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História Never say Never - Clace - Shadowhunters ( Parte 1 ) - Bandeira Vermelha


Escrita por: MaduhSilva2

Notas do Autor


Desculpa a demora amores🖤 Boa leitura 💛

Capítulo 13 - Bandeira Vermelha


" Só um segundo

Não estamos quebrados, apenas amassados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nosso corações "


Just give me a Reason🌈- Pink💜

⟨⟨🧡⟩⟩


         - Necesito saber por qué estoy recibiendo estas cosas...- murmurou nervosa ao celular, apertou os olhos puxando os cabelos enquanto dava passos impacientes de um lado para o outro - No sé por qué está pasando esto, yo, ahora soy feliz, tengo una nueva familia, todos están conmigo, de mi lado - afirmou Clary - Nadie necesita saber que...- garantiu, pensou nos olhares que ganharia, nas perguntas que fariam, talvez até em suas preocupações exageradas considerando suas habilidades, de luta e... Coisas que poderiam não ser consideradas legais de acordo ao sistema jurídico e toda a diplomacia ética.

Jace veio a sua mente, na última semana nos quais o obrigou a ficar sentado e imóvel, onde comeram gelatina e os biscoitos de Magnus, jogando conversa fora e dormindo quentinhos agarrados um no outro, ouvindo as brigas entre Alaric e Peter, a discórdia de Jonathan com os comentários maldosos, e a felicidade dos recém-noivos, Isabelle radiante porém receosa diante ao Concelho, embora seu sorriso se manifestasse a cada vez que gritava aos quatro ventos que Clary e Jace estavam namorando, então Simon entrava na comemoração a lembrando de que também estava namorando com ele.

Pensou nas dúvidas de seu Loirinho, na preocupação excessiva, no zelo, no ciúmes, era engraçado, era fofo, era mais um para longa lista de coisas que poderiam decair em um milésimo de segundo quando finalmente caísse a ficha de seu passado. Tessa ainda tentava explicar a situação da Espanha, desesperada para fechar a ferida que era novamente aberta.

Clary suspirou, Jace rodopiava por sua mente, devia deixá-lo fora de seus pensamentos por pelo menos um minuto, para resolver seus problemas, mas era algo impossível, ele invadia com seu sorriso ridiculamente bonito e seu abraço estupidamente reconfortante, as risada e as carícias trocadas e interrompidas nos últimos dias, não precisavam de algo a mais do que já estavam lidando, O Círculo Vermelho estava os perseguindo, o FBI era óbvio que estava atrás de algo para os incriminar, e agora, graças a um ato infelizmente heróico, tinham toda a Clave para lidar.

Sendo assim, ela não acreditou na ideia de que Jace tinha aceitado isso e nunca voltariam naquele assunto, duvidava muito de que era verdade, ao menos não quando se tratava do Conselho e o cargo de Jace em sua supremacia, além do mais, Clary sabia que uma hora ou outra não seriam tudo um mar de rosas, ou que em algum momento, também teria que discutir não só o próprio passado, mas também o de Jace.

- Maldita sea, Tessa. Sabes que odio hacer esto...- praquejou, tomando uma postura autoritária - Es una orden - sempre detestou ter que usar seu cargo de poder com seus amigos, sua família, contudo, havia muita coisa que faria pela nova - Esto es confidencial, si le dice a alguien que está, en contra...

- Soube que alguém tinha roubado meu escritório - Jace caminhando a sua procura, se escorou na porta com um meio sorriso observando seus passos inquietos de um lado para o outro, ele sabia que algo a estava incomodando, desistiu de perguntar no quinto fora que levou, porém, acabava se divertindo com suas tentativas horríveis de tentar transparecer despreocupação, embora, também tivesse se sentido como nunca se sentiu nos últimos dias que tivera com ela, as risadas, as compras natalinas apressadas, os sorrisos sinceros e apaixonados, as broncas por querer levantar ou fazer algo indecente...

- Me tengo que ir... Adiós, Tess - Clary tentou sorrir para ele, virou-se secando suas lágrimas que só agora percebeu que caiam, sussurrou ao telefone lamentos a amiga, a situação sairiam de seu controle, e tinha que entender isso - Perdóname.

Jace estranhou, fazendo uma nota mental que devia começar a aprender espanhol, caminhou brevemente rodeando sua cintura, observou os papéis em cima da grande mesa de madeira franzindo o cenho.

- Tem alguma coisa errada? - questionou confuso, ela se virou para ele, as lágrimas já não eram visíveis, notando seu olhar preocupado, Clary sorriu para ele.

- Não - disse tranquilamente, cruzando os braços envolta de seu pescoço, lhe dando um rápido beijo - Só estava resolvendo alguma coisas...

- Tem algo a ver com o Batalhão? - o apelido pegou, depois de dias aturando eles, que alegavam estar marcando presença por sua Rainha, mas, Jace no fundo sabia que só estavam ali por Clary e o fato da Clave estar furiosa com eles, e em breves dias ele pôde conhecer um pouco de cada um deles, era um pouco a mais que conhecia sobre o passado de sua Foguinho. Ela negou, enquanto guardava os papéis de cima da mesa, com seus olhos atentos, ele correu sua confusão pelas fichas de cada um dos quais estavam em sua casa e também o misterioso notebook com o símbolo deles — presente também em sua tatuagem — na qual ela descobriu seus dados e o de todos roubados há semanas, isso era realmente preocupante - Sabe que pode me contar se algo estiver errado, não é?

- Sei, claro que sei - murmurou distraidamente, concentrada em desfazer toda a bagunça enumerada que tinha feito, se virou para ele notando sua hesitação ao acreditar na força de suas palavras - Te contaria se houvesse algo errado, Loirinho.

Ele relaxou, ela não mentiria, se jogou na cadeira grande de couro com rodinhas e abriu um sorriso implicante enquanto a observava trabalhando em uma concentração sem igual.

- A Izzy quer fazer um amigo oculto no natal - comentou Jace, aquilo provavelmente daria errado, primeiro que eles não sabiam guardar segredos ou se manterem quietos por tempo o suficiente até que a dinâmica começasse, na verdade, Jace acreditava que o único motivo de não terem a identidade vazada era porque o medo de ficar sem secador de cabelo na prisão era maior do que suas obceções por dedurar tudo e qualquer coisa que descobriam ou escondiam - Aposto cem pratas que ela desiste ao descobrir que tem que esperar até o Natal para presentear alguém.

- Não seja implicante - ela repreendeu, não antes de arquear as sobrancelhas ao se lembrar que a amiga anda distante dela, como se escondesse algo - É só uma desculpa por não saber o que dar ao Simon.

- O Simon é fácil - declarou com o cenho franzido - Só precisa de uma camiseta de Star Wars e uma arma para ficar todo feliz.

- Sem armas no Natal - alertou séria, virando seu olhar a ele - Por favor - apelou vendo que iria ser contrariada e provavelmente lembrada de que não poderiam ficar desprotegidos - É meu primeiro Natal com minha família de verdade. Nos últimos três anos o Natal se baseou em interrogar criminosos e muita tequila...- Clary retrucou dengosa, se sentou em seu colo fazendo círculos imaginários no V de sua camisa, lhe lançou um olhar manhoso - Queria passar nosso jantar amanhã de Ação de Graças, o Natal... Juntos, coladinhos e sem armas.

- Cacete, mulher - resmungou rendido a ela, apertando sua cintura trazendo seu corpo para mais perto - Você consegue qualquer coisa se me olhar assim.

