História |Neverland| •Long Imagine Jeno (NCT DREAM)• - Capítulo - 4

    Fomos todos levados para a aldeia de Somi e Kyla. Ficamos em uma oca iluminada pela chama de uma fogueira.. Essa oca era do curandeiro da aldeia, consequentemente estavamos na oca do pai de Somi e da própria. Deixaram Jaemin - que estava muito ferido - estirado no chão sobre uma esteira enquanto cuidavam dele. 

   Kyla segurava firmemente a mão de seu amado, que mesmo dormindo pela anestesia natural de ervas, parecia sentir sua presença. O curandeiro e Somi se preocupavam em curar o menino - sim, com todos nos olhando! - porém algumas vezes os olhares de somi escapavam para Jisung que devolvia com umas piscadelas envergonhadas.

   Woojin, tinha uma pequena fadinha posta em seu ombro, me perguntei de onde ela surgira e o mesmo me respondeu que seu nome era Wendy. E eles se conheceram durante a batalha de algumas horas atrás.

   Por mais que Jeno estivesse mais distante, era nítido a sua preocupação com o companheiro. Pois, como me contaram, eles eram muito ligados, eram melhores amigos de verdade. 

   Os tratamentos continuaram, porém eu precisava sériamente respirar algum ar puro. Me afastei aos poucos e andei um pouco sobre ma mata iluminada por luzes coloridas de fadas. Sento me em uma pedra e observo ao meu redor. 

   Eu nunca tive tanta emoção em apenas um dia, foi realmente algo incrível e assustador ao mesmo tempo, eu poderia ter morrido. Nossa, se eu morresse o meu pai iria me matar. 

   Meus pais! 

   Eles com certeza estão preocupados comigo e com meus irmãos. Esse pensamento me deu agonia, não só pelo fato que iriamos levar uma bela bronca e um castigo eterno. Mas também por estar estressando eles, suas vidas são tão corridas com trabalho e afins, estar parando isso é algo horrível. 

   Meus pensamentos são cortados ao perceber que alguém estava sentado do meu lado. Sim, Jeno! Ele olhou fixamente em meus olhos quando eu virei minha cabeça para notar sua presença. Então ficamos algum tempo assim, apenas nos encarando. 

   Então, o mesmo segura a minha mão e me guia para algum lugar. Assim chegamos em um local mais iluminado que o normal. Uma mini casinha era vista, mas mesmo assim, era grande comparada as outras que haviam ali. Assim que sou direcionada a uma janela dessa pequena grande casinha, eu e Jeno esprememos nossos rostos para tentarmos ver o que acontecia.

   Vejo que dentro acontecia um pequeno baile. Onde várias fadas se encontravam em um circulo, no meio, estava uma fada com um ve.stido longo e todo feito de pózinho mágico, dançando com um pequeno fadinho que se vestia todo por branco e um pouco de azul. Amhos dançando apaixonadamente, era lindo como bailavam.

   Sinto novamente um olhar direcionado a mim, quando viro para checar acabo por quase beijar Jeno, pelo quão próximos estávamos. Ele segura a minha mão novamente, então levantamos o rosto. Ele nos afasta um pouco da casinha e faz uma reverência. Logo estendendo a mão para que eu pegasse. 

   O comprimentei também, assim eu segurei sua mão. Ele posicionou essas duas no ar, enquanto a outra foi para na minha cintura.

   Nossos pés começaram a se movimentar, enquanto nossos troncos balançavam lentamente e uma dança suave. Nunca havia dançado em par antes, mas era algo que a tia Taeyeon sempre nos ensinou, ou seja, sabia o básico para não passar vergonha. Mas do jeito que eu estava perdida nos seus olhos, me perguntei como ainda não tinha me distraído e pisado no pé dele. Era bem simples, pois quando eu olhei para baixo, advinhem. 

Estávamos flutuando! 

   Aquilo ao meu ver estava bem romântico, as fadas coloridas agora voavam ao nosso redor. Enquanto rodopiavamos lentamente e íamos cada vez mais alto. Até chegarmos a altura do topo de uma árvore, onde a lua cheia brilhava forte e a sua luz leitosa caía sobre nossas peles. Ao virar de volta para Jeno, vejo o quão ele também estava hipnotizado com aquela beleza. Mas a beleza que mais me fascinava no momento, era a dele! 

