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História Nicest Thing - Head Over Feet


Escrita por: vausemessy

Notas do Autor


Oi, meninas. Demorei. né? Tá bem difícil mesmo escrever, que a musa da inspiração me ajude! Aproveitem o capítulo <3

Capítulo 13 - Head Over Feet


Alex decidiu caminhar um pouco, sentir a brisa leve da manhã que acalentava as ruas ainda vazias. Apesar da temperatura baixa do horário, o sol, não agressivamente, aquecia o corpo da mulher que era coberto pelo mesmo vestido da noite anterior – não que isso importasse muito, seu corpo não acompanhava a mente, poderia fazer zero graus que ele ainda sentiria o calor do corpo de Piper junto ao seu. As poucas pessoas que passavam pela rua – em sua maioria senhores e senhoras de idade elevada – voltavam o olhar para ela, mas parecia que não existia mais ninguém ali, internamente ela sentia vontade de saltitar, cumprimentar a todos com beijos no rosto e distribuir flores.

Quando ficou cansada de andar – afinal o apartamento era longe do seu – completou o caminho com um táxi. Chegou a casa cedo, com um humor invejável, retirou os sapatos e trocou o vestido por uma roupa mais confortável. Optou for fazer um café quente e resumiu o café da manhã a apenas isso, estava animada demais para comer qualquer coisa.

Tentou arrumar qualquer bagunça que viu pela sala, tentou dormir, tentou assistir a TV, mas toda aquela euforia não passava. Ela ainda não acreditava que tinha vivido aquela noite ao lado de Piper Chapman. Era completamente surreal. Ela conhecia a loira há quanto tempo? Um mês? Pouco mais que isso? Às vezes pareciam anos, às vezes parecia que acabara de conhecê-la.

Impaciente, decidiu dar uma olhada para verificar se a amiga já estava acordada. Nicky não estava, Alex sabia que a loira não era uma pessoa exatamente matinal – nenhuma das duas era – mas ela precisava dela, agora.

Seguiu até o quarto na ponta dos pés, abriu a porta com cuidado até ter a visão da loira esparramada na cama agarrada a travesseiros e cobertores. Nicky era espaçosa, mesmo sendo pequena ocupava a cama de casal inteira, os cabelos rebeldes não negavam que o sono da loira era agitado. Alex entrou no quarto e continuou andando com passos leves, ajoelhou-se ao lado da amiga e ficou a observando por algum tempo. Teve vontade de rir, Nicky acordava com um humor péssimo, caso visse a morena ali, colocá-la-ia para fora à pontapés, mas ela era insistente, tentaria acordar a amiga do modo mais amigável possível.

Por amigável, Alex entendia: enfiar-se debaixo das cobertas e esperar que Nicky percebesse a sua presença. Claro que o sono pesado da loira nem se abalou com o ato, então ela partiu para o contato físico: agarrou o corpo menor por trás e deu beijos no pescoço de Nicky, rindo sem parar. A loira acordou assustada e distribuiu alguns tapas onde conseguia em Alex. A morena a apertava ainda mais, como era mais forte, Nicky ficava cada vez mais irritada por não conseguir se livrar do abraço forçado.

- Vai se foder, Alex! – Ela gritava tentando arranhar as pernas da morena. Alex segurou suas mãos e ficou por cima dela, imobilizando-a totalmente. Nicky tentou reagir, mas todo o peso de Alex acima de si dificultava um pouco seus movimentos.

- Desculpe, amor, eu só queria te acordar, mas você é muito dorminhoca – Alex dizia rindo enquanto lutava com as mãos teimosas de Nicky.

- Alex, eu vou matar você! – A loira respondeu furiosa, saindo da posição quando Alex afrouxou o aperto em suas mãos.

- Desculpa, baby – Alex disse oprimida.

- Você esperava fazer essa palhaçada toda e sair impune? – Disse com raiva enquanto distribuía tapas em todo o corpo de Alex.

- Ai, Nicky! Porra, isso dói! – Dizia tentando segurar as mãos da loira.

