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História Never Let Me Go - A Mileven Fic - Eu vejo monstros


Escrita por: K2Phoenix

Notas do Autor


HELLOO! Capítulo emocionante e cheio de referências; algumas implícitas, como à série Dark ( da Netflix, alemã, que é completamente fabulosa), ao filme Garotos Perdidos ( clássico da Sessão da Tarde, que tem uma trilha sonora fantástica - de onde eu tirei tb o trecho da música do A-ha, que abre o cap) e, ufa, no final, a referência mais que conhecida a O Sexto Sentido! Espero que curtam e comentem!!

Capítulo 11 - Eu vejo monstros


I reach the edge of town

I’ve got blood in my hair

Their hands touch my body

From everywhere

But I know that I’ve made it

As I run into the air  ( Scoundrel Days / A-Ha)

(Eu alcanço os limites da cidade

Eu tenho sangue nos meus cabelos

As mãos deles tocam meu corpo

Vindas de todos os lados

Mas eu sei que eu consegui

Enquanto eu corro para o ar)

Hopper estacionou em frente à casa dos Byers e observou que a chuva parecia mais grossa do que de quando saíra de casa. Bateu apressado na porta e Joyce a abriu, espantada:

- O que você faz aqui?

- Desculpa aparecer assim, é que...- ele retirou o chapéu. – Eu encontrei umas coisas nos arquivos da delegacia sobre o sumiço misterioso do Will.

A mulher deu passagem ao xerife e ele entrou:

- Me deixe trazer uma toalha para você enxugar esta água da chuva. – ela pediu. Alguns minutos depois, voltou com uma xícara de café. – Tome, acabe de passar. Então, o que foi, Jim?

Ele toma um gole do café:

- Eu disse que daria uma investigada sobre o caso e descobri algumas coisas. Uma delas é que, aparentemente, Barbara Holland morreu na mesma época em que Will sumiu.

- Sim, eu lembro disso. Ela estudava com Jonathan na época.

- Os indícios do sumiço dela batem bastante com os de Will. Fico me perguntando o porquê de ela não ter conseguido escapar, assim como ele.

- O mais estranho é que não parece algo feito por uma pessoa, entende? – Joyce redarguiu. – Se eu não corresse o risco de ser taxada como louca, eu diria que foi um monstro.

- Outra coisa que descobri, é que acabaram com a investigação abruptamente. – disse Hopper.

- Como assim?

- Do nada, o xerife anterior deu o caso como encerrado, e há cerca de uns meses, sem motivo aparente, ele pediu para ser transferido e foi daí que surgiu a vaga para mim. O estranho disso é que ele sumiu.

Joyce sacudiu a cabeça, confusa:

- Isto é completamente insano.

- Sim. Parece que estamos mexendo com coisa séria demais por aqui. – Hopper expôs, se sentindo de repente muito cansado. – Eu já vi tanto nessa vida, Joyce, e tudo o que queria era descanso para mim e para a El.

A mulher se sentou perto dele; a proximidade dela, a mão que ela colocava em seu ombro, seu olhar compreensivo, tudo aquilo o deixara tenso:

- Eu entendo, Jim.

Hopper olhou profundamente dentro dos olhos de Joyce e segurou seu rosto:

- Nós bem que merecíamos um pouco de paz, não é?

Ela mexeu levemente a cabeça, antes de eles se inclinarem e se beijarem ardentemente no sofá, como se fugindo dos problemas e encontrando abrigo um no outro.

[...]

Os corredores da escola estavam lotados de animadoras de torcida indo para lá e para cá distribuindo panfletos. Dustin parou diante de uma delas, uma menina negra e alta chamada Charlotte:

- O que é isso?

- Leia, você não é um dos nerds da turma? – ela o desdenhou, impaciente.

O garoto deu uma passada rápida de olhos pelo papel colorido:

- Festa da fogueira?

- Sim, é para iniciarmos a temporada, você sabe. Os Jogadores do time de futebol e as animadoras são apresentados aos outros alunos... – ela olhou Dustin de alto a baixo. – Claro que não precisamos de você nem dos seus coleguinhas. Mas, se quiserem ir e gastar lá para ajudarem com os custos da equipe... – ela virou de costas e o deixou lá.

- Ainda babando pela Charlotte Newman? – Lucas riu do amigo, aproximando-se. – Ela mudou muito. Não vai querer nada com você.

- Você a conhece tão bem assim?

- Os Newman frequentam a mesma igreja que a minha família desde sempre, antes a gente costuma conversar e tal, mas desde o oitavo ano que ela está insuportável.

- Mas será se...

