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História Nero - III. Incendit urbem


Escrita por: chittafx e NEOFICZENS

Notas do Autor


Tardo e falho, mas estou de volta.
E a culpa é toda minha, porque tive uns probleminhas pra terminar Nero. O que importa é que tudo deu certo e estamos aqui para o último capítulo!

Capítulo 3 - III. Incendit urbem


O sofrimento de querer dar uns amassos em Yukhei o tempo todo está controlado. Pela primeira vez, Kun parece vê-lo em pânico porque prometeu que teriam uma noite só deles quando seu apartamento esvaziasse. O problema todo é que estão todos confortáveis jogados no chão da sala enquanto asssitem a um filme na Netflix conectada no seu PlayStation.

É o segundo filme e já passou da meia-noite. De vez em quando, Yukhei esfrega a mão na calça e dá uma olhada ao redor, disfarçando antes de encará-lo, e Kun tem vontade de gargalhar, mas engole suas risadas para não gerar perguntas indesejadas.

Quer dizer, na real mesmo, ele não se importaria. Tem certeza de que Ten já percebeu alguma coisa pelos olhares que, de vez em quando, lança de Kun para Yukhei e de Yukhei para Kun de volta, mas nunca diz nada. Os outros também não são idiotas, pelo menos não tanto quanto parecem. Talvez Yukhei possa ter dito algo também, porque eles não fizeram nenhum tipo de acordo de que manteriam as coisas como um segredo, Kun só nunca sentiu vontade de contar.

Não é que se sinta envergonhado por, sei lá, pegar alguém de Educação Física ao invés de investir em um boyzinho de Engenharia ou Administração, mas eles não têm nada sério e seria muito estranho assumir para os amigos um relacionamento que não existe.

Não que tenha importância. Para ele, está perfeito assim. Não há o que reclamar dos beijos que troca com Yukhei nos cantos mais reservados da faculdade de vez em quando ou quando acabam no apartamento um do outro para ter um pouco mais de privacidade.

Já faz o quê?, quase um mês desde o dia em que se beijaram na boate e, por mais que se conheçam há muito mais tempo, ainda parece precipitado querer levar  o casual mais além. Kun não sabe o que Yukhei quer, se ele é uma pessoa de namoros ou se prefere se focar nos estudos, mesmo tendo vôlei como matéria ou qualquer coisa parecida.

“Vocês não vão embora, não?”, Yukhei pergunta assim que o filme termina.

Kun sabe que é só por estarem com tempo de sobra e, mais cedo, naquele mesmo dia, mandou uma mensagem nada discreta com um: “O que você acha da gente transar hoje e ir até o fim?”

Seria sacanagem se risse, porque Yukhei deve ter se preparado e feito a chuca direitinho. Ele sempre dizia para Kun que estava fazendo o dever de casa para quando o momento chegasse e, bem, chegou.

Não que queira pensar no quanto Yukhei sofreu tendo que se espremer no banheiro minúsculo do seu quarto, com o rabo para o alto, tentando limpar até a alma, mas, sendo uma pessoa que leva o esforço dos outros em consideração, é difícil não pensar nisso tudo.

Os outros reclamam da grosseria, mas só Ten pergunta se Yukhei também não vai embora, com um sorriso no canto do rosto que Kun gostaria de arrancar à base de muito soco.

“Kun-ge disse que eu podia dormir aqui hoje se quisesse e eu tô com sono.”

Dá até para acreditar, porque Yukhei parece mesmo mal humorado. Geralmente é o primeiro a fazer manha quando alguém se levanta para ir embora e vive mandando mensagem no grupo, dizendo que ama todos eles, mas é o tipo de pessoa insuportável quando o sono bate.

Mesmo assim, abraça cada um: Yangyang, Dejun, Sicheng, Kunhang e até se demora mais um pouco ao envolver Ten em seus braços, como se Ten merecesse algo além de ser expulso.

Kun suspira depois de conseguir fechar a porta e é impossível não sorrir quando seus olhos pousam em Yukhei sentado no braço do sofá enquanto o olha de volta.

“Desculpa ter expulsado as pessoas da sua casa”, ele diz, puxando-o pelo pulso. “Não tava aguentando mais.”

Kun se coloca entre as pernas dele, as mãos se apoiam uma em cada coxa enquanto ele sorri e se inclina na direção de Yukhei.

“Não tem problema, já tava na hora mesmo.”