- Sabe o que dói? Acordar de madrugada, Alex Vause! – Ela gritava.

- Eu já pedi desculpas! – Alex dizia encurvando o corpo e se defendendo dos tapas de Nicky.

- Se você não tiver um motivo muito bom para ter me acordado a essa hora, você vai apanhar ainda mais – a loira dizia séria, deitando-se no lado contrário da cabeceira da cama.

Alex tirou devagar as mãos da cabeça, tentando ver se a fera já estava mais calma. Aparentemente, sim.

- Eu tenho um bom motivo – ela disse com um sorriso singelo ao se apoiar em um dos travesseiros.

- Eu duvido – Nicky disse enquanto colocava as pernas por cima das de Alex, cruzando os braços abaixo da cabeça.

- Eu estou feliz – Alex respondeu calma com sua voz naturalmente grave.

- Eu sei. Você deveria estar feliz depois de uma noite inteira com a sua nova namoradinha – riu, sarcástica.

- Eu já disse que não passei a noite com mulher nenhuma – falou virando o rosto, não conseguia mentir olhando nos olhos da amiga.

- Oh, então essa felicidade é por conta de um homem? – Nicky perguntou, dissimulada.

- Não, Nicole, só porque eu estou feliz, não significa que tenha outra pessoa envolvida nisso. Eu posso ser feliz sozinha, não? – Questionou , falando com calma, enquanto jogava o cabelo para o lado.

- Não, Alexandra, você não é esse tipo de pessoa. Você só conhece a felicidade se puder compartilhar com alguém – disse com seu olhar sábio. Definitivamente, ninguém conhecia Alex Vause melhor que Nicole Nichols.

Alex sorriu sem graça e abaixou a cabeça.

- Então... Como foi a noite com... Ele? – Nicky resolveu entrar no jogo.

- Foi ótima! – Alex logo ficou empolgada. – Nós jantamos em um lugar super legal com uma comida maravilhosa, conversamos... Depois fomos para – deu uma pausa para pensar – um hotel bacana, cobertura, e passamos a noite por lá – terminou com um sorrisinho cúmplice para a loira, ela sabia que Nicky sabia mas não iria pressioná-la, então iria contar tudo dentro do que podia.

- Interessante – acomodou-se melhor na cama. – Ele era bom?

- In-crí-vel – a morena respondeu fechando os olhos e abrindo um sorriso, deitando no travesseiro.

- Acha que ele vai querer repetir?

- Eu espero – respondeu em meio a um suspiro.

- Ele seria muito estúpido se não quisesse – disse olhando nos olhos verdes.

- Algo que me diz que ele vai querer – Alex rebateu olhando para cima, passando a mão na perna da loira.

- Algo me diz que você está perdida.

- Não... – Ela sorriu com leveza. – Só estou vivendo o momento, sabe? Eu já sou crescida, Nichols, já sei me cuidar – apoiou a cabeça em um braço.

- Eu queria que você realmente fosse tão crescida quanto aparenta – Nicky respondeu calma, só observando a expressão alegre de Alex.

- Se eu fosse assim – ajoelhou-se na cama – não seria eu – deitou-se ao lado da loira.

- Eu estou feliz por você – Nicky disse, sincera.

- Obrigada – Alex respondeu no mesmo tom.

- Olha, eu só aceito uma mulher me acordar a essa hora se ela for me oferecer sexo, então pode ir começando... – Nicky falou, séria.

Alex revirou os olhos e se virou de bruços.

- Por trás, baby? Ok, eu posso começar sendo ativa, mas depois é a sua vez – Nicky dizia com seu tom desleixado enquanto montava nas costas de Alex.

- Ei, saia já daí! – Ela se mexia, mas Nicky segurava-a firme com as pernas. – Nicky, porra, me solta! – Ela lutava, sem sucesso.

- Ah, Vause, a vingança é um prato que se come frio – Nicky disse rindo enquanto segurava a fera abaixo de si.

