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História Never Let Me Go - A Mileven Fic - Revelações


Escrita por: K2Phoenix

Notas do Autor


Eu voltei! Desculpem a demora, mas já tô de férias e prometo que vão vir muitas emoções por aí!

Capítulo 17 - Revelações


If you twist and turn away

If you tear yourself in two again

If I could, yes I would

If I could, I would

Let it go

Surrender

Dislocate ( Bad – U2)

Se você se contorce e se vira

Se você se quebra em dois novamente

Se eu pudesse, sim eu o faria

Se eu pudesse, eu o faria

Deixaria isso passar

Rendido

Deslocado

Hopper fumou seu cigarro até o final enquanto os outros tomavam chocolate quente. Fungando e tossindo, ele iniciou:

- Eu fui embora de Hawkins no fim dos anos sessenta. – ele lançou um olhar significativo para Joyce, e ela lembrou daquela época, em que os dois tinham namorado antes de ele partir. Ela sabia que a tensão que havia entre eles nunca iria se dissipar.

- Servi no Vietnã e quando voltei, passei um tempo me recuperando de uns tiros que eu levei nas pernas e no braço esquerdo em combate. Fiquei no hospital da base de Montauk, em Nova York, e lá conheci o doutor Owens. Eu comecei a perceber que alguns amigos meus, que lutaram na guerra comigo, estavam sendo recrutados para outro tipo de serviço, que era experimental, coordenado pela CIA.

Esse serviço era o MK Ultra. Pessoas civis e militares eram usadas como cobaias. – Hopper continuou. - Eles eram submetidos ao estado vegetativo antes de suas memórias serem apagadas por meio de um coquetel diário de drogas, dado pelos cientistas da CIA. Os pacientes do MK Ultra recebiam doses cavalares de medicamentos, além de eletrochoques de 110 volts. Era algo cruel, mas eu entendo o porquê de vários soldados se submeteram a isso; as lembranças da guerra são cruéis demais... enfim. Acabei descobrindo isso e Owens disse que eu não poderia mais cair fora, como se não soubesse de nada. Durante algum tempo, consegui reestruturar a minha vida. Conheci minha esposa em Nova York; ela se chamava Olivia. Tivemos uma filha, Sara. Até que... – ele acendeu outro cigarro. – Até que minha filhinha, aos cinco anos, teve um câncer raro.

Joyce baixou os olhos, e os outros se entreolharam, absortos na história que o xerife contava. Hopper retomou a palavra:

- Nenhum médico ou tratamento teve efeito, e minha última alternativa foi procurar Owens, que era meu amigo e que trabalhava no laboratório mais avançado dos Estados Unidos. Infelizmente, Sarah não conseguiu sobreviver. A doença... a doença avançou rápido demais. – Mike teve a impressão de que a voz de Hopper se tornou mais pesada e triste. – Eu fiquei sem chão. Meu casamento desmoronou e eu voltei a servir em Montauk. Naquela época, cerca de oito, nove anos atrás, o projeto secreto estava perdendo forças, verbas e algumas crianças que participavam do projeto estavam sendo enviadas do laboratório daqui de Hawkins para lá. Foi então que eu conheci El, “o projeto número onze”.

Ela era a mais poderosa das crianças do projeto, e o dr. Brenner, o responsável pelo laboratório tão próximo de nós, disfarçado de prédio de companhia de energia elétrica, ficou possesso por perdê-la, mas o governo está até agora querendo se livrar de qualquer vestígio do MK Ultra. Eu me apeguei a ela, e ela a mim, então Owens permitiu que eu a adotasse e eu a criei numa cidadezinha perto de Manhattan, onde moramos até eu receber a promoção para me tornar xerife em Hawkins e retornar.

Eu tentei dizer para ela que aqui não aconteceria nada, que era muito seguro, mas El sempre achou que havia algo mais, e estava certa, óbvio. Ela sofreu alguns processos para não lembrar com clareza daqui, mas...

- Ela lembra. – Mike o interrompeu. – Quando passamos pela floresta, ela lembrava de alguns pontos de lá, perto do laboratório. Acho que uma vez, quando a encontrei no meio da chuva, ela tinha ido parar nos arredores do prédio.

Hopper balançou a cabeça:

- Ela é incrivelmente poderosa; foi criada para ser uma máquina de destruição, além de ter alto alcance de investigação mental. Se ela acessar todo o poder que tem... se ela for estimulada a extravasar tudo...

- Ela pode abrir uma fenda para outra dimensão. – Mike concluiu, sussurrando.

- Sim...- Dustin acompanhou seu raciocínio. – Uma força muito poderosa seria capaz disso, e liberou os monstros dessa outra dimensão, que tinha o monstro como aqueles que nos atacaram... isso é a única explicação possível.

Nancy e Jonathan se entreolharam:

- Mas você falou que adotou a Eleven há quase uma década, sendo que os primeiros eventos bizarros, como a morte da Barb e o sequestro do Will, foram há uns três anos. – objetou a jovem jornalista.

