História New Love (Reescrita) - Capítulo 8

Abri os olhos encarando o quarto escuro, eu não estava conseguindo respirar, imagens começaram a parecer na minha mente como cenas de um filme passados em velocidade aumentada, Jacob corria em direção a floresta entrando no meio das árvores para que ninguém o visse, e provavelmente ninguém veria mesmo pois a chuva não dava trégua, mas eu o via perfeitamente, ele começou a se movimentar mas antes que pudesse fazer qualquer coisa foi surpreendido por um vulto que o acertou em cheio o jogando longe, mas no lugar onde ele deveria ter caído havia um enorme lobo com pelos castanho avermelhado em pé rosnando, mais vultos pareceram cercando o lobo, logo esses vultos se tornaram pessoas e elas riam e zombavam do logo pois estavam em maior número, em um sincronismo perfeito eles se revezavam para atacar o lobo que se defendia com maestria, mas ele estava em desvantagem, um dos vultos conseguiu atingir o lobo novamente o fazendo se chocar contra uma árvore, e antes que ele pudesse se recuperar outro ataque veio e mais outro, eles iriam mata-lo e pareciam se divertir com isso, de repente tudo parou os vultos se afastaram rapidamente deixando agora o lobo caído no chão inconsciente e aos poucos ele foi tomando a forma humana agora ele era apenas Jacob novamente.

Me sentei na cama desesperada, olhei para o chão onde Jacob deveria estar dormindo e ele não estava ali, a porta do quarto estava aberta, levantei da cama rapidamente, algo em me dizia que eu precisava acha-lo antes que fosse tarde demais, sai do quarto o mais rápido possível, o som de um uivo preencheu o silêncio me fazendo apressar o passo, ao chegar na varanda avistei Jacob próximo as árvores.

— Jacob! — gritei o mais alto que pude, sentindo minha garganta doer, ele parou de andar e me olhou confuso

— Sophie? — ele parecia não acreditar que eu estava ali, rapidamente ele veio até mim me impedindo de segui-lo.

— Não vai! — pedi com a voz baixa, o desespero crescia dentro de mim, minha visão estava embaçada devido as lágrimas.

— O que houve? —senti ele apoiar as mãos em meus ombros me fazendo relaxar momentaneamente.

— Não vai, por favor! Fica! — me aproximei dele e passei os braços em volta do seu corpo o apertando fortemente, ele retribuiu o abraço e ficamos assim por alguns minutos antes dele se afastar de mim

— Vem vamos entrar — ele sugeriu e eu concordei o puxando para dentro da casa, ele tomou a frente e guiou nossos passos até o quarto, ao entrar no mesmo fomos até a cama onde ele fez eu me sentar e se sentou ao meu lado.

— Pronto, eu estou aqui. Não vou sair do seu lado, mas você precisa me dizer o que aconteceu — mantive meu olhar fixo em minhas mãos, eu não sabia o que dizer, como eu iria dizer para ele o que eu havia visto, como eu explicaria para ele se não conseguia nem explicar para mim mesma?

 — Eu não sei o que aconteceu, talvez foi um sonho e uma sensação ruim. Minha cabeça está doendo muito. — levei uma das mãos até a cabeça, eu sabia que não tinha sido um sonho, tinha certeza que estava acordada e também sabia no fundo do meu coração que ter acreditado no que eu vi e o impedido foi a coisa certa a se fazer.

— Vamos fazer assim, você deita e tenta dormir novamente e amanhã me conta o que sonhou — o olhei desconfiada, eu não iria simplesmente deitar e dormir pra ele sair logo depois.

— Só se você se deitar comigo! Não quero que aproveite o fato de eu dormir para você sair — fui sincera e firme em minhas palavras, Jacob só sairia desse quarto amanhã de manhã.

— Tudo bem, não vou discutir. Vou no banheiro trocar de roupa pois novamente estou molhado e já volto — ele se levantou da cama e caminho até o guarda-roupa, me levantei também e corri até a porta a trancando com a chave, retirei a chave da fechadura e ele me olhou espantado.

— O que você está fazendo? — ele se aproximou de mim, apertei a chave em minha mão sentindo ela marcar minha pele.

— Você não vai sair desse quarto até amanhã cedo! — respondi o encarando.

— Mas eu preciso me trocar! — ele apontou sugestivo para a roupa molhada.

— Se troca aí mesmo, eu fecho os olhos — sorri pra ele que me encarava incrédulo. Caminhei até a cama e me sentei na mesma, levei a mão livre até o rosto tapando os olhos, ouvi ele rir desacreditado.

