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História Netuno - Então, daddy, não se preocupe.


Escrita por: kyravee

Capítulo 29 - Então, daddy, não se preocupe.


Fanfic / Fanfiction Netuno - Então, daddy, não se preocupe.

“A cada dia a vida consegue me impressionar ainda mais, e eu me pergunto, a vida está brincando comigo ou eu sou fácil de surpreender?”

 

-Jung Hoseok e Kim Namjoon estão presos.

 

Entrar naquela delegacia foi definitivamente a pior experiência de toda a minha vida. Mesmo que eu já tenha visto tantas atrocidades, quando meus olhos deslumbraram a figura loira algemada a figura ruiva meu coração simplesmente quebrou. Era um local que dava arrepios pelo simples fato de tantas vítimas estarem ali, tentando fazer alguma justiça.

Yoongi parecia estar perdido com os acontecimentos, na verdade, eu também estava. Não entendíamos o motivo que fazia os dois estarem na delegacia, presos e algemados. Na mente insana de algumas pessoas, talvez, pensem que ambos juntos em uma cela seria “excitante”. O que há na cabeça de vocês?

Eu e meu noivo nos aproximamos com cautela do delegado, um baixinho, gordinho com expressão de desgosto. O menor – primeira vez que digo isso – pediu para que sentássemos a sua frente, olhei de soslaio para Hoseok e Namjoon, ambos nos olhavam nervosos. O que esses idiotas fizeram desta vez? O moreno apertou nossas mãos, se sentou com aquela típica cara “malvada”, posicionou sobre mesa alguns objetos de tortura e, para a minha surpresa – não para a do Yoongi, uma pistola e outra arma que eu conhecia bem.

Namjoon eu vou te matar!

Alguém aqui já jogou Grand Theft Auto? Levantem as mãozinhas e digam se se lembram daquela porra maravilhosa chamada: UZI. Namjoon a tinha comprado há alguns meses atrás, disse em primeira mão para mim que aquilo era um presente pago de Deus. Vemos ai uma falha no estado mental de Kim Carl Johnson Namjoon!

Mesmo com os comentários sobre esse jogo que é uma verdadeira obra de arte, minha respiração não tinha o rumo normal. Eu estou totalmente preocupado com os meus amigos! O delegado não responde o que eles fizeram, não dá uma pista, só continua com um discurso moral para demonstrar ser “durão”. E claro, com toda essa posição da autoridade, eu podia ver nos olhos do Yoongi que ele estava pronto para pegar a UZI de cima da mesa e matar o moreno. Fato que me fez, instantaneamente, entrelaçar sua mão a minha.

-Senhor delegado, poderíamos ir direto ao ponto? – Perguntei ao homem, o mesmo arqueou uma sobrancelha e fingiu ficar bravo. – Só queremos acabar logo com esse transtorno.

-Primeiramente; respeito com autoridade. – Virgem Maria, onde que ele viu desrespeito, porra? – Mas sim, vamos direto ao ponto. Vocês tem alguma noção do que pode ter acontecido? – Yoongi olhou disfarçadamente para Namjoon e Hoseok. Eu estou chocado, somente isso.

-Senhor, por favor, podemos logo saber o que esses irresponsáveis fizeram? – Parecíamos dois pais extremamente putos com os filhos.

-Ok. – Revirou os olhos – Seus queridos amigos estão presos por capturar, torturar e matar o senhor Bom-Hwa Hee. A justiça está encaminhando os papéis, e se tiver muita sorte eles terão pena de morte! – O cara acha que arrasou quando usou sarcasmo?

-Mas, o homem torturado e morto, era um estuprador e pedófilo. – Meu noivo tomou a palavra. – Como fica o caso com essas informações? Eles fizeram a justiça que os policiais deviam ter feito. – O baixinho sorriu.