   Ele se virou e notou o quanto eu o observava. É esse o momento!

   Juntei toda a minha coragem e fechei os olhos. Por mais que eu tentasse, estava nervosa. Meus lábios foram chegando perto dos seus, quando estávamos a centímetros de distância eu percebi... Não era esse o momento! 

   Direcionei meus lábios à sua bochecha direita e dei um longo e profundo beijo alí. Mesmo que não fosse o beijo que eu realmente queria lhe dar, gostaria que o mesmo entendesse o significado daquilo.

   Após esse ato, o mais velho me olha confuso, porém, me puxa para si, me abraçando fortemente. Era um abraço estranho, o mesmo apenas me apertava e parecia me querer por perto. Nada em si era sentido nesse ato, pelo menos não por mim. 

   O problema seria eu, ou, ele? 

   Eu senti a necessidade de ter uma resposta para esse ato. Queria saber o que passava na cabeça deste menino, o que ele queria me dizer com aqueles olhos frios. Então perguntei:

   - Jeno, o que você sente? 

   - Eu não sei! - neste momento nós fomos caindo gradativamente até o chão.

   - Não sabe? 

   - Eu sinto algo, só não sei o que é... Isso me assusta! - disse se afastando.

    - Bom, eu sei o que é, e por incrível que pareça. Isso me assusta também! - terminei a sentença me sentado em uma pedra. 

   - Eu não sei se estou pronto para saber o que é... - ele se senta no chão. 

   - ... - isso era um lindo fora! - Tudo bem, Jeno! 

   Me levantei e tentei andar para longe dali. Estava me sentindo envergonhada e usada. Era um sentimento de culpa sobre mim também. Como poderia esperar algo de um menino como ele? Eu nunca me arrependi tanto de algo.

   - O que você quer, (S/N)? - perguntou calmo.

   - Nada! - respondi tão calma quanto o mesmo.

   - Não foi divertido hoje? Eu ensinei você a voar, lutar, te levei para uma aventura, lhe apresentei amigos. O que mais você quer? O que mais tem além daqui que seja melhor? - seu tom era calmo, mas ele claramente estava alterado.

   - Tem muito mais, Jeno! 

   - O que mais? - ele me põe contra um tronco e me cerca com seus braços.

   - Eu não sei bem como lhe explicar. Mas com certeza fica mais claro a medida que você cresce. - ao terminar de dizer isso, ele chega bem próximo do meu rosto e se direciona ao meu ouvido.

   - Eu nunca vou querer crescer! - sussurrou me arrepiando por completa pelo ato. 

   Mas eu refleti por alguns segundos sobre sua fala. Era algo que eu queria. Eu gostaria de não crescer. Eu estava errada, por mais que eu amasse me aventurar e brincar, eu queria ter experiências novas, sentimentos novos, novas formas de me divertir. Eu queria viver uma vida completa, com diferentes afazeres, sentimentos e vivências. Era irônico pensar que eu só percebi que eu não queria ser criança para sempre, quando eu vim para um lugar que realiza isso.

   - Ótimo! Fique e viva sua ilusão, tudo isso um dia irá entediar todos vocês, então todos vão querer deixar este lugar. Você nunca vai viver de verdade! - disse sussurrando também.

   Ele olha profundamente nos meus olhos com suas orbes frias. Então se afasta e fica de costas pra mim. Até que ele para, ainda de costas vira o rosto para o lado como se quisesse falar, mas não olhar para mim novamente.

   - Então vá! Volte para os seus pais, cresça e viva! 

   As lágrimas novamente voltaram, mas eu as segurei. Andei de volta a aldeia, onde Jaemin já estava curando e todos já estavam se preparando para voltar. Jisung se ajeitava, porém não tirava os olhos da índia que parecia triste com sua partida, enquanto Jaemin rapidamente deu um beijinho em Kyla que apesar de sua cara carrancuda, aceitou de muito bom grado. 