Verdade seja dita, Clary tivera o convencido a deixar que o Batalhão ficasse em sua casa, apelando para o fato de que era sua casa também e que no fim de sua melhora, ele seria devidamente recompensado. Seu consentimento ao deixá-los ficar acabou se tornando o fardo por aguentar todos os comentários explícitos sobre como a " Rainha deles era a mais magnífica e sensual que já tiveram visto ", se fosse para contar quantas vezes tiveram que segurar um Jace sem poder fazer movimentos bruscos, com certeza perderiam a conta. Isso sem contar o fato das inúmeras vezes que, Clary e somente Clary conseguia o convencer de certas coisas era realmente surpreendente. Contudo, independente disso, Jace não era um homem muito fácil de mudar, porém, ele queria mudar, por ela e o que significavam juntos.

- Prometo que...- sussurrou maliciosa, mordendo a ponta de sua orelha com um sorriso tão inocente que seu tom sedutor parecia nem sequer existir - A noite será muito empolgante.

- Então esse é o seu negócio? - indagou enigmático, com o olhar fixo nela e seu tudo ridiculamente sexy - Me chantagear?

- Chame do que quiser - disse ela, ajeitando-se em seu colo, o suficiente para fazê-lo deixar escapar um ruído que ele mesmo não sabia ser capaz de soltar, a ruiva riu superior esfregando seus lábios nos dele - Mas acho que...

- Rainha, o Rafa...- Peter, vagando pela casa atrás dela, a encontrando como da última vez que a a viu, no escritório, o moreno paralisou boque aberto - Que porra! - exclamou incrédulo, apertou os olhos com raiva de si mesmo por não ter os fechado antes - Existe algo chamado porta - disse ele, abanou a cabeça - Fechem!

- Ah Querido - Clary exclamou tranquilamente saindo de seu colo, virando-se para ele - Já me pegou em situações piores.

- É meio difícil ver você com...- retrucou, acenando com a cabeça em um gesto aparentando desconforto - Ele.

- Está debaixo do meu teto, Miller - Jace esclareceu voltando a cadeira em sua direção, soltou um resmungo insatisfeito ao não tê-la em seu colo, porém sorriu em implicância - Garanto que aturará muito mais.

- O que estava dizendo? - ela contornou o assunto, vendo o moreno rosnar na direção de seu namorado que tinha uma expressão entretida estampada no rosto. Sabia que entre todos, o mais ciumento sempre seria Peter, embora Meliorn tivesse feito coisas não pronuciaveis com pessoas que ousaram a olhar com segundas intenções.

- Jordan ligou depois ter saído daqui...- Peter não evitou um olhar curioso, o Batalhão havia sido " interrogado " pela Rainha, questionamentos no mínimo suspeitos e confusos efetuados a todos, individualmente, naquele mesmo escritório, correu os olhos preguiçosamente pela mesa rodeada de papéis e voltou seu olhar a ela - Disse que precisava de um tempo com Maia a sós e...

- Não me diga que agora terei que servir de creche, de novo? - perguntou Jace contrariado, revirou os olhos impaciente - Mais um pirralho.

- O pequeno Rafael estava no Praetor enquanto tivemos que...- balançou os ombros, quase envergonhado, sabia que tinha sido discretamente aconselhado a não tocar mais no assunto, ao menos, não na frente de Jace, entretanto, não se conteve em provocar a fera - Resgatar o Soldadinho Abatido.

- Sabe que eu poderia meter uma bala na sua cabeça apenas por insistir nesse apelido ridículo, não é? - proclamou o próprio, com um olhar cínico e o tom mortal.

- Minha Rainha não ficaria feliz se fizesse isso...- pontuou Miller, indiferente e com um sorriso satisfatório nos lábios, se voltou a ruiva que revirava os olhos com as alfinetadas - Mas se ele atirar em mim, você terminaria com ele, certo?

- Iria tão longe assim? - indagou Clary incrédula, sabia que o moreno estava sendo terrivelmente sincero, ele a encarou - Esquece que perguntei isso - abanou a cabeça, sabia o quão longe iriam por sua segurança, e se suspeitavam que com Jace, ela não estaria segura — o que até mesmo eles sabiam que não era verdade — fariam tudo e qualquer coisa para não ficarem juntos, contudo, se realmente quisessem que ela não estivesse com ele, já haveriam dado um jeito há muito tempo - Continue.

- Então, Jordan perguntou se poderíamos cuidar do Rafael, enquanto ele salva o casamento dele - deu de ombros, seu irmão do coração realmente parecia aflito, e embora todos soubessem que havia uma tensão entre ele e a Rainha, não ousavam e nem podiam perguntar, afinal, todas as conversas que tinham era de certa forma confidencial, cada um deles tinha um segredo confidenciado a Rainha, que era nunca, jamais, exposto, então, deviam honrar os segredos raros entre eles - Meliorn e eu oferecemos a Sede só que...

- Não - ordenou, ele assentiu - Não é um lugar para crianças ficarem sozinhas - disse, reparou o olhar confuso de Jace - É uma casa - suspirou ao sentir saudades do lugar na qual não pisava há um bom tempo - Escondida, segura e protegida.

- E porquê você não está lá? - Jace indagou rapidamente, abanou a cabeça ao ganhar seu olhar entediado, era um jogo perdido entrar no quesito de sua segurança com ela, se endireitou na cadeira ao se virar para o moreno - Por que vocês estão enchendo o meu saco a semana inteira se tinham uma casa?

- Pensamos em fazer companhia - Peter deu de ombros, acompanhando a meia verdade de sua Rainha - Temos que buscá-lo no hotel. Não entendi porque Maia não quis deixá-lo comigo.

- Você ensinaria o garoto a usar drogas, Pete Pete - disse Clary, se não soubesse que independente de sua sobriedade ele cuidaria bem do baixinho, estaria muito mais decepcionada - E provavelmente o Meliorn a matar alguém.

- Vai mesmo deixar outro pirralho entrar na nossa casa? - perguntou Jace incrédulo, Clary, que pegava o notebook com intenção de guardá-lo, sorriu discretamente ao ouvi-lo chamar a mansão de; nossa. Já Peter, arqueou as sombrancelhas incrédulo, porém permaneceu em silêncio - Você está lembrada da tirolesa, meus seguranças escravizados e do meu cartão estourado, não é?

- É só um baixinho indefeso que tem os pais passando por problemas - ela apelou - Ele não faz ideia do que se passa... Vai mesmo deixá-lo na mão de um bêbado?

- Ei! - reclamou Miller, sabia que ela apenas estava fortalecendo seu argumento, contudo, não evitou um comentário ofendido - Estou sóbrio há duas horas!

- Um dia - declarou Jace - Uma noite e ele vai para a Adoção.

- Você é incrível - pulou em seus braços com empolgação, ignorando seu ultimato, o beijou delicadamente ouvindo o moreno presente coçar a garganta, sorriu lhe dando um último beijo na bochecha - Prometo que o que disse será cumprido - sussurrou em seu ouvido maliciosamente, sabia que a mão dele em sua cintura dizia para que ela ficasse, e por isso mesmo, saiu - Não se matem...

- Tem sorte de realmente se importar com ela - Peter disse ao vê-la passar em disparada pela porta - Ou já teríamos te matado.

- O que disse? - voltando a sua pose, perguntou com o cenho franzido, não tolerava ameaças, não quando eram direcionadas a ele embaixo de seu teto, embora adorasse se divertir com elas.

- É visível o quanto se importa com ela - declarou - Ao ver o brilho nos olhos dela, você abre um sorriso. E apenas nos cinco minutos em que estive aqui, vi você abrir mão de muita coisa apenas para vê-la feliz - estreitou os olhos entretido - E é por isto, que não me preocupo se ela ficará sozinha.