-Ainda não temos esta informação no caso, entretanto, na outra sala estão realizando conversas com as testemunhas, talvez seus amigos tenham alguma chance. Mas até lá eles ficam aqui. – Com o dedo indicador, o delegado rodeou o chaveiro barulhento algumas vezes, indicando que aquelas eram as chaves das celas. – Eu vou deixar vocês à sós para resolver alguns probleminhas, com licença. – “Probleminhas”.

E assim o carinha gordo se retirou do local, deixando-nos com Hoseok e Namjoon. Mirei meus olhos no ruivo, Hoseok brincava com os dedos do Namjoon, já que suas mãos estavam conectadas. Namjoon fingia dormir com a bochecha apoiada na cabeça do menor, e quando voltei o olhar para Yoongi o mesmo estava situado atrás da mesinha olhando alguns documentos.

-Os três, atenção aqui! – Exclamei irritado – Largue isso Min Yoongi! – O moreno subiu o olhar e continuou a encarar os papéis por alguns segundos. Suspirou e finalmente saiu daquele lugar.

-Ok, Jung Hoseok e Kim Namjoon, o que exatamente fizeram com o Hee? – O loiro abriu os olhos com cuidado – Quero todos os detalhes!

-Bom... – Namjoon começou a gesticular com as mãos, fazendo com que o braço de Hoseok parecesse molengo enquanto apenas ele se movimentava. – Descobri que o cara estava se vestindo de drag para fugir da polícia, depois de umas semanas estudando o cara, fazendo Jung Hoseok se vestir de drag queen, preparando alguma estratégia, enfim conseguimos capturar aquele pokemon nojento, torturamos um pouquinho o vadio, até descobrir que ele tinha chamado a polícia e nos entregado por porte de cocaína. – Respirou fundo e o ruivo tomou a palavra.

-Matamos ele na hora. – Jung disse sério – But, não foi o suficiente, como podem notar. Alguém nos entregou. E esse “alguém”, foi a sua omma querida Park Jimin. Ele tinha ajuda da vadia enquanto se escondia na boate.

-Ok, essa parte eu entendi. Agora nos expliquem porquê que no tremendo frio dessa cidade vocês estão só de cueca, imbecis!!? – Esbravejei com certa raiva.

-História engraçada, bebê... – Namjoon fitou firmemente Jung Hoseok quando falou isso. – Esse amor de pessoa ao meu lado conseguiu derrubar café quente nas nossas roupinhas limpinhas dentro do carro que o senhor Dante dirigia, chegamos aqui e mandaram a gente tirar a nossa roupa. – Eu e meu noivo nos entreolhamos desconfiados – Mais perguntas?

-Como vão sair dessa? – Perguntei incrédulo.

-Da mesma forma que um padre estuprou e violou menores de idade por anos sem ser denunciado ou descoberto porque tinha aliados dentro do sistema, esses guris vão sair dessa, Jiminie. – Yoongie me respondeu – Se um padre que fez tudo isso passou em branco por esses policiais acha mesmo que esses idiotas não passam? – Disse irônico – A pergunta que eu tenho é: o que sentiu ao matar ele, Namjoon? – O loiro se contorceu na cadeira, encarou o ruivo para não olhar para nós dois.

-E-eu senti que algo ruim tinha acabado. Foi como se... – Hoseok correspondia seu olhar – Foi como se tudo finalmente estivesse certo. – A voz grave de Kim Namjoon me arrepiou dos pés a cabeça, agarrei o braço de Yoongi e mantive meu olhar sobre Hoseok e Nam.

-Ok, o quarteto já conversou o suficiente? – O delegado voltou a sua sala com duas algemas e com suas chaves – Eles irão ficar naquelas duas celas por enquanto, parece que há realmente provas contra o homem assassinado. – Disse com rigidez, se aproximando dos meninos. Os ergueu pela pele, removeu a algema que os interligava e colocou uma em cada um. Nenhum deles iria reagir mesmo. – Acham mesmo que vou deixar vocês dois na mesma cela, bichinhas? – Mereço. Dois policiais surgiram, segurando Hoseok e Namjoon um pouco mais distantes enquanto o tal delegado abria as celas – Querem dar um beijinho antes de entrarem? – Caçoou.