   Woojin brincava sem parar com sua nova fadinha azulada. Nós estávamos no pé de partida, até que Somi beija meu irmão, novamente o deixando vermelho na frente de todos, enquanto nos riamos. 

   A aldeia não era muito longe do lar dos meninos, porém era claro para todos que o clima de tensão entre eu e Jeno era forte, eu fiquei em uma das pontas, enquanto ele ficou no outro extremo. Eles analisavam confusos a nossa distância, mas não perguntaram nada. Quando chegamos, acendemos a fogueira e nos sentamos ao redor.

   Fiquei tentando manter minha total atenção na lenha se queimando na nossa frente. Porém meu olhar sempre desviava para Jeno, e notar que ele também me observava de vez em quando, ambos estávamos muito magoados claramente. As fadas nos trouxeram também alguns bolinhos coloridos, mas eu nem queria comer. Eu não iria aguentar ficar ali olhando para ele assim e me lembrar do que aconteceu, me levanto num pulo e pergunto:

   - Onde eu posso dormir? - perguntei de cabeça baixa. 

   Mark olhou para mim e olhou para Jeno surpreso, enquanto o platinado fingia estar mais interessado em seu bolinho branco. Então se pronunciou como líder.

   - Se você quiser, pode ficar no meu quarto. É o único do último andar! - disse direcionando com as mãos.

   Subi rapidamente e tirei a roupa de marinheira e pendurei, coloquei o meu pijama e deitei. Mas pela terceira noite, eu não consigo dormir. Aquele turbilhão de pensamentos veio em minha cabeça e eu só fiquei mais confusa. Então externei isso, pus tudo para fora em foram de lágrimas. Eu queria realmente ir para casa agora! 

   Sinto uma mão acariciar minha cabeça, ao virar para o lado no susto, vejo que é Mark que me olha preocupado. 

   - Soldada, quer contar para o seu líder e amigo o que aconteceu? - perguntou com com um sorriso de lado e calmo.

   Me levantei e abracei o mesmo que automaticamente retribuiu o forte abraço. Não resisti e contei para ele o que aconteceu. Ele apenas me abraçou e beijou minha testa. 

   - Por incrível que pareça, eu já senti isso que você sentiu agora. - uma leve risada anasalada soa dele. - Ela era meu primeiro amor, uma menina incrível, educada, linda, sempre carinhosa comigo. Eu sou completamente e totalmente apaixonado por ela. Não lembro do seu nome, levemente lembro de sua aparência, mas lembro muito bem de seus olhos. Eu sempre vou para cidade procurar por ela, por mais que eu sei que ela esteja mais velha ultimamente, eu não me importo, apenas queria trazer ela pra ca. 

   Eu prestava total atenção nele, era uma história muito bonita. Ele realmente parecia apaixonado, leves lágrimas podiam se ver formadas em seus olhos. Ele vem guardando isso consigo por muito tempo, mas porque contou logo para mim?

   - Os seus olhos me lembram os dela! Isso é muito engraçado... - neste momento eu fiquei chocada. Por isso ele me contará, de alguma forma eu lhe lembro do seu primeiro e único amor. - (S/N), eu fui egoísta e só pensei em mim quando vim para este lugar, eu me arrependo de ter abandonado meus pais, meu melhor amigo, o meu amor. Porque eu não queria responsabilidade. Se Jeno realmente gosta de você como eu vejo, ele pode abrir os olhos e ver o quanto esta perdendo com seu egoísmo. Apenas tente conversar com ele... 

   Eu levantei-me rapidamente e abracei o meu amigo fortemente, abracei com todo sentimento que tinha. Ele era um garoto incrível, sem dúvidas era um líder maravilhoso. Me afastei dei um beijo em sua bochecha em agradecimemto, deixando o mesmo vermelho. Ele falou o que eu precisava para dormir bem. 

   - Obrigada, oppa! Era isso que eu precisava para dormir bem. - disse deitando novamente na cama. 

   - Durma bem donseang, qualquer coisa me chame! - disse acariciando meus cabelos e logo deixando o quarto.