- Por que diz isso? - Jace indagou desconfiado - Planeja abandoná-la?

- Com a vida que temos...- refletiu Peter - É bom saber que as pessoas que amamos estarão protegidas por quem as ama ainda mais.

- Eu...- mais ele já tinha ido, desaparecendo nas sombras do corredor, Jace bufou virando-se para a janela grande atrás de si, onde o nublado e o frio cobria a tarde, suspirou ao saber que a cada passo que dava, seus sentimentos se embolavam um no outro cada vez mais. Sorriu ao ver pelo vidro, que no andar debaixo, beirando a piscina, sua Foguinho aparentava passar um endereço a um de seus seguranças, ao menos, ela entendia que não sairia da casa dele — agora também dela — sozinha com toda a Clave furiosa com eles.

Algo além da super proteção de Jace gritava e era ouvida. Então era verdade. Ele a amava. Apenas não sabia disso — sóbrio.

****

- Não acham meio estranho Clary nos chamar para conversar? - indagou Simon confuso, descendo as escadas sentindo falta da namorada que alegou estar comprando decorações de natal.

Lewis sempre teve um certo receio com as épocas natalinas, lembranças não tão boas, longe de qualquer laço sanguíneo e nos primeiros anos de adolescência; preso em um Reformatório. Embora, sempre tivesse a companhia de quem mais amava, sentia um aperto no peito, estavam comemorando mais um ano, mais um Natal sem Raphael, doía mais do que conseguia admitir.

- Quando você diz assim me sinto no Jardim de Infância de novo - disse Alaric, jogava xadrez no chão da sala.

- A Rainha tem o direito de fazer qualquer coisa que ache ser o melhor para nós - Meliorn a bajulou, fazendo um enigmático e desconfiado movimento com a peça do jogo - Xeque.

- Sim, mas acho que tem algo a mais... - retrucou o castanho, franziu o cenho em direção ao moreno - Você não devia estar no Praetor?

- Peter disse que o Rafa está a caminho - argumentou Alaric, embora seu emprego ainda estivesse o esperando, desviou da ameaça iminente ao seu rei - Não perderia a oportunidade de revê-lo depois de tanto tempo.

- O baixinho está vindo? - Meliorn perguntou, com um sorriso se formando em seu rosto, logo após um de decepção ao ver que seu Xeque não tivera adiantado de nada - Mais uma forma para irritarmos o Herondale.

- Tem alguma coisa acontecendo... - divagou Simon, enquanto os morenos no chão refletiam não só no jogo, mas com várias formas na qual poderiam usar Rafael como desculpa para inúmeras pegadinhas com Jace - Ela não nos chamaria assim para conversar, foi estranho, cada um de nós, sozinhos? - com o tom mais confuso do que desacreditado - Viram a cara que o Jordan saiu?

- Mas o Kyle é o mais ferrado - protestou Alaric, em tom calmo como sempre - Pete Pete é inocente, só quer a proteção da Rainha. Você é protegido pelo Herondale, ainda mais namorando a Lightwood. Meliorn...

- Meliorn acaba de te vencer - disse o próprio, com satisfação ao derrubar seu rei - Xeque-Mate.

- Droga - praquejou o derrotado - O Meliorn é cadelinha da Rainha, faz tudo que ela quer.

- Olha quem fala - murmurou, era verdade e não se importava com isso, se tivesse que fazer qualquer coisa, faria. Meliorn sempre foi assim, desde muito antes do reinado de Raphael, Simon sempre foi o melhor amigo, ele era o protetor, aquele na qual sempre, independente do fim do mundo ou qualquer outra pessoa, voltaria para ela, sem pestanejar.

- Logo, ele seria apenas um meio para fazer o que a Rainha quer, porque todos nós sabemos que é preciso um comando para Meliorn se jogar de uma ponte - revirou os olhos, às vezes tinha ciúmes de sua devoção a ela, embora, fizesse a mesma coisa, o ouviu rir, como se aquilo tivesse sido um grande elogio.

- Ciúmes não é o seu melhor lado, Rodriguez - Meliorn zombou - Ainda não superou que ela me ama mais do que a você?

- Vamos começar...- Simon bufou, se afundando no sofá em tédio, sempre era o mesmo papo, faltava pouco para saírem no soco como costumavam fazer, contudo, todos sabiam que eles só se enfrentavam por puro divertimento, recheado em ciúmes.

- E quando se trata de você...- prosseguiu com uma expressão maliciosa - Também faria isso, só que provavelmente minha Rainha não deixaria você se jogar da ponte por ela porque precisa do Praetor Lúpus do lado dela, e agora que o Jordan não pode fazer isso, só resta você e seu olhar de cachorrinho abandonado.

- Quer tirar a prova real sobre quem ela ama mais? - rosnou furioso, batendo com brutalidade a peça de xadrez no tabuleiro de jogos - Rainha só atura você, porque é você quem se livra dos corpos.

- E você...

- Estão discutindo sobre quem ela ama mais, de novo? - Peter perguntou entediado,surgindo na sala, revirou os olhos em um sorriso arrogante - Todo mundo sabe que ela ama mais a mim. Sou o Pitico dela.

- Eu ganho de todos vocês - Simon apontou indiferente, ganhando olhares interrogativos - Participei da luta contra Valentim, e vocês?

- Talvez empate comigo - Meliorn cedeu duvidoso, movimentando novamente as peças de xadrez resolvendo ignorar o olhar furioso de Alaric e prosseguir com seu plano para desconcentrá-lo - Mas também, ajudou a matar o pai dela, Lewis.

- Se ferrou - Peter exclamou satisfeito ao ver seu olhar rendido, não deixava de ser verdade.

- Seus imbecis - praquejou Alaric contrariado - Não vou mais jogar esse jogo idiota.

- Xeque-Mate - disse com prazer novamente, se levantando para enfrentar o moreno raivoso, Meliorn como sempre, com um sorriso terrivelmente implicante e entretido estampado em seu rosto angelical - O pobre-coitado-não-amado está com raiva, é?

- Seu...

- Jace - Simon interrompeu a quase briga ao o chamar, seu tom era desconfiado, o que fez todos pararem e o encararem com cinismo - Onde foi ontem a noite?

- Não sai ontem a noite - negou ele, parando ao pé da escada, estreitou o olhar convincente em sua direção - Aliás, acho que você estava muito ocupado no quarto da minha irmã.

- O vi saindo escondido - insistiu sombriamente, e com uma cara que dizia que a paciência era pouca - Pensei que estava de repouso, mas o modo como escalou as escadas para sair... Não era algo de um ferido.

- Não sou um ferido - Jace riu com sarcasmo - Já levei coisas piores - divagou em uma revirada de olhos, tiros já tiveram o atingido e sobreviveu a muito mais - Além disso não o devo satisfações.

- Mas deve a Clary - Simon o lembrou estarrecido - Acho que ela não gostará de saber que seu mais novo namorado estava saindo as escuras de novo.

- Acho que de nada vale uma ameaça se ela não é verdade - argumentou despreocupado, porém, seu coração martelava contra seu peito.

- E é verdade? - questionou Meliorn, com um olhar quase tão afiado quanto as garras de um falcão.

- Tive um compromisso - alegou, desceu os últimos degraus da escadaria e com um sorriso irônico, ele prosseguiu - Alguém tem que trabalhar nessa casa.

- Então Clary não sabe? - sugeriu Peter, com raiva ou maldade, não saberiam dizer - Tenho certeza que ela acha que você estava sã e salvo em sua cama, na casa de... Bom, na casa de vocês.

