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História Never say Never - Clace - Shadowhunters ( Parte 1 ) - Bomba Relógio


Escrita por: MaduhSilva2

Notas do Autor


Aaaaaaaa ouçam Adele😚🧡 Mentira, não ouçam pra sofrer, ouçam pra sofrer por algo que tu nunca sentiu. Quem nunca? Ouçam Jão, Jão é bom, tem umas de Bad, mas são maravilhosas. A nova música Coringa perfeita está aí, e quero todo mundo ouvindo skksksks Boa leitura 💛

Capítulo 7 - Bomba Relógio



" Mas eu ateei fogo à chuva

A assisti cair enquanto eu tocava seu rosto

Bem, ela queimava enquanto eu chorava

Porque eu a ouvia gritando seu nome

Seu nome

Quando eu deitava com você

Eu poderia permanecer lá, fechar os olhos

Sentir você aqui para sempre

Você e eu juntos, nada é melhor

Mas há um lado seu

Que eu nunca conheci, nunca conheci

Todas as coisas que você disse

Nunca foram verdade, nunca foram verdade

E os jogos que você tinha jogado

Você sempre ganharia, sempre ganharia "

Set Fire To The Rain🔥- Adele❤️


                      ⟨⟨🧡⟩⟩


          - Não estamos em um hospital - Isabelle franziu o cenho, parecia ter acordado de um transe sentindo o carro parar e o motor silencioso esfriar, a ambulância a sua frente tivera entrado por um grande portão de ferro que soava como o de um castelo, embora fosse iluminado e trouxesse um clima confortável, não pôde esconder um calafrio na espinha.

- Não podemos ir a um hospital - Alexander respondeu em ironia, embora estivesse confuso, saia do carro ao estacionar inquieto, ainda não tinham notícia dela, ele sentia-se culpado por não fazer a única coisa que seu irmão lhe pediu, encontrá-la.

- Onde estamos? - Magnus perguntou, fechou a porta do carro ao sair e tremeu ao ouvir que tivera batido forte demais.

- É o Praetor Lúpus, meus caros - Simon disse grogue, com um sorriso cínico em seu rosto - Não sou idiota, Jace iria nos matar se o mandássemos para um hospital - ele pôs sua mão no leitor biométrico disfarçado preso a parede de concreto e olhou para câmera que os gravavam - Olá bons amigos, vocês não estão me enxergando mas sou eu. Lembram?

- Simon Lewis... - uma voz conhecida saudou, saindo pelo portão de ferro, ele estava fortemente armado, isso não parecia o incomodar - Fez merda, não é?

- Vamos lá, é de mim que estamos falando - estendeu os braços e se desequilibrou levemente sendo apoiado por Isabelle que estava em silêncio diante ao reencontro estranho - Nossa amada Rainha, está com problemas. Bom isto é, se não está morta.

- Simon!- Alec reprendeu em grosseria, sabia que tinha poucas chances daquilo ser verdade, porém não pôde esconder um nervosismo ao ouvir tal coisa ser dita com uma ironia tão grande.

- Vieram com o Herondale...

- Contou para ele sobre nós? - Magnus franziu o cenho, afinal, tinham uma identidade a zelar.

- É o Praetor - esclareceu o moreno em tédio - Eles sabem de tudo. Aliás, onde está Jordan?

- Vamos entrar - convidou apoiando o braço do amigo por seus ombros - Seu chefe é um brutamonte.

- Você nem imagina o quanto - Simon bufou, ele se virou para os amigos que tinham armas apontadas para ele - Deixem eles passarem. São gente boa.

- São assassinos - pontuou o jovem amigo.

- Olha quem está falando - Isabelle retrucou em irritação, não tinha tempo para isso - Escuta aqui, meu irmão acaba de entrar por uma ambulância nesse Hotel Transilvânia...

- Meu Deus...- Alexander abanou a cabeça constrangido, afinal, eram o Praetor Lúpus! Ninguém ali estava ou soava sóbrio, muito menos comportados ou normais, ela realmente estava demorando para subir a cabeça.

- Minha melhor amiga está desaparecida com a Máfia atrás dela - esbravejou a morena em raiva clara, deu passos largos pelo gramado e ignorou as armas apontadas para ela - Se não me deixarem entrar. Quem vai tacar fogo nesta merda sou eu.

- Gostei dela - o cara desconhecido sorriu em malícia, seguiu seus saltos brutos contra os tabletes de cimento colados ao gramado, Simon em um momento de lucidez, emburrou  o rosto em raiva.

- Tira o olho.

*****

- Todos esses computadores...- Alexander girou o corpo olhando a grande central de comando totalmente ligada e acordada, ao que parecia, eles não dormiam muito - Tudo isso, tem alguma coisa que possa nos ajudar a encontrar Clary?

- Achei que iria querer saber como seu irmão está...- o rapaz que descobriram ter o nome de Alaric franziu o cenho confuso, pegou o tablet que lhe entregavam e acenou brevemente em agradecimento, estava pronto para levá-los até ele, mas ao que parecia, não soavam tão interessados.

- Qual é - Simon revirou os olhos, e se sentiu tonto por tal feito - Eles estão com medo de Jace acordar e não encontar a ruiva ao lado dele, de preferência segura, e repleta em saúde...

- Ele vai nos matar - o moreno mais velho disse convicto e apavorado, com os olhos arregalados e temerosos.

- Ok...- ele soou confuso, e depois sorriu - Ao que parece ele se importa muito com ela - sugeriu em malícia - Afinal, gastamos mais em sedativos para mantê-lo quieto, do que na conta de luz.

- Essa história todos sabem - Isabelle revirou os olhos tomando o eletrônico de sua mão -  Ele se importa com ela, ela se importa com ele, blá blá blá. Ele se jogou no fogo por ela, ela provavelmente explodiu junto com as chamas, quem liga para isso agora?

- Olha, posso te garantir que o Praetor Lúpus pode fazer muito mais do que um simples...

- Cuidado, querido - Magnus alertou em uma arqueada de sombrancelha - Ela arranca suas partes baixas se desmerecer o trabalho dela.

- Onde está Jordan? - Simon perguntou mais uma vez, olhou em volta para todas as pessoas que andavam apressadamente pelo local profissional.

