História NEWTMAS:From Beginning to the End - Forgotten

Newt’s POV

 Os guardas me arrastaram até onde Zart e Winston estavam novamente. Chegando lá, eu tive que entrar na cela de vidro e esperar que preparassem a tal sala que Teresa havia pedido. Eu ficava tentando pensar o que me aconteceria, e cada vez eu pensava em algo pior. Eu queria entender porque a Teresa me odiava tanto, e eu com certeza perguntaria isso a ela depois.

  Fiquei preso na cela, e depois de alguns minutos os guardas voltaram e me obrigaram a injetar a benção no meu antebraço para que o fulgor não voltasse.

  ̶  Eu sempre reparei que a Teresa me olhava meio torto, mas eu preferia não dizer nada pra não pensarem que era ciúmes  ̶  dizia para Zart e Winston.

  ̶  Tenho medo do que eles possam fazer com você, Newtie  ̶  disse Zart protetor.

  Zart ainda aparentava ter um grande carinho por mim, talvez ele até confundisse um pouco as coisas mas eu sempre fingia que não entendia, afinal ele é só um amigo pra mim. Mas sinto muito por magoar ele, ele é uma boa pessoa.

  ̶  Toma cuidado Newt, pode ser muito perigoso, o CRUEL é muito imprevisível  ̶  disse Winston.

  ̶  Vou tomar, mesmo que eu não tenha muita escolha, eu vou lutar até o fim. Eu jamais serei fraco como a Teresa disse  ̶  disse eu determinado a enfrenta-la.

  ̶  Senhor Newton, por favor venha conosco  ̶  disse um dos homens do CRUEL entrando na sala.

  ̶  Boa sorte, Newt, se cuida  ̶  disse Zart.

  ̶  Cuidado  ̶  disse Winston.

  ̶  Obrigado gente  ̶  disse eu, enquanto os homens me tiravam da cela.

  Eles me levaram até uma sala cheia de macas de ferro, com alguma coisa pra por a cabeça dentro, uma espécie de recipiente.

  Teresa me esperava na sala, vestida em um jaleco branco, e seu cabelo preso. Ela estampava um sorriso no rosto com se gostasse de me ver sofrer.

  ̶  Olá novamente Newt. Está preparado?  ̶  disse ela.

  ̶  O que é isso Teresa?  ̶  perguntei.

  ̶  Vamos dizer que é apenas um presente de amigos. Algo que irei lhe dar pra mostrar que estou feliz de te-lo aqui conosco  ̶  disse ela entreabrindo os braços.

  ̶  Pare com esse cinismo, garota  ̶  disse eu já cansado dela  ̶  Já chega desses seus joguinhos.

  ̶  Tudo bem, Newt. Quer uma Teresa má, serei má então...

  ̶  Porque você me odeia tanto?  ̶  perguntei segurando minhas lágrimas, imaginei que aquele seria meu fim, e tudo que eu queria era uma chance de falar com Tommy uma ultima vez, apenas pra dizer o quanto eu o amo, e que ele é a pessoa mais importante da minha vida  ̶  O que eu fiz pra você me detestar tanto? Me fala, Teresa.

  ̶  Quer mesmo saber Newt, eu já lhe disse, eu nunca gostei de você. Esse seu jeito de bancar o garotinho inocente, implorando pra que todos sintam pena de você. Você é fraco, me enoja esse seu jeito ridículo e se portar  ̶  disse rude, cuspindo as palavras na minha cara.

  ̶  Tem que ter algo a mais, isso tudo não é motivo pra você me odiar, e eu não sou assim  ̶  disse eu me defendendo.

  ̶  Você é sim, Newt, e sabe disso. Esse seu jeitinho de coitado, seu olhar de cachorro abandonado enfeitiçaram ele de um jeito terrível, e ele passou a apenas enxergar você, querendo desesperadamente dar toda a atenção que você exigia. Porque o pobre Newt não podia fazer nada sozinho, o coitadinho do Newt, era fraco demais pra fazer qualquer coisa por si próprio e exigia cuidados dele, 24 horas por dia  ̶  disse ela.

  Foi aí que tudo fez sentido. Tudo isso era pelo Thomas, todo esse ódio que ela carregava era apenas porque ela queria o Thomas, mas ele gostava de mim, e não dela. Ela sempre quis que o Tommy a amasse desse jeito, dessa maneira que eu o amo. Mas ele nunca a amou assim.