Assim que Yukhei sorri de volta, Kun sobe uma das mãos pela lateral do seu corpo, por baixo da blusa, porque não é bobo e gosta de tirar uma casquinha de cada momento.

“Acho que eles já perceberam, né?”

Kun o olha por um tempo, tentando achar algum traço no rosto do outro que lhe indique arrependimento, tristeza ou qualquer vontade de voltar atrás, mas não há nada. Nenhum sinal vermelho ou verde.

“Você se importa?”

“Acho que não”, ele diz enquanto dá de ombros. “Sei lá, não é como se a gente estivesse fazendo algo errado, né?”

Ele quer falar mais, quer perguntar e ter certeza que Yukhei, na real, não está morrendo de sono e decidiu deixar os finalmentes para depois, mas tem a resposta que precisava quando sente a mão que se fecha na sua nuca e os lábios que se encostam aos seus em seguida e são tão macios que ele fecha os olhos involuntariamente.

É o beijo mais calmo que trocaram nos últimos dias e é bom. Não tem perigo de ninguém pegá-los no flagra, não precisam estar em sala de aula em cinco minutos, contando com o tempo de chegarem em seus respectivos andares, nada disso. Podem se beijar no tempo que quiserem.

Claro que Kun aproveita o momento para diminuir a distância entre os dois, até puxa-o pela cintura, porque assim pode pressionar seu quadril contra o de Yukhei e, por mais que não possa dizer que está duro, está chegando lá. Nada melhor que um estímulo, né?

Ele mais sente do que escuta o gemido que é deixado contra seus lábios, tão baixinho e contido que uma de suas mãos corre para a barra da calça de Yukhei antes de puxá-lo por ali em uma tentativa de fazê-lo se levantar.

“Não quer ir pra cama?”, Kun pergunta com os lábios ainda colados aos do outro.

Yukhei solta uma risada tão gostosa, mesmo que Kun perceba que ele está sem graça pelo jeito como precisa se afastar para cobrir a boca, como se precisasse esconder qualquer reação descabida a uma pergunta tão inofensiva.

Entrelaçando os dedos aos dele, Kun o puxa pela mão para entrarem no corredor antes de ganharem seu quarto. É muito melhor do que se espremer no cubículo com paredes finas de Yukhei.

Da última vez em que Kun foi embora de sua casa, o vizinho de porta de Yukhei deu um sorrisinho para eles, olhou de um para o outro e ainda teve a cara de pau de dizer que tinha percebido que tinham se divertido bastante.

Kun ficou mais mortificado pela audácia do que pelo comentário em si, mas deu para ver que Yukhei gostaria de ter cavado um buraco no chão e enfiado sua cabeça se possível. Suas duas cabeças, na verdade.

Achava meio irônico que Yukhei fosse uma pessoa tão extrovertida que cumprimentava todo mundo a cada cinco passos que davam, mas, ainda assim, havia mais limites do que esperaria na hora de deixá-lo sem jeito. É peculiar e, por isso, gosta.

“Eu tô nervoso”, Yukhei diz assim que chegam ao quarto e se senta na cama de Kun sem nem pedir licença por colocar aquele jeans sujo nos seus lençóis limpinhos.

“Nervoso por quê?”

Se é para abraçar o capeta no inferno, Kun se senta ao lado dele também, mas só para se ajeitar na própria cama, apoiando-se na cabeceira antes de abrir as pernas.

“Porque nunca dei pra ninguém.”

Yukhei se arrasta pelo colchão para se colocar entre suas pernas abertas, sem vergonha nenhuma desta vez, e deita a cabeça em seu ombro antes de deixar um beijo em seu pescoço.

“A gente não precisa fazer nada se você não quiser.”

É verdade. Mesmo. Kun estaria mentindo se dissesse que não sente vontade de tirar a roupa de Yukhei todinha e começar os trabalhos agora mesmo, mas ele não é um tarado incontrolável que não consegue respeitar a vontade e o tempo de outras pessoas.

“Não, não”, Yukhei diz, soltando uma risada contra seu pescoço. “O mais bizarro é que eu quero.”

“Quer mesmo?”

Kun não espera que Yukhei se apoie em seu peito com uma das mãos para encará-lo de pertinho, mas é bem isos que o sacana faz.

“Quero. De verdade. Não consigo mais parar de pensar nisso desde que a gente se beijou pela primeira vez.”

Assentindo, Kun deixa um beijo singelo nos lábios de Yukhei antes de empurrá-lo bem de leve pelos ombros para deixá-lo sentado de costas em sua cama.

