Harry pov.
Estacionar o carro no campus era uma sensação arrebatadora.
Após um café da manhã cheio de risadas eu havia sido incumbido a tarefa de ser o motorista do novo trio. Sirius parecia muito emocionado com essa nossa amizade, dizendo que mesmo não estando no mesmo curso nós tínhamos a missão de fazer algo incrível. Tipo a arte final dos marotos parte 2. Minha mãe quase o matou de tanto tapa, então eu sentia que ela não concordava.
Era só uma sensação, sabe?
Encarei a entrada da faculdade, guiando o carro que havia ganho por ter passado em medicina lá, até a primeira vaga livre, estacionei e passei as mãos pelo volante com um sorriso. Podia repassar na minha cabeça o momento exato em que meu pai me surpreendeu naquela manhã. Ele havia colocado as chaves na frente do meu copo de café, sorrindo de lado e dando de ombros.
— Vai de carro hoje para levar seus amigos — ele disse de forma simples.
— Mas você vai trabalhar hoje, não precisa — eu respondi num tom sério, devolvendo as chaves para o meu pai, vendo ele revirar os olhos.
— Pega a droga da chave Harry, anda, vocês vão se atrasar — falou rabugento.
Encarei Ron com uma expressão curiosa, dando de ombros e acompanhando os dois até o estacionamento. Após tentar destravar o carro do meu pai em vão, viro para a porta da garagem com curiosidade, vendo meu pai rir e apontar para o quintal de Sirius e Remus com diversão. No quintal, eu podia ver a porta da garagem aberta onde Sirius alisava um bonito Jeep cinza que piscava os faróis de acordo com o botão do alarme que estava sendo apertado por mim.
Encarei meu pai de forma embasbacada, vendo ele sorrir de lado.
— Você merece. O tanque ‘tá cheio, é só mandar ver. Foi testado pelo próprio Sirius, então ele aguenta velocidade, mas não vá se matar — disse antes de sair da garagem, me deixando ser amparado por Rony e Draco que sorriam compartilhando minha felicidade.
— Você parece animado — Draco comentou, sentado no banco de trás, se esticando para colocar o rosto entre o meu banco e o de Ronald, porque sim, o ruivo usou os nossos vários anos de amizade para reivindicar o banco do carona.
— Claro que ele está animado, ele ganhou um carro novo — Rony falou empolgado.
— Isso não é normal quando se entra para a faculdade? — Draco parecia realmente curioso.
— Se você vier de uma família rica, sim. Eu ganhei a moto usada do Fred — Ron respondeu dando de ombros.
A verdade é que Rony só ganhou a moto por dizer que preferia a Harley usada que um carro, porque de acordo com ele, se quisesse usar um carro, podia pegar um emprestado de algum dos vários irmãos. E agora ele poderia pegar o meu também, o que só melhorava o argumento dele.
— Eu ganhei outro carro quando cheguei aqui — Draco disse dando de ombros também.
— Sua família tem mais de uma empresa multimilionária — falei com um tom calmo ao tirar o cinto.
— Outro carro? Você já tinha um? — Rony pergunta de forma abismada.
— Sim, ganhei o meu primeiro ano passado. Mas ele está na França, então minha mãe comprou outro — Draco comentou enquanto dava de ombros novamente, pegando nossas mochilas e saindo do carro.
— Então seu carro vai ficar lá na França? — Rony perguntou com curiosidade ao sair do carro.
— Não, estamos só esperando o navio chegar com nossas mudanças — Draco explicou ainda com o ar desinteressado, entregando nossas bolsas, deixando Ronald com uma expressão embasbacada.
Após ativar o alarme do carro, encarei meus dois amigos com um sorriso nervoso, arrumando os óculos no rosto e rindo baixinho.
— Estou nervoso — assumi.
— Respire fundo — Draco pediu ao se aproximar de mim, segurando em meu ombro com uma mão e acariciando o local com o polegar.
Mal sabia ele que quanto mais perto ele ficava de mim, mais minha respiração ficava confusa, tentando acompanhar as batidas do meu coração.