- Deixa eu sair, Nicky – Alex acalmou a voz, tentando obter alguma piedade da loira.

- Não – afastando-se um pouco, enfiou as mãos por debaixo da blusa de Alex e começou a fazer cosquinhas em sua barriga, a morena simplesmente odiava aquilo e Nicky, é claro, fazia toda vez que queria irritá-la.

- Nicky – ela gritava com a voz ainda mais grossa – quando eu sair daqui, você é uma mulher morta! – Alex se contorcia tentando sair, Nicky só conseguia rir.

- Ok, até lá eu me divirto – e continuou com a tortura, talvez uma forma de dizer que Alex tinha a sua “benção” na nova aventura.

 

***

- Mamãe, mamãe, olha! – A pequena corria com alguns papéis nas mãos. – O papai conseguiu ingressos para o planetário! Aquele que eu estava querendo ir há muuuito tempo! – Ela dizia eufórica.

- Que bom, meu amor! Não precisa correr assim – pegou os ingressos das mãos da menina e os analisou. Três ingressos. O programa perfeito para a família.

- Bom dia, baby – Larry beijou sua cabeça e sentou-se à mesa.

- Ei, bom dia – ela disse com a voz meio desanimada. O choque de realidade ainda a afetava.

- Dormiram bem? – Ele perguntou animado, servindo-se de uma salada de frutas recém preparada.

- Siiim – Christine foi mais rápida e respondeu pelas duas. Ela estava muito contente pelo pai ter conseguido os ingressos.

Piper só assentiu com a cabeça, sorrindo ao ver a alegria da filha.

- Você parece cansada, meu bem – Larry observou, percebendo leves olheiras rodearem os olhos azuis.

- Impressão sua, deve ser só o cansaço do dia a dia – ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, evitando olhar diretamente para ele.

- O plantão foi bem agitado. Duas cirurgias de emergência, o hospital lotado, nada fácil – ele mudou de assunto.

- Oh, sinto muito, querido, descanse bastante – ela sorriu.

- Papai!

- Sim, meu anjo?

- Nós iremos que dia ao pla-ne-tá-ri-o? – Ela dizia pausadamente para a pronúncia sair correta.

- Será no sábado, querida – ele respondeu olhando para Piper. Ela assentiu.

- Quantos dias faltam?

- Hoje é quinta-feira, então faltam dois dias – respondeu paciente.

- Tá! Mamãe? Podemos ir logo? Eu quero contar às minhas amigas! – Ela dizia ansiosa, falando rápido.

- Vá escovar os dentes e pegar a mochila, tudo direitinho, pois irei conferir!

- Tá bom, mamãe! – E saiu em disparada em direção ao quarto.

- A Taystee já foi embora?

- Sim, ela disse que tinha um compromisso cedo – ela disse rápido. – Como conseguiu os ingressos, Larry? Tem gente da cidade inteira atrás disso.

- Eu tenho meus contatos, baby – ele piscou para ela. Ela se lembrou de outra pessoa piscando e chamando-a de “baby”.

***

 

As duas seguiam conectadas. A agenda de Piper era lotada. Ser mãe, esposa e profissional não era nada fácil, mas Vause era paciente e compreensiva, até demais. Elas passaram a compartilhar quase tudo uma com a outra: problemas no consultório, as fofuras e curiosidades de Christine, os encontros inusitados de Alex. Piper sentia, sim, uma pontinha de ciúmes. Não era bem ciúmes, mas aquele sentimento chato de saber que haviam outras pessoas tocando no que era seu. Ela não brigava, não demonstrava, mas seu coração apertava em todas as vezes que Alex anunciava que estava saindo para um novo encontro. Mais do que ciúmes e sentimento de posse, ela sentia quase que piedade pela morena.

Alex não era bem clara em sobre como lidava com aquilo, ela simplesmente anunciava, fazia alguma piada, mostrava seus looks esperando aprovação da loira e ia. Piper entendia, apesar da conexão quase espiritual que sentiam, elas ainda tinham muito o que aprender e entender sobre a outra.