“Vou te relaxar um pouco então, ok?”

Yukhei não diz nada, mas acena com a cabeça, firme o bastante para Kun se aproximar mais. Suas pernas não se fecham. Pelo contrário, ele aproveita para colar as costas de Yukhei ao seu peito antes de subir uma das mãos pela sua barriga, por seu peito ao mesmo tempo que seus lábios se fecham no pescoço à sua frente para deixar um chupão por ali.

Kun não está duro, mas está quase lá, ainda mais por poder sentir a respiração de Yukhei falhar e por conseguir, no silêncio, ouvi-lo suspirar.

Suas mãos correm à barra da camisa que não é sua e seria grande demais para ele, puxando-a sem resistência antes de jogá-la na poltrona colada em sua escrivaninha.

Yukhei estar sem camisa é uma desculpa para percorrer com as mãos por seu peito, fazer o caminho de volta à sua barriga, levar às suas costas, porque pode, subir com elas por sua nuca antes dos dedos pressionarem os ombros sempre tão tensos.

“Relaxa”, ele diz antes de deixar uma mordida no lóbulo da orelha de Yukhei, que ri e encolhe os ombros.

Kun acaba rindo também antes de abraçá-lo. Dessa vez, só uma das mãos abaixa para apalpar Yukhei entre as pernas. O gemido que se desprende não é alto o bastante para preencher o quarto, mas Kun fica satisfeito, a palma de sua mão pressionando contra a ereção.

“Você vai me torturar, é isso?”, Yukhei pergunta, a risada saindo estrangulada de seus lábios.

“Não é pra isso que eu tô aqui”, Kun diz, uma das mãos indo encontrar a outra para abrir a calça à sua frente antes de segurar o pau de Yukhei por dentro da sua cueca.

Yukhei diz algo que Kun tem certeza que é um palavrão, mas não sabe qual é. Sua voz está grave demais, sussurrada demais para compreender qualquer coisa que diga, mas não é problema.

Ele livra o pau de Yukhei das roupas antes de começar a subir e descer sua mão por toda extensão. Devagar. Não é para torturá-lo mesmo, mas precisa dele relaxado, precisa que sua mente se esvazie um pouco, que volte a pensar no quanto quer levar tudo aquilo adiante ao invés de pensar demais no que não deve e acabar desistindo.

As costas de Yukhei pressionam contra o seu peito quando joga o corpo para trás, pendendo a cabeça para deitá-la em um de seus ombros. Kun o olha, aproveitando os olhos fechados de Yukhei para admirá-lo por alguns segundos, os lábios entreabertos, o cenho levemente franzido, mas não perde o foco no que está fazendo.

O problema mesmo é quando Yukhei joga o quadril para trás, bem de encontro à sua ereção e, por um momento, é difícil de se concentrar em qualquer outra coisa.

Kun o segura pela cintura, é mais uma tentativa de retomar a concentração em quem merece do que de pará-lo, e Yukhei é tão filho da puta que solta uma risada baixa, mas alta o bastante para tirar qualquer um do sério.

“Tá se divertindo?”

“Muito”, ele diz antes de ajeitar o rosto para deixar lhe dar um beijo.

É meio desajeitado por conta da posição em que se encontram, Yukhei de costas, o rosto virado para trás, mas nenhum deles parece se importar, ainda mais porque Kun resolve voltar ao que estava fazendo antes que se distraia mais uma vez.

Não é a primeira e também não vai ser a última vez que se beijam, mas é algo estranhamente satisfatório sentir que, por mais que estejam nesse jogo há algum tempo, o desejo de Kun não diminuiu nem por um segundo, e ainda pode sentir sua barriga se contrair com a sensação boa que é beijar Yukhei enquanto o masturba. Pode nem ser nada demais, mas é bom mesmo assim e é o que importa.

Quando o beijo se interrompe, porque precisa acontecer em algum momento, Kun aproveita para se levantar, rindo com a forma como Yukhei resmunga pela falta de contato.

“Só um segundo.”

É o suficiente para não ouvi-lo reclamar enquanto entra no banheiro e pega lubrificante e camisinhas, também o tempo perfeito para voltar para o quarto e ver que Yukhei já se livrou de todas as roupas que estavam em seu corpo e está deitado na cama como veio ao mundo.

“Tá confortável?”

Yukhei ri antes de assentir, ainda tendo a cara de pau de colocar os braços atrás da cabeça como se estivesse pegando sol em uma praia paradisíaca de nudismo.