- Não soube? - ele franziu o cenho, o olharam confusos e curiosos, ele realmente não sabia o que dizer, afinal eles eram praticamente irmãos, deviam saber o que se passavam na vida um do outro - Kyle se demitiu da sede na Flórida. Cortou qualquer laço que tinha com o Praetor - disse soando desapontado, Alaric os guiou até a ala médica e sentiu a tristeza do castanho - Oferecemos tudo que podíamos a ele e sua família, com O Círculo de volta e a Máfia atrás de nós, achamos que ele precisaria de segurança. Jordan era um ótimo Praetor, um dos melhores por aqui...- abaixou a cabeça e se perguntou o que tinha acontecido afinal - Prestou demissão há três dias, Maia nos ligou ontem perguntando o que estava acontecendo, a encaminhamos para a Rainha, até porque...- se interrompeu ao lembra que a confidencialidade devia ser mantida, a menos, entre eles - Não tivemos resposta, a tatuagem mostra que ele está bem, e como a Morgenstern apagou a dela, será mais difícil encontrá-la... Mas Kyle, ondes quer que estiver, está por conta própria.

- Maia - Simon ergueu a cabeça preocupado, sentiu a ressaca se aproximar e os olhares que o cercavam - Maia e Rafael, onde estão?

- Estão a caminho - Alaric afirmou, abriu uma porta branca, e foi quando perceberam que estavam se mexendo - Ao que parece, nossa Menina Loba cansou de ficar a espreita, e conhecemos Maia, ela não é aquelas mulheres que acham que seu marido está a traindo...

- Maia pensa que todo mundo é um assassino - o castanho riu, antes de tomar um tom sério - Ligue para Meliorn, ele cuida da política, e com corpos, sabe disso.

- Corpos? - Alexander arregalou os olhos, os dois o olharam com deboche como se nada tivessem ouvido.

- Lightwood - pareceu se lembrar que estava ali - Entrem, é o quarto do Herondale, ele vai ficar apagado por algumas horas...

- Quanto tempo? - Isabelle perguntou ansiosa, colocando apenas a cabeça para dentro, as paredes eram brancas e cinzas, tinha uma porta que julgava ser um banheiro, a maca onde seu irmão estava deitado e amarrado, com máquinas ligadas ao seu corpo junto a uma bolsa de soro, embora fosse um quarto de hospital, parecia aconchegante, detalhes em madeira e plantas verdes vivas, um sofá e proltronas em tom azul marinho, e uma grande televisão apoiada na mesma estante com revistas, livros e ao que parecia um notebook, eles realmente eram avançados.

- Duas ou três horas - não deu muita importância, se afastou brevemente da porta e curvou a cabeça em divertimento - Se ele matar vocês, não se preocupem, temos um cemitério.

- Reconfortante - Alec adentrou no quarto junto a irmã.

- Morgenstern... - Magnus murmurou, com os olhos fixos nele, eram uma maresia profunda e desconfiada - Por que chamou Clary assim?

- Vamos, Simon - Alaric o ignorou - Temos que conversar em particular.

- Alaric, não temos nada a falar - rebateu ele, acenou para o purpurina que com certa relutância entrou no cômodo - Faça o que disse, ligue para Meliorn, e ele irá vir de imediato - brandou Simon, coçou os olhos e pediu silenciosamente uma aspirina e garrafas de água - E Jonathan precisa ser avisado.

- Você sempre cuidava de tudo quando os dois sumiam - lembrou, em tom felizardo, embora o olhar sombrio estampado no castanho o aquietasse em um canto.

- Queria que agora as circunstâncias fossem diferentes - foi tudo que disse - Achem a Rainha.

- Deixa comigo - falou confiante, antes baixar a voz em um sussurro - Diurno.

******

- Cacete - Jace resmungou ao abrir os olhos com dificuldade, sentiu a grande iluminação entrar em contato com sua íris, sua cabeça ainda latejava, murmurou algo em irritação e dor ao sentir as agulhas enfiadas em seus braços se mexerem dentro de si, ele finalmente arregalou o olhar em desespero até lembrar aonde estava, a última coisa que lembrava era gritar o nome de Clary e a voz da socorrista ecoando por seus tímpanos acompanhados de um zumbido incessante:" Estamos indo ao Praetor Lúpus senhor Herondale, acalme-se, e tudo irá ficar bem", correu o olhar pelo quarto que transpirava ansiedade, e sentiu o suor correr por sua testa, emitiu um ruído de insatisfação ao ver o teto branco de hospital, odiava hospital, sorriu ironicamente ao ver olhares preocupados e temerosos o cercarem - Aqui está quente como inferno, não é?

- Piada de mal gosto - identificou Simon em reprovação - Ele está ótimo.

- Graças a Deus - Isabelle respirou fundo, se aproximando do mesmo - Sofreu inalação a fumaça e uma grave concussão.

- Teve sorte de o bombeiro te tirar a tempo - esclareceu Magnus.

- Está dopado agora - Alexander coçou a cabeça nervoso, evitou olhá-lo nos olhos, suas mãos estavam batendo em um tique ansioso na grade da maca.

- Alec...

- Sabe as queimaduras, então, elas doem - o moreno disse apressadamente - Por isso tantos remédios.

- Alec...

- E o Praetor - contou fingindo empolgação - O Praetor cuidou de você, e... E, e, eles, eles tem câmeras, e armas - arregalou os olhos encontrando a atração do loiro - Isso, muitas armas, de todos os tipo e...

- Alec - Jace o puxou pelo colarinho rasgando as amarras que antes prendiam seus pulsos, e sua voz de repente se tornou mais rouca e ameaçadora, e se o perguntassem, ele diria que não foi sua intenção - Onde está Minha Foguinho?

- Sua, sua Foguinho? - gaguejou, sentiu seu abdômen ser pressionado contra o ferro, bem no diafragma, cortando sua respiração.

- É - afirmou em irritação, seus olhos azuis pareciam ter escurecido, pois ele sabia que não tinham notícias dela, mas não podia deixar de insistir - Ruiva, 28 anos, 1,59, olhos verdes avelãs e a porra de uma jaqueta vermelha - o puxou mais para perto e sussurrou em fúria - Onde ela está?