- E com certeza não acreditaria muito na ideia de que você estava trabalhando, no meio da madrugada, escondido...- Alaric incentivou algum plano na qual se estruturava a cada frase que davam - Não com sua longa fama.

- Então agora me acusam de traição? - perguntou Jace incrédulo, porém, seu tom era apenas sombrio e estranhamente entretido - Poderiam ser mais originais.

- O que acha de...

- Sabe, Simon - iniciou cinicamente - Além de viver na minha casa, trabalhar no meu negócio, ganhar do meu dinheiro, saber de tudo que se passa, a cada momento de cada dia... Namora minha irmã - ressaltou estreitando os olhos em sua direção - Não abuse da sorte, Lewis.

- Quem está ameaçando agora? - indagou Alaric com uma risada amarga.

- Ele chegou! - a voz animada da Clary desceu pelas escadas, cortando toda a tensão estabelecida na sala, transformando os olhares mortais entre eles em sorrisos amistosos - Como eu estou? - ela deu uma giradinha, expondo a calça preta, as sapatilhas, os cabelos soltos e a camiseta de algum anime escondido por um casaco cinza - Será que ele vai gostar de mim?

- Claro que vai - asseguraram em conjunto, realmente algo na qual concordavam.

- Você está linda - ressaltou Jace segurando seus braços que balançavam inquietos - Não precisa ficar nervosa.

- Não estou nervosa - ela disse, roendo as unhas, intercalando o olhar entre ele e as portas grandes brancas - Mas ele nunca me viu sem ser por vídeos e...

- Tenho certeza que o pequeno Rafa vai adorar você - Meliorn esclareceu calmamente, abrindo um sorriso superior - Comprei sorvete e brinquedos.

- Puxa saco - Simon protestou lhe lançando um olhar mortal, aquilo claramente se tornaria uma competição.

- Certo, sem discussões - Clary declarou, ajeitando todos em um fileira meticulosamente reta, respirou fundo em tom felizardo - Ok, é a primeira vez dele em Nova York, a primeira vez que nos vê, a primeira vez que fica longe dos pais, uma criança tímida, então, não ofereçam drogas, armas, álcool ou qualquer outra coisa do tipo.

- Estou me sentindo no Jardim de Infância de novo - Alaric murmurou ao sentir seus dedos delicados penteando seus cabelos negros - O garoto tem seis anos, não deve saber nem quanto é 1x1.

- Todo mundo sabe que é 2 - alegou Peter rindo, ganhando de Simon um tapa decepcionado na nuca logo em seguida - Ei!

- Por favor, tentem não se matar - suplicou ela - Alec e Magnus resolveram justamente hoje visitar dona Maryse, Jonathan voltou para o Lado Norte há dias, e Izzy desapareceu com o lance do Jantar de Ação de Graças e o Natal...

- Então será um bando de idiotas cuidando de um pirralho - concluiu Jace revirando os olhos se preparando para sair - Já entendi.

- Não pense que vai escapar de...

- Tia Clair? - uma voz tímida ecoou assim como a trinca da porta sendo aberta - Tia Clair! - gritou em empolgação, em milésimos de segundos, um garotinho de pele morena e cabelos escuros encaracolados, envolvido em agasalhos quentes se jogava contra a ruiva - É você! - cruzou os braços finos e leves em seu pescoço com animação - Porque está cholando? - o menino perguntou confuso enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo ruivo na ponta dos dedos.

- Não é nada, Querido - Clary disse emocionada, ajeitando seu casaco contra seu aperto, ajoelhada a sua altura, ela sorriu - É que vi você bem pequeninho. É... Maravilhoso ver você.

- Nós também - Simon coçou a garganta, o garoto o encarou com um olhar investigativo - Você...

- Mamãe e papai falam de você, Tio Simon - ele cumprimentou com um soquinho de punhos - Tio Alalic - acenou com a cabeça, retrocedendo a fileira com sorrisos fascinados - Tio Meliú.

- Olá, Pequeno Rafael - Meliorn se agachou a sua altura - Não ganho um abraço?

- Só se me pegar no colo - retrucou com uma timidez na voz, ele conhecia todos — exceto Jace — que estavam presentes, por ligações, fotos e histórias, era o máximo que conhecia da família de seus pais.

- Negociador igual ao pai - Alaric riu, vendo o menino ter seu pedido atendido, assim como quase todos ali, tinha uma emoção em sua voz.

- O Tio Peter tem pirulitos, o que acha? - negociou Pete Pete e em rápidos minutos, o garotinho era chantageado a passar de colo em colo - De cereja, Garotão.

- Meus pais disseram para não aceitar seus doces - argumentou o cacheado - Mas acho que deixam eu fazer só uma vez...

- O que acha de vermos um filme e ficarmos bem longe dos doces do Tio Peter? - sugeriu Clary com um sorriso amigável, não querendo que o primeiro ato com o afilhado fosse uma infração de regras paternas.

- Deixamos o Tio Alalic escolher - zombou o moreno dos olhos de mel, com um riso sendo respondido com um olhar mortal.

- Quem é ele? - perguntou Rafael curioso, se escondendo contra o corpo da ruiva, apontou com a cabeça para o loiro, que observava a interação estranha — afinal, pareciam já se conhecer a muito tempo — em silêncio, voltou seu olhar a ela, com uma curiosidade observadora - Por que seu cordão é igual ao dele? - questionou confuso enquanto os entreolhava - Mamãe diz que o anel dela é igual o do papai porque eles são casados e se amam. Vocês são casados? Vocês se amam? Vão ter um bebê? Ele vai ser meu amigo? Vamos poder tomar sorvete juntos? E...

- Sou Jace, Pirralho Intrometido - se apresentou antes que sua linha disparada de perguntas e desconfianças fosse aumentada e não pudessem mais o interromper ou responder nada, o desconforto que se formou entre eles foi o suficiente para ele não revirar os olhos.

- Você namora com ele, Tia Clair? - indagou desconfiado, o avaliando de cima a baixo.

- Infelizmente - murmurou Alaric, sentado no sofá.

- Ao que parece não somos os únicos que não gosta disso - Meliorn pontuou com certa satisfação.

- É sim - respondeu Clary calmamente, se recuperando do tiroteio de perguntas disparadas, apertou sua mão em um gesto gentil - Ele é o Cavaleiro na qual contei.

- Você é ele? - Rafa perguntou admirado, com fascínio cobrindo seus olhos quase negros.

- Eu... Opa, Carinha - Jace exclamou despreparado - O que acha de me soltar? - o garoto não desgrudava de suas pernas - Sabe, não gosto muito de abraços...

- Tia Clair disse que você salvou a vida dela e que você é muito especial para ela - dedurou Rafael inocentemente enquanto soltava um suspiro agradecido ainda o abraçando - Então, como meus pais sempre dizem: Obrigado por salvar nossa Rainha.

- Jordan? - Simon questionou incrédulo - Agradecendo ao Jace?

- Ele disse para eu não contar - deu de ombros, o soltou e jogou-se no sofá como quem vivesse ali há séculos - O que está passando?

- O garoto acabou de...

- Ele abraçou você - Clary sussurrou animada, enquanto os outros conversavam sobre o catálogo da Netflix, se conteve ao vê-lo interagir tão normalmente entre sua família - Tem noção que ele abraçou você?

- Tio Jace - chamou Rafael preguiçosamente desamarrando os cadaços de seus tênis, se apoiando no encosto do estofado - O que acha de nos fazer uma pipoca?

- É - afirmou Meliorn com ironia - O que acha, Tio Jace?