 

Chegando o sábado, Christine acordou cedo, claro, e fez questão de acordar a todos na casa. Piper acordou mal humorada, sábados eram seus dias sagrados e ela não acompanhava a animação da filha. Sentia o cansaço da semana abater seu corpo. O cansaço mental – que era o pior – maltratava-a, fazendo com que cada molécula de seu corpo sentisse a culpa, a vergonha... Mas, então, ela pensava em Alex. Lembrava-se de seu sorriso ora limpo e inocente, ora cheio de malícia, de seus toques, seus beijos e seu corpo. Assim, aqueles sentimentos ruins sumiam por algum momento, talvez alguns minutos, algumas horas.

 

- Mamãe, já está chegando a hora? – Chistine abraçava sua cintura enquanto ela preparava um suco de morango fresquinho.

- Nós iremos à tarde, amor, só depois do almoço – despejou o líquido em dois copos.

Christine recusou o suco. Era sempre assim, nos dias em que algum evento muito esperado pela menina chegavam, a ansiedade tomava conta: ela não comia, não fazia nada além de contar os minutos para a realização acontecer. Algumas vezes ela sentia febre, dores musculares e enjoo. Piper, é claro, morria de preocupação, fazia acompanhamento com a pequena no psicólogo mas, até agora, o tratamento não parecia surtir muito efeito.

- Meu amor, você não comeu hoje, tome o suco, por favorzinho – fez cara de pidona. Christine respondeu com uma careta.

- Eu não quero, mamãe – respondeu balançando os cachinhos.

- Querida, você precisa se alimentar, como vai aguentar sair a tarde se não estiver bem forte e com energia, hum? – Ajoelhou-se para ficar da altura da filha.

Christine pareceu ponderar. Olhou para o copo de suco com o líquido vermelho, chamativo, e segurou-o, para a alegria da loira.

Piper abriu um sorriso e deu vários beijos nas bochechinhas rosadas da pequena. Christine era tão bem articulada que Piper esquecia, por vezes, que ela era apenas uma criança. Quase um bebê. Seu eterno bebê.

O dia seguia tranquilo. Larry estava, como sempre, resolvendo problemas do hospital. Seu pai era o dono, mas era ele quem praticamente tocava tudo por ali, conciliando com o atendimento médico. Seu pai, Piper e amigos mais próximos o aconselhavam a deixar os consultórios e salas de cirurgia, mas o homem gostava muito do que fazia para abandonar sua paixão.

 

Mesmo odiando falar ao telefone, Alex resolvera ligar para Piper naquele dia. A loira avisou que estaria acompanhada apenas pela filha e Alex tomou a iniciativa de ligar para ouvir sua voz. Assim que Piper atendeu, a morena sentiu o coração acelerar, como se fosse a primeira vez que falava com ela. Piper percebeu o nervosismo da moça do outro lado da linha e descontraiu o clima, fazendo piadas e dizendo que sentia sua falta. Alex respondeu que também sentia muito, a todo momento, e Piper derreteu. Ver Alex verbalizando seus sentimentos sempre causaria borboletas no estômago de Piper, e ela se sentiu um pouco mal por toda a situação. Mudando o assunto, anunciou o passeio que faria com a filha e o esposo, Alex pareceu animada, disse que também tinha vontade de conhecer o famoso planetário depois da reforma.

- Ok, só eu que não entendo qual a grande atração desse lugar? – Ela perguntava enquanto guardava algumas louças de seu almoço improvisado com a filha. Christine havia pegado no sono após comer no máximo três colheradas.

- Ah, Pipes, é interessante. As pessoas gostam de explorar o desconhecido, imaginar o que está longe e parece inalcançável – Alex disse quase distraída.

Piper riu. – Uau, resposta mais que convincente, linda.

- Obrigada – a morena disse em tom superior.

- O que você vai fazer hoje? Aposto que acabou de acordar – Piper perguntou ainda com um sorriso no rosto, sabia que a morena trocava o dia pela noite.