- Ainda, ainda não tivemos notícias dela - por fim disse, sentiu o puxão em sua camisa afrouxar, porém, preferia que ar lhe faltasse do que o olhar perdido e desamparado do irmão - O Praetor está fazendo de tudo para encontrá-la, mas...

- Olhem isso - Magnus apontou a televisão.

- ' ...Investigadores sugerem que foi uma guerra entre as Máfias, há testemunhas que disseram ouvir tiros - a jornalista na tela estava a frente do prédio agora apagado, era possível ver a polícia tentando conter repórteres atrás dela, e as sirenes era abafadas pelo som da produção - Helicópteros ainda não identificados foram avistados há mais ou menos três horas. A polícia alega não saber do que se trata, mas á suspeitas... O Orfanato Idrís fora evacuado, enquanto alguns acham que foi um milagre, outros acham que foram avisados, os orfãos e os dirigentes da organização ainda não foram encontrados, a pergunta é; Sequestro em massa? - indagou com um sorriso audacioso, afinal, ela estava entrando no meio de uma das maiores investigações do mundo do jornalismo investigativo, era algo para se orgulhar, ou temer.

Ainda não confirmamos, Jane - um homem, também repórter disse em uma parte diferente da tela, sua voz mais elevada pela a barulheira atrás dele, porém sorriu em competitividade - Minha equipe e eu avistamos um helicóptero descontrolado - contou, e viu o sorriso da mulher vacilar, todos no quarto se entreolharam apavorados, mas a TV prosseguia com suas notícias, que acreditavam eles, ser interessantes e inéditas - Acreditamos que seja uma fuga, o prédio agora apagado, tinha armas por todos os andares. Através de câmeras nas redondezas vimos uma mulher entrar em direção ao edifício, seu rosto não foi identificado por problemas técnicos, ao que parece ela ainda não foi encontrada, um pouco mais de uma hora após sua entrada, um homem não identificado também entrou - abriu um sorriso malicioso, que fez Jace questionar seu profissionalismo - Ao que parece era um encontro as escuras...

- O homem foi socorrido e levado por uma ambulância e por questões de segurança não revelaram sua identidade e sua localização - Jane prosseguiu apertando com firmeza o microfone em suas mãos - A mulher está desaparecida, os bombeiros e oficiais não encontraram nada no prédio que indique o que de fato aconteceu. Por essas imagens vimos o desespero de acreditamos ser familiares do casal...

- Droga - praquejou Izzy ao ver suas imagens na grande tela, via a si mesma se ajoelhando no chão e gritando o nome da amiga, Simon olhando fixamente para as chamas, Magnus ameaçando o policial, e Alec correndo atrás do irmão.

- Esse não é meu melhor ângulo - Simon enrugou o rosto decepcionado.

- A mulher tem no máximo 1,60 e cabelos ruivos - disse o rapaz - Provavelmente está ferida, talvez correndo riscos de vida, profissionais disseram que ela pode desmaiar a qualquer momento se inalou muita fumaça - seu olhar se tornou pedinte - Se você tiver alguma informação ligue para o número...'

- Merda - Jace resmungou, enterrou o rosto nas mãos e coçou os olhos, arrancou os tubos que o ligavam e tentou se levantar.

- Você. Fica - Alexander e Magnus o seguraram na maca, e receberam um olhar que cortaria aço.

- O que ainda estão fazendo aqui? - indagou em fúria - Vão arranjar o que fazer. A encontrem! - mandou, se virou a irmã e seu tom dizia que não deviam questionar - Ache imagens de câmeras, Magnus, seus contatos na boate, Simon trate de curar sua ressaca - o olhar fumegante para o irmão - E você, Alexander, faça algo útil.

- Eu vou, vou falar com os nossos homens - o moreno tropeçou no próprio pés, mas o momento parecia ficar pior a cada instante.

- Como pôde? - era quem menos queriam ali no momento, o homem escapando ódio e desdém arregaçou a porta do quarto e marchou em direção a maca do loiro, o agarrou pelo colarinho, e não sentiu dificuldades em fazer tal ato - Como pôde deixar minha irmã para trás?!

- Jonathan - Isabelle suspirou, sentiu a tensão no cômodo, e se encolheu, não podia fazer nada, a última vez que se e meteu em uma briga dos dois, acabou brigada com o irmão, não podia arriscar, a menos, não naquele momento.

- Eles me tiraram de lá - a sinceridade na voz de Jace, fez o ruivo hesitar, ele arrancou a mão dele de seus ombros e desviou o olhar desamparado - Me tiraram e eu não pude voltar para ela.

- Jace...- Alec se preocupou, o irmão realmente parecia triste, e o pior, estava demonstrando aquilo.

- Começe a explicar - Jonathan vosciferou, cambalheou passos para trás, e sentiu a raiva evaporar em preocupação, afinal, Herondale não se importava com vidas alheias que não fosse a dele - Do início.

- Estávamos no prédio - contou, em nenhum momento virou para encará-los, seu olhar era na janela, na noite escura e densa, um nevoeiro frio cobria toda a paisagem noturna - Recebemos uma ligação de Aldertree...

- O Chefe da Máfia de Paris? - Magnus arregalou os olhos, tivera o conhecido uma vez, assustador teria definido seu encontro com ele.

- É claro que a Amora ainda tem problemas com ele - o não tão sóbrio declarou, riu sem humor para o nada.

- Estávamos sendo observados - brandou, apertou os olhos afastando a lembrança dolorosa - Clary me empurrou para o chão e começou o tiroteio. Ela gritava comigo porque achou que eu tivesse desmaiado, a pancada foi tão forte quanto quando eu a apertei contra o chão, a estúpida estava tentando me levar para saída no meio dos disparos... Lembro que corremos pelas escadas aos pedaços e ouvimos os homens dizerem que iriam explodir o prédio, havia estudado a planta do prédio quando iria comprá-lo para ela, então foi fácil encontrar a bomba. Foguinho me obrigou a deixá-la para trás e alertar o Orfanato, sabia que não devia deixar ela sozinha para desarmar a bomba, mas também sabia que se algo ocorresse com os pirralhos que conhecemos ela nunca me perdoaria. A última coisa que eu me lembro é do fogo. De não encontrá-la - enterrou novamente o rosto nas palmas das mãos e sentiu exaustão correr por sua coluna, mas não estava cansado, estava tenso, ansioso - Me disseram que bati em pessoas, só que... Não lembro de nada, só...