— Pronto, pode olhar — ele falou alguns minutos depois, tirei a mão dos olhos o encarando, ele sorriu e caminhou até a cama.

— Vamos deitar, teimosa já está tarde e amanhã temos muito o que conversar — ele se deitou na cama com as costas viradas para a parede, me deitei ao seu lado, tentei ficar o mais longe possível dele mas a cama de solteiro impedia o processo, estiquei tentando alcançar a escrivaninha mas ela estava mais longe do que o que eu imaginava, estiquei o corpo até alcança-la colocando a chave ali em cima, mas não tinha força suficiente para voltar e agora eu estava literalmente pendurada com parte do corpo na cama e uma das mãos na escrivaninha, ouvi a risada e Jaocb e logo senti uma suas mãos em minha cintura automaticamente meu corpo se arrepiou com o toque dele, com sua ajuda voltei para a cama sem maiores problemas, pensei em agradecer mas não disse nada e nem conseguiria dizer nada, provavelmente minha voz não sairia pois  a mão dele ainda estava em minha cintura, me virei na cama ficando de frente pra ele.

— Não acho que devamos informar essa parte ao seu irmão — ele brincou me fazendo rir.

— Você não é o primeiro cara com quem eu divido uma cama — falei normalmente

— Como é? — sua mão que estava na minha cintura apertou fortemente o local.

— Primeiramente você está me machucando — ele afrouxou o aperto em minha cintura.

— Eu já tive um namorado quando morava em Londres — ele me encarava, eu sentia sua mão que estava na minha cintura tremer suavemente

— E vocês dormiram juntos? — suspirei e concordei e ele apertou novamente a minha cintura

— Você está me machucando de novo — reclamei baixinho

— Desculpa — ele sussurrou

— Será que a gente pode dormir, minha cabeça está doendo muito — ele sorriu e me puxou para mais perto me abraçando, apoiei a cabeça em seu peito fechando os olhos.

Acordei sentindo a claridade incomodar meus olhos, tentei me virar na cama mas algo me impediu abri os olhos e dei de cara com Jacob me encarando com um sorriso bobo nos lábios, o mesmo sorriso que ele tinha quando me viu pela primeira vez.

— Bom dia — falei levando uma das mãos até o rosto, esfregando os olhos.

— Bom dia — ele ainda mantinha um sorriso bobo nos lábios.

— Eu estava esperando você acordar pra irmos pra sua casa, Rachel veio avisar que Sam ligou — concordei com ele, senti ele afastar sua mão da minha cintura, me levantei da cama e ajeitei a roupa que estava toda amassada, olhei para ele que se levantava também.

— Eu vou ao banheiro escovar os dentes e ver se tem uma escova nova para você — concordei com ele e o observei sair do quarto, olhei em volta procurando meu sapato e o achei no quanto perto da porta, mas ele estava molhado e não seria legal usar, deixei ele onde estava e me sentei na cama esperando Jacob retornar.

— Aqui! — ele falou entrando no quarto minutos depois, em sua mão havia uma escova de dentes nova, me levantei da cama e caminhei até ele pegando a escova de dentes de sua mão, sai do quarto e caminhei até o banheiro entrando no mesmo e fechando a porta, m direcionei até a pia e escovei os dentes, lavei o rosto e aproveitei para fazer o coque frouxo no cabelo, peguei a escova e sai do banheiro, ao voltar par ao quarto encontrei Jacob me esperando na porta, ele pegou a escova de minha mão e a colocou sobre a escrivaninha.

— Vamos tomar café na sua casa — ele informou e eu concordei, calcei o chinelo que a Rachel me emprestou e caminhamos pelo corredor em direção a saída, me encolhi assim que Jacob abriu a porta, estava frio, muito frio e eu estava usando um short curto e camiseta, pelo menos o caminho até em casa seria rápido, comecei a caminhar ao lado de Jacob em direção a minha casa, cruzei os braços passando as mãos sobre os braços tentando me aquecer, alguns segundos depois senti Jacob me puxar para mais perto, passando um dos braços em cima do meu ombro, ele estava quente, parecia que estava com febre, mas resolvi não questionar o motivo, pelo menos não agora.