- Bom, eu queria ficar em casa, sozinha, mas a Nicky decidiu que eu preciso de um dia da beleza – suspirou.

- Você não pode ficar mais bonita, seria injusto com as outras pessoas – disse enquanto tilintava dois copos ao pegá-los para guardar.

- Não fale assim – Alex passou a mão nos cabelos e sorriu, sem graça.

- Eu preciso te ver, Alex, eu vou enlouquecer – Piper desabafou, parando recostada ao balcão da cozinha.

- Ei, nem faz tanto tempo assim, nós teremos oportunidades – Alex tomou controle, geralmente ela era – ou demonstrava – ser a mais dependente, mas Piper também tinha seus momentos.

- Você vai desistir de mim e eu não vou poder fazer nada! – Ela falou o que veio à mente no momento.

- O que? Piper, não diga isso! O que te faz pensar assim? – Alex perguntou, assustada.

- Eu tenho uma vida muito difícil e complicada para uma pessoa tão livre quanto você, Alex! Isso é o que me faz pensar assim!

- Piper, se você acha que eu sou uma pessoa “livre” – deu ênfase – é porque ainda precisa me conhecer melhor – falou séria, a gravidade de sua voz se acentuava quando ela ficava nervosa.

Piper acalmou-se e se arrependeu por ter falado aquilo.

- Desculpe-me, Alex, eu estou... – falhou na voz.

- Tudo bem, eu também sinto sua falta, mas prometo que daremos um jeito nisso, ok? Nós estamos juntas – disse, agora mais tranquila.

- Sim, estamos juntas – Piper disse confiando naquilo. – Eu preciso desligar, meu bem, ainda tenho que terminar algumas pendências e começar a preparar o meu bebê.

- Tudo bem, irei ao meu dia da beleza com a Nichols que, no caso, fica só analisando as clientes que entram e saem do salão – riu de leve.

- Droga! Não me mande fotos, não quero te ver ainda mais bonita – Piper disse emburrada.

- Não irá mudar nada, darling, talvez algo no cabelo, não sei... Alguma sugestão?

- Nenhuma, não quero que mude nada – respondeu, infantil.

- Tudo bem, loirinha, pensarei no seu caso – a morena rebateu com a sua sensualidade natural da voz.

As duas despediram-se. Parecia tão difícil se despedir pelo telefone quanto era pessoalmente.

 

Assim que Christine acordou, correu para chamar a atenção da mãe dizendo que já deveriam estar atrasadas.

- Calma, calma – Piper dizia com as mãos estendidas. – Estamos no horário certo, vá tomar seu banho, agorinha te encontro no banheiro.

Christine assentiu e saiu correndo, Piper achava que era desafio para ela andar como uma pessoa normal.

O horário estava chegando e Piper já começava a se preocupar com Larry. Ela já havia ligado diversas vezes, deixado mensagens e nada. O provável é que algum problema no hospital tivesse o segurado por lá, o que ela já tinha se acostumado, mas Christine nunca se acostumaria. A pequena gostava muito do pai, era bastante conectada a ele, portanto sua ausência era sempre sentida pela menina.

- Christine! Olha a bagunça que você faz no banheiro para tomar um simples banho! – Piper olhava angustiada para o banheiro.

Chris a respondeu fazendo uma bolha de sabão com as mãos. A loira passou a mão na cabeça e entrou na aventura de ajudar no banho da menina. Assim que terminaram, seguiram para o quarto.

Christine, obviamente, já havia escolhido a roupa, os acessórios, tudo. Piper deixava que ela se vestisse da forma como se sentia a vontade, e a personalidade forte da garota rendia bons looks – ok, nem sempre.

(Telefone tocando)

- Ei, nós já estamos quase prontas, estou terminando com a ... – a loira foi interrompida.

- Pipes, eu não vou poder ir – ele foi direto.

Piper sentiu o balde de água fria. Ela não se importava tanto, mas não queria ver toda a alegria da filha esvanecer.