   E por incrível que pareça, eu realmente dormi! E dormi muito bem! Ao levantar, vejo  raio de sol brilhar e sinto toda a energia fluir pelo meu corpo. quando me sento na cama vejo uma nova roupa estar pendurada no lugar da de marinheira. Era uma roupa quase igual de uma estudante, porém muito mais estilosa, e havia um boné combinando. 

   Troquei de roupa e corri para fora do quarto, desço até o segundo andar onde encontro Jeno saindo de seu quarto. O mesmo me olha com cara de poucos amigos e desce. Eu sabia que ele estava chateado comigo, precisavamos conversar o mais breve possível. 

   Assim que cheguei ao térreo, encontrei todos com a mesma cara. Todos pareciam tristes e desamparados, arrisco dizer que estavam quase chorando nesse momento. Isso me partiu o coração, Renjun tinha um papel em suas mãos. 

   - Meninos... Algo de errado aconteceu? - perguntei ficando tensa.

   Renjun olhou para o papel e leu: 

   - Já deram 'bom dia' para suas fadinhas hoje, meninos? Assinado: Siwon. 

   Não estava acreditando que haviam pegado elas. As mesmas estavam aqui ontem a noite mesmo. 

   - O que faremos agora? - perguntei me sentando do lado de Chenle. 

   - Eu não sei, Noona! Mal consigo pensar sem Yeri... - disse o roxinho abaixando a cabeça. 

   - Chenle, não fique assim! Como acha que vamos até elas deste jeito? - abracei o mesmo.

   - Não tem como fazermos nada sem elas! - disse Haechan saindo do local.

   Assim todos fizeram o mesmo, até sobrar apenas eu, Renjun e Jisung. Olhei para os mesmos que estavam sem duvidas péssimos por essa situação. Nem sabiamos como reagir. Apenas pensava que deveríamos fazer alguma coisa.

   - Eu sei... Não temos fadas, mas precisamos ajudar eles. - disse em tom baixo.

   - O que você quer que façamos, (S/N)? Somos os sem fadas... - disse Renjun abaixando a cabeça.

   - E isso quer dizer que não podemos fazer nada? - perguntou Jisung. - Podemos não ter fadas, mas temos o nosso próprio cérebro! Do jeito que eles estão perdidos, não iram conseguir fazer nada. Não podemos deixar elas morrerem assim. 

   - E o que vocês me sugerem? - perguntou o mais velho. 

   - Já que Jeno não está em condições, faremos nosso plano para resgatar elas, mas sem você não iremos conseguir, Oppa! Você é o que mais conhece a ilha e a tripulação de Siwon. - concluí.

   - Meninos... Eu nunca vou ser um Jeno da vida... - disse ainda cabisbaixo.

   - Exatamente Hyung! Você nunca vai ser um Jeno, porque você é o Renjun. E pode crer, o Renjun é alguém que pode fazer uma coisa incrível. - disse Jisung. 

   O mais velho mirou-nos com suas orbes brilhantes. E se levantou rapidamente e entrou. Logo ele volta com um grande mapa do local e o estica na nossa frente. 

   -  Aqui, para o sul, é o local em que o navio de Siwon fica ancorado. Esta área do mar é infestado de sereias com muita, muita fome! - disse Renjun sério.

   - Vamos voando! - disse Jisung.

   - Não temos o pózinho mágico, mas realmente seria a forma mais segura em relação as sereias. Mas a tripulação de Siwon nos identificaria rapidamente também. - concluiu o mais velho.

   - Além do mais, ele deve saber que estamos sem poder voar, então esperam que cheguemos de barco, então eles já devem ter uma emboscada para isso... - Disse o azulado.

   - Então uma boa opção seria... - eu ia falar até ser cortada.

   - Nadando... - disse Jaemin atrás de nós. - Olha só... Os piolhos não atrapalham nos seus neurônios. 

   - Sim, Jaemin. Mas e as sereias? - perguntei. 

   - Muito simples, Kyla me mostrou uma vez, uma erva que temporariamente nos deixavam com a aparência e sistema igual aos das sereias. Poderiamos até respirar de baixo da água, só que se passarmos perto do sol, voltamos ao normal, então temos que nadar muito no fundo! - explicou o rosado. - Então entramos no navio, metemos o louco e resgatamos nossas fadas. 