- Sim, você está certa. E sabe por quê? Porquê Brenner conseguiu disfarçar o máximo que pôde o estrago que ocorrera no laboratório que era de responsabilidade dele, mas há cerca de três anos, chegou a um nível que ele não consegue mais controlar. Ele está desesperado atrás de El, por isso estou apreensivo. – respondeu o xerife. – Apenas El seria capaz de combater aquele monstro, e agora ele já sabe que ela estava aqui e sabe quem somos. Estamos marcados.

Todos se entreolharam assustados, e Joyce levantou-se com cuidado para não assustar Will, que parecia semiacordado:

- Vamos nos preparar para dormir. E Hopper, por hoje, você também fica.

- Joyce, eu...

- Você fica. – ela foi firme. – Precisa descansar um pouco, porque vamos precisar de toda a força que pudermos ter para resgatar sua filha e combater esse homem. – ele admitiu que sim, rendendo-se.

[...]

Os garotos dormiram espalhados pela sala: Max e Lucas em um colchão velho, Dustin em um sofá e Mike em outro. Ele foi o que mais demorou a pegar no sono, pois Eleven não saía de sua mente, e suas ideias viajavam a mil, tentando entender e encaixar todos os mistérios intrincados que estavam descobrindo. Porém, uma hora o cansaço venceu e ele se viu jogado em um torpor escuro.

Will e sua mãe estavam no quarto dela e Hopper aceitou dormir no quarto do garoto, ou ao menos esfriar a mente e descobrir uma forma de resgatar a menina, onde quer que ela estivesse.

Nancy e Jonathan dividiriam o mesmo quarto. O rapaz tentava não dar muita atenção a isso, minimizando o fato diante de tudo o que estava acontecendo, mas quando ele viu a jornalista entrar em seu quarto vinda do banheiro, vestindo apenas uma blusa do The Clash que ele mesmo emprestara, seu coração deu um salto.

- Você pode ficar aqui, se quiser. – Jonathan ofereceu, levantando-se. – Já até troquei a roupa de cama.

- E onde você vai dormir?

- No chão, eu não me importo.

- Você tá louco? – ela arregalou os olhos azuis. – Claro que não! Estamos no seu quarto. Podemos dividir a mesma cama.

Ele quis argumentar, mas Nancy, cansada de um dia que parecera ter tido 48 horas, se deitou, puxando o cobertor:

- Venha, John, por favor.

O fotógrafo suspirou, jogando a cabeça para trás e se dando por vencido. Deitando-se, tentando não aspirar profundamente o doce perfume de Nancy ou ficar em uma posição muito íntima com ela, ele encarou o teto e comentou:

- Surreal a história que Hopper nos contou, não é? Bauman iria chorar de emoção ao saber que as teorias de conspiração dele têm base real.

- Isso é muito perigoso. – ela opinou. – Mas nós devemos investigar e fazer com que as pessoas saibam o que aconteceu. E claro, salvar a menina, a Eleven. Se estamos vivos agora, foi pelo sacrifício dela.

- Ela realmente é poderosa, muito. Parecia uma personagem saída dos quadrinhos que nossos irmãos leem.

Eles ficaram mais tempo contemplando o teto e seus pensamentos até que a garota se aproximou mais dele e sussurrou:

- Eu hoje tive muito medo de perder você e meu irmão, Jonathan... eu... – os olhos dela brilhavam por causa das lágrimas em meio à penumbra do quarto do rapaz.

Inclinando-se levemente, Nancy encostou seus lábios nos dele. Jonathan demorou alguns segundos para reagir, mas passou um de seus braços pela cintura dela e a beijou carinhosamente., depositando ali toda a sua paixão e devoção. Eles sorriram, ela se aninhou nos braços dele e adormeceu.

[...]

Mike apenas conseguiu dormir duas horas e meia. Parecia que seu cérebro se recusava a parar de funcionar. O relógio no seu pulso marcava três e quinze da manhã, e ele foi ao banheiro. Passando pelo quarto de Will, viu que Hopper deixara a porta entreaberta e que ele roncava jogado na cama, segurando a carteira aberta. O rapaz se aproximou e viu que era o compartimento onde ficavam fotos 3x4, onde havia a foto de uma menina apenas um pouco mais velha que sua irmã caçula, loira de olhos azuis, que ele presumiu ser Sarah, e a outra foto era de Eleven.

Mike viu o rádio de Will sobre o criado-mudo, e, num impulso, pegou-o, saindo do quarto sem fazer barulho.

Foi para a cozinha, que estava mais fria que o resto da casa; já era quase chegado o fim do ano, época em que o outono já dava passagem para o inverno. Mike lembrou de como a namorada era exímia em captar ondas sonoras e decidiu tentar falar com ela. Talvez, talvez... ele precisava começar a tentar alguma forma para salvá-la, já que Will tinha dito que ela estava viva, mas perdida em algum lugar.

- El? Aqui é Mike. Se você me ouvir... por favor, fale comigo.

Nada. Estática.

- El, é Mike.

Ele tentou cerca de vinte vezes, mexendo e manipulando o walkie talkie o máximo que podia.

Ele já sentia as pálpebras cansadas, falhando, o sono vindo impiedoso dessa vez, mas ele tentava, tentava até que...

- MIKE? – Eleven respondeu do outro lado, fracamente. 


Notas Finais


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