História Never Been Innocent - ABO - 8 - Oito

[Baekhyun’s life...]

O rapaz se sentia incrível.  Não havia outra palavra que pudesse descrever tudo que se passava dentro de si. Ele e Chanyeol estavam mais unidos do que nunca. Seu relacionamento com o alfa não estava mais frio. Muito pelo contrário, estava era pegando fogo. Quase que literalmente.

O ruivo tinha deixado de lado suas roupas de “trabalho” e passara a usar coisas mais atrativas para um ômega jovem como ele. O que tornou sua vida muito mais interessante. Primeiro porque fizera Park voltar a agarra-lo do nada como fazia no começo da relação.

Baek havia acabado de sair do banho. Mal tinha vestido sua camisa quando sentira sua cintura ser envolvida pelos braços fortes alheios e seu corpo ser puxado para cama. O que resultou nos dois homens atrasados para seus respectivos trabalhos. Não que qualquer um dos dois tenha se incomodado com isso.

Outra coisa que estava agrando o mais novo, e muito por sinal, era que seu namorado voltara a ficar possessivo consigo. Fizera questão de levar Baekhyun para o trabalho. Não queria o ômega andando sozinho porque sabia que os alfas pela rua iriam comê-lo com os olhos. E isso o deixava puto de ciúmes.

Apesar de que Chanyeol estava certo em ficar protetor e ciumento. Tinha que tomar conta do que era seu. Principalmente porque ele tinha razão. Os pescoços se viravam para a direção de Baek o tempo todo. Em seu trabalho, até os ômegas estavam babando por ele.

E o rapaz não podia se sentir melhor.

Aquilo era uma enorme injeção de autoestima.

Quando seu relacionamento esfriou, o mais novo havia ficado muito mal. Deixara de se sentir amado e desejado. E aquilo para o ego de um ômega era terrível. Doía mais do que levar um soco forte.

E quando o ruivo chegou a conclusão que era por conta de sua aparência, as coisas ficaram ainda mais constrangedoras. Principalmente pelo fato de que ele não tinha se dado conta de que estava perdendo o interesse por se arrumar e que estava se contentando em vestir roupas praticamente iguais todos os dias e pronto.

No entanto, felizmente, tudo voltou ao seu lugar.

E Baek acordara seu lado vaidoso e que queria manter a total atenção de seu alfa em si.

...

Byun se encontrava na sala de reuniões. Estava quase finalizando uma apresentação de um novo projeto para uma empresa que estava incerta sobre contratar os serviços da empresa que o rapaz trabalhava.

Ele falou por mais ou menos meia hora.

E durante todo esse tempo, os ouvintes só sabiam babar.

Porque eram todos homens.

Alfas e betas.

Quando chegou ao final da apresentação. Os homens apenas assinaram os contratos sem ler, sem questionar e sem terem prestado atenção em nada além do ômega de cabelos laranja, de calça de couro justa em seu corpo, camisa social vermelha vinho e aberta no peitoral e olhar realçado pela maquiagem um pouco escura.

Baekhyun cumprimentou a todos com alguns apertos de mãos.

Ignorou os rosnados de excitação e as mãos bobas de alguns dos alfas.

Saiu da sala.

Estava prestes a voltar para sua quando deu de cara com um moreno.

- Que susto Channy. –disse manhoso e sorriu para o outro.

- Vim te levar para almoçar. Cancelaram uma aula minha porque vai ter palestra. –sorriu e se aproximou. – E eu queria te ver.

- Você me viu hoje cedo. –brincou.

- E vou ver de noite, e amanhã de manhã, e depois. –passou um braço pela cintura do namorado.

- Bom saber que não planeja se livrar de mim.

- Nunca.

O professor encarou a sua volta.

Notou os olhares dos outros sobre eles.

- Eu já vi que vou ter que marcar território aqui. –resmungou.

Baek ficou confuso.

Mas logo entendeu do que o outro falava.

Park o agarrou na frente de todos e tomou seus lábios.

Em um beijo quente e apaixonado.

[Jimin’s life...]

Park estava nas nuvens. Sua vida não podia estar melhor. Trabalhava em um emprego que adorava. Principalmente pelo fato de que o de cabelos roxos nunca imaginou que se interessava pela área do ensino. Estava de volta em um relacionamento com seu ex professor. Tudo estava no lugar certo e na hora certa.

