História New News - Cool dads

-"Muito bem, por que você está aqui nessa casa e por que está tudo tão empoeirado?" -O Tae perguntou assim que abri a porta, e ele estava junto com sua irmã.

  Como a casa estava intacta, porém não muito agradável, chamei o Tae e sua irmã para me ajudarem a arrumar, até porque seria mais divertido do que fazer isso sozinho.

-"Oi tio Hobi" -A pequena veio até mim e me deu um beijo estalado na bochecha.

-"Oi princesa, então Tae, longa história" -Cocei a nuca e suspirei, ficava irritado só de pensar.

  Decidi que não iria mais voltar para casa, eu ficaria aqui, mesmo que fosse arriscado do meu pai me achar. Era o único lugar que eu poderia ficar sem ser a casa do Tae.

  Eu aceitava tudo vindo daquele velho, menos casamento arranjado, aquilo era incompreensível.

  Em que mundo, galáxia e universo paralelo eu me casaria com aquela víbora da Hwon Nah? Só de pensar me dá uns troços.

-"Certo, você me conta tudo enquanto arrumamos isso" -Ele saiu da casa e voltou com uma caixa enorme.

-"O que tem aí?" -Perguntei.

-"Tintas, achei que iríamos precisar, e pelo jeito vamos mesmo" -Disse fazendo uma careta e logo colocando a caixa no chão.

-"Vamos pintar" -A irmãzinha do Tae pulou animada.

  O Tae tinha trago tinta branca, vermelha e verde. Não sei se ele tinha comprado só para vir aqui, mas estavam todas novas, e eram latas grandes.

-"Você trouxe isso sozinho?" -Parecia muito pesado.

-"Eu não sou uma taça de vidro frágil" -Respondeu me dando língua.

  Começamos obviamente pela sala, arrastamos os móveis -tossindo bastante por causa da poeira- para podermos pintar as paredes. Escolhi pintar todas as paredes de branco, porém com uma parede vermelha.

  Nos sujamos bastante, principalmente a irmã do Tae, que ficou com mais tinta que a própria parede, mas era muito fofa. Ainda bem que o Tae é prevenido e trouxe roupas para trocar depois.

  Depois que pintamos, esperamos secar, mas enquanto isso fomos tirando o pó dos móveis. Sorte que o sofá estava com um plástico por cima, então estava quase como novo.

  Tinha dois sofás, um grande e outro menor, e eram em um tom meio creme,e  pelo o que eu me lembrava, era daquelas que virava cama.

  Havia também uma estante, uma mesa de jantar com cadeiras e tudo, resumindo, era uma casa praticamente pronta.

  Só que com muito pó, me senti um fastasma em uma casa abandonada.

  Como meu pai faz questão de gastar dinheiro, ele não se importou em deixar tudo ali, simplesmente comprou mais móveis para a casa nova.

  Melhor para mim, pensei

  Depois fomos para o quarto maior, que era dos meus pais, e decidi ficar lá. Fiz a mesma coisa da sala, porém com uma parede verde, já que era minha cor preferida.

  Eu teria que comprar um colchão novo, mas isso não seria problema. Todos os móveis estavam intactos, e o banheiro também, só o chuveiro estava ruim, então tive que sair rápido para comprar um novo.

  Acho que não preciso dizer que eu era uma negação em colocar um chuveiro, quase inundei o banheiro, mas no final deu tudo certo.

-"Ta de cabeça para baixo, a não ser que você seja o homem aranha, não vai dar certo" -O Tae estava com as madeixas roxas molhadas -por minha causa, vale dizer- e tirava o excesso de água do rosto.

  Franzi o cenho e olhei para o chuveiro. Estava de cabeça para baixo mesmo, suspirei e fui a luta para deixar certo.

  Ficamos o dia todo arrumando, pintando, varrendo e concertando algumas coisas. Já estava de noite quando terminamos, ainda faltavam coisas como panelas, mas isso eu poderia comprar no dia seguinte.

  Também precisava comprar eletrônicos, definitivamente morar sozinho era caro, mas seria o melhor para mim.

  Me joguei no sofá já limpo, estava muito cansado, e a irmã do Tae já dormia no outro sofá, enquanto o mesmo estava sentado no chão.

-"Ei Hobi" -O mais novo me chamou, o olhei. -"Acho que já pode falar por que veio para cá"

  Certo, ainda não tinha contado. Não queria que ele soubesse disso, mas esconder seria pior, ele deveria saber.

-"Meu pai quer que eu case com a Hwon Nah" -Fui direto, não queria enrolar, seria uma tortura para nós dois.

-"Como é que é?" -O Tae se levantou e veio até mim, com uma expressão nada boa -"Olha só eu sei que ele é seu pai, praticamente meu sogro, mas estou com vontade de dar um tapa nele" -Não pude deixar de rir.

-"Eu sei que você quer muito jogar ele da janela, certo?" -Perguntei e ele balançou a cabeça confirmando.