-Sim. – Hoseok respondeu. Meu queixo foi ao chão. Como é?! – Se nos permite. – O gordinho revirou os olhos e saiu do local, deixando a tarefa de engaiola-los aos outros dois homens. Ambos os colocaram frente a frente e desviaram o olhar da cena.

Eu simplesmente não acreditava no que via; com os braços algemados e distantes dos corpos, os dois se aproximaram o suficiente para que suas peles colidissem, o peitoral dos dois estavam unidos assim como o abdômen. Namjoon tomou os lábios de Hoseok para ele, quase que imediatamente o beijo se intensificou, tudo o que eu conseguia fazer era agarrar o braço do Yoongi perguntando a ele se tudo aquilo era real. Nitidamente, sem vergonha alguma, sem pudor algum, Namjoon começou a chupar a língua do ruivo, ato que fez Min ficar boquiaberto.

A gente shippa? Lógico, mas a gente não espera que se torne real.

Os homens grandes que o seguravam fizeram o beijo ser cortado, atiraram meus amigos sem cuidado nenhum na cela e se retiraram por uma emergência de trabalho.

-Ok, justiceiros, eu vou ir falar com o Dante para ver se tem como resolvermos isso. – Meu noivo mencionou aos dois, já eu estava ali, chocado, com a dor do tiro que aqueles filhos da puta me deram no coração! – Babe... – Sussurrou próximo aos meus lábios – Vai ficar tudo bem, ok?!

-...ok. – Murmurei em meio a um de seus selinhos. O moreno saiu pela porta lentamente, olhei para Namjoon, que se encontrava agarrado as grades e me chamava para perto. – Triste essa não ser a primeira vez que vejo essa cena. – Constatei dando alguns passos para perto, Hoseok já estava andando em círculos dentro do local. – Só que dessa vez não é por causa do seu pó de anjo... – Fiquei frente a frente com o Nam – Hyung...

-Cala a porra da boca e para de dar lição de moral, você não é ninguém para me dizer esse tipo de coisa, pensa que eu esqueci quando furtou uma garota só pra ver ela chorar? – Eu sorri de lado – Eu preciso que faça algo pra mim... – Murmurou rente aos meus lábios – Sabe o meu guarda-roupa? No quarto que ninguém pode entrar? – Assenti – Tem uma chave do meu quarto no teclado do Hoseok, pega ela e abre o meu guarda-roupa, pega tudo que puder e leva pra rodovia próxima a minha casa. – Arqueei uma sobrancelha – Eu estou confiando em você.

 

 

...***...

 

 

-Yoongie... – O procurei pela delegacia na esperança de poder vê-lo antes de ir embora. O mesmo estava dentro de uma sala “transparente”, segurava um garoto pelo capuz preto e gritava com o mesmo. Fiquei em pé na porta pensando no que estava acontecendo. Min estava dando um sermão gigantesco no menino por ele ter sido apreendido com maconha. Sério? Sério Deus? Tu permitiste está porra?

 

-Onde acha que está pra fumar essas merdinhas moleque? Tá achando que é quem? Tem só doze aninhos e quer exibir pros seus amiguinhos virgens que é o bom, que é o FODA?! ESCUTA AQUI SEU FILHO DA PUTA – Yoongi chegou a levantar o moreno, que tremia de medo, da cadeira – Se eu te ver de novo fumando maconha você vai levar mais do que um simples convite para a clínica de reabilitação, vai levar uma surra também! TÁ ACHANDO QUE TÁ NA COREIA DO NORTE, SEU PORRA? – É assim que ele age quando quer tirar alguém do vício? – Se quiser fumar um beque vai pra aquela merdinha de país, mas eu te juro, eu vou te rastrear e vou te bater tanto que vai esquecer que maconha é algo bom! – Largou com indiferença o garoto, que olhou-me desesperado. – Agora pode ir, a cinta dos seus pais e a reprovação da sociedade te aguardam, seu inútil! – O menino saiu aos prantos da sala, escondeu as mãos com o moletom grande e pôs as mesmas em frente ao seu rosto molhado pelas lágrimas. – Gostou do meu discurso, Jimin? – Andou até um armário que continha inúmeras drogas apreendidas.