Ele havia ficado dois anos longe de Jeon. Fora forte o tempo todo. Porque estava com raiva pelo fato do alfa simplesmente ter ido embora. E estava magoado, porque fora dispensado sem explicações. Se forçara a ser forte e a não ficar chorando pelos cantos. Porque Park Jimin não era o tipo de ômega sentimental. Pelo menos não para o lado de ser muito sensível e chorar fácil. Pelo contrário, era difícil algo fazê-lo derramar lágrimas. Tinha que ser algo muito impactante.

O mais novo chegara a pensar que estava livre dos efeitos que Jungkook tinha sobre si. Achava que poderia voltar a sua rotina de se divertir com outros, mas estava completamente enganado. Ele afugentava qualquer alfa ou beta que chegavam perto de si. Seu corpo se arrepiava, mas não de uma maneira boa. E o rapaz se recusava a ficar perto de outras. Ele só queria o alfa moreno.

E quando descobriu que o mesmo era seu colega de trabalho, seu coração quase saiu pela boca. Porque Jimin passara dois anos sozinhos. Dois anos achando que estava imune aos charmes de Jungkook. E pensando que se voltasse a ver o homem novamente, iria sentir raiva e vontade de mata-lo, contudo, não sentira nada disso.

Quando vira o ex novamente, só desejou poder se jogar em seus braços.

Mas relembrou do que tinha acontecido.

E viu que o mesmo estava acompanhado e se fez de forte.

Então, felizmente, depois de alguns acontecimentos e esclarecimentos, os dois se acertaram. E estavam melhores do que nunca. Jeon tinha certeza que faria de tudo para ficar ao lado do menor. E que nunca mais seria maluco de deixa-lo. E Park, voltara a confiar no outro. E apenas queria ficar com ele. O passado havia ficado de lado. E só importava o presente e o futuro que teriam juntos.

...

Os dois homens estavam de mãos dadas. Caminhavam tranquilos pela cidade. O de cabelos roxos estava à procura cortinas nova para seu quarto. E Jeon obviamente foi junto. Ele não tinha a menor intenção de deixar seu ômega perambulando a solta. O mais velho sabia que o menor atraía atenção.

Às vezes ele detestava que Jimin fosse tão bonito daquele jeito. Porque recebia olhares maliciosos demais. Jungkook se enfurecia somente em pensar que tipo de gente passou cantadas, o encarou, desejou e se aproximou do rapaz no período em que ficaram separados.

No entanto, aquilo era passado.

E ele estava feliz por poder ficar junto do ômega.

E deixar bem claro para todos que o mais novo era todo seu.

Somente seu.

Os dois cruzaram uma rua rapidamente. Park avistou uma loja de artigos para casa. Comentou com o namorado para que fossem até lá. Entretanto, quando estavam se aproximando, outro rapaz passou apressado por eles e esbarrou no de cabelos roxos.

O rapaz era um ômega também. Pouca coisa mais alta que Jimin. Cabelos negros. Seu rosto possuía uma expressão séria e muito preocupada. O mais novo acompanhado de seu namorado, sentiu que aquele sujeito lhe era muito familiar. Só não soube dizer de onde o conhecia. Ou achava que conhecia.

- Desculpe. –o rapaz disse para os dois. Pouco depois se virou e voltou a andar apressado.

- Ei! Está tudo bem? –perguntou Jungkook, porém, o outro continuou apressado e não olhou para trás. - Que coisa estranha.

- Vai ver ele está atrasado para alguma coisa. –disse Park.

Os dois deram de ombros.

Logo em seguida, entraram na loja.

Ainda sem soltar suas mãos.

[Mark’s life...]

O mais novo chegou ao endereço mandado pelo número desconhecido. Era um prédio em construção. Estava praticamente todo pronto. Só faltavam colocar as janelas e portas. Felizmente – ou infelizmente – o local parecia estar deserto. O que fez uma pontada fria subir pela espinha do menor.

Ele olhou a sua volta.

Estava à procura de alguma passagem.

Logo que, tudo estava lacrado com madeira.

Encontrou uma espécie de portão de madeira verde improvisado. Ele ficava na parte de trás do prédio. O rapaz notou que os cadeados que trancavam o mesmo estavam quebrados e um dos portões escancarados. Aquilo lhe cheirava armadilha de longe. Era óbvio que o tal sujeito de preto que vinha o perseguindo deixara aquela passagem para ele.

Tuan pensou em ir embora correndo.

Ele não sentia o cheiro de Jaebum naquele local.

Poderia muito bem dar meia volta e pegar seu filhote na escola.