  ̶  Teresa, tudo isso tem haver com o Thomas? Você me odeia por ele ter ficado comigo?  ̶  perguntei cauteloso.

  ̶  Eu tinha apenas uma missão, Newt. Eu devia fazer ele se apaixonar por mim, e acreditar em tudo que eu quisesse que ele acreditasse. Era pra eu e Thomas trabalharmos lado a lado no CRUEL, mas por causa de você ele desistiu de tudo. Por causa do coitadinho do Newt, ele abandonou a pessoa que mais cuidou dele desde sempre  ̶  disse ela.

  ̶ Então você não o amava de verdade, só queria que ele estivesse do seu lado  ̶  disse eu jogando na cara dela.

  ̶  Infelizmente tenho que admitir que uma parte de mim se apaixonou realmente pelo Thomas. Mas desde que você chegou no CRUEL ele me abandonou. Ele passou a ficar as 24 horas do dia dele ao lado do pequeno Newt, que todos achavam adorável. Mas eu sempre discordei, sempre te achei um coitado, um nada, que não ia durar um dia naquele Labirinto. E infelizmente, eu estava errada.

  ̶  Pelo amor de Deus Teresa, será que você se escuta? Olha o que você está falando. Eu fui o primeiro de nós três a chegar no Labirinto, e depois o Tommy, por ultimo você. Do que você está falando?  ̶  disse eu mais irritado.

  ̶  Você acha mesmo que foi apenas o Labirinto? Acha mesmo que isso tudo não teve um começo? Você não estranhou nem um pouquinho a velocidade em que você e o Thomas engataram um relacionamento meloso e nojento? Você é tão inocente quanto eu pensava, ou você só se faz, porque não é possível  ̶  disse ela quase gritando.

  ̶  V-Você, tá dizendo que, nós nos conhecíamos antes do Labirinto?  ̶  perguntei assustado.

  Teresa começa a bater palmas debochando de mim.

  ̶  Nossa, parece que finalmente se tocou. De verdade, Newt, você me cansa  ̶  disse ela.

  ̶  Eu não entendo, Teresa...

  ̶  Ai, quer saber? Já chega dessa conversa pra mim. Do jeito que você é burro, só eu te mostrando pra você saber.

  ̶  O-O que você vai fazer comigo?  ̶  pergunto assustado.

  ̶  Você verá...

  De repente sinto uma picada em meu braço, algo que injetaram em mim. Uma dorzinha aguda passa pelo meu corpo, e começo a ficar sonolento. Até que tudo se escurece.

   ̶  A vida de vocês irá mudar um pouco, mas eu prometo que ficará tudo bem crianças  ̶  diz uma mulher alta pra mim, e pra uma garotinha loira ao meu lado  ̶  Sonya, terá que se separar um pouco do seu irmão, pelo fato de vocês serem de idades diferentes. Mas eu prometo que vocês poderão se ver todos os dias, ok?

  A garota loira se dirige até minha frente e me abraça.

  ̶  Vai ficar tudo bem Newtie, quero que você fique bem, e se cuide ok?  ̶  disse ela se despedindo de mim.

  Sonya sempre fora mais forte que eu. Ela era determinada e confiante. Já eu, chorava muito, e era muito tímido.

  ̶  Aqui está tudo que você precisa pra se localizar, Newton. Acho que você pode achar tudo sozinho, eu irei acompanhar a sua irmã  ̶  disse a mulher levando Sonya pra longe de mim.

  Uma parte de mim quis chorar, pois sabia que Sonya era tudo que havia sobrado da minha família. Eu estava em um lugar completamente diferente, em um país que nem era o meu.

  Comecei a andar lentamente por aquele lugar enorme. Parecia mesmo uma escola e eu tinha que admitir, eu estava completamente perdido. Continuei andando até que me vi em um pátio, em que crianças corriam de um lado pro outro.

  Fiquei paralisado. Eu morria de vergonha de estar perto de tanta gente desconhecida. A maioria aparentava a minha idade, mas eu era pequeno demais em comparação aos outros.

  De repente duas crianças se aproximaram de mim. Uma garota de cabelos negros, e olhos muito azuis. E um garoto de cabelo castanho curto, e olhos da mesma cor.