“A sua sorte é que esse seu rostinho é bonito, hein?”, Kun diz enquanto volta para a cama, sentando-se entre as pernas de Yukhei.

“Muito?”

“Até demais.” Kun ri, porque é verdade, e Yukhei sabe disso, sabe do quanto é bonito e não veste uma falsa humildade.

Parece ser a resposta que Yukhei espera, porque ele sorri em sua direção antes de puxá-lo pelo braço para um novo beijo. Kun consegue até sentir o sorriso contra os seus lábios, mas não se importa. Prefere que haja conforto o bastante entre eles.

“Você vai me foder logo ou não?”, Yukhei pergunta com os lábios ainda nos seus.

“Não tá mais nervoso?”

Kun só se ajoelha entre as pernas do outro por vê-lo balançar a cabeça em um gesto negativo. Ele acha melhor continuar com aquele silêncio que se estabelece entre os dois, preocupando-se em abrir o lubrificante em sua mão e despejar em dois de seus dedos antes de empurrá-las para dentro do corpo do outro.

Yukhei solta um gemido baixo, mas longo, tão longo que fecha os olhos e joga a cabeça para trás, expondo o pescoço. Kun tem vontade de se inclinar e beijá-lo bem ali, deixar um chupão que talvez fique marcado pelo resto do dia seguinte, mas se contenta apenas em olhá-lo.

É difícil desviar o olhar quando Yukhei geme, ofega e agarra os lençóis enquanto Kun move os dedos dentro dele. Para frente, para trás, curva-os para encontrar o ponto exato para fazê-lo arquear as costas e perder o controle das pernas trêmulas.

“Kun, Kun”, Yukhei diz em um ofego, sentando-se na cama em um gesto tão rápido que não há como freá-lo, “vai logo com isso, por favor…”

Não há graça em seu desespero, mas Kun ri antes de se aproximar para morder seu lábio inferior. São as mãos de Yukhei que voam para os botões da sua camisa, tão impacientes que Kun precisa ajudá-lo com a mão limpa.

Ele está completamente duro quando as mãos correm para o zíper da sua calça, até alcança a embalagem de camisinha jogada ao seu lado na cama, porque está pronto para ir adiante com tudo aquilo, mas é empurrado para trás bem de leve, em direção ao colchão.

“Deixa eu te chupar primeiro.”

Yukhei tem pressa. Sério. Nem o deixa se livrar das calças antes de pôr seu pau pra fora e cair de boca. Literalmente. E Kun só pode gemer alto, mesmo que antes sua intenção fosse dizer que não precisava, que estava bem e que poderiam seguir o roteiro previsto.

Agora ele nem lembra o que tinha pensado em fazer, porque Yukhei tem tanta pressa que acaba sendo um pouco desleixado, mas seu entusiasmo é tão visível que Kun só se importa quando os dentes de Yukhei raspam sem querer (ele espera!) no seu pau.

É involuntário se sentar no colchão de novo, a mão limpa indo aos cabelos de Yukhei para puxá-lo para longe em um gesto de autopreservação e controle que o surpreende.

“Foi mal, eu me empolguei”, Yukhei diz.

“Eu percebi…”

Eles se olham por um tempo. Kun não sabe o que dizer e Yukhei parece sem graça demais para pensar em abrir a boca, mas ele abre, fecha os olhos, arrasta a língua pelas bolas de Kun e sobe por sua ereção até rodear sua glande.

Yukhei respira agora. Deixa até uns beijos na sua virilha enquanto Kun aproveita a mão nos cabelos dele para jogá-los para trás, deixando sua boca livre para o momento seguinte, em que Yukhei cobre sua glande com os lábios e desce devagar.

É melhor assim. Kun até aprecia bastante a empolgação de Yukhei, mas prefere não arriscar sua saúde fálica. Até consegue relaxar assim, ainda mais por terem mãos subindo e descendo pelas suas coxas e o apertando de maneira constante.

Sério, em determinado momento chega a fechar os olhos, quando seu corpo já não se importa se Yukhei vai lhe dar uma mordida ou um beijo, porque fica tudo tão gostoso que não há nenhum perigo real o bastante para fazê-lo ficar em alerta a ponto de parar com tudo.

Ainda assim, imbuindo-se de toda a força de vontade do mundo, Kun apoia os cotovelos no colchão, porque tem outro foco naquela noite. Não que ache um sacrilégio, mas quer aproveitar aquele momento o quanto pode.