-É hipocrisia. Uma hipocrisia foda.

-Eu digo o que eu gostaria de ter ouvido quando tinha dez anos e me embebedei com um amigo do orfanato. Talvez se tivessem sido rígidos e realistas comigo eu não gostaria de cheirar um bom pó, desfrutar de um bom baseado e transar depois de uma boa garrafa de Martini! – Acabei por rir de sua fala – Ajudo essas pessoas porque sei que não consigo me ajudar. Eu amaria ter tido esse tipo de ajuda antes.

-Não acho que tenha algo errado em desfrutar de um bom baseado... – Andei até o mesmo, que ficou cara a cara comigo com um sorriso no rosto. – E não tenho nada contra transar depois de uma garrafa de Martini. – O moreno sorriu indecentemente, e tudo o que consegui fazer foi agarrar seu cabelo e tomar-lhe em um beijo quente e envolvente. – Yoongi-ah, eu preciso ir ajudar o Nam e o Hobi. – Disse ao maior, que pediu que eu esperasse um instante. – Por que está mexendo nesse armário?

-Vamos ficar chapados. Uma última vez antes de partirmos. – Tirou do armário uma sacola plastificada transparente que continha algo parecido com sal grosso. – Preciso prometer que é a última vez? – Abriu o recipiente e removeu de dentro o conteúdo.

-Nunca é a última vez... – Murmurei e apanhei de sua mão a quantia que ele tinha pego, por algum motivo besta eu engoli. Era muito. – O que é isso?

-Uma menina inglesa foi apanhada com novas droguinhas europeias, no caso essa ai se chama Champagne Rosado, ou Pink Cristals, já que o que você comeu são cristais.

-E o que faz? – Ele separou outra camada grande sobre a palma da mão, eu imediatamente comi, o que o fez rir e simplesmente posicionar o saquinho nos lábios e fazer tudo descer sua garganta.

-Segundo o Dante, é como o ecstasy. Porém mais forte e potente. Não vai demorar para agir, ou seja, você tem pouco tempo para ajudar Namjoon e Hoseok. – Ele pausou sua fala para procurar outros “produtos” dentro do armário de metal. – Vai parecer que você está no cio em pouco tempo, Jiminie. E eu sou o seu alfa. – Nós dois rimos alto com isso – Olha, seu pau vai endurecer daqui a pouco e você vai querer pular de um telhado para se sentir feliz, então... O que ainda está fazendo aqui?

-Observando se não vai mesmo pegar a cocaína lá atrás. – Ele riu – Brincadeira, é a única droga que você não pega... – O moreno se estivou para apanhar algo lá no fundo – O que é?

-Meu novo celular. – Posicionou o mesmo no bolso – O pessoal pega tudo que quer por aqui, se soubesse o tamanho da sujeira que há nesse local você nem estaria aqui comigo agora.

-Yoon... – Falei com o timbre bem baixo – Vai dar tudo certo?!

-Vai dar tudo certo!

 

 

...***...

 

 

Dirigi com toda calma por PyeongChang, como sempre a cidade estava quieta e parecia nunca ter sido habitada. Estacionei o carro em frente à casa bem arrumada dos meninos, a adentrei e olhei a minha volta, Namjoon e Hoseok não quebraram nada, graças a Deus! Subi as escadas e fui ao quarto do Hobi, e sim, eu sou muito burro.

“A chave está no teclado do Hoseok.”