  Sorri e o abracei forte, nem em um milhão de anos, nem em outro planeta, preferiria outra pessoa sem ser ele, ninguém me fazia tão bem quanto ele.

-"É por isso que fugi, não quero me casar com ninguém sem ser você" -O rosto dele ficou vermelho.

-"Certo, eu acho bom mesmo, por que se eu descobrisse, quem ia ser tacado da janela seria você" -Disse apontando para mim e rindo em seguida.

-"Acorda sua irmã, pede para ela ir tomar um banho para irmos comer alguma coisa" -Me levantei e estalei as costas. -"E você também precisa de um"

  O mais novo estava todo sujo, tinha tinta até no rosto e no cabelo, sabe aquelas crianças de três anos que brincam com tinta? Era como ele estava.

  Depois que tomamos banho e trocamos de roupa, fomos para uma lanchonete perto dali. A irmã do Tae segurou nossas mãos e ficou super animada para sair com a gente, nem parecia que estava dormindo antes.

  Quando chegamos, pedimos hambúrgueres diferentes, e assim como da outra vez, o Tae pediu um grande, ainda não sei como ele aguenta aquilo. A irmã dele pediu o menor de todos e eu um mediano.

  Eu fiquei de um lado da mesa junto com o Tae, e a irmã dele do outro, que ficava balançando os pés por debaixo da mesa e comendo feliz.

  De repente uma senhora simpática chegou até nós e sorriu.

-"É filha de vocês?" -Perguntou enquanto afagava os cabelos da pequena.

  Quase me engasguei e ri baixo, olhei para o Tae ele estava ajeitando as madeixas roxas, sorrindo igual um bobo. A pequena riu também.

-"Sim, eles são os papais mais legais do mundo" -Disse com um sorriso largo.

  Eu fiquei a olhando com a boca entre aberta, e o mais novo estava quase roxo -igual o cabelo- de tanto prender o riso.

-"Ela é um amor, parabéns pela família" -A senhora ficou encantada e logo saiu, acenando. Nós acenamos de volta e logo fitei a irmã do Tae, que estava rindo sem parar.

-"O que foi isso?" -Perguntei rindo.

-"Maninha, de onde você tirou isso hein? Nós não somos seus pais" -O Tae colocava as mãos no canto da boca de tanto rir.

-"Mas vocês se amam e cuidam de mim, então se eu quiser chamo vocês assim" -Ela deu língua e voltou a comer seu pequeno sanduíche.

  Não pude deixar de conter o sorriso que brotava nos meus lábios, ela era tão preciosa e inocente, com certeza se eu fosse seu pai de verdade, iria cuidar muito bem dela.

  Depois daquela cena, o "papai" Tae ficou me olhando muitas vezes, como se fosse falar algo mas deixasse para lá.

  Dei um selinho rápido nele,e logo senti algo na minha cabeça, olhei para a mesa e era uma bolinha de papel, olhei a irmã do Tae, que estava com uma carinha brava, porém com um sorrisinho.

-"Não beija o papai Tete na minha frente, papai Hobi" -Disse brincando.

-"Desculpa, filhinha" -Respondi e apertei suas bohechas.

  Quando terminamos, saímos da lanchonete e voltamos para a minha casa, já que eu iria os levar até a deles de carro, porque já estava tarde.

  Quando já estávamos no carro, fomos ouvindo música e cantando, a irmã do Tae cantava bem, mesmo não sabendo a letra toda.

-"Chegamos" -A pequena disse assim que parei em frente a casa deles, já abrindo a porta do carro e saindo.

-"Obrigado por me ajudar" -Sorri e o Tae retribuiu.

-"Sem problemas, e acho que você morar sozinho tem umas vantagens"

-"Perai o que quis dizer?" -Perguntei rindo.

-"Fica no ar" -Deu um sorriso quadrado e me deu um selinho, saindo do carro em seguida.

  Assim que o mais novo saiu, a irmãzinha dele cutucou o braço dele e ficou rindo. Como ela pode ser tão fofa?

Taehyung POV

  Mesmo que já tenha tomado banho na casa -nova/antiga- do Hobi, decidi tomar mais um assim que cheguei em casa.

  Tomei um banho morno, para ver se relaxava meus músculos. Ficar o dia todo pintando paredes, limpando e arrastando móveis tinha me detonado.

  Coloquei meu pijama, o mais confortável de todos e me joguei no sofá. Não sou muito de ver doramas, o Hobi que assiste mais do que eu, mas o Marriage, Not Dating era legal.

  Os meus pais já estavam dormindo, eles sempre chegam cansados do trabalho, já me acostumei com isso.

  Fiquei comendo uma barra de chocolate quando minha irmã chegou pulando na sala com seu unicórnio de pelúcia. Em falar nela, acho que esqueci de dizer que seu nome era EunJin, um nome fofo, combina com ela.

-"O que você tá vendo?" -Perguntou já se sentando do meu lado.

-"Aquele dorama que eu to gostando, e por que ainda não está dormindo?" -Fingi uma cara de bravo.