   - Você estava indo tão bem, Jaemin. - fingi decepcionada. - Vamos criar uma estratégia mais silenciosa e teremos mais precisão. 

   - Ela tem razão. - concordaram Renjun e Jisung. 

   Assim passamos mais ou menos meia hora planejando como seria, com a ajuda de Jaemin que já havia sido levado até o barco. Terminamos extremamente orgulhosos e preparados para isso, apenas precisávamos da erva, espadas e colaboração de todos. 

   - Vou chamar os outros. - disse Jaemin saindo do local.

   - Vou procurar algo para comer, estou morrendo de fome. - saiu Jisung também.

   Ficamos eu e Renjun sozinho. Um silêncio se estabeleceu, então me veio tantas curiosidades sobre ele. Era um menino que parecia super amoroso e gentil. Sempre pensa nos outros, mas é nítido que sua confiança em sí mesmo era nula. Será que era pela falta de uma fada. Mas por que ele não tinha uma? 

   - Renjun oppa... Posso lhe perguntar algo? 

   - Bom... Claro! - disse meio fechado como sempre.

   - Por que você não tem fada? 

   - ... Você é a primeira pessoa a me perguntar isso... Bom, eu não sei ao certo, mas tenho uma teoria... 

   - E qual seria ela? - fiquei ainda mais curiosa.

   - Eu acho que é... Porque eu não quero ficar aqui de verdade... - disse o mesmo. - Eu gostaria de crescer, sabe. Aqui é legal, eu realmente não queria abandonar aqui no início, mas... Eu queria tentar coisas novas, viver de verdade. 

   - Sei como se sente... Deve ser por isso que eu não tenho uma fada também. - dei uma leve pausa. - Por que você não se despede então? 

   - Por causa dos meus amigos, principalmente de Chenle... Eu só vim para cá por causa do meu melhor amigo, não posso deixar meu dongsaeng só... 

   - Mas é meio injusto para você. 

   - Eu estou bem, juro! Apenas, não conte isso aos outros. Por favor! - disse tendo.

   - Não contarei! 

   Quando terminamos a conversa, os meninos todos surgiram no local. Ainda pareciam desamparados, aquilo apertava o meu coração dentro do peito fortemente. Como Renjun e Jaemin sabiam melhor como se comunicar com os meninos, eu e Jisung deixamos que eles falassem.

   Woojin parecia o único que se animou um pouco com o plano e tinha esperanças de salvar Wendy. Fiquei um pouco nervosa, será que havia algo de errado com o plano?

   - Bom... É um ótimo plano... Acho que poderíamos tentar. - disse Mark. 

   - Sim! Se não fosse por Renjun não teríamos conseguido, ele é genial. - disse Jisung abraçando o mais velho de lado.

   - Que isso... A ideia foi sua e de (S/N). Eu só ajudei a localizar. - disse o mesmo corando.

   - Exatamente, nosso plano não estaria bem sem você! E sem o Jaemin também, que aprimorou nosso plano.- disse sorrindo.

   - Ah sim! Achei que esqueceria de mim! - Jaemin fez um biquinho pra mim.

   - O que acha de executarmos? - disse Mark com um sorriso de lado.

   - SIM! SIM! SIM! - gritou Woojin pulando. 

   - Eu acho que seria uma boa! - Chenle se animou também.

   - Eu voto que deveríamos fazer! - disse Haechan.

   - ... - todos olhamos para Jeno e ele ficou em total silêncio. - Podem ir sem mim.

   - O que? - disse Haechan não acreditando.

   - Ah mas não vamos sem você mesmo! - disse Jaemin indo até o louro e dando um tapa no seu braço que pareceu não sentir nada. 

   O mesmo ignorou e saiu do local calmamente, e seguiu para fora. Todos continuaram olhando para a porta onde ele entrou incrédulos. Eu então fui a única que corri atrás dele e entrei na grande casa na árvore, seguindo até o seu quarto. 