Eu procurei nos dois teclados e nada, até eu perceber que a chave estava dentro. Sou muito lerdo! Arremessei o teclado na parede, o que fez tudo se cair em pedaços. Eu disse que sou burro, era só usar alguma ferramenta! Lá estava a chave, era só abrir a porta e o guarda-roupa. O que de ruim poderia acontecer?

O quarto de Hoseok não ficava longe do de Namjoon, mas mesmo assim eu nunca tinha visto o quarto do loiro. Abri a porta receoso, a cama estava com um dos pés quebrados e seus travesseiros desajeitados, sobre o colchão haviam dois notebooks e um caderno, no chão duas revistas pornôs estavam totalmente rasgadas e amassadas, o único objeto intacto naquele lugar era o guarda-roupa. O abri usando a chave azul. Nada além de roupas. Para que serve a terceira chave?

Removi de dentro do armário todas as suas roupas, as jogando pelo quarto. O fundo amadeirado do guarda-roupa se encontrava repleto de fotos. Meu coração acelerou, com o passo que dei para trás eu caí sentado na cama boquiaberto. Toda a madeira estava coberta por imagens do nosso grupinho, o que fez até a minha respiração ficar descontrolada.

Tinham muitas fotos do Jungkook, acho que chegavam a ser dez, e muitas da época que eles namoravam. A maioria estava um pouco cobertas por algumas fotos do Hoseok, ou do Hoseok com o Nam. Havia também as que eram o grupo todo reunido, seja em festas, jantas, bailes, escola, ou no convento. Namjoon também tinha uma foto minha comendo, e outra ao lado dele carregando o Yoongi até a igreja. Seokjin também teve grande participação naquele fundo, sorria e sempre estava meio bêbado.

Mas... Taehyung não estava ali.

Nem nas nossas fotos em conjunto, Namjoon riscou o Kim de todas as fotos.

 

Me levantei bravo, comecei a arrancar as fotografias com toda a brutalidade dentro de mim, o que me fez perceber algo. Um fato que fez meus olhos liberarem as lágrimas seguradas. Continha muitas camadas de foto, o que fez eu encontrar uma fotografia enorme, rasgada e colada em pedacinhos. A peguei com meus dedos pequenos, caí de joelhos no chão.

Nós, os sete meninos, antes do namoro do Namjoon com a Suk, antes de eu transar com o Yoongi, antes do Jungkook vestir um vestido preto longo e conquistar Namjoon, antes do Taehyung se declarar para Hoseok, antes de todas as merdas rolarem. Os sete ali, aproveitando uma cachoeira em pleno inverno. No canto do papel uma frase com a letra do Jungkook misturada com a do Namjoon.

 

Eu posso até me apaixonar por outro alguém, mas você será meu eterno amor.

Realizaremos essa viagem de novo, hyung! Todos irão <3

 

Dobrei a foto e coloquei-a em meu bolso, limpei as lágrimas e mirei na madeira escurecida do armário. Atrás daquela foto estava a fechadura. A abri desesperado, o que fez com que o fundo caísse em mim e me derrubasse no chão. Trollagem do Namjoon, né?! Seria, se quando em me colocasse em pé eu não achasse várias armas organizadas e um computador no centro, o mesmo mostrava imagens da casa. Desde quando essa casa tem câmera de segurança?

Mordi o lábio.

Respirei fundo.

E por fim, simplesmente gritei:

-PORRA, DEUS, NÃO DAVA PRA ME DAR AMIGOS NORMAIS?

 

 

...***...

 

 

O efeito dos cristais estava começando a surtir, prometi ao Nam que levaria suas coisas no dia seguinte. Porém, enquanto as horas não passavam eu e Yoongi corríamos pela neve misturada as folhas da montanha, entre as árvores congeladas, girando em volta da fogueira que armamos, aproveitando o cheiro das folhas e da maconha, escutando uma música alta do carro, não tendo certeza de porra nenhuma que fazíamos. Ambos possuíamos uma garrafa de Blue em mãos.