Maldito francês.
Tentei seguir seu conselho, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca, vendo Rony me estender a garrafa de água e tomando um gole da mesma.
— Nós vamos cada um para o seu prédio e, após a abertura, vamos nos encontrar na cafeteria para irmos para o trote juntos — Rony disse com um tom calmo, sorrindo de lado.
Sorri um pouco mais tranquilo ao entender que o ruivo queria me acalmar.
— Claro, queremos ver de camarote o seu último suspiro — Draco falou com diversão, desviando por pouco de um soco vindo do ruivo.
— Cala a boca, Malfoy.
Me despedi dos meus amigos, indo na direção do prédio onde seria a apresentação do curso de Medicina. Assim que cheguei lá, me sentei na segunda fileira, ao lado de um rapaz de cabelos escuros, um corte moderno e raspado na nuca, os olhos castanhos claro brilhando em curiosidade e um sorriso bonito.
— Oi. Você também é calouro de medicina, né? — Ouvi ele perguntar de forma animada.
— Sim, me chamo Harry Potter. Qual seu nome? — Perguntei ao me sentar ao lado do rapaz, deixando minha bolsa no meu colo.
— Theodore Nott. Também está ansioso? — O sorriso nervoso que o rapaz deu após apertar minha mão em um comprimento o denunciava.
— Muito. Minhas mãos não param de suar — respondi ao esfregar ambas nas calças, rindo de forma baixa ao ver que mais pessoas haviam chegado.
— Eu te entendo bem, tô segurando minha mochila por isso — comentou indicando a bolsa de um tecido escuro na minha direção e eu sorri.
Após alguns minutos de conversa fiada sobre nossos objetivos, descobri que Nott tinha o desejo de se tornar um cirurgião cardiotorácico como o pai, sorrindo ao dizer que era uma área muito interessante. Nott era um rapaz agradável, então não demorou até estarmos rindo de alguma coisa, combinando de ficar perto nas aulas e de nos incentivarmos a estudar.
Quando o reitor entrou juntamente com o diretor do curso e alguns veteranos, nós nos calamos e ouvimos atentamente toda a iniciação, sorrindo ao perceber a paixão que os educadores aparentavam ter com a disciplina. Após pouco mais de 1 hora ouvindo sobre nossos próximos 5 anos, saímos do auditório.
Agora seriam os trotes dos outros cursos, então Nott e eu combinamos de assistirmos juntos, afinal, eu estava ansioso para saber o que Fred e Jorge tinham planejado para Ronald, então eu iria encontrar meus amigos na cafeteria e iria seguir para o campus, mas eu não conseguia me despedir de Nott, então apenas o levei comigo. Havia adorado a companhia do rapaz e não ia negar. Ao chegar na cafeteria, vi Ronald conversando de forma animada com uma garota de cabelos castanhos cacheados e pele morena, ambos debruçados sobre um livro aberto e parecendo apontar coisas nas páginas.
— Ron? — Perguntei ao me aproximar do ruivo, vendo ele me olhar com um sorriso imenso e um brilho nos olhos.
— Ei, Harry. Esta é Hermione. Ela quem apresentou as matérias conjuntas — ele disse de forma empolgada ao apresentar a garota para mim.
— Olá, Hermione, eu sou Harry Potter. Você é veterana do Ron? — Perguntei após cumprimentar a garota com um sorriso, vendo ela negar com a cabeça e rir.
— Não, nós vamos ter algumas matérias em conjunto, mas eu estou no segundo período de Ciências Políticas — ela respondeu com um sorriso ao indicar o livro de gestão que segurava.
— Bom, é um prazer. Este é Theodore Nott, ele é calouro de Medicina — apresentei ao indicar o rapaz, vendo Rony o cumprimentar de forma animada.
— O que é que você está fazendo aqui? — Me virei ao ouvir uma voz grossa perto de nós, vendo um bonito homem negro ao lado de Draco.