- De não voltar para ela - Isabelle completou, com os olhos tristes porém firmes, ele a olhou levemente assustado - Você dizia isso; que não tinha voltado para ela.

- É tudo culpa sua - Jonathan apontou, tinha os olhos marejados, embora tivesse errado, se preocupava com a irmã, talvez fosse quem mais amava no mundo, isto é, se o poder não contasse como gente.

- Eu sei - confessou derrotado, todos arregalaram os olhos, ele nunca admitiria isso, não na frente de seu maior rival - Só... Pode, pode nos ajudar a encontrá-la?

- Me responda uma coisa - disse o ruivo, com o olhar desconfiado e cínico, não se deixou levar pelo seu primeiro pedido sincero e desesperado, estreitou os olhos em sua direção e sentiu seus músculos tensionarem assim como suas íris escurecer - O que fazia com ela em um prédio abandonado?

- Sério? - Simon indagou em ironia - Sua irmã está desaparecida, se não morta. E está perguntando o que rola entre eles? Vai se ferrar, Jonathan.

- Me responda - sorriu em cinismo, porém em fúria - O que fazia com Clarissa, minha irmã, no prédio?

- Nada que seja da sua conta - retornou sua postura, e disse em tom arrogante.

- Mesmo que não queira admitir, meus recursos são melhores... - Jonathan chantageou - Faria de tudo para encontrá-la, não é?

- Seu manipulador egocêntrico - opinou Isabelle em raiva, qual era a importância daquilo no momento?

- E eu pensava que você não podia ser mais odiável - Jace riu, enquanto se levantava, trajava uma calça jeans e uma camisa branca que com certeza não era dele, mas o olhar sarcástico e frio eram os mesmos - Tenho que te agradecer por ter se mantido longe de Minha Foguinho, ela não merece você como irmão.

- E merece você como...- ele fingiu pensar em implicância, queria atingi-lo - Como mesmo? Ah, esqueci, você não é nada para ela.

- Saia daqui - ordenou em fúria, a verdade em suas palavras o fazia querer sufocá-lo, assim como todos ali - E não se preocupe, quando eu a encontrar, farei questão de contar que o próprio irmão estava mais preocupado com a vida amorosa dela do que com sua segurança...

- Então admite que tem uma relação amorosa - ele gargalhou ao ver seu olhar arregalado e arrependido, sorriu em sarcasmo se virando ao castanho com uma lentidão maldosa, um silêncio melancólico e perturbardor solou o quarto - Você não contou para ele?

- Nem mais, uma palavra - Simon rosnou, apertou seus punhos e sentiu sua sobriedade ser descartada na força deles, iria o atingi-lo em cheio, apontou furiosamente em sua direção.

- Contou, o quê? - Jace os entreolhou em confusão e desconfiança.

- Sabe que é isso que está entre eles - Jonathan brandou, em tom indiferente, inclinou a cabeça em um sorrisos maléfico - Ainda deve sentir alguma coisa por ela.

- Do que ele está falando, Simon? - Isabelle perguntou hesitante.

- Que situação... - o ruivo abanou a cabeça em reprovação - É falta de educação deixar pessoas esperando, Lewis.

- Vai se foder - mandou, tentou sair até a porta, só que foi barrado, não só pelo ruivo, mas pelo loiro.

- Se você não quer contar, eu conto - deu de ombros - Minha irmãzinha, dona de uma organização terrorista...

- Não somos terroristas - Meliorn corrigiu parado no batente da porta, seu tom era sombrio - Gostaria de dizer que é um prazer te ver, Demônio... Mas não sou de mentir.

- Fadinha? - Jace franziu o cenho em deboche.

- Olá, Cavaleiro -  saudou, porém não descolou seu olhar do ruivo - Isabelle, continua majestosa.

- Bom te ver, Meliorn - a morena cumprimentou em um terço envergonhada, riu achando graça - É claro que meu ex namorado está envolvido...

- Esse é o seu ex namorado? - Alexander indagou mais confuso do que nunca.

- Ótima escolha - avaliou Magnus, não saberiam dizer se foi em malícia, ou em satisfação.

- Incrível como mesmo sem saber você rouba minhas garotas - Simon revirou os olhos soltando dos apertos em seus braços - Mantenha o bico fechado, Jonathan.

- Ou o quê? - perguntou em indiferença, mas não fora o castanho que respondeu.

- Ou faremos o que Raphael não terminou há seis anos - Meliorn disse, o ruivo engoliu em seco, o que lhe causou um sorriso satisfeito - Você está péssimo.

- Valeu - ironizou Jace - Sua sinceridade é comovente.

- Minha Rainha escapou e isso tenho certeza, acho que o...

- Atenção! - uma voz eletrônica alertou, os rádios falantes que cobriam todo o prédio apitaram e comunicavam o que estava por vir  - Heliporto. Entrada Não Autorizada. Pouso Não Identificado.

- Será que...- Isabelle não completou sua fala, Jace já tinha ultrapassado a porta, provavelmente sentiu seu corpo dar espasmos de dor ao se locomover com tamanha pressa, ele fora acompanhado por todos, o loiro corria e não podia parar, era sua bomba relógio.

*****

- Preparar - as balas foram engatilhadas, o nevoeiro denso assolava o heliporto do edifício enorme, no meio do nada, estava o Praetor Lúpus, e os mesmos, apontavam armas para o helicóptero que acreditavam ser uma ameaça se aproximando. Eram treinados para isso, para combater toda ameaça a toda a criatura, sejam eles banais ou medonhos, ou talvez até sutis, qualquer um que não estivesse debaixo de sua proteção seria eliminado, independente de qualquer coisa, talvez os fuzis com a dúzia de homens e mulheres apontando o automóvel aéreo fosse a prova de que lutariam com unhas e dentes contra o quer que estivesse prestes a agarrar seus pés.

- NÃO, NÃO, NÃO ATIREM! - Jace sentiu sua garganta arranhar, o grito podia ser ouvido até mesmo com o som alto e estrondoso das hélices se aproximando do térreo, ele entrou na frente das armas e sentiu as pernas quererem arrear e talvez a cabeça girar, o vento gélido da noite era empurrado contra eles, não sabia se era ela, mas poderia ser, então, o que custava? Protegê-la acima de tudo, não é? Era o lema de muita gente. Talvez fosse o dele também.