- Tenho certeza que eu e o Tio Alalic adoraríamos uma pipoca - Peter incentivou, assim como todos, surpreso com sua interação, contudo, se divertindo com a indignação do loiro - Uma Coca-cola com álcool seria ótimo também.

- Vem assistir filme com a gente, Tia Clair - pediu o pequeno com manha - Deixa o Tio Jace fazer pipoca sozinho...

- Moleque mimado - resmungou Jace contrariado ao ser deixado para trás. Seria um longo dia...

****

- Posso descer no escorrega? - Rafael perguntou ofegante, havia corrido atrás de Simon e os outros, alegando ser o Batman atrás dos criminosos — o que não deixava de ser verdade — por toda a área coberta da mansão, afinal, a brisa gelada com certeza traria um resfriado, ele cessou toda a correria, encarando o escorrega vermelho que dava a uma grande piscina de bolinhas, com certeza planejado para crianças — obra de Pirralha 1 em seus momentos de glória —, estava ansioso para escorregar como se não houvesse amanhã.

- Não aguento mais - exclamou Jace beirando a impaciência deitando no gramado, correu do pirralho estupidamente rápido e cheio de energia por horas, o primeiro dia dele aqui e já tinha cansado a todos - Não podemos mandá-lo para um abrigo? Ou pagar alguém para ficar com ele?

- Se joga - Simon deu de ombros, que por sua vez, se jogava na cadeira, embora estivesse em forma, parecia totalmente fora de órbita.

- Não é sua mãe que está aqui não - incentivou Alaric, sem a menor noção de onde estava no momento em que se escorou na parede buscando fôlego.

- É o seu momento - Meliorn proclamou com ironia e fingida empolgação, não entendia como o menino ainda conseguia estar saltitando pelos ares.

- Quer maconha? - ofereceu Peter apreensivo, no momento nem tiveram como o adverter, mas o moreno por si só, realmente estava disposto a compartilhar.

- Sempre quis ter um escorrega só para mim - comentou Rafael, sentando-se na grama logo após negar o que lhe ofereceram - Um bem grandão.

- Pede para o Papai Noel - sugeriu Alaric, entretido no caminho daquela conversa, afinal, enfim estavam começando a conhecê-lo depois de horas, além dele ser claramente tímido, o conheceram há quase seis anos atrás, o segurando no colo na qual ele era apenas um bebê sendo a luz no fim do branco da paz que os assolou por anos seguidos.

- O Papai Noel não exis...

- Não está disponível hoje - Simon se apressou em corrigir Peter, antes que estragasse toda a infância do cacheado - Mas tenho certeza que muito em breve ele virá.

- Com toda a certeza - afirmou Meliorn com um sorriso travesso, passou a imaginar Peter provavelmente muito bêbado, vestido de Papai Noel descendo a chaminé da mansão com um saco cheio de presentes e a caçamba de um carro com um enorme escorrega, de repente, queria ter um filho só para fazer Peter de Papai Noel.

- O Papai Noel é um babaca - Jace opinou contrariado - Só trabalha uma vez por ano, e nos outros dias fica julgando os outros.

- Senti o cheiro de revolta daqui - avaliou Peter de bom humor - O que foi? Teve uma infância ruim? Seu papai não te deu presentes?

- Pete Pete...- Simon alertou com certa decepção, sabia que havia certos assuntos intocados naquela casa — um deles era Caity —, os pais de Jace eram um bom exemplo disso, principalmente a mãe, ele mesmo, assim como Magnus, não sabia o que realmente tinha acontecido, e duvidava que os Lightwood's soubessem toda a verdade.

- Vamos nos acalmar, certo? - Meliorn em outros momentos incentivaria a briga, bateria palmas e seguraria a bandeira vermelha de sangue, contudo, não estavam sozinhos, e todos ali, eram órfãos — exceto Rafa, claro—, ou uma relação em falta horrível com eles — afinal quando criança os mandaram para um Reformatório —, todos tinham seus ideais e respeito quando se tratavam de laços sanguíneos.

- Tio Jace? - Rafael soou confuso, mas o loiro não pareceu o ouvir, a fúria fervida direcionada ao moreno nada sóbrio que continuava incitando a violência era enorme, os passos pesados em sua direção chegava a os assustar - Está tudo bem?

- Vem cá, Garotão - Alaric o puxou para detrás de si, antes que saíssem do controle, já havia provado de um Jace furioso, beirando o ódio e a brutalidade, ele entre olhou o círculo na qual estavam, antes sentados e relaxados, agora de pé e alarmados, olhou para Meliorn que parecia se preparar para separar o que quer que estivesse para acontecer, o desespero e a súplica no seu olhar, não pareceu tocar em sua voz calma e paciente de sempre - Peter, cale a boca.

- Fiz alguma coisa ruim? - o menino perguntou em um sussurro, os olhos negros observavam aquilo com curiosidade porém receio, ele não sabia o que realmente estava sendo tratado no momento, e as encaradas mortais entres o recentes tios não eram sinais de coisas boas - Ele não acredita no Papai Noel?

- Acho que sua mamãe não deve ter...

- Jace - o chamou novamente, o próprio se aproximava mortalmente de Pete Pete, Simon, diversas vezes já tinha visto o Chefe com raiva, matando alguém com as próprias mãos quando tocavam em seu passado, em quem e o que era hoje, sabia que Peter estava assinando sua sentença, ao tocar nos pais dele, também sabia que provavelmente, o moreno estava embriagado, era sua defesa psicológica enfrentá-lo, e não podia culpá-lo, todos ali tinha o passado traumático o suficiente para acionar barreiras de defesa, estender a bandeira vermelha - Não na frente dele.

- Herondale...- Meliorn intercalou o olhar furtivo entre os dois, que tão severamente se encaravam, pensou por breves segundos o que aconteceria caso aquela briga fosse levada ao fim, provavelmente acabariam se matando - Não me obrigue a...

- Loirinho, pedi pizza. O Underhil disse que iria buscar, deve saber que você não vai permitir que eu...- ela passou em passos distraídos pela porta de vidro, embora soubesse que ele nunca conseguiria a impedir de fazer nada, com o celular em mãos, se preparando para refazer o pedido, levantou seu olhar a eles, e encontrou os assustados de Rafael, suplicantes de Alaric, mortais de Peter, atentos de Meliorn e temerosos de Simon, mas sua voz continuou suave e despreocupada - O que está havendo?

- Nada - disse ele - Só estava instruindo ao Miller que devia tomar uma garrafa d'água, não quero ninguém vomitando no meu tapete.

A voz de Jace, calma, controlada e mansa, seus ombros relaxados e olhar suave ao se virar para ela. Soava como se os últimos tensos cinco minutos nunca tivessem acontecido, não fora por Rafael, a ameaça receosa de Meliorn, ou a sobriedade em falta de Peter que o acalmou. Aquele foi Clary.

- Pirralho, o que acha de irmos encontrar algo para beber? - Jace perguntou com indiferença — embora estivesse ansioso pela resposta —, em rápidos segundos, o menino antes assustado por sua raiva, estava agarrado em suas costas sendo levado na corcunda dizendo ser o Batman em seu Batmóvel até a cozinha - Posso jogar ele na piscina?

- Não, seu bobão - ela sussurrou de volta em um riso, fazendo uma leve cócega nas costas do cacheado, enquanto depositava um selinho nos lábios do loiro - Vão antes que eu pegue vocês.

- Pode me pegar a vontade - garantiu ele com malícia mesmo que há minutos estivesse pronto para matar alguém na frente de uma criança, agora, tinha um sorriso cafajeste e a criança estava agarrado em seu pescoço.