Uma tragada forte e intensa no meu baseado, sentindo tudo em meus pulmões, fechando os olhos enquanto a fumaça sai pelos meus lábios, bebendo sem nenhuma delicadeza um gole gostoso e ardente da bebida azul e doce, abrindo os olhos com a visão embaçada, encontrando um Yoongi dançante bebendo sua bebida, sentindo a formigação em minha intimidade, o suor em minha pele.

-Estamos rompiendo la discoteca! La fiesta no para, apenas comienza – Estamos cantando errado? Sí. Mas foda-se. – C’est comme ci, c'est comme ça; Ma chèrie, la la la la la – Comecei a rir da voz do Yoongi.

-Por que tem música assim na sua playlist? – Ele riu.

-Sei lá, só está ai! – Ele mordeu o lábio e se aproximou – Eu não tô muito bem! – Beijou meu pescoço com vontade – Eu tô com tanta vontade de enfiar minha língua em você Jiminie... – envolveu minha cintura com seus braços, dividi meu fumo com ele – Não sei o que estou com mais vontade de comer, você ou aquele pudim com calda de chocolate! – Sorri pervertido para ele.

-Por que não une o útil ao agradável? – Me soltei de seus braços e fui até o porta-malas do carro, trazendo comigo apenas o pote de calda de chocolate. – É com você, daddy... – O moreno sorriu, tragou o próprio baek, bebeu uns bons goles de Blue, assim como eu, e me empurrou fortemente contra a árvore mais próxima.

Minha calça foi removida até os meus joelhos, Yoongi apertou sem pudor as minhas coxas alegando que eu era uma ótima putinha só por tê-las. Minha cueca de emoticon’s foi abaixada rudemente, o liquido doce escorreu por meu pênis e atingiu até mesmo as minhas bolas.

E então a boquinha quente e apertada do meu noivo começou a agir com agressividade e, fome.

 

 

...***...

 

 

Minhas pernas doíam de tanto pular nas folhas secas que rodeavam a fogueira. Já era noite, as estrelas se destacavam e a lua brilhava lindamente. Min Yoongi me acompanhava em meus pulos, a música estava alta, porém também tínhamos as corujas como companhia.

-Yoongi, eu estou vendo uma aurora boreal! – Exclamei apontando para o céu e terminando de dar o último gole da minha terceira garrafa de Blue.

-Não tem nenhuma aurora boreal lá, Jimin! – Gritou enquanto procurava em uma mochila mais drogas. – Está doidão, noivo?

Eu apenas ri e comecei a girar, girar, girar e girar, com os olhos fixados no céu e os sentimentos transbordando em euforia.

Yoongi me parou, entrelaçando os dedos aos meus, na sua mão livre ele tinha na ponta do dedo indicador uma pílula, posicionou o dedo dentro de minha boca e eu engoli o conteúdo. O moreno com os olhos vermelhos e as pupilas dilatadas, também ingeriu outra pílula. Sorri para o garoto, voltando a girar, só que agora com ele.

-Rodando, rodando, rodando, e rodando, rodando, rodando, rodando, rodando e rodando... – Cantarolei.

-Girando, girando, girando, e girando, girando, girando, girando, girando e girando...

-Vamos rodando e vamos girando... Vamos dar as mãos e pular...

-Pulando, pulando, pulando, e pulando, pulando, pulando, pulando e pulando...

-Saltite, saltite, saltite!

-Pule, pule, e pule! Vamos caindo e vamos caindo... – Nos jogamos no chão assim que Yoon terminou a música. – Obrigado por continuar ao meu lado.

-Obrigado por me fazer sentir calor ao invés de frio.

-Obrigado por ser o açúcar do meu café.

-Obrigado por ser o frio da minha montanha.

-Obrigado por esquecer que bati no seu irmão. – O olhei enquanto me ajeitava sobre as folhas. – Eu me arrependo muito. Jihyun não mereceu.

-Obrigado por fingir que meu irmão não mereceu os socos que deu nele.

-Ele não mereceu. Eu me arrependo.