- Afaste-se, ou seremos obrigado a atirar - o alto falante soou em tom de comando, ninguém recuou, nem mesmo hesitou.

- Saia Herondale - Alaric chegara no último andar, o sino do elevador não foi ouvido, ele caminhou brevemente para tentar puxá-lo - Não sabemos se é a...

- ABAIXEM!

Fora tudo muito rápido, em um momento estavam apontando armas, no outro estavam se jogando no chão e correndo em direção para saída a espera de fugir do desastre circunstancial que poderia acontecer, era fogo e pólvora, uma bomba relógio.

O helicóptero que se aproximava girava em voltas inconclusivas, a hélice mais de perto parecia estar com defeito, era possível enxergar alguém guiando o automóvel agora descontrolado, a porta arrancada e amassada por tiros passados, uma lâmpada acesa, porém falha, piscava e iluminavam um rosto desesperado e grogue, era Clary.

- O que está fazendo!?- alguém gritou incrédulo, mas Jace não deu importância, ele rastejou pelo chão ciente que a hélice poderia cortá-lo em pedacinhos, enquanto todos temiam de mais uma explosão, agora resultado de uma queda catastrófica, ele corria em direção a ela, ao perigo. Notou sua quase inconsciência, ela não estava bem, cabia a ele voltar para ela, a menos, desta vez.

Jace abaixou a cabeça ao ver o helicóptero cambalear pelo ar mais uma vez, sentiu seus olhos arderem pelo o vento que era lançado contra seu corpo, ouviu alguém gritar o nome da ruiva, e soube que não daria tempo de olhar quem quer que fosse, ele só tinha uma chance.

- Jace! - seu irmão gritou em aviso, entendeu o que o irmão faria, e soube que não seria ele a fazê-lo desistir, Alexander sentiu o fôlego lhe faltar ao ver não só uma, mais duas pessoas que amava em um perigo tão eminente, enquanto toda a área tivera sido liberada, guardas da organização que antes ameaçavam tiveram fugido por saber que era apenas uma causa perdida, ou um engano de alguém apaixonado, alguém movido pelos sentimentos, pela emoção.

No momento em que soube que era hora, Jace se ergueu, alcançou o corpo de Clary, e a puxou com toda a força que tinha. Embora sua inconsciência não permitisse que visse onde estava pousando, suas mãos guiavam o helicóptero, o impacto não só da alavanca ser solta, mas o que ambos tiveram a ser lançados contra um chão novamente, causou uma reação.

Jace correu com ela nos braços e mais uma vez, esperou a pólvora encontrar o fogo, mas uma vez ele corria por ela apenas naquela noite, uma noite de lua cheia, sentiu seu coração pulsar em uma velocidade desconexa, sentiu os incentivos de sua família para que chegasse na caixa de metal o mais rápido que podia, ele não olhou para trás, ouviu o sino do elevador e quando sentiu seus corpos se chocarem contra o chão, ele soube que tinha conseguido.

- Puta que pariu - Alexander exclamou em empolgação admirada - Conseguimos.

- Nós? - Magnus ironizou, não tinham feito absolutamente nada além de se preocuparem e abriram a porta de um elevador, ele se segurou nas quatro paredes ao sentir um estrondo tremer toda a estrutura por onde eram levados, franziu o rosto e sentiu um certo medo corroer sua espinha - Talvez tivesse sido melhor virmos por uma escada.

- Parece que explodimos o heliporto do Praetor Lúpus - Isabelle disse de olhos arregalados, porém não escondeu um suspiro de alívio - Pegamos ela.

- Alguém quer maconha? - Simon ofereceu em tom indiferente abrindo sua jaqueta preta, o trio de morenos o olhou em advertência - O que foi?

- Você está bem, irmão? - Alexander se ajoelhou para o loiro que ainda estava ofegante contra as portas fechadas do elevador.

- Bom...- Jace segurou com mais força Clary contra seus braços, como se nunca quisesse soltá-la, afastou uma mecha ruiva de seu rosto que em meio a foligem, armas e bombas relógio, parecia calmo, um tipo de sorriso se formou no canto da boca dele - Ela voltou para mim afinal de contas.

*****

- Clarissa - Jonathan suspirou, ao que parecia ser alívio e uma pitada de confusão.

- Agora não - Jace ordenou, em tom tão grosso que não aparentava estar com tamanho afeto e delicadeza depositar seu corpo na maca.

- Ela vai ficar bem? - o ruivo perguntou ao homem vestido com um jaleco branco.

- Vamos a medicar, a por no soro, checar seu sangue e...

- Quero que façam uma TC de crânio - Alexander disse sério, deixando bem claro que não queria que duvidassem ou questionassem algo, sua ordem impressionou alguns, até porquê sempre duvidaram de sua faculdade de Medicina online e seu suposto diploma - Ela está inconsciente, provavelmente inalou muita fumaça, precisa de líquidos, o tornozelo parece muito inchado, e todas essas pessoas aqui só vão deixá-la sufocada quando acordar.

- É o que faremos, senhor Lightwood - o médico assentou rapidamente - Talvez se nos desse espaço para trabalharmos...

- Não vou sair do lado dela - Jace esclareceu antes de todos, porém não olhava para nenhum deles, afagava a bochecha da ruiva com tanto zelo e preocupação, como se temesse respirar perto dela, temesse que o ar que respirasse fosse transformados em faíscas de fogo.

- Mas...

- Nós, não vamos sair do lado dela - Simon pontuou, pela primeira vez dizendo algo que não fosse ameaças, oferecimento de drogas e comentários irônicos.

- Certo - afirmou se esforçando para não gaguejar, todos naquele quarto claustrofóbico olhavam a cada passo que ele e mais dois enfermeiros faziam, era desconfortável e talvez por isso sua mão tremia em certos momentos não tão perceptíveis.

Ansiedade consumia o cômodo médico hospedado no centro cirúrgico do Praetor, afinal, esperavam não só pelo bem estar da ruiva que sabiam que já estava sendo resguardado, mas por respostas, todavia a bomba real tivera sido desarmada de acordo com os cálculos, então, como o prédio explodiu e o mais importante, como ela surgiu em um helicóptero? Talvez coisas não só tivessem que ser descobertas mas como já tiveram sido reveladas, como uma bomba relógio sendo jogada contra eles a cada minuto de cada dia que passavam.

