que aquele pinguim tinha sido um presente de Baekhyun pelos dois anos de namoro. O que, por sua vez, o levou a compreender o que se estava a passar.

― Discutiste com o Baek? ― questionou, voltando a puxar os cobertores para cima de Kyungsoo. Este nem sequer reagira ao ficar descoberto, mas agarrou-se rapidamente a eles assim que tornou a tê-los no corpo. Junmyeon conteve um comentário sobre o calor que estava. ― Ele fez alguma coisa? ― insistiu.

Kyungsoo abanou a cabeça de forma impercetível, mas, estando deitado, foi difícil perceber se aquilo era um sim ou um não.

― Queres conversar? ― perguntou.

Kyungsoo hesitou. Na verdade, queria continuar a ver aquele filme terrível, mas que lhe recordava que havia pessoas (cof cof Bridget cof) com uma vida amorosa tão má quanto a dele (cof cof Jones cof). Mas sabia que Junmyeon era a pessoa ideal com quem conversar sobre a dor que sentia no peito desde que Baekhyun abandonara o quarto. E que talvez, mas só mesmo talvez, o mais velho conseguiria fazê-lo sentir-se um pouco melhor.

E então, contou-lhe tudo.

 

✶✶ �� ✶✶

 

Kyungsoo sentou-se na beira da cama e cruzou resolutamente os braços. Do outro lado do quarto, em frente ao espelho grande de corpo inteiro, Junmyeon acabava de apertar a camisa e alisava-a com vaidade.

― Soo, anda lá. Veste algo bonito. ― pediu, impaciente, atirando novamente com a roupa que tinha separado para cima de Kyungsoo.

― Não quero ir, hyung. ― retrucou firmemente o mais novo ― O Baekhyun vai lá estar de certeza e eu não quero vê-lo.

― Vai lá estar ele e mais cem pessoas. A probabilidade de o encontrares é de uma num milha… ok, uma em cem.

― Não.

― Sim. ― suspirou ― Ficar em casa a deprimir não é a maneira mais fácil ou rápida de superar um ex-namorado. Tens de sair e divertires-te.

― Mas eu não me vou divertir. Não gosto de festas. Já fui a uma, lembras-te? Foi horrível. Nunca mais.

― E dessa vez só bebeste água.― Junmyeon cruzou os braços sobre o peito, naquela atitude de pai, que significava que Kyungsoo não tinha alternativa senão aceitar as condições do mais velho ― Desta vez, vais experimentar cerveja.

― Odeio cerveja.

― Depois da quarta já não notas o sabor.

― Mas hyung…

Soo.

E vinte minutos depois estavam os dois a sair do quarto ― um entusiasmado, e o outro com ar de quem queria vomitar.   

Apesar de todos os comodismos de chaebol de Kyungsoo, ele não tinha um carro próprio. Nem carta. Normalmente, quando ia passear com Baekhyun, iam de transportes públicos ou a pé ― e ele não tinha problema nenhum com isso. Por isso, coube a Junmyeon resolver o problema de como é que iriam para a festa ― na casa de Yifan, do outro lado da cidade. A solução?

Iam de boleia com os amigos dele ― Minseok e Luhan.

O que, de imediato, deixou Kyungsoo um pouco mais mal humorado. E não é que ele não gostasse desses dois, mas ficava sempre desconfortável ao pé dos veteranos. Minseok fazia-o sentir-se um idoso, por ser irreversivelmente adorável e fazia lembrar um pouco um gatinho, mas estava sempre a fazer uma voz fininha e ligeiramente irritante. E Luhan, apesar da sua aparência ligeiramente afeminada e o sorriso meigo, era tão obcecado por futebol que era raro vê-lo sem algum item relacionado com o desporto ― desde t-shirts do Manchester United até a bonés do Cristiano Ronaldo. Ainda assim, por alguma razão, esses dois eram amigos de infâncias e passavam vinte e três horas por dia juntos.

O resultado dessa viagem, num carocha amarelo demasiado velho para continuar na estrada, foi um Kyungsoo e um Junmyeon espremidos no banco de trás juntamente com a prima de Minseok (Kyungsoo tinha a vaga ideia que o nome dela era Krystal, mas não se deu ao trabalho de memorizar ou confirmar).

Só Deus sabia como, o carocha conseguiu chegar à festa sem ir abaixo ou perder peças pelo caminho, e Kyungsoo nunca se sentiu tão feliz quanto no momento em que pôde sair do veículo. Mas, claro, foi sol de pouca dura, porque rapidamente se lembrou de onde estava ― e porquê.

Dois holofotes pendurados na varanda da frente apontavam feixes de luz azulada para a porta da mansão. Um trilho de pedra era ladeado por tochas acesas ao longo da entrada e, logo por cima da porta dupla desta, uma faixa vermelha dava as boas vindas a quem chegava. Das janelas sem cortinas podiam ver-se sombras dançantes e luzes coloridas intermitentes.

Kyungsoo começou imediatamente a arrepender-se de ter ido.

E conforme Junmyeon o arrastou para a porta, a música house começou a tornar-se mais alta e intensa. Quando entraram, um rapaz com ar entediado recolhia dinheiro e entregava pulseiras.

― Paga-se entrada? ― Kyungsoo virou-se para Junmyeon em pânico. Não tinha trazido a carteira!

― Não te preocupes ― Junmyeon passou-lhe o braço pelos ombros, despreocupados ― Eu convidei, eu pago. ― e piscou o olho com um sorriso divertido.