-Jihyun foi atropelado. – Constatei olhando para o céu – Morreu. Era meu irmão e melhor amigo. E foda-se. Ainda assim era um preconceituoso desgraçado.

 

 

...***...

 

 

Abri os olhos com extrema dificuldade, acho que vomitei todo o meu estomago esta manhã. Vi Min apagar a fogueira, não me lembrava exatamente onde estávamos nem o porquê de estarmos ali. Eu só via árvores e mais árvores. Abracei ainda mais o cobertor ao qual dormi enrolado, deslumbrei de sete garrafas de Blue completamente vazias próximas a uma árvore alta. Próxima aos vidros, fósforos usados, uma cartelinha de remédios vazia e um pote de calda de chocolate.

-Jimin-ah. – Yoon me chamou, ele sorriu quando o olhei. Aos poucos o mais velho se aproximou e me entregou um pote com pudim e calda de chocolate. Eu sei, combinação estranha, mas Yoongi e eu somos estranhos. – Cansou de brincar de pega-pega? – O olhei confuso. – Foi o que te fez dormir, você começou a correr entre as árvores, ficamos uma hora correndo um atrás do outro. – Peguei a colher que estava junto ao potinho – Daí você simplesmente apagou.

-Você dormiu? – Ele assentiu – E que hora é?

-Hora de parar com as drogas, a gente praticamente vomitou nosso corpo. – Respondeu juntando as garrafas.

Saboreei meu doce. Maravilhoso como sempre.

-Vanha, temos que ir ver Namjoon e Hoseok. – O maior retirou meu corpo sentado do cobertor, colocando sobre meus braços uma jaqueta enorme. – Eles estão nos esperando próximo a casa do Nam. A ex casa do Nam. – Eu suspirei cansado. Yoon me pegou no colo com certa dificuldade, só assim para me fazer sair dali.

 

 

 

Chegamos ao nosso destino, conferi se tudo estava certo e apertei a mão do Yoongi. Tínhamos deixado o carro na casa dele, e fomos a pé para o local. Lá da rua, vimos Seokjin na janela, essa foi a decisão final dele, virar padre.

Quando avistei Namjoon e Hoseok dentro de um carro, Nam com o cabelo “pixaim” e vermelho, Hoseok com o cabelo raspado dos lados e pintado da mesma cor que o Nam, tentei decidir se lhes contaria ou não o motivo que fez minha mãe os entregar para a policia. Sim, eu descobri. O motivo? Era um acordo dela com o Hee, ela o ajudaria caso fosse descoberto e em troca ele não ousaria tocar em mim.

Porém, isso vai ficar comigo. Ninguém precisa saber.

Entramos dentro do carro do Namjoon, vendo Hoseok remover os óculos escuros e mascar um chiclete.

-Trouxeram o que eu pedi? – Joonie perguntou.

-Sim... – Murmurei – Como conseguiram sair de lá?

-Sabe o beijão que o Namjoon me deu lá na delegacia? – Hoseok tomou a palavra com um sorriso enorme no rosto. – Lembra que ele chupou minha língua?

-Sim, eca. – Respondeu Yoongi.

-Então, Yoongi e Jimin, a chave da minha cela estava na boca do Hoseok o tempo inteiro. Sabe essa coisa nojenta que vocês vivem fazendo na nossa frente, ficam chupando a língua um do outro e tal, então, peguei a chave através da língua do Hobi. O resto foi fácil. – Disse com indiferença. – Aliás, Jiminie, agora eu posso te explicar o motivo de chamarem o Hoseok de J-Horse! – Ele se aproximou para sussurrar no meu ouvido – O pau dele é enorme pra porra! Cheguei a engas... – O Hobi bateu forte no braço do Namjoon – Desculpa, eu queria ver o Jimin ficar vermelho.

Eu respirei profundamente, mostrando ao Nam a foto que guardei em meu bolso.