- Corre, Tio Jace! - gritou Rafael com empolgação, sacudindo as pernas contra seu quadril.

- Virei burrinho de carga agora, é? - assim o fez, correndo para dentro de casa, e gargalhadas foram ouvidas até do lado de fora da Mansão.

Simon, que falava desculpas esfarrapadas a Clary pelo estado de suas roupas — sujas de terra e molhadas pelo contado a grama úmida de água fria da chuva —, avaliou todo o estado do lugar; Meliorn que assim como Alaric, repreendia Peter com fervor e decepção, atentou-se ao brilho no olhar orgulhoso da amiga, os sorrisos que deixava escapar a cada momento que ouvia uma risada vinda do interior da casa.

Pensou em como Jace se acalmou, como ele apertou os olhos e os punhos como se quisesse segurar sua raiva para que Clary não o visse daquele jeito tão descontrolado, como ele alongou o pescoço permitindo que toda sua raiva esvaisse para que não fosse notado por ela... Simon então concluiu; o amor de ambos, era mortal, uma bandeira vermelha estendida aos rivais de guerra.

Um jogo perdido.

****

- Sério? - questionou incrédulo - Fez isso mesmo Tio Meliú?

- Estávamos fugindo de cavaleiros maus - ele disse teatralmente - Então, como uma forma de salvar nossa Rainha, joguei uma bomba neles.

- Uma de fumaça? - Rafael perguntou com os olhos esbugalhados em curiosidade - Tipo uma do Batman?

- Exatamente - Meliorn afirmou orgulhoso, claro que aquela não era a história toda, porém, não deixava de ser triunfante - Só que com um pouquinho mais de estrago. E fogo - acrescentou com satisfação - E explosão.

- Teve a vez que fugimos do Castelo Assombrado...

- Mamãe disse que era um lugar ruim - ele retrucou aparentando nervosismo - E que faziam coisas más com a Titia Clair. É verdade?

- É - afirmou Peter com tristeza, desistindo de contar uma história - É verdade, mas, com ajuda do Rei, fugimos como verdadeiros prisioneiros alcançando a liberdade.

- O Rei? - em rápidos segundos, aquilo tinha sido esquecido, o pequeno curioso hesitou por instantes - Papai falou para eu não dizer nada sobre o Rei perto da Tia Clair.

- Tenho certeza que ela não vai se incomodar - Simon assegurou também em um sussurro, embora não tivesse tanta certeza.

- O Rei foi a pessoa que nos salvou e a Clary também - Alaric contou fascinado, ganhando olhares severos - Tia Clary, quis dizer.

- Mas por que ele não está aqui com a gente? - perguntou com certa decepção - Me falam tanto sobre ele, mas nunca o chamamos para comer pipoca e ver um filme, ainda tem pizza...- ele avaliou toda a sala e as caixas de pizza, a televisão desligada e as confortáveis almofadas e cobertas pelo tapete - Podem chamar ele aqui?

- Gostaria de poder, Garotão - disse Meliorn, o silêncio tomou o lugar, os morenos que contavam histórias ficaram apenas encarando o chão, com pesar e dor, o que os despertou, foi seu bocejo exausto, o encheram tanto de histórias e pizza que não se ligaram que ele era uma criança que precisava de uma cama para dormir.

Raphael ainda era uma ferida intocada, para todos, sem exceção, era doloroso, e o que era pior, era que se qualquer um presente — incluindo Clary — pudesse trazer ele de volta e como consequência tivesse que extrair a própria vida, fariam isso. Usariam Azul e Branco, azul pois alguém retornou e branco pois com a morte, viria a paz que nunca tiveram.

- Alguém está com sono...- avaliou Simon, se levantando e cutucando a todos para que saíssem de seu transe triste, catou as caixas de pizza com certa pressa - Clary e Jace estão arrumando sua cama, Rafa.

- Isto é, se não estiverem transando - Peter resmungou com desdém, agora que finalmente Jace podia andar livremente por aí, não conseguia deixar de pensar o que viria a seguir, iludido ele era se pensava que nada tinha acontecido ainda.

- O que é...

- Banho - interrompeu Alaric apressadamente - Significa quando as pessoas tomam banho.

- Só que em espanhol - incentivou Simon com certa confiança, pediu silenciosamente que ele não confirmasse a fonte de sua informação.

- Legal - Rafael deu de ombros sonolento, os morenos não sabiam se prendiam a risada ou se preocupavam com a surra que levariam depois de tal descobrimento.

- Parabéns, Tio Drogado - elogiou Meliorn com ironia, pegando com cautela o garotinho nos braços - Grandes ensinamentos o senhor passa adiante.

- O que foi? - questionou ele - Adoro tomar banho.

****

- Não sou romântico - negou Jace com sarcasmo, deixou escapar uma risada cínica enquanto jogava o lençol para ajeitar do outro lado da cama.

- Ah, é sim - afirmou ela confiante, colocando as abas do lençol para debaixo do colchão macio e confortável - Aquela carta foi um clássico.

- Não foi uma carta - negou com o cenho franzido, como se tivesse sido ofendido - Foi um bilhete - corrigiu, jogando travesseiros na cama - Um bilhete que era para ter um parágrafo, no máximo.

- Claro - Clary concordou com certa ironia em seu sorriso - Um bilhete romântico então.

- Ah, cala a boca - desistiu, sabia que talvez ela estivesse certa, cruzou os braços emburrado ao se jogar no colchão meticulosamente arrumado.

- Agora é a hora que você me irrita para eu dizer seu nome? - questionou ela, se apoiando nos cotovelos na cama na qual com tanta demora arrumaram, o olhou manhosa sorrindo meiga.

- Não - disse Jace - Já aprendi outras maneiras de fazer você dizer meu nome.

- Você é impossível - Clary riu se jogando ao seu lado nos travesseiros perfumados, uma gargalhada sonora escapava enquanto as bochechas coravam diante a declaração maliciosa - Não cansa de se sentir assim não? - perguntou, sabia que ele não desistiria até ter o que queria - Sempre tentando, nunca desiste de sentir a derrota?

- Posso pensar em outras maneiras de mostrar o que você me faz sentir - Jace garantiu, com um sorriso terrivelmente entretido, ele subiu por cima dela beijando seu pescoço, como se fizesse isso todo santo dia — e agora podia.

- Tem um criança...- murmurou ela sem fôlego - Uma criança que está vindo dormir aqui.

- Concordo com você - ele sussurrou contra sua mandíbula, onde depositava mordiscadas leves - O Pirralho pode dormir na sala...

- Loirinho - chamou em tom repreendedor, com um resmungo, Jace saiu de cima dela e se jogou ao seu lado, enterrando seu rosto contra o travesseiro - Rafael vai dormir aqui, anda, vamos bagunçar tudo.

- Achei que o Pirralho podia dormir na sala - ele protestou se levantando indignado - Tinha que escolher justamente o quarto em frente ao nosso?

- Bom...- Clary reprimiu um sorriso enquanto guardava a mochila pesada que tivera vindo junto a Rafa, era a segunda vez que ele chamava algo dele de nosso apenas naquele dia, significava alguma coisa, ela ajeitou novamente os travesseiros e seu ursinho de pelúcia e com um suspiro felizardo prosseguiu com indiferença - Podemos...

- Ótimo, não estão transando - o sussurro aliviado de Meliorn interrompeu a malícia de ambos, o que fez Jace revirar os olhos.

- Coitado - Clary cochichou enquanto o moreno depositava o cacheado na cama, era tão pequeno que poderia sumir entre os lençóis se não fossem seu pijama com vários dinossauros coloridos estampados - Devia estar exausto.