  ̶  Oi, você é novo aqui não é? Qual seu nome?  ̶  perguntou a garota.

  ̶  N-Newt  ̶  gaguejei olhando pro chão.

  ̶  Você tá perdido não é?  ̶  pergunta o garoto a mim.

  Eu odiava ser tão tímido, mas parecia que minha voz simplesmente não saia enquanto eu estava perto dos outros. Senti vontade de chorar novamente. E apenas fiz que sim com a cabeça.

  ̶  Vem a gente te ajuda a se localizar  ̶  completou o garoto.

  ̶  Obrigado   ̶  disse baixo, quase inaudível.

  ̶  Olha meu nome é Thomas, e essa aqui é a Teresa  ̶  disse ele  ̶  Seja bem vindo, Newt. Porque não me deixa ver o seu papel, talvez eu possa te mostrar onde é o seu dormitório.

  Estendi a mão para Thomas, e entreguei o papel com as informações a ele. O garoto olhou um tempo, enquanto Teresa se aproximou olhando também.

  ̶  Olha, você tá no dormitório A. É o mesmo que o nosso  ̶  disse o garoto alegre  ̶  Vamos a gente te leva lá e você pode se acomodar...

  ̶  E você pode dormir aqui em cima de onde eu durmo, pelo menos é a única cama livre no quarto  ̶  disse Thomas.

  ̶  Obrigado, por me ajudarem  ̶  digo baixinho.

  ̶  Não tem de que, Newt. Eu sei que está meio assustado mais vai ficar tudo bem, você vai ver que aqui não é tão ruim  ̶  disse Thomas.

  ̶  E-Eu queria poder ficar perto da minha irmã  ̶  disse chateado, e abaixando minha cabeça.

  ̶  Você tem uma irmã? Ela veio pra cá com você  ̶  perguntou Teresa.

  ̶  S-Sim.

  ̶  A gente pode procurar ela, pra vocês se verem, qual nome dela?  ̶  perguntou Thomas.

  ̶  É Sonya...

  ̶  Vem vamos achar ela  ̶  disse Thomas segurando na minha mão e me puxando pra fora do quarto.

  Teresa desistiu de procurar por Sonya conosco, mas Thomas não. Ele procurou até que achamos minha irmã. Eu gostei muito do jeito dele, ele é animado e parece sempre ajudar a todos. Eu gostei dele.

  ̶  Oi Newtie, você conseguiu se localizar?  ̶  perguntou Sonya, enquanto nos aproximávamos dela.

  ̶  Sim, ele me ajudou  ̶  disse apontando pro Thomas.

  ̶  Quem é ele?  ̶  perguntou Sony.

  ̶  Eu sou Thomas, amigo do Newt  ̶  disse ele estendendo a mão pra loira apertar, e ela fez. Eu gostei do jeito que ele falou. Ele já me considerava um amigo, e eu pensava o mesmo. Queria ser amigo dele.

  ̶  Obrigada por ajudar meu irmão, ele é bem tímido  ̶  disse ela.

  ̶  E-Eu não sou  ̶  disse eu bravo, encarando o chão enquanto os dois riam.

  ̶  Eu preciso ir agora, tenho que organizar minha coisas, se cuide Newt. Por favor continue ajudando meu irmão, Thomas  ̶  disse minha irmã dando um beijo em meu rosto.

  ̶  Pode deixar comigo.

  Sonya saiu, e me deixou sozinho com Thomas. O garoto me encarou e disse.

  ̶  Vocês não são daqui né? Da pra ver que vocês tem um sotaque  ̶  disse ele sorrindo.

  ̶  Nós somos da Inglaterra  ̶  disse eu  ̶  De Londres.

  ̶  Isso é bem legal, eu nunca visitei um lugar assim tão longe  ̶  disse ele  ̶  Eu sei que você pode estar se sentindo perdido por enquanto, mas eu vou te ajudar ok?

  ̶  Obrigado, Tommy  ̶  disse eu.

  ̶  Isso é um apelido pra mim?  ̶  ele perguntou, eu fiz com que sim com a cabeça, envergonhado  ̶  Eu adorei. Aposto que é assim que chamam os Thomas da Inglaterra  ̶  ele riu.

  ̶  É...

  ̶  Vem, vou te apresentar os meus amigos, Newt. Eles vão adorar você  ̶  disse ele me puxando pela escola toda...