“Hey”, ele diz enquanto passa a mão livre pelos cabelos do outro, os dedos deslizando por entre seus fios castanhos. “Vem cá.”

Kun sorri, porque não precisa pedir duas vezes. Há logo um corpo por cima do seu e lábios ordenando um novo beijo, mais um entre tantos que foram trocados durante aquela noite.

Sem pedir permissão, Kun se deixa explorar o corpo de Yukhei, apalpar onde pode, onde alcança, só para voltar com os dedos para dentro dele mais uma vez em seguida. Ele se arrepia pelo gemido abafado contra seus lábios, pelos quadris colidindo contra o seu de um jeito que só consegue descrever como desesperado.

“Puta merda”, Yukhei diz quando se afasta para olhá-lo, “você vai me deixar esperando por mais quanto tempo?”

Kun tenta se controlar para não rir, mas é difícil. Ainda assim, como uma pessoa boa que é, ele deixa uma mordida no lábio inferior de Yukhei antes de se afastar de novo para olhá-lo.

“Deita de novo, então.”

“Sério que a gente vai transar fazendo papai e mamãe versão gay?”, Xuxi diz, mas não deixa de sair de cima de Kun para fazer o que lhe foi pedido.

“Para de reclamar, eu tô tentando facilitar pra você.”

Yukhei dobra os joelhos para apoiar os pés no colchão e abre as pernas, abre tanto que Kun quase diz que não precisa de tanto, mas prefere ter aquela visão por um tempo. É só o suficiente para colocar a camisinha e pegar lubrificante para espalhar pela própria ereção.

Ele não se sente nem um pouco encabulado, mesmo com os olhos de Yukhei, que não desgrudam do seu corpo durante um segundo sequer e o acompanham onde quer que ele vá.

Poderia ser engraçado, porque há um sorriso no rosto de Yukhei quando Kun se aproxima para tomar o lugar entre suas pernas, mas Kun está mais preocupado em encará-lo, ainda mais quando se empurra bem devagar para dentro do outro. Bem devagar mesmo.

As pernas de Yukhei sobem para sua cintura, enlaçando-se às suas costas como se Kun tivesse a intenção de ir a qualquer outro lugar. Ele tem, na verdade, e é o que percebe quando seus quadris se conectam, que só poderia ter ido mais fundo.

Kun ainda se demora um pouco onde está. Parado por completo. E precisa de muito autocontrole para isso, precisa se lembrar constantemente que não quer machucar ninguém e acabar causando um trauma desnecessário com algo que deveria ser bom sempre. Sempre mesmo!

Ele só se move porque toma como um bom sinal as mãos que esfregam suas costas em um carinho que não deveria nem ser seu. Ainda assim, se afasta só um pouquinho para voltar, bem devagar.

É difícil não observar Yukhei, a maneira como pende a cabeça para trás de olhos fechados, sua mão se fechando nas costas de Kun, apertando-o ainda mais entre suas pernas.

“Isso é bom”, Yukhei diz tão baixo que Kun quase não escuta, a voz saindo em um sussurro.

“É?”

Kun só o vê confirmar com um aceno de cabeça e mantém o movimento dos seus quadris, devagar, aplicando só um pouco mais de força, o suficiente para fazer o outro preencher o quarto com um gemido alto, as costas se arqueando.

É assim que mantém seus movimentos. Devagar, mas não se importa em ir mais forte cada vez que seus quadris colidem aos do outro. E Yukhei parece não se importar também, porque sua e ofega e chega a dizer para Kun continuar como está.

É meio bizarro que eles tenham chegado aos finalmentes, porque Kun não imaginou que isso fosse acontecer, nem em um universo paralelo, quando disse a Yukhei que eles tinham um problema por serem os dois ativos. Quem diria, sabe? Quem diria que, algumas semanas mais tarde, fosse ouvi-lo dizer que não aguentava mais esperar pelo momento em que, enfim, iriam até o fim.

É claro que ele sente seu ego inflado quando pensa que é o cara para quem Yukhei está dando pela primeira vez, ainda mais quando o vê gemer logo abaixo de si e sabe que a culpa é só sua.

A sensação é boa, e não só porque sempre olhou para o outro como aquele cara hétero que é o sonho de consumo de todo mundo, inclusive o seu, mas porque foi um bom caminho que percorreram para chegar até ali, de todos os beijos que trocaram, alguns em lugares não tão apropriados assim.

E quem diria que estaria ali, com Yukhei em sua cama, empurrando-se para dentro dele, devagar, mas com tanta força que precisa colocar uma mão em seu ombro para segurá-lo no lugar?