Caminhamos por mais alguns minutos e logo já era possível ver a minha casa apressei o passo e Jacob me acompanhou logo estávamos subindo os degraus da varanda, abri a porta e encontrei Sam, Leah, Seth e Embry na sala, o cheiro de pão assando no forno me atingiu fazendo meu estomago roncar, entrei em casa com um sorriso nos lábios, passei direto pela sala indo em direção ao meu quarto a fim de colocar uma roupa quentinha. Entrei no quarto fechando a porta logo atrás de mim, fui até o closet e peguei uma calça de moletom e um casaco de moletom, voltei para o quarto, tirei o short que Rachel me emprestou e coloquei a calça de moletom, continuei com a camisa de Jacob e vesti o casaco, calcei uma pantufa quentinha e sai do quarto voltando para sala, o pessoal ainda estava sentado esperando pelo café da manhã, olhei na direção da cozinha e Jacob e Sam conversavam a expressão do meu irmão era de pavor e surpresa.

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Assim que chegamos a casa de Sophie ela se direcionou ao quarto para se trocar e Sam me encarou, com um movimento da cabeça ele me indicou a cozinha enquanto se levantava do sofá, caminhei logo atrás dele pra cozinha,  me sentei em uma das cadeiras e ele se sentou de frente para mim.

— Por que não respondeu o chamado ontem? — ele perguntou sendo direto.

— Porque sua irmã não deixou — ele me olhou confuso

— Eu vou explicar antes que pergunte, estávamos dormindo quando ouvi o uivo, levantei do chão onde eu estava dormindo e sai de casa, quando eu sai sua irmão continuava deitava na cama dormindo, mas quando eu estava na metade do caminho entre minha casa e a mata ela gritou meu nome, eu não podia ignora-la pois ela estava me vendo, então eu voltei pra casa e ela estava na sacada me esperando quando me aproximei dela ela estava branca, tremendo e chorando. Ela pediu aos prantos para eu não ir, me abraçou e eu não pude fazer nada Sam, além do imprinting não deixar eu recusar um pedido dela, ela também não me soltou até entrarmos em casa, e quando perguntei o que havia acontecido ela disse que foi um sono ruim ou um pressentimento ruim, ela não me soltou a noite toda, e eu sabia que vocês poderiam dar conta do que quer que fosse sem mim. — ele prestava atenção em tudo o que eu falava e no final ele estava confuso e surpreso.

— Cara, eu não sei se fico preocupado ou aliviado, meu Deus. Jacob ontem na ronda nós fomos surpreendidos pelos Cullens caçando um vampiro que havia invadido a casa de Isabella, só que ele não estava sozinho, então eu chamei reforço pois os vampiros ficavam indo de um território ao outro, mas quando eu chamei reforço Edward leu a mente de um dos vampiros, eles não estavam sozinhos, eles fizeram uma emboscada para um de nós. — agora eu não estava entendendo nada

— Como assim uma emboscada? — passei uma das mãos pelo cabelo

— Eles tinham dois propósitos, um pegar o cheiro da Isabella para ele ser reconhecido por outros vampiros, e um grupo isolado de cinco vampiros estavam na espreita esperando próximo a reserva, eles tinham ordens para atacar você, porque eles estavam próximos a sua casa esperando por você, mas quando você não apareceu eles foram atrás de se encontrar com os outros, conseguimos pegar alguns vampiros, mas os outros fugiram pelo mar — eu estava chocado.

— Então sua irmã salvou a minha vida — ele concordou

— Mas como ela fez isso? — ele perguntou, abri a boca para responder mas nada veio na minha cabeça.

— Vocês só vão saber se perguntar — Emilly falou enquanto colocava a assadeira de pão recém saído do forno sobre a mesa, logo o pessoal se juntou a nós na cozinha, Sophie se sentou ao meu lado e sorriu na minha direção, sorri de volta, observei ela pegar um pão quentinho, cortar ele no meio e passar um pouco de manteiga nele, peguei um copo e coloquei um pouco de açúcar e chocolate em pó e depois acrescentei leite no copo e com uma colher misturei o líquido, senti alguém me olhar e me virei para encarar Sophie, ela olhou de mim para o copo e do copo para mim, sorri e entreguei o copo de leite para ela, pegando outro copo para mim e repetindo o processo, peguei um pão e passei manteiga no mesmo começando a comer, mantive meu olhar em Sophie mas sem chamar sua atenção, essa situação estava me deixando preocupado o que havia acontecido na noite anterior era preocupante.

Depois de tomarmos o café o pessoal saiu para fazer suas coisas e Emily foi ao mercadinho fazer compra, sendo assim restava apenas, eu, Sophie e Sam em casa. Estávamos na sala divididos entre o sofá e a poltrona, o silêncio era estranho, ninguém sabia o que falar ou por onde começar o assunto.