Contudo, havia algo em si lhe dizendo que ele deveria entrar. Ele precisava descobrir quem era a pessoa que estava lhe seguindo e fazendo ameaças. Até mesmo porque, se o de cabelos pretos simplesmente fugisse, o sujeito iria continuar com tudo aquilo. E pior, poderia querer ferir Jaebum ou Jackson.

O ômega se viu sem escolha.

Estava apavorado, porém, não tinha outra saída.

Aquela história toda precisava terminar.

E o mais depressa possível.

Em passos largos, ele adentrou o prédio. Estava tudo escuro. Cheirava a cimento, madeira, plástico e sujeira. O ar estava seco e cheio de pó. Talvez fosse por estar em uma construção.

Como ele não conseguia enxergar nada, o mais novo acendeu a lanterna de seu celular. Iluminou diversos pontos, no entanto, não achou nada além de poeira e matérias de construção empilhados.

- Olá Mark. –uma voz masculina grave adentrou seus ouvidos.

O rapaz gelou.

Ele conhecia aquela voz.

- Você está muito bonito. –passos ecoaram. O homem se aproximava. – Os anos lhe fizeram muito bem. –disse debochado. – A vida parece que foi muito boa com você. – seu tom ficou acusador. – Enquanto a minha não passou de uma bela merda. –rosnou irritado.

Tuan sentiu uma respiração atrás de si.

E um cheiro que ele odiava.

Ele sabia quem era o sujeito.

- Então, era você o tempo todo. –disse para si mesmo. Se virou e encarou o sujeito. – Eu já deveria ter imaginado que uma droga como você não sumiria com tanta facilidade.

Seus olhos focalizaram os olhos de seu pai.

O mais velho parecia estar se mordendo de raiva.

- O que você quer? –soltou o menor.

- O que eu quero? –gargalhou. – Quero acabar com tudo que você tem. Do mesmo jeito que você acabou com a minha vida. Pirralho patético.

- Patético aqui é você. –retrucou no mesmo tom. Ele detestava aquele homem e nunca mais iria abaixar a cabeça para o mesmo. Não depois de tudo que passou na mão dele. – Você teve o que mereceu. Por todos os anos que passou ausente, bebendo, descontando na minha omma e... –ele engoliu em seco, aquele assunto lhe apavorava até em sua vida adulta. – E por tudo que me fez. Eu realmente desejei que você apodrecesse no inferno que te colocaram.

O appa de Tuan era um homem asqueroso. Nunca esteve presente na vida do ômega. Isso até Mark completar seus cinco anos e seu próprio pai tentar diversas vezes abusar de si. Mas felizmente o menor conseguia fugir. Com exceção da última vez que o homem quase conseguira o que queria, porém, sua mãe chegara a tempo.

Quebrara um vaso na cabeça do marido.

Pegara o filho, chamara a polícia e depois mudou de cidade.

Mas infelizmente conheceu outro alfa nojento.

O de cabelos negros detestava o dedo podre de sua omma.

O homem rosnou furioso. Levantou a mão para acertar um tapa no rosto alheio. Contudo, Mark se afastou as pressas. Ele não era mais o filhote indefeso de antes.

- Eu vou destruir você. Por tudo que me fez passar. –bufou o monstro que um dia pensara ser seu pai. – E depois vou acabar com aquela sua família feliz. –disse com prazer. – Quem sabe não pegue aquele filhote para mim. Ele é uma gracinha. –debochou.

O sangue do ômega ferveu.

Aquele homem era nojento.

- Me ameaçar é uma coisa... –ele se abaixou e pegou um cano de ferro que havia jogado no chão e que tinha visto quando entrara. – Mas ameaçar a minha família é outra. E nunca... nunca mais ouse por seus olhos imundos no meu filho. Ou eu...

Ele não completou a frase.

Se aproximou do mais alto e acertou com o cano em seu rosto.

Descontou todo seu ódio.

O outro caiu no chão grunhindo de dor.

O de cabelos negros nunca fora violento. E nem muito forte, porém, ele era um pai e um marido. E faria de tudo para proteger sua família. Até mesmo tirar forças de onde não tinha.

O alfa ficou de pé.

Tinha um corte sangrando em sua bochecha.

Sua boca espumava em fúria.

Ele fechou o punho.

Iria esmurrar a face de Tuan até que o mesmo ficasse irreconhecível.

- Eu vou te matar pirralho. –ralhou.

- Se você encostar um dedo nele, quem morrerá aqui será você. –uma voz grave de alfa ecoou por todo o local.

O pai de Mark só teve tempo de olhar para o lado.

Pouco depois recebeu um soco forte no estômago.

E acabou sendo arremessado para longe.

- CONTINUA -