Kun nem poderia se importar com os gemidos de Yukhei ficando cada vez mais altos, porque não está preocupado com os seus, nem pensa na possibilidade dos vizinhos poderem escutá-los. Está mais focado em deixar espaço entre seus corpos quando Yukhei envolveu a própria ereção com uma das mãos para poder se masturbar.

Sem pedir permissão, Kun deixa um chupão no pescoço do outro quando sente suas pernas, tremendo, escorregarem, sem forças para continuar mantendo aquele aperto em sua cintura.

Kun não se importa. De verdade. Mesmo que seja difícil manter o ritmo com que estoca em Yukhei, menos pelo cansaço e mais por se sentir tão, tão perto, ele continua.

Não é surpresa para ninguém dentro daquele quarto quando Yukhei goza primeiro,  com seus olhos fechados, a cabeça pendendo para trás e um gemido longo que Kun não se importaria em ouvir a noite toda se não estivesse mais preocupado em sair de dentro dele. A última coisa que quer é que toda aquela nova experiência seja anulada, porque não foi capaz de se controlar.

Yukhei o puxa para cima de si mesmo a fim de beijá-lo, mas Kun mantém um espaço estratégico para poder se masturbar. Também não precisa de muito, uma prova disso é que não demora para gozar e sujar a barriga do outro, mas só recebe um sorriso em troca.

“Finalmente!”, Yukhei diz, soltando uma gargalhada em seguida, e Kun é obrigado a rir também.

“Não dá pra te levar a sério mesmo…”

“Eu não posso ficar feliz?”

“À vontade, mas você parece um adolescente assim”, Kun diz, aproveitando para roubar um selinho do outro.

“Ah, mas, porra, cê queria que eu me sentisse como? Parece que eu acabei de perder a virgindade.”

“Não deixa de ser, né?”

Kun se levanta e ajuda Yukhei a fazer o mesmo, porque eles precisam de um bom banho e, por mais que a noite esteja fria, o quarto tá tão abafado que ele quer ligar um ventilador só para dar uma arejada no ambiente e não correr o risco de morrer sufocado.

Enquanto aproveita para colocar os lençóis para lavar e pega uma toalha sobressalente, Yukhei fica em pé, no meio do seu quarto, com o celular na mão e um sorriso no rosto.

“Kunhang?”

Ele só pergunta porque não tem coragem de procurar o próprio celular quando seu corpo clama por um banho quente, mas, pelas risadinhas, só pode significar uma pessoa.

“Não… Ten mandou mensagem há um tempinho perguntando se a gente já tava transando, e a gente demorou tanto pra responder que ele chegou a uma conclusão.”

“Espero que seja que estávamos.”

“Foi, mas tem outras teorias interessantes aqui.”

“Por favor, não me conta.”

Yukhei ri e, mesmo em pé, apoiado na parede como se fosse uma pessoa esquisita que está maquinando um plano ruim incapaz de dar certo, ainda parece que está em casa. Ainda mais porque não se preocupou em colocar uma roupa, não que Kun esteja reclamando.

“Ele me mandou uma mensagem no privado também”, Yukhei diz enquanto o segue em direção ao banheiro. “Disse que eu deveria ter contado antes, que não tinha nada demais.”

Kun só assente porque não sabe mais o que dizer, não sabe nem o que acha que Yukhei gostaria de ouvir em um momento como aquele, ainda mais quando acabaram de transar.

“O que você acha que eu respondo?”

“O que você quer responder.”

Eles se olham por um tempo antes de Yukhei sorrir e voltar a enfiar o rosto na tela do celular.

“Vou dizer que não disse nada porque a gente tá experimentando.”

Enquanto Yukhei está distraído, Kun sorri. Não deixa de ser verdade, mas não é como se fosse a primeira vez que experimentam algo juntos e mal sabe que vai ser a última. Por enquanto, ele está satisfeito com a resposta.


Notas Finais


Bom, é isso. Queria agradecer de novo à @Liberttxe pela capa e principalmente ao @omri pela betagem, por ter me aturado durante esses três capítulos.

Espero que todo mundo que leu tenha, acima de tudo, se divertido um pouco com essa fic, mesmo sendo bem pwp, porque a ideia era levar um pouco de risada a todo mundo também.
E lembrem-se de que às vezes é melhor a gente voltar atrás nas nossas convicções do que perder uma boa fodinha.
Beijos no coração de todes!


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