Draco parecia ter entendido tanto quanto eu, porque encarava o rapaz com uma expressão confusa.
— Zab! Eu fiz um amigo, eu disse que ia conseguir fazer um amigo — Nott disse ao se levantar da cadeira, correndo para abraçar o moreno após apontar para mim de forma energética.
— Vocês são conhecidos? — Ron perguntou com curiosidade.
— Sim, nós somos primos. A mãe dele é irmã da minha — Nott respondeu após se afastar do homem, se sentando novamente ao meu lado.
— Hã. Este é Blaise Zabini. Ele é calouro de administração — Draco comentou após a confusão inicial passar, se sentando do meu outro lado com um sorriso.
— É um prazer conhecer vocês... — O moreno fez uma cara de confusão tentando questionar nossos nomes.
— Sou Hermione Granger. Ciências Políticas. Segundo período — a morena se apresentou de forma calma.
— Sou Harry Potter, medicina. Calouro — falei rindo baixinho, vendo os olhos do moreno se fixarem em Ron.
— Ronald Weasley, calouro de direito — Ron se apresentou com um sorriso simpático, não parecendo notar o olhar longo que Blaise dirigia ao ruivo.
Encarei Draco com uma sobrancelha erguida, vendo que ele parecia não entender a adoração no olhar do colega, me olhando sem entender.
— Estamos esperando o horário do trote? — Draco perguntou após pedir um copo de café para a garçonete, que anotara todos os pedidos antes de sair.
— Achava que estávamos comemorando os últimos minutos de vida do Ron — respondi de forma debochada, vendo o ruivo bater com a cabeça na mesa após deixar um gemido descontente escapar dos lábios.
— Como assim? — Zabini questionou ao ver a expressão triste no rosto do ruivo.
— Ron tem dois irmãos, Fred e Jorge, os gêmeos. São veteranos dele no curso de direito. Eles prometeram um mundo de dor para o trote, e bem, eles são muito criativos e perversos — falei com um tom calmo de quem não quer nada, sorvendo um gole do café e vendo o moreno concordar com a cabeça
— Entendo. Sinto muito — Blaise falou baixinho, encarando o ruivo com um olhar solidário.
— Eu estou bem. Eles não vão me matar — Ron soltou no mesmo tom.
— Tem certeza? — Draco perguntou com uma seriedade fingida.
— Não, mas confio na ameaça da minha mãe de colocar grades nas janelas deles — Rony tentou se acalmar, mas sem sucesso.
— Isso não quer dizer que eles não vão tentar, Ron — murmurei com pesar na voz, segurando a mão do meu amigo para lhe dar algum conforto.
— É aí que você entra, Harry. Meu herói. Apareça com o celular filmando e diga que vai mostrar para mamãe — Ron pediu mostrando ser sério, apertando minha mão com ansiedade.
— Você acha que isso vai funcionar? — Perguntei ao tentar conter uma risada.
— Você vai filmar de qualquer jeito, que pelo menos o vídeo sirva de algo — ele deu de ombros.
— Tem razão — falei com um sorriso malicioso.
— Está na hora — Hermione cantarolou ao guardar o livro em uma bonita bolsa, pegando seu copo de isopor e se levantando. — Vamos agora para não atrasarmos.
— Isso, vamos — Draco se levantou também, segurando meu copo para mim enquanto eu me erguia, sorrindo de forma bonita ao me devolver o objeto.
Draco, por favor, tenha piedade.
Saímos da cafeteria após termos pago nossas bebidas, indo na direção do campus e vendo os veteranos de cada curso parados em uma fileira com sorrisos desenhados nos lábios.
Era fácil reconhecer os gêmeos, pois ambos estavam vestidos com calças escuras e camisas de moletom, um usando a cor cinza e o outro, vermelho, ambos com as mãos nas costas e sorrisos maliciosos.
Ao nos reconhecer na multidão, os gêmeos sorriram ainda mais, acenando de forma carinhosa para Rony e mandando beijinhos no ar.
É, eles não vão matar o Ron.
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