- Você não o carregou nas costas por uma hora e meia - acrescentou Jace com impaciência, dando passos largos até a porta - Finalmente o pirralho dormiu...

- Está tudo bem? Parece preocupada - avaliou Meliorn assim que o Herondale saiu, estreitou os olhos em sua direção e ouviu seu suspiro relutante - A Clave ou o Círculo...

- Está tudo bem, Querido - disse ela - Não há nada para que se preocupar.

- Titia? - interrompendo a insistência de Meliorn, Rafael murmurou com a voz arrastada, na verdade duvidavam se ele tinha acordado ou estava sonhando - Pode ler uma história para mim?

- Vamos procurar algo nos rádios de polícia - anunciou Meliorn em tom baixo — estavam fazendo de tudo para encontrar algum sinal da Clave ou o Círculo, era o que podiam fazer —, não precisava que o baixinho os questionassem com sua curiosidade incessante - Boa noite, Garotão - bagunçou seus cabelos e sorriu ao cochichar seu planos infalíveis - Amanhã colocamos nosso plano em prática?

- Tia Rainha vai ser só nossa - o sonolento confidenciou seu plano maléfico - Sem o Cavaleiro Jace para nos atrapalhar.

- Estou ouvindo! - disse Clary com divertimento, ambos fizeram um tipo de toquinho que a surpreendeu por terem decorado aquilo com sono e em um dia apenas, Meliorn se levantou e beijou o topo de sua cabeça antes de sair - Boa noite, Querido.

- História!

***

- E fim - encerrou o livro e o colocou na prateleira acima da cama, se esquivou delicadamente do menino quase dormindo em seu colo, e acariciou os fios castanhos que caiam por seu rosto - Agora, você vai dormir, antes que Maia corte minha cabeça por deixar você comer tanta pizza.

- Tia Clair - ele chamou após uma risada, coçou os olhinhos se enterrando embaixo dos cobertores na noite fria - Você chama o Tio Jace de Cavaleiro... Mas meus pais dizem que já existiu um Rei, é verdade?

- É sim, meu amor - ela respondeu após um minuto de silêncio, parecia processar o que estava sendo dito.

- Meu nome é igual ao dele, não é? - mesmo com sono, sua curiosidade era presente, e seu olhos quase se fechavam - Acha que é possível sentir falta de alguém que nunca conheceu, Tia Clair?

- Sim - ela disse - Acho que tudo é possível se você acreditar.

- Então...- soltou um bocejo ao fechar os olhos exaustos - Acho que sinto falta do Rei.

- Eu também - sussurrou, mesmo que soubesse que ninguém ouviria.

O garoto dormia como um anjo, porém, a inquietação em seu peito era maior. Clary por pura aflição ao sair do quarto, sacou o telefone e checou se Tessa havia mandado mensagem, e-mail ou algo que provasse que não estavam mais em uma real bandeira vermelha... Nada. No momento, Clary teve que recorrer a única pessoa que a fazia esquecer de tudo e todos; Jace.

****

- Sabe, o...

Clary atacou seus lábios furtivamente, as palavras se perderam em sua boca enquanto as línguas dançavam com certa pressa peculiar, as línguas fazendo um ritual como fogo se alastrando em folhas secas na noite fria na qual incendiaria seus corpos conforme se chocassem um contra o outro em tempos de sedução.

Ela mordeu seu lábio inferior com certa força ao senti-lo pressioná-la contra a parede de seu quarto apertando sua bunda conforme se beijavam. Jace agarrou sua nuca trazendo ela mais para si, sentindo suas unhas arranharem seu peitoral por cima de todas as suas cicatrizes enquanto ele a erguia na parede, as mãos explorando cada parte que podia de seu corpo. Clary cruzou as pernas em volta de seu quadril trazendo-o para si. Arrancou de alguma forma a camisa dele ouvindo-o murmurar algo entre as trocas de amassos, ele se livrou em um passe rápido de seu suéter, apertando seus seios fartos a sentindo suspirar contra seu pescoço.

- Eu não estou reclamando...- sussurrou, encontrou um jeito de desfazer o fecho de seu sutiã, depositando beijos suculentos em seu pescoço, na qual podia sentir sua pulsação acelerada - Mas o que a fez mudar de ideia?

- Eu só... - ela arfou, o sentindo deslizar preguiçosamente as alças da peça íntima por seus braços, sorriu maliciosa beirando a luxúria - Só quero você.

Jace sentiu seu busto contra seu peitoral, o fazendo arfar, sorriu com satisfação ao vê-la pregar sua suposta desistência, puxou sua boca para a sua enquanto encontrava o botão de sua calça. Clary gemia baixinho, ele descia em uma linha tênue beirando a insanidade até o meio de seus seios, mordiscando-os, chupando-os, os massageando com prazer e possessividade, ela ergueu a cabeça puxando os fios loiros de sua nuca, arqueando as costas para que seus movimentos nunca parassem de a torturar.

- Shhh, quietinha...- cochichou como se fosse o segredo mais furtivo que um dia dissera, puxando sua calça por suas pernas com uma leveza desigual comparado a sua pressa - Não queremos que nos ouçam, não é?

Clary sorriu chegando ao nível de traquinagem além de seu normal, ciente de que estava totalmente exposta a ele, chegando a realidade entre beijos que em algum momento estavam totalmente nus. Jace a tocava, com desejo porém com delicadeza, o que não se encaixava na situação em que estariam, sabia o que ela significava para ele, algo além do que esperava. Este enquanto a beijava, orçava a insanidade, era inadmissível a forma como ela era capaz de fazê-lo perder todos os sentidos perto dela, como um ímã alucinógeno, a diferença era que no lugar dos polos; havia luxúria e amor. Combatendo entre si. Vendo quem os separaria primeiro. Embora no momento nunca estivessem tão próximos.

Jace sabia, no fundo da sua alma enquanto ria contra seu pescoço  de alguma coisa que ela praquejou entre beijos e toques exploradores, estava ciente de algo que em outros tempos, com outras companhias, em seu trabalho e objetivo de vida ele nunca permitiria; Clary tinha controle total sobre ele, poderia o fazer o homem mais feliz do mundo, ou o destruir com apenas uma palavra. Isso o machucava, o consumia, mas a forma descontrolada que agia nesta exata situação insana e prazerosa, não poderia fazer nada em prol da sanidade, ou contra a Bandeira Vermelha.

Jace introduziu seu membro em sua intimidade com agilidade e fervor, segurando seus pulsos acima de sua cabeça, a estocando com precisão e topor, ela gemia em seu ouvido, ele enterrava o rosto em seu pescoço a cada invasão prazerosa.

- Loirinho...- Clary gemeu imersa a lavareda de uma chama, trouxe sua boca contra a dela, enquanto ele a invadia lentamente, a torturava, a deixava a mercê dele e da sensação completa que ele a faria sentir conforme cada vez mais as estocadas se aprofundassem a levando a lugares altos, além da bandeira vermelha que incendiava todo o quarto - Por favor...

- Diga, meu amor - sussurrou para ela, seus movimentos em câmera lenta, tudo parecia se reduzir a nada além de uma tortura prazerosa demais, talvez mais atraente que a própria morte, o desejo aflorado em seus corpos se chocando lentamente um contra o outro em uma dança extremamente sensual - Diga, o que você quer.

- Mais rápido...- ela choramingou, o sentiu sorrir, revirou os olhos em prazer torturante mente impaciente - Seu cretino.