— Sophie, contei ao seu irmão o que aconteceu na noite passada e você me disse que iria me contar o seu sonho, então estamos aqui prontos para ouvir — segurei sua mão a olhando atentamente, ela me encarou confusa, e suspirou enquanto apertava a minha mão com certa força depois olhou para seu irmão.

— Eu não sei bem o que aconteceu, eu ouvi um barulho muito alto pode parecer loucura, mas era um uivo, mas parecia que eu ainda estava dormindo porque imagens invadiram a minha cabeça, era como um filme e eu assistia ele de longe, eu vi o Jacob saindo de casa, entrado na mata e sendo atacado por várias pessoas que não pareciam pessoas, porque pessoas normais não são rápidas assim, mas do nada Jacob sumiu e no lugar dele havia um enorme lobo com pelo castanho avermelhado — apertei sua mão quando ela falou do lobo no sonho.

— Ai minha mão, já não basta o roxo que deixou na minha cintura — Sophie reclamou me fazendo soltar a mão dela.

— No final do sonho o lobo estava caído no chão e os outros foram embora rindo, o lobo voltou a forma humana, voltou a ser você — ela me encarou me fazendo engolir seco

— E quando tudo voltou as claras eu olhei pro chão onde você deveria estar dormindo e você não estava lá, e ai ouvi outro uivo e a porta da frente sendo aberta e eu só sabia que deveria ir atrás de você — ela continuou me olhando, desviei meu olhar para Sam que nos encarava preocupado. 

— Provavelmente foi apenas um sono mesmo, mas nos avise caso aconteça de novo — Sam se levantou e caminho até nos dando um beijo na testa de Sophie, e sai em direção a porta dos fundos, ele tentava ao máximo fingir que não havia ficado abalado com toda essa história, e eu sabia que depois dela contar o que se tratava o sonho teríamos que conversar novamente, porque como uma pessoa vai sonhar com algo que nunca viu, ela não sabe sobre os lobos, ela nunca viu minha forma lupina e agora consegue descrever até a cor dos meus pelos graças a um sonho, mas e se não for um sonho, porque ela sonhou com algo que iria acontecer, ela viu a emboscada, ela viu eu me ferindo e salvou a minha vida mesmo sem saber que o que viu poderia acontecer, isso definitivamente não foi um sonho, isso me lembra algo.

— Eu já volto — me levantei do sofá e fui atrás de Sam.

— Sam — chamei sua atenção e ele parou de cortar o tronco de árvore para fazer lenha e me olhou

— Lembra quando a Isabella descobriu sobre nós e revelou pra gente que alguns dos Cullens tem dons, então agora sabemos que o Edward pode ler mentes, Jasper manipular as emoções e a Alice tem visões do futuro, Sam eu acho que o que a Sophie teve não foi um sonho e sim uma visão — ele me encarava sem falar nada.

— Não sei Jacob, isso parece impossível. Minha irmã não tem nem os genes dos lobos como nós de quem ela herdaria tal coisa? — ele passou as mãos pelos cabelos

— Não sei a origem, e nem se a minha teoria está certa, mas o que aconteceu parece muito com o dom da sanguessuga baixinha, pensa só sua irmã nunca viu nenhum de nós na forma lupina e do nada ela sonha comigo me transformando em um lobo e sabe até a minha cor, sem falar que ela viu os sanguessugas me atacando nesse sonho e ela não sabe da existência de nada disso. — ele continuava me encarando e parecia pensar e repensar na situação.

— Se for isso mesmo, vamos ter que contar pra ela. Se forem visões o que ela está tendo isso pode acontecer num momento em que ela vai estar acordada, durante o dia e vai saber que não é um sonho, então se a gente contar pra ela sobre os lobos e os vampiros vamos poder falar do dom da Alice, e esperar para ver se acontece novamente — eu não estava nem um pouco preparado para contar toda a verdade para Sophie.

— Pode ser que você esteja certo, mas vamos deixar a história do imprinting fora disso. Ela acabou de chegar, já fui atropelada, agora vai descobrir que o cara que a atropelou é um vampiro, vai descobrir que somos transfiguradores e nos transformamos em lobos enormes e ainda vai ter que lidar com o fato de que ela pode vir a ter visões com certa frequência e sem saber o porquê isso acontece com ela, não precisamos contar pra ela que eu estou preso a ela enquanto nós vivermos, pelo menos não agora — ele me olhava desconfiado.

— Isso não está relacionado com a Isabella? — ele me encarava

— Não Sam — minha resposta foi firme, mas eu não sabia se acreditava tanto assim nisso.