- Não, Dustin. – Lucas o interrompeu. – Meninas como a Charlotte e a Sophie não são pra gente. Entenda.

Enquanto os dois debatiam, Max e Will chegaram perto e ela indagou:

- Vocês viram o Mike e a El? Eu preciso pegar a lição de Francês que ela iria me emprestar.

- Devem estar namorando escondido, o quê mais? – Dustin comentou, um tanto quanto triste por isso. Dos amigos, ele se achava o mais sem sorte para arranjar alguém, e às vezes isso o deixava muito abalado.

Mike tirou rapidamente as chaves do bolso e abriu a porta da sala onde ficavam os aparelhos do Clube de AV da escola. Eleven entrou rapidamente, e ele trancou a porta após entrar também.

- Acho que aqui os aparelhos poderão te dar mais alcance. – ele disse, ligando-os. – Você tem certeza de que ficará ok?

- Sim. – ela sorriu para ele. – Eu era muito mais explorada no laboratório e aguentava, Mike.

- Sim, mas eu não quero que você passe por isso de novo! – ele estava exasperado. – Tem certeza?

- Tenho. – ela se aproximou dele, e estava se sentindo mais confiante para segurá-lo pela nuca e puxá-lo para um beijo lento e sincero, que fez os dois quase entrarem em combustão.

As mãos do rapaz foram para a cintura dela e El suspirou em sua boca. Não conseguia acreditar em como aquilo era bom e do quanto ela achava que poderia viver sem alguém como ele, antes de chegar a Hawkins. Após o beijo, com os olhos ainda nebulosos, ele indagou:

- Você quer namorar comigo?

- Que... quero. – ela quase engasgou, surpresa, ainda abraçada por ele.

- Eu... eu gosto muito de você, El. Muito. – eles encostaram suas testas, ainda muito nervosos e excitados pelo início do namoro. Suas bocas se uniram novamente, as línguas quentes se perscrutando, a vibração do beijo fazendo os seus corações inflamar. El afundou os dedos no cabelo de Mike, que gemeu um pouco. Descolaram suas bocas do beijo ávido e ela o abraçou, afundando o nariz no pescoço dele: o cheiro bom de sua roupa, do seu perfume, aquela sensação de segurança que cada vez mais ele lhe transmitia deixando-a mais confiante para o que tinha de fazer.

- Eu também gosto muito de você, Mike. Obrigada. – ela falou timidamente.

- Não tem de quê. – ele riu, encantado com cada detalhe dela; a boca vermelha do beijo, os olhos de avelã que só ela tinha.

Permaneceram alguns instantes assim até ela sorrir e se desvencilhar dele delicadamente:

- Vamos aproveitar que ninguém vai usar o Clube e fazer logo isso, não é?

Mike ligou o rádio, que com certeza era mais potente que seu simples walkie-talkie. Eleven percebeu isso porque demorou menos para encontrar a frequência que ela presumia ser a certa, e ela entrou no Vazio novamente. Minutos depois, ela pareceu sair do transe; Mike estava precavido para aquilo, e tirou da sua mochila lenços de papel, oferecendo-os a ela:

- E então? – ele estava apreensivo.

- A coisa... o monstro... – El estava fraca. – Ele está perto, Mike.

O resto do dia na escola passou como de costume, mas os dois permaneceram mais calados que o normal. Mesmo assim, os amigos tagarelavam sem parar, até que Will fez uma careta de dor. Todos estavam em torno da mesa do refeitório:

- O que foi? – Lucas perguntou, pondo a mão no ombro do amigo.

- Nada, eu só... – ele sentiu um arrepio passar pela espinha. – Uma sensação.

Todos se entreolharam, mas Will tentou não se concentrar muito nisso:

- Então, vocês vão à noite da fogueira?

- O que é isso? – El perguntou.

- Uma festa em torno de uma enorme fogueira feita numa clareira na floresta, em que apresentam as equipes de futebol e de animadores. – disse Dustin.

- Você quer ir? – Mike perguntou baixo em seu ouvido.

- Na floresta?! – El se assustou.

- Algum problema? – Max levantou uma sobrancelha. – Eu e Lucas vamos.

- Eu vou também. – disse Dustin, com uma ponta de esperança de poder ter um momento melhor com Charlotte.

- Acho que vou também. – disse Will, recuperando um pouco da cor nos lábios após a sensação estranha que sentiu. – Não quero ficar sozinho lá em casa, minha mãe vai dobrar o turno hoje.

- Nós temos que ir, Mike! – Eleven apertou sua mão, nervosa. Ele entendeu o porquê.