   Quando entrei o mesmo estava deitado em sua cama mexendo em um violão que parecia velho. Me sentei ao seu lado e o mesmo me olhava, mas fingia não se importar com a minha presença. Continuando calado.

   - Jeno, por favor! Não é por mim, é pela Irene. - disse captando sua atenção.

   - Por que se importa com ela? - perguntou seco.

   - Por mais que ela não goste de mim, eu não tenho nada contra ela. E sei que é sua melhor amiga... - respondi.

   - Nós brigamos! - disse virando para janela.

   - Por que? 

   - Por sua causa! - nesse momento fiquei confusa. - Fiquei furioso depois que ela tentou lhe matar. Mas agora vejo que ela estava certa! Você não é quem eu pensava. Presa tanto pelos seus sentimentos, e não é fiel aos próprios! - o mesmo continuava seco. 

   Essa frase me chocou. Como assim? Ele me chamou de falsa? Todos esses dias eu fui inteiramente verdadeira com ele, me abrindo sobre meus sentimentos e tudo mais. E é assim que ele me trata?

   - Do que você está falando? 

   - Você sabe muito bem! - disse ficando irritado, mas ainda falava baixo.

   - Se eu soubesse não estaria lhe perguntando!

   - Ontem quando eu fui lhe pedir desculpas e vi o que aconteceu! 

   Ontem a noite? Só estive com o Mark na noite passada.

   - Eu e Mark conversando? - perguntei confusa. 

   - Agora ficar de abraços e dedais é apenas conversar... - disse dando uma risada sarcástica.

   Acabei rindo de verdade pela fofura de chamar "beijo" de "dedal" e por ficar com ciúmes de mim e do Mark. O mesmo me olha sério.

   - Do que esta rindo? 

   - De você! - dei uma pausa. - Mark me incentivou a conversar contigo. Se não fosse pelo incentivo dele eu ainda estaria de birra e não falaria contigo. Não tem nada entre eu e ele! - disse me aproximando do ciumento.

   - Tem certeza? - perguntou desconfiado.

   - Sim! Toda do mundo. - me aproximei dando um longo beijo em sua bochecha. - Eu realmente gosto de você, Jeno! 

   Vi ele ficar super vermelho nesse momento.

   - Bom... E o plano? - perguntou se virando pra mim.

   - Só falta você para fazer a divisão! 

   - Então o que estamos esperando?

   Voltamos até os meninos e todos pareciam apreencivos, mas ao verem Jeno comigo se aliviaram. Agora era a hora de começarmos as coisas de verdade! Jeno deu uma olhada novamente no nosso plano e aprimorou um pouco. 

   - Okay, antes precisamos procurar algumas coisas. - começou o louro. - Mark, Haechan! Vão pegar nossas armas. Jaemin! Vá até a aldeia, pegue a erva com Kyla e traga ela também. Ela é ótima em combate. Agora aos outros, vão para a floresta e peguem a maior quantidade de pózinho mágico que conseguirem.

   Não entendi para que serviria, mas então o fizemos. Renjun, eu, Chenle, Jisung e Woojin nos espalhamos pela floresta e procuramos pedir as fadas. Passei por arvores lindas que ainda não havia notado, porém cautelosa para não acabar me perdendo. Mas acabei falhando nesta tarefa, pois depois de exatos cinco minutos de pensar nisso, a primeira coisa que eu fiz foi me perder. 

   Que legal, (S/N), você é um gênio mesmo!

   Andei um pouco tentando me achar, quando de repente uma corda se enrosca no meu tornozelo e me puxa para o ar, me deixando de cabeça para baixo, sorte que o vestido tinha um short por baixo. Estava mais confusa do que assustada, até que avistei os piratas de Siwon vindo até mim. Principalmente aquele de cabelos longos que me segurou na gruta. 

   Agora estava assustada!

   Eles cortam a corda e eu caio no chão com tudo, com certeza acabo por fazer um machucado em meu rosto, pois caí de cara mesmo. Eles me prendem e põe um pano em meu rosto. Sabia o que havia alí, então evitei me desesperar e respirar. Mas foram insistentes, então acabei inalando a substância e assim eu adormeci. 