- Vocês explodiram o heliporto?!- Meliorn perguntou incrédulo ao entrar no quarto.

- Não foi exatamente nós - tranquilizou Magnus tentando amenizar suas aparências alheias, ainda mais para um ex namorado de sua cunhada.

- O que, pensa que está fazendo? - o moreno Fadinha e Jace indagaram em tom ameaçador ao médico que congelou no lugar.

- Estou, eu bom, estou tentando a despertar - ele gaguejou, com a seringa injetando o líquido  pelo tubo fino ligado ao corpo da ruiva, ele realmente não podia os desafiar, afinal, tinha O Morgenestern, O Herondale, Os Lightwood's, O Lewis e é claro, O Meliorn que nunca ninguém soube o sobrenome, eram pessoas que acabariam com ele em menos de dois segundos - Vocês, vocês a querem acordada, né?

- Depende das drogas que vai dar para ela por essa agulha estupidamente grande - Jace bufou em incredulidade - Ela detesta agulhas, se souber que...

- Podem parar de gritar? - sua voz manhosa assolou o quarto, parecia sonolenta, como se estivesse acabado de acordar de qualquer sonho monótono e sem graça, ela de olhos fechados sorriu fraco sentindo seu corpo doer, porém não se conteu - Então, voltou para mim Loirinho.

******

- Eu estou bem, ok? - Clary assegurou cautelosa, sorriu fraco para Isabelle que a ajudou a se sentar, e sentiu olhares a cercarem - Não vão querer saber o que aconteceu?

- Porque não saiu do prédio? - Jace perguntou, de novo, estreitou os olhos novamente a ela, como só houvesse eles ali.

- Isso que estou tentando explicar, o...

- Não, não está - negou, se apoiou no batente do ferro da maca e ouviu a própria desconfiança decepcionada em sua voz - Está fugindo de mim.

- O quê?- soou incrédula - Só estou, tentando...

- Tínhamos quinze minutos - ditou ele, parecia obcecado pelo tempo - Quinze minutos e você prometeu que iria conseguir, me mandou ir atrás do Orfanato.

- As crianças - pareceu se lembrar, porém queria desviar dele, de seu olhar profundo e revelador de mentiras - Elas estão bem? - perguntou, recebeu apenas acenos de cabeça em confirmação.

- Estão na minha mansão - disse Jace, revirou os olhos em tédio e talvez até dor - Pirralha número 1 me fez jurar que a traria de volta, o que aconteceu? Podia ter saído, podia ter vindo comigo, podíamos ter...

- Eu não podia - ela gritou, os batimentos cardíacos do leitor da máquina elevaram, e todos ouviram o apito descompassado - Não podia, tinha que descobrir...

- Descobrir o quê? - para a surpresa de todos, fora Jonathan quem perguntou - Sobre quem está atrás de... - se interrompeu ao ouvir Simon coçar a garganta, ele abanou a cabeça em irritação - Dane- se, podia ter morrido.

- Você não se importa com isso, John - negou em um sorriso cínico - Não se importa com a minha morte.

- Clary...- falou apavorado - Como pode achar isso?

- Se importa com o que ela vai causar a você - a ruiva riu em sarcasmo, desviou o olhar marejados para as próprias mãos - Se importa com o que eu tenho com o FBI sobre você, se importa com o que meus homens vão fazer com você caso eu não esteja aqui para os deter - se equilibrou para sair na cama e o olhou fervida em ácido - Se importa com o meu dinheiro, não que precise dele.

- Não sabe do que está falando - rosnou, embora estivesse magoado, não que tivesse esse direito.

- Quando você saiu do prédio, Loirinho - se virou para ele, e esboçou uma expressão de dor ao ficar de pé, sua concussão grave e as queimaduras em seu pulso direito latejavam, e talvez por isso não quisesse ajuda, não queria demonstrar sua dor, como sempre fez - Iriam atrás de você, você tinha que alertá-los, então eu os ataquei, o rádio deles estavam ligados, ouviram toda a briga, mandaram homens atrás de mim, e então precisei de uma distração...

- O sorvete...- Jace murmurou incrédulo, ele puxou os fios loiros para trás com tamanha força ao se lembrar do enferrujado móvel gelado onde escondiam bombas e armas apenas para zoarem um com o outro, ao que parecia tivera sido muito mais que isso no momento.

- O freezer velho explodiu junto com o prédio - ela suspirou colocou uma mecha do cabelo ruivo para trás em um tique nervoso - Não me toquei que a ventilção saia lá em cima, então quando vi qual era a bomba relógio da vez, roubei o helicóptero...

- Por isso os sinais de luta - Isabelle murmurou a ninguém em especial, não fora só ela que notou os novos hematomas no corpo da ruiva.

- Quantos? - Jace perguntou em tom sombrio, imaginando o que ela tivera feito, e lutado contra para conseguir roubar algo tão imenso e alarmante quanto um helicóptero.

- Não sei...

- Vamos terminar logo com isso - Simon revirou os olhos.

- Acho que devemos deixar Moranguinho descansar, e...- Alexander quis tranquilizar ao ver no visor aumentar os batimentos cardíacos como uma verdadeira bomba, ela era a bomba.

- 26 - contou em um sussurro, ao ver o loiro se asustar em raiva prosseguiu: - O que queria que eu fizesse? Eles iriam...

- Que se dane o que fariam comigo! - gritou, a assustou, e todos ali no cômodo, até mesmo Jonathan que se mantia em silêncio - Você, você não sabe como foi ver tudo explodir, e... E não te encontrar.

- Acredite - Clary olhou no fundo dos olhos dele e ele pode ouvir a dor em sua voz - Eu sei como é.

- Rainha...- Meliorn chamou hesitante e de cabeça baixa, sabia que não se tratava mais dele, e sim de alguém que talvez não estivesse pronto para ser lembrado.