Assim que escureceu, a fogueira foi acesa e a chama ia alta. O caminho para lá era iluminado por tochas, e animadoras de torcida, em seus uniformes de dia de jogo, tinham montado algumas barracas vendendo lanches e bebidas. Finn viu quando Troy Harrington, quaterback do time e namorado de Sophie, colocou disfarçadamente bebida alcóolica num copo e deu para ela e seus amigos.

- Eu não entendo o que as pessoas veem de tão legal nessas coisas.- ele resmungou.

- Eu também não. – Eleven concordou. – Mas eu não posso deixar o monstro atacar essas pessoas. Só eu posso impedi-lo.

Mike virou a garota para ficar diante dela:

- Eu não quero que você corra perigo! – havia medo na sua voz.

- Eu tenho poderes, Mike. Eu posso fazer algo. – ela falou resoluta.

A música permaneceu alta, a fogueira flamejando, e os jovens cada vez mais dançando, agitados, falando alto, bebendo.

Sophie Sullivan e Troy Harrington fizeram as honras das apresentações. Chamaram os jogadores e as animadores, e, a cada nome, gritos, urros e palmas ecoavam na floresta.

Ela não parava de demonstrar soberba por estar ali, no topo da cadeia alimentar da escola, enquanto Troy, um garoto de comportamento estúpido e violento, estufava o peito por exibi-la como um troféu.

- Perfeitos um pro outro. – resmungou Max, devorando um cachorro-quente.

Dustin veio em direção aos amigos, que estavam comendo:

- Senti um vento frio, parece que vai chover. – ele se arrepiou.

- E a Charlotte? – perguntou Lucas.

Dustin balançou a cabeça, mas levou um susto porque, aos seus pés, caiu um pássaro morto.

- Mas o quê? ...

Pássaros mortos começaram a cair do céu, e todos começaram a gritar e a correr em desespero.

- Onde tá o Will? – Mike olhou para os outros.

- Não sei! – Lucas berrou, assustado.

As pessoas esbarravam neles, assustadas, e o clima se tornava cada vez mais caótico com a iluminação da fogueira.

- Vão embora agora! – Eleven gritou para os amigos.

- Mas... – Dustin quis articular.

- Agora, Dustin, escute a El! – Mike gritou. – Eu vou procurar o Will. Por favor, El...

A menina encostou a testa na dele:

- Eu prometo que vai ficar tudo bem. Deixe nossos amigos em segurança, perto da floresta.

Ele assentiu, enquanto Eleven sentia que o monstro devia estar por perto... Os pássaros continuavam a cair, e, se estivessem na cidade e não na floresta iluminada por fogueiras, os jovens veriam que as luzes piscavam incessantemente.

Ela ouviu um grito ecoar.

-TROY!!!!- Outro grito, dessa vez era a voz de Sophie, El reconheceu e seguiu o som, até ver uma cena grotesca por trás de várias árvores.

Uma criatura horrenda de corpo humanoide, a cabeça parecendo uma planta carnívora, aniquilava com as garras e os dentes o corpo do garoto.

- Saia daqui! – Eleven berrou para Sophie, que tinha caído entre as árvores.

- Eu torci meu pé!

-SAIA DAQUI! – El comandou, e a animadora levantou-se com dificuldade, mancando e chorando.

El levantou as duas mãos e mentalizou o seu poder todo na direção do monstro, gritando de raiva e até medo também daquele ser que ela não sabia como, tinha escapado de outra dimensão e estava ali, destroçando o corpo já sem vida de Troy.

O monstro passou por entre as árvores carregando o corpo de Troy, e Eleven caiu de joelhos no chão cheio de pedras e folhas, chorando, o nariz sangrando. Ela o havia afugentado, mas não para sempre. Ela teria que matar aquela criatura.

- El? – ela sentiu uma mão segurando seu ombro.

- Will?

- Ele vai voltar. – o garoto sentenciou, com a voz quase sem emoção.

- Você sabia, não era? – Ela retorquiu.

- Eu senti. Eu sinto... eu sinto que eu acabei me tornando uma conexão entre o real e o mundo invertido. – Will ajudou-a a se levantar.

- Mundo Invertido?

- É assim que eu chamo o lugar aonde o monstro me levou. No RPG, é como se fosse um eco do nosso plano.

- Uma outra dimensão?

- Sim. – o menino parecia ter tido sua energia tão drenada como Eleven. – E eu sou o Clérigo, El. Eu sei o que tem lá, eu sei o que vai acontecer. Eu vejo os monstros.

Ela balbuciou:

- Com que frequência?

- O tempo todo. – o garoto respondeu sombriamente. 



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