- Larry, que droga, o que houve? – Falou cochichando ao telefone enquanto observava a filha se vestir.

- Problemas, Piper! A reunião durou mais do que deveria e eu não posso sair daqui em, no mínimo, duas horas. Desculpe-me, meu amor, eu sinto muito – ele parecia sincero.

- Não é a mim que você deve desculpas – ela disse seca.

- Eu vou me desculpar com a Christine. Só não deixe de ir com ela, chame outra pessoa para usar o meu ingresso, não sei... a Polly.

- Você acha mesmo que a Polly vai querer gastar o sábado dela em um lugar cheio de gente, Larry? – Ela se estressou e alterou a voz, chamando a atenção da menina.

- Eu não sei, Pipes, me desculpe, preciso ir agora! – Ele dizia angustiado.

- Ok, Larry, vá! – Desligou o celular.

Christine a olhou com o rostinho curioso e sério ao mesmo tempo. Os olhinhos azuis cobravam uma resposta, e ela era sempre a porta-voz das más notícias. Olhou para a filha com um olhar penoso e nem precisou falar nada.

- O papai não vem? – Ela perguntou com sua vozinha infantil.

Piper fez um sinal de negativo com a cabeça.

- Ele está muito ocupado com o trabalho?

- Sim – ajoelhou-se para ficar da altura dela – você já entende como é, hum?

Ela abaixou a cabecinha e assentiu. Piper a abraçou. – Nós podemos levar outra pessoa junto, quem você quer levar?

- Ninguém – ela voltou a se vestir.

- Meu amor, vamos lá, seja boazinha com a mamãe...

- Eu queria que o papai fosse! Ele prometeu – fez biquinho.

- Eu sei, meu bem, mas a vida dos adultos é cheia de imprevistos, sabe? O seu pai queria muito estar aqui, infelizmente ele não pode... Mas eu tenho certeza que ele vai te recompensar depois, ok? – Deu um beijinho na bochecha de Chris.

Ela só voltou a vestir a roupinha, cabisbaixa, quando Piper teve uma ideia genial.

- Baby, continue se aprontando, eu já volto.

 

(Telefone tocando)

- Você pode me dar um segundo, por favor? – A morena solicitou quando sentiu a vibração do aparelho.

- Claro – a moça sorriu, simpática.

- Alô? Pipes?

- Al... – Ela falou com uma voz meio manhosa e desesperada ao mesmo tempo. Alex ficou alarmada.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou rápida.

- Sim... – A loira respondeu chateada.

- O que foi? – Alex questionou, preocupada.

- Al, qual a possibilidade de você me acompanhar em um passeio com a Christine? – Foi direta.

- Uau – Alex sorriu, nervosa. – A possibilidade é certa, Pipes, pode contar comigo, mas o que houve com o Larry?

- Ah, problemas no hospital, como sempre – falou desanimada. – Onde você está? Eu passarei para pega-la.

- Estou no salão agora, não precisa me buscar, eu darei um jeito de chegar lá – falou decidida.

- É sério isso? Alex, desculpe, se você não puder ou não quiser eu vou entender completamente... – Ela dizia chorosa.

- Ei, se eu disse que posso ir é porque eu posso, oras – riu um pouco. – Que horas devo estar lá?

- Bom, entramos às 4pm, mas é bom chegar um pouco antes, então...

- Estarei lá, querida, não se preocupe.

- Você é maravilhosa – Piper disse, agradecida e aliviada.

- Você quem é. Agora vá, não quero que se atrase para o nosso passeio – Alex disse enquanto se olhava no grande espelho que cobria toda a parede do centro de estética.

 

Alex chegou ao American Museum of Natural History às 3:40pm, em ponto. O local estava relativamente cheio, algumas crianças corriam pela calçada e mães e pais preocupados corriam atrás, tentando controlar os pequenos. Por algum motivo – que ela conhecia bem – locais como aquele faziam com que ela se sentisse deslocada, incomodada, mal. Deu um toque para Piper