- Sinto muito por não ter me encontrado com você - se desculpou arrependida, seu coração diminuiu quase tanto quanto sua culpa - Aconteceram coisas... Jordan sumiu, disse que iria embora para casa, mas Maia está a caminho dizendo que vai voltar ao trabalho, e porra, ela tem um filho - esfregou as têmporas em cansaço, estava ciente que tinham companhia, mas ela não pareceu se importar - Pete Pete fingiu que não me conhecia, Alaric vai me matar por explodir o heliporto do Praetor, o lugar que eu chamo de casa está cheio de crianças, e agora tem alguém usando nosso nome...

- O nome de vocês, ou o nome do seu namoradinho? - Jonathan ironizou, em uma coisa ele era igual a irmã, era atingido por uma bala, e levantava com o maior poder do mundo todo contra você, contra quem ameaçava sua credibilidade mortal para o mundo, pelos batimentos acelerados e seu olhar sem chão, souberam que não se tratava de Jace ou qualquer outro cara que tivesse um carinho ou nem um pingo de responsabilidade afetiva, era alguém do passado - Você e aquele idiota faziam todas as merdas pelo mundo. Agora você pagou o preço. E ainda está pagando.

- Não sabe o que está falando, John - alertou ela, seu olhar mortal e o cinismo em sua voz afastaria qualquer um - Mantenha, o seu lado do contrato.

- Aquele do antes ou depois que o babaca pagar o preço por tudo que fez? - em tom sarcástico, ele prosseguiu, não recuou ao ver sua irmã se aproximar mortalmente dele.

- Clary...- todos falaram em conjunto, os batimentos estavam errádicos, como se estivessem prontos para explodir a qualquer momento, a preocupação clara em todos foi devidamente ignorada, temeram que ela infartasse bem ali.

- Precisa se acalmar - era Jace, mais nem isso a deteu.

- Acha que sabe de tudo? - indagou incrédula, arrancou os fios e tubos que a ligavam as máquinas com uma brutalidade inflamável e sentiu a dor de tal feito, uma linha de sangue escorreu por seu braço onde antes estava a agulha que lhe hidratava, poderia ter pego em uma veia, mas ela não se importava - Não faz ideia, do que aconteceu.

- Sobre Raphael?- ironizou, curvou a cabeça para a irmã que tão próximo estava dele - Aquele...

- Não ouse - lhe liberou um soco tão forte que se sentiu fraca por ter feito, o irmão cambalheou para trás, colidindo contra a parede sentindo o nariz inchar e sangue escorrer por suas narinas. Os que ali estavam emitiram ruídos surpresos e satisfeitos, ela deu passos para trás, e sentiu dor em seu punho, não devia se sentir mal por tê-lo socado, mas sentiu, e talvez fosse tão forte quanto o olhar nostálgico em dor que lhe assolou - Não ouse falar dele.

- Nunca pensei que teriam um final feliz - Jonathan cuspiu suas palavras com tamanha brutalidade quanto o sangue que manchou o chão, sentiu mãos segurarem seus ombros, Meliorn e Alexander que temiam que não só ele saísse machucado, ouviu o próprio sarcasmo e a própria babaquice em sua voz, olhou rapidamente para o loiro com um sorriso maldoso, Jace tinha uma expressão confusa porém satisfeita com o que estava acontecendo - Parece que ele será seu novo noivo em breve... Sempre com péssimos gostos para...

- Sou só a vadia maluca com o noivo morto - Clary vosciferou, as mesmas palavras que seu pai lhe dissera na sua frente há seis anos, dizendo que se arrependia por não ter dito nada, e ao que parecia, não era verdade, ela caminhou com dificuldade negando ajuda que sabia que precisava até a porta, porém não descolou o olhar dele, ela abriu o pedaço de madeira revestido em cor branco e estendeu o braço em um convite não tão feliz para que saísse e não voltasse tão cedo - Vá se foder!

*****

- Jace - ela o chamou, entrou a espreita pelo o quarto médico onde o mesmo estava e ouviu o som do chuveiro vindo do banheiro do cômodo, correu os olhos por todo o lugar que lhe lembraria um hospital, porém parecia muito descontraído, a TV progamava uma novela mexicana onde morte resultava em ressurreição e traição virava casamento, sentiu um arrepio correr por sua espinha ao ouvir sua voz rouca.

- Foguinho...- saudou, ela se virou lentamente e uma parte dela soube como ele estaria, e lá estava ele, nu, na frente dela, e não parecia ligar.

- Você...- não se virou brutalmente como todo o seu corpo reagente de sua visão não ordenava, não desviou o olhar porque sabia que era isso que ele queria, a provocar, ou talvez a distrair - Estava...- abanou a cabeça quase imperceptível, ergueu rapidamente o olhar os deviando de seu corpo estupidamente sexy com gotas de água morna escorrendo por todo seu peitoral coberto por tatuagens, seu...- Você estava me procurando?

- Só queria saber se está bem - foi tudo que disse, riu silenciosamente ao receber uma toalha jogada pela ruiva, o rápido movimento de seu corpo ao se virar soou como um elogio ao loiro, uma boa inflada de ego - Qual foi? Já viu tudo isso...

- O que...- Clary abriu e fechou a boca incrédula por sua cara de pau, coçou a garganta, porém não ousou se virar para ele, seu tom se tornou audacioso e afiado, mas continuava calmo - Não vai perguntar sobre o que Jonathan falou?

- Antes ou depois do soco? - desviou da pergunta parecendo realmente instigado, ele vestiu uma calça jeans preta que lhe entregaram e sentiu a própria fuga em sua voz - Tenho que admitir, foi uma ótima chave de braço. Estou orgulhoso...

- Até parece que não se importa com quem eu quase me casei - ironizou se virando para ele, como esperava, Jace parecia a despir com o olhar, não sensualmente, mas como se descasse uma maçã, pedaço por pedaço de seu passado, eventualmente, ela faria o mesmo com ele.

- Não tenho o direito de fazer essa pergunta - negou, quase inconsientemente dava passos em sua direção, embora estivesse intrigado ao descobrir sobre tudo que era dito e nunca explicado, não cabia a ele, não estavam juntos, ou discutiam sobre ex's mas queria saber, queria saber o que estava entre eles, mesmo que o maior impecilho que tiveram foram o próprio amor.

- Não você não tem - disse com um sorriso satisfeito ao ver o mesmo bufar em irritação, era sempre ele que tinha tudo na mão, menos ela. O olhar da ruiva perdido na janela onde a noite era densa, ela podia ver a cidade afastada, iluminada e agitada, como se nada a atingisse, as nuvens que cobriam o céu pareciam se dissipar abrindo caminho para estrelas pouco iluminadas graças a lua cheia - Mas...