- O que disse? - Jace cessou os movimentos, se divertia embora sofresse e tido que quisesse fosse pedir uma ordem e fazer ela sentir o que quisesse sentir, arfou como se prendesse o fôlego que restava, apertou os olhos buscando concentração para a torturar da mesma forma que ela fazia a ele mesmo sem notar a cada vez que lhe lançava um sorriso malicioso - Você não acha que é muito má?

- Eu não sou má - ela garantiu - Você é - seus olhos se vidraram nele, sorriu com malícia ao puxar contra si, a violência de seu ato fazendo-os gemerem enquanto ele a invadia inconscientemente.

- Cacete mulher - ele xingou, ela rebolava em seu membro, ele se rendia cada vez mais a ela. O prazer inserido entre ambos, chegando ao nível bandeira vermelha a sua sanidade - Dane-se a provocação.

- Bom menino...

- Não tão rápido, Foguinho - Jace a pegou de jeito, pressionando-a contra a parede mais forte, a penetrando entre respirações pesadas, suspirou tomando as rédeas de quem tanto o inseria a momentos encurralados de prazer - Você, não pode chantagear Jace Herondale.

- Certeza? - questionou manhosa, inclinou sua cabeça trazendo-o para um beijo sedento - Então, se eu disser...- um gemido escapou por sua boca, ela sentia seu membro dentro de si, as palavras pareciam ser engulhidas e inertes ao prazer - Oh...

- Diga que é minha - aconselhou Jace - Diga-me o que quer.

- Nunca diria isso a ninguém, Loirinho - Clary negou superior, ele a estocou mais uma vez, lento e fundo, a invadindo cada vez mais - Nunca...

- Nunca diga nunca, meu amor - sussurrou em voz sedutora, colocando mais força em seus pulsos e em seus movimentos, a mantendo presa totalmente contra si, era a única coisa que o impedia de ser levado pela maré de derrota caso a libertasse.

- Dane-se - murmurou, se libertou das mãos dele em seus pulsos, fixando o olhar dependente nele - Você quer brincar? - questionou Clary em um sussurro malicioso, os lábios dela se mexiam contra o dele, como se fossem um só - Então vamos brincar.

****

- Então é isso? - indagou Jace incrédulo - Vai ficar desse jeito só por que não ganhou?

- Eu ganhei - ela retrucou estarrecida, puxando um pijama de dentro da cômoda - Você trapaceou.

- Aceita logo que sou irresistível - proclamou ele com divertimento ao vestir sua calça, dando uma boa olhada em seu corpo nu, sua tatuagem ainda era vibrante em suas costas, porém, havia aprendido a ignora-la para não insistir em um assunto encerrado, colocou as mãos por detrás da nuca apoiando-se nos travesseiros macios da cama, sorriu em implicância - Volta para cama...

- Não, você é um cretino - apontou, embora ambos duvidassem estarem realmente bravos, o instinto competitivo era maior até mesmo do que o desejo a flor da pele, tinham que o incluir de alguma forma - Vou passar o resto da minha noite, bem longe de você.

- Você não dura vinte minutos - declarou despreocupado, fechou os olhos ouvindo o som de algo se atrapalhando, provavelmente ela tropeçando no pé da cama - Onde você vai, Foguinho?

- Para o meu quarto - Clary murmurou caminhando com certa dificuldade massageando o pé dolorido, com o pijama em mãos e um olhar decidido, contudo, sabia que acabaria se rendendo apenas para provocá-lo e depois abandona-lo.

- Você não sai daqui sem colocar uma roupa - disse, agora obviamente tenso, revirou os olhos ao capturar seu olhar confuso e inocente - Tem um Batalhão lá embaixo, se acha...

- Você não foi o único que me viu nua, Loirinho... - confidenciou ela, com um tom tão despreocupado que enfureceu o loiro incrédulo.

- Como é? - Jace questionou, a ruga entre as sombrancelhas claramente visível, fazendo a ruiva se segurar para não zombar - Está me dizendo que estou há uma semana abrigando sem-tetos que viram minha namorada nua?

Clary inevitavelmente caiu na gargalhada diante a sua indignação, a incredulidade descabida a seu argumento, era sem dúvida, hilária ao seus olhos. Jace caminhou até ela a pegando pela cintura, a carregando até a cama como se fosse um gato na qual cuidava que quisesse sair de sua casa para visitar outros gatos.

- Você vai ficar aqui comigo - declarou Jace sem dar espaço para protestos - Admito que trapaciei. Serve?

- Posso considerar - deu de ombros, cruzando os braço envolta de seu pescoço - Declaramos empate. E jogamos de novo?

- Você não faz ideia...

- Tia Clair... - Rafael batia na porta com uma lentidão correspondente ao seu sono, com os pijamas quentes cobrindo seu corpo e o ursinho de pelúcia em baixo do seu braço, a manha e a sonolência era presente em sua voz - Posso ficar aí com vocês?

- Eu vou me matar - anunciou Jace, enterrando o rosto no pescoço de Clary - Juro que vou.

- Já estou indo, meu amor - Clary disse alto o suficiente para ele ouvir, ela riu o afastando de seu corpo, alcançando o pijama - Arruma isso.

- Vai deixar ele aqui? - indagou incrédulo, em um sussurro falhado - Na nossa cama?

- Ele deve ter tido um pesadelo - retrucou defensora enquanto se vestia, o fuzilou com o olhar - Ele é meu afilhado, o que faz dele seu afilhado também.

- Vou escrever minha carta de despedida - murmurou Jace revoltado, se levantando da cama indo em direção a porta - Pirralho, eu definitivamente não gosto de você.

- Também não gosto de você Robin - o menino de cabelos cacheados deu de ombros, adentrou no quarto caçando com o olhar a ruiva que saia do banheiro vestida e com os cabelos presos em um coque, um sorriso amistoso brotou em seu rosto - Titia... Não consegui dormir mais.

- O que...- Jace parecia espantado, o cacheado conseguiu mudar de expressão em segundos, antes ameaçador, agora manhoso com o olhar de filhotinho triste recebendo colo - Moleque esperto.

- Pode dormir conosco - Clary afirmou amorosamente, o deitando na cama - Não é, Tio Jace?

Ele bufou, bateu a porta do quarto, recolhendo algumas roupas de aventuras não tão tardias do chão, suspirou em rendição ao saber que não poderia negar. Era isso, ou dormir em outro quarto sozinho, sem Clary. Em desistência, ele deitou-se na cama ao lado deles e fuzilou com o olhar a criança ao vê-lo se agarrar a ruiva.

- Pirralho - disse Jace - Acho bom tomar cuidado com a mão boba na minha namorada.

CONTINUA🔥...


Notas Finais


Olá amores❤️ Gostaram?

O que acham que Jace estava fazendo no meio da noite?🔥

A desconfiança de Simon significa alguma coisa?🔥

Jordan? Acham suspeito ele sumir com Maia do nada?🔥

Pete Pete passou dos limites... Acham que teve um motivo?🔥

A ligação de Clary é no mínimo curiosa, não acham?🔥

E sinto muito pelo hot, continuo não sabendo fazer essas cenas😂🖤

Sem mais perguntas skksks😚

Um beijinho no cangote meus amores🧡🌈

Obs: Ligação de Clary com Tessa:

* Tradução: Preciso saber porque estou recebendo estas coisas... Não sei porque isso está acontecendo, eu, eu estou feliz agora, tenho uma nova família, todos estão comigo, do meu lado. Ninguém precisa saber, isso... Droga, Tessa. Sabe que odeio fazer isso... É uma ordem. Isso é confidencial, se contar a alguém, irá contra...


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