   Meu medo agora era maior, pois não sabia o que fariam comigo. Será que os meninos sentiriam minha falta e iriam me resgatar? Será que eu iria morrer? Eram perguntas que passaram em minha mente antes de apagar de vez, e acordar em um lugar rústico de madeira cheia de umidade. Estava em um colchão de casal macio de panos de ceda vermelhos os cobrindo. 

   Onde eu estava agora?

   Me levantei e me atrevi à explorar o local. Nas estantes não haviam nenhuma fotografia ou algo para ser identificado de fato. Apenas umas garrafas de rum e armas brancas pequenas e diversas. Vi que havia uma caixa de jóia que estava escrito 'Siwon'. Então eu estava no quarto do própio?

   Um dos marujos entra no quarto, este era bonito. Velho (na sua casa dos 30), porém bonito. Rapidamente eu pego uma das facas que estavam naquele conjunto e escondo em minha saia Ele sorri sereno ao me ver, poré nada nele me faria abaixar a guarda. Pois eu estava no quarto de uma pessoa que quis me matar. 

   - Senhorita, que bom que acordou! - disse com uma voz doce. - Eu sou Kyuhyun, estou aqui para leva-la até o capitão Siwon. Ele está lhe aguardando para o jantar, me acompanhe.

   No caminho ficamos em total silêncio. Ele me levou até uma sala de jantar repleta de frutos do mar. Por mais que tivessem comidas que eu amo ali, eu realmente não me sentia atraída por nenhuma. Vai saber o que este louco pôs nelas. Me sentei em uma das pontas da mesa e Kyuhyun logo se retirou.

   Não tive muito tempo de reparar ao meu redor, pois o capitão aparece na sala.

   - Senhorita (S/N)! É um prazer conhecer a primeira menina perdida! - disse pegando minha mão para beija-la.

   - Perdoe-me pois eu não sinto o mesmo em relação ao senhor. - disse fria.

   - Ó sim! Provavelmente ouviu coisas sobre mim, certo? Coisas nada agradáveis.

   - Pode ter certeza que sim! 

   Ele abre um sorriso demoníaco e senta do outro pólo na mesa. Ele me olha por um tempo, então retorna a falar. 

   - Soube que tens algo muito importante consigo, senhorita (S/N). Algo realmente importante. 

   - O que seria? - perguntei. 

   - A admiração de Jeno e Mark. O que não durará muito, então terei que usa-la enquanto é valida. - deu uma leve risada. 

   - O que quis dizer com isso? 

   - Bom, eles são crianças, duas eternas crianças. Eles apenas querem diversão. Você pelo que eu vejo, é muito diferente. Você não tem o perfil para isso, você quer crescer. Se tornar uma mulher, ter um emprego, viver de verdade... Não estou certo?

    Tive que me entregar, ele estava certo nesses pontos. Então realmente estava me iludindo? Essa amizade era temporária. Me senti mal no momento, então deixei meu rosto abaixar e minha respiração cair.

   - Ó não! Ela não sabia da verdade! Isso dói não é mesmo? Valorizar alguem e não se sentir valorizado... Já senti isso também. 

   Realmente, eu estava triste, mas outra metade estava odiando esta situação. Ele realmente sabia o que falava. E essas verdades doiam.

   - O que você acha de um rum para relaxar? - me perguntou Heechul. 

   - Eu sou uma criança! - disse como se fosse óbvio. Quem daria bebida assim a alguém da minha idade? 

   - Prefere vinho? - perguntou rindo.

   - Heechul. Deixe-nos! - começou Siwon. - Bom, mas eu irei lhe dar uma chance, de se vingar disso. Me diga onde está o esconderijo deles! - o olhei ofendida.

   - Essa oferta é tentadora. Mas não vou por todos os meus amigos em risco, por causa de uma pessoa só. - concluí olhando para o lado.

   - Então sinto-lhe informar, mas essa será sua última noite na terra do nunca...

   Após isso eu sinto novamente um pano em meu nariz. Assim apago de novo. Acho que dessa vez era pra valer, eu vou morrer! 

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