 

A entrada custava uns escandalosos cinco dólares ― tanto quanto numa discoteca rasca ― e Kyungsoo sentiu-se simplesmente indignado. Mas já que fora Junmyeon a pagar, não protestou demasiado. Apenas entrou atrás dele e dos outros ocupantes da boleia ― que depressa desapareceram no meio das outras pessoas. Foi ao chegar à sala que compreendeu porque é que a entrada era tão cara.

Yifan tinha lá um Dj ao vivo. E um bar aberto. Não apenas bebidas self-service ― mas um balcão de bar a sério, com um bartender a sério, a fazer bebidas a sério. E já tinha mencionado que esse bar era aberto? Até para ele, Kyungsoo, hater de bebidas, isso era algo impressionante.

Junmyeon, claro, fez logo questão de o arrastar para esse cantinho luminoso da sala, mesmo ao lado da cabine improvisada do DJ, e fê-lo sentar-se num dos bancos altos que rodeavam o balcão.

― O que é que já provaste de bebidas? ― perguntou o mais velho.

― Hmm… Cerveja. Sex on the Beach. Mojito. Gin tónico. E acho que mais nada. ― respondeu, recordando todas as vezes que Baekhyun fizera questão de o arrastar para bares só para o fazer provar algo novo.

Junmyeon virou-se instantaneamente para o bartender ― Yixing, um aluno chinês de intercâmbio que ao fim de semana trabalhava no clube ao fundo da rua do campus.

― Quero duas Caipirinhas para aqui, se faz favor. ― pediu. O chinês apressou-se a ir preparar as bebidas e Kyungsoo ficou com a sensação de que talvez não conhecesse o seu colega de quarto tão bem quanto pensava. Desde quando é que Junmyeon percebia tanto de bebidas? Inclusive bebidas estrangeiras com nomes chiques?

Mas uma caipirinha, dois shots de tequila e uma margerita depois, Kyungsoo já não queria saber. E duas horas mais tarde acordou num sofá com a camisa meio aberta e um sabor acre a álcool na boca. Junmyeon, por sua vez, não estava em lado nenhum que se visse.

Endireitou-se, perguntando-se de onde vinha o cheiro azedo que lhe incomodava o nariz ― para descobrir uma poça de vomitado aos seus pés. O seu primeiro instinto foi achar que era sua, mas não sentia qualquer tipo de sabor azedo na boca.

― Relaxa, não foste tu. ― disse uma voz à sua direita. Assustado, virou-se para o rapaz que tinha falado. Havia algo de familiar nele, com as suas orelhas demasiado grandes e os olhos que conseguiam ser maiores que os seus, mas o cérebro não conseguia processar onde é que já o tinha visto.

― Há quanto tempo estou aqui? ― conseguiu perguntar, atordoado. Depois, apercebendo-se da camisa aberta, apressou-se a aperta-la.

― A dormir ou acordado?

― Ambos? ― que é que importava? Meu deus, o que é que ele tinha andado a fazer? Não se lembrava de nada depois de beber aquele segundo shot. Que horas eram? Quanto tempo tinha passado? Onde estava Junmyeon? Como é que ia regressar ao dormitório?

― Bem, tu chegaste aqui a dançar feito louco o Despacito. E nem sequer era a música que estava a passar. ― explicou o rapaz, rindo ― Nunca te tomei pelo tipo que gostasse dessa música, mas quem vê caras não vê corações né? Enfim, depois sentaste-te aí e adormeceste. Entretanto passaram uns vinte minutos.

― Que horas são? ― a voz saiu-lhe aguda pelo stresse, mas o rapaz pareceu não reparar.

― Meia noite.

Kyungsoo recostou-se no sofá, inspirando fundo e contando até dez. Não era assim tão mau, pois não? Ainda era cedo e Junmyeon não devia estar longe. Não era o fim do mundo.

― Está tudo bem, brother? Pareces um pouco stressado. ― questionou o rapaz, tocando-lhe no ombro.

― Não. ― suspirou ― Perdi o meu amigo.

― Ahh. Acontece a todos. ― encolheu os ombros ― Também perdi o meu. E fui eu que o obriguei a vir! Onde é que já se viu?― abanou a cabeça com descrença ― Já não há respeito pelos amigos.

Kyungsoo ouvia, mas não prestava atenção. Estava a tentar calcular o que devia fazer a seguir enquanto o outro rapaz tagarelava sozinho.

― Tenho de o encontrar. ― declarou, mais para si próprio do que para o outro, interrompendo o monólogo sobre o código da amizade deste.

― Eu posso ajudar. ― ofereceu-se imediatamente o rapaz.

― Não, tu tens de ir procurar o teu amigo… ― contestou.

― De modo nenhum. ― o rapaz riu-se ― Ele é que vai precisar de mim pra voltar pra casa, por isso ele que venha procurar-me. Anda, eu ajudo-te a procurar o teu amigo. Como é que ele se chama?

― Junmyeon. ― e subitamente Kyungsoo sentiu-se um pouquinho menos mal, porque pelo menos não estava completamente desamparado.― E tu?

― Eu o quê?

― Como é que te chamas?

A pergunta pareceu ter apanhado o outro de surpresa, pois ficou estático por um momento antes de coçar a cabeça com embaraço e estender a mão.

― Sou o Chanyeol. ― apresentou-se.

✶✶ �� ✶✶

 

 



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