-Vamos repetir. Vamos juntar os sete de novo. – Yoongi fitou-me sério. Namjoon teve seu olhar frio predominando. E Hoseok entreabriu os lábios.

-Por quê? – Deu partida no carro, começou a dirigir em uma velocidade muito alta. – Por que eu uniria um irmão traidor, um ex traidor, dois noivos chapados, um futuro padre, e o cara que eu amo em uma cachoeira em pleno inverno?

-Porque eles são importantes.

-Eles são meu passado. – O vento adentrava pela janela, Hobi pressionou firmemente a coxa do Namjoon em forma de expressar seu temor.

-Eles são nosso passado, nosso presente, e nosso futuro. – Yoongi enfim disse algo.

-Foda-se. – Namjoon mencionou.

-Todos merecem uma segunda chance.

-Falou o cara que ignora todos os pedidos de chance do próprio pai.

-Jungkook e Taehyung não fizeram por mal.

-FODA-SE!

Por um instante, por pequenos segundos, tudo parou. Tudo congelou. E apenas o sangue no vidro do carro parou o Namjoon. Somente o vidro se partindo e os gritos de perdão de um homem o pararam.

Kim começou a chorar. Hoseok a tremer. Yoongi a suspirar. E eu saí correndo do carro, desesperado junto ao Namjoon.

 

Taehyung estava ali, destruído no asfalto. No mesmo asfalto em que meu irmão morreu.

 

 

Me desculpe, meu irmão

Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado

 

 

 

 

Uma aurora boreal, influenciada pelo norte

Uma aurora austral, influenciada pelo sul

Meu coração quebrado, partido por você

Seu coração sem consolo, entristecido por mim

Súplicas de morte naquele violeta brilhante no céu

Pedidos de salvação no verde perdido em meio a aurora

Um grito meu

Um abraço seu

Um beijo nosso

Uma aurora boreal no céu

Lua, estrelas, aurora

Lâmina, pílulas, suicídio

É só o que penso quando vejo esse teu sorriso perdido

Ao admirar uma aurora boreal

 

 

 

A fanfic não apoia e não tem a intenção de induzir os leitores a consumirem drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Sei que se continuaram a ler Netuno são inteligentes o bastante para estudarem e saberem as causas desse "mal", e se não sabem eu deixo com vocês o link de uma matéria no combate contra as drogas. 


Notas Finais


O último capítulo da fanfic será postado em poucos dias, o p.o.v. vai ser do amado protagonista de toda a trama <3

Música: Deadzone - When There Are No Words [2017 Remaster] and Stigma - Taehyung
Matéria que eu tive paciência de ler e colocar o link aqui: https://super.abril.com.br/saude/drogas-o-que-fazer-a-respeito/

ANTES DE CONTINUAR A FALAR SOBRE A FIC, VAMOS AO Q INTERESSA, OQ SER ESSE COMEBACK E ESSE CONCEITO DO BTS? PORRA N ESTOU NEM UM POUQUINHO PREPARADA, SÓ O LOVE YOURSELF JÁ ME DÁ VONTADE DE CHORAR, CARALEO ;----------------------------;


Ok, voltando.
O final está próximo, babys, mas se consola vocês, há duas fanfic's - se vocês se interessarem, lógico - que vocês poderão ler. Uma delas é "Agust D" (sinopse mais para baixo, blz?) que é pra quem curte um bom enredo e não tem preconceito com shipp. E a outra é RedBlack, o incesto inicial dessa fanfic (porém vai ser yoonseok). A sinopse vai estar láááá em baixo também, but, a Agust D é uma fic de pedido de desculpas meu por não ter escrito a RedBlack a tempo de postar após o término da Yoonmin.

P.s. não precisa me seguir, favoritar minhas fanfic's, ou ler todas elas por pedido meu (mesmo que eu fosse gostar de ti por isso), mas se quiser conversar meu twitter tbm vai estar láááá em baixo e eu respondo vocês por aqui também <3


Twitter: https://twitter.com/ihateyoufdp


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