-"To sem sono, quero chocolate" -Suas mãozinhas foram até a minha barra e pegou um pedacinho.

-"Que abuso" -Ri. -"Quer ficar vendo comigo até ficar com sono?" -Perguntei e a pequena assentiu, chegando perto de mim e deitando no meu colo.

  Não tinha passado nem dez minutos e ela dormiu, abraçada com o unicórnio. Esperei o dorama acabar e a levei até o quarto, ela estava tão cansada quanto eu.

  A cobri e apaguei as luzes, também precisava dormir, ainda bem que ainda estava de férias, senão estaria ferrado.

  Fui para o banheiro, afinal não iria dormir sem escovar os dentes depois de comer chocolate. Me olhei no espelho e vi meu colar de concha.

  Segurei ele e sorri, algo tão simples como uma pequena concha achada na areia, me lembrava de alguém tão especial.

  Que coisa gay, pensei e sorri largo.

Hoseok POV (dia seguinte)

  Acordei com um pouco de dor, afinal tive que dormir no sofá, mesmo sendo daqueles que vira cama, não era tão confortável quanto uma cama, precisava comprar um colchão logo.

  Me levantei e estalei todos os ossos do meu corpo. Não tinha nem comida, precisava ir no mercado.

  Morar sozinho é difícil

  Tomei um banho rápido e coloquei qualquer roupa, se eu quisesse continuar vivo, precisava comer.

  Mais uma coisa que notei: estava usando bastante o meu carro.

  Desse jeito vou ter que começar a trabalhar, mesmo que a minha conta tenha bastante dinheiro, e que seja depositada uma grande quantia todo mês.

  Também será um desafio para mim.

  Antes que eu fosse no mercado, precisava comprar pelo menos o básico, como panelas, um microondas, e outras coisas que todos já conhecem.

  Era a minha primeira vez em um mercado sozinho, quando eu era pequeno, ia com a minha mãe, mas depois que ela morreu as empregadas compravam.

  Lembro que sempre pedia para comprar biscoitos e doces, e ela sempre comprava, mas com moderação.

  Comprei coisas que eu realmente como, não endoidei para comprar besteiras.

  Certo, comprei algumas, talvez muitas.

  Mas também levei comida de verdade.

  O problema era, eu não sabia cozinhar. O que eu ia fazer? Não conheço ninguém que sabe cozinhar além da Minah e o Tae, e eu não iria voltar para casa nem ferrando, e o Tae provavelmente estava cansado de ontem.

  Minha mente refrescou e logo dirigi em direção ao lugar.

-"Hoseok, o que faz aqui?" -A mãe do Tae sorriu largo assim que me viu no restaurante.

  Os pais do Tae tem um restaurante, então óbvio que sabem cozinhar, e como eles são uns amores de pessoa, iriam me ajudar para que eu me virasse sozinho.

-"Queria pedir um favorzinho" -Sorri e juntei aos mãos.

  Eu achava que nada seria tão difícil quanto ensinar o Tae alguma matéria de física ou química, mas eu aprender a cozinhar era mais díficil.

  Não conseguia cortar as coisas direito, quase deixei a água queimar, e exagerei no sal muitas vezes.

-"Isso é difícil" -Resmunguei enquanto tentava fazer o milésimo lámen daquele dia.

-"É questão de prática, veja pelo lado bom, você não queimou a água" -O pai do Tae riu.

-"Acho que pelo menos está comestível" -A mãe do Tae contia o riso.

  Eu poderia ficar bravo, mas não conseguia, porque eles eram legais, e definitivamente estavam certos, então acabei rindo também.

  Quando finalmente terminei, peguei um pouco e dei para os pais do Tae provarem. Parecia um Master Chef de tão tenso que eu estava.

  Eles provaram e ficaram me olhando, com certeza estava horrível de novo.

-"Prova" -A mãe do Tae esticou um pouco do lámen para mim e eu comi.

  Estava bom, estava comestível.

-"Ai meu deus, eu consegui" -Coloquei as mãos para o céu e ajoelhei no chão.

  Mas espera, eu só tinha conseguido fazer um lámen, não iria viver só disso.

-"Vocês fazem quentinha?" -Perguntei choroso e eles riram.

...

  Cheguei em casa e fui direto para a cozinha, precisava por em prática o que aprendi, mesmo que fosse somente um lámen.

  Acabou que consegui fazer direito depois de duas tentativas, e fiquei feliz, só precisava aprender mais coisas e seria de boa morar sozinho.

  Me sentei no sofá e comi minha obra prima, coloquei uma música para tocar no meu celular, já que eu ainda não tinha uma televisão.

  Do nada ouvi a campainha tocando, suspirei e me levantei. Ajeitei meu cabelo, já que estava meio bagunçado e abri a porta.

  Quando vi aquela pessoa na minha frente, meu coração parou, creio que meus sentidos pararam totalmente.

  Aquela pessoa, a última pessoa que eu achei que veria.

  Cocei meus olhos, que já estavam encharcados de água e os pisquei repetidamente.

-"Mãe?"