- Quem é Raphael? - ou foi, ele queria dizer, mas algo o impulsionava a não falar, o olhar surpreso que recebeu foi rapidamente encoberto com um olhar competitivo, porém temeroso.

- Quem é Caity? - rebateu ela na mesma intensidade, a tensão nos ombros de Jace e o olhar incrédulo lhe entregou, seu rosto estava raivoso em apenas ouvir seu nome, mas havia dor, e isso ela não poderia negar, veria o mesmo se olhasse o próprio reflexo no espelho - Não sou a única com segredos a esconder.

- Por que não deixou que o prédio explodisse? - Jace contornou o assunto, recebeu uma expressão que já esperava - Não foram os pirralhos, poderia ter descido comigo, poderíamos ter os avisado juntos, e fugissemos juntos, mas você escolheu ficar, e agora diz como se nada tivesse acontecido, como se estivessemos...

- Não vamos fazer nada juntos, Loirinho - Clary disse desapontada, mas não era aquilo que ele iria dizer, talvez o que pensava, mas não se permitiria dizer aquilo, ela tomou as forças que não tinha para olhá-lo nos olhos, tinha um motivo para que fizesse aquilo, um motivo para que o afastasse, a menos desta vez, ela o repeliria, para longe dela, como seu castigo, o castigo por ser uma bomba relógio - Tudo o que aconteceu hoje...

- Já notou que toda vez que pensamos em ficar juntos, algo acontesse? - indagou querendo soar sarcástico, mas soou triste, decepcionado com ele mesmo, como a forma que era atraído por ela, quase sem nem perceber, ao ver os olhos de kriptonita de sua Foguinho enchersse de lágrimas sentiu um pedaço de seu coração apertar - A primeira vez foi Valentim - lembrou em tom nostálgico desdenhoso - ele disse: " Ele será sua ruína, Clarissa ", e eu acreditei, a afastei o máximo que pude, porque eu era ruim para você - dizia desacreditado, parecia desesperado, como se caçasse forças para continuar dizendo aquilo para ela - Depois foi todas as ameaças que eu causava a você, como a colocaria em perigo por algo que eu nem sabia se tínhamos...?- abanou a cabeça se sentindo estúpido - Na celebração, há três anos, não conseguia olhar para você e lembrar que a desejava como nunca na vida desejei uma mulher antes. Não conseguia parar de pensar que aquele vestido preto que você tão desesperadamente estava linda seria um de muitos que eu rasgaria e teria a vida inteira para...- ele fala ele respira - Para aprender a...

- Reaprender a amar - Clary completou, uma única lágrima solitária escapou pelo canto de seus olhos, respirou fundo e tentou manter seu tom indiferente - Nós somos tóxicos.

- Exatamente - concordou em falsa confiança, queria conquistar e avisar a si mesmo, mas não conseguia - Toda vez que nos deixamos levar...

- Alguém morre, ou um prédio explode - aceitou o que estava por vir, embora duvidasse que aquilo realmente era um ponto final, e talvez clamasse por isso - Mas uma vez estamos no mesmo precipício.

- Você é uma bomba relógio, Foguinho - confessou, ignorando seu tom de raiva - Isso...- tomou folêgo, que não lembrava mais que tinha - Nós dois, eu, eu não posso tê-la por perto - puxou os cabelos loiros para trás com tamanha força quanto seu olhar profundo - Ficar perto de você me deixa louco, e não estar perto de você me deixa louco.

- Quer que eu me afaste? - ouviu a própria incredulidade na voz ao o ver parecendo tão perturbado andando de um lado para o outro.

- Não! - ele gritou - Você é minha droga, sem você posso enlouquecer... - nem mesmo ele saberia explicar o que estava dizendo - Eu não entendo, você é diferente, me atrai de um jeito que me deixa dependente de algo que jurei nunca mais sentir.

- O que está dizendo? - indagou confusa, sorriu em sarcasmo - Que sou seu tipo preferido de heroína?

- É isso mesmo, você entendeu bem - Jace disse e riu sem humor - Você é meu tipo favorito de heroína, Foguinho.

No silêncio, naquele vão, Clary notou o quanto estavam próximos, o quanto seu peito nu inflava descontroladamente perto dela, o quanto sua respiração ofegante estava tão perto, como o calor do quarto resplandecia sob eles, sentiu o próprio coração acelerar, e se deparou no abismo, da traição, explosão, e até mesmo do amor. Como na novela. Ambos sabiam e não estavam prontos para admitir que se amavam e não podiam ficar juntos.

- Somos uma bomba relógio - ela sussurrou contra sua boca, Jace fechou os olhos ao vê-la afastar-se dele, sentiu o próprio corpo e mente sentir sua falta nem mesmo com um minuto de sua ausência.

Eventualmente, a verdade seria liberta, eles só teriam que esperar, mas talvez não tivessem todo esse tempo.

- O que eu fui para você? - Clary parou no batente da porta, não se virou para ele pois soube que não conseguiria evitar beijá-lo, em um suspiro alto e exausto, Jace abaixou a cabeça encarando a noite densa e solitária e sentiu a voz dizer quase em um sussurro:

- Você foi como recuperar o fôlego - disse sem hesitação - Como se eu estivesse me afogando e você me salvou.

Ela partiu em retirada, o deixando só, então lembrou do que uma pessoa que um dia fora importante lhe disse:

" Quando você não consegue falar a verdade para as pessoas com quem mais se importa no mundo, eventualmente deixa de conseguir dizer a verdade para si mesmo. "

As duas palavrinhas ecoaram por ambos não só naquela noite, como em todas as outras que ficaram separados, e talvez, só talvez, fosse verdade...

"Somos uma bomba relógio"


CONTINUA...☘️


Notas Finais


Hello amores❤️ Sim, que caps, pois é, meu sumiço não supera Adele cantando, sinceramente, quando vocês verem que em um capítulo comecei citando; Adele, Olívia Rodrigo, Charlotte Lawrence e etc, vocês já sabem que vai ter close bafônico skkssk. Um beijão amores🧡🌈✨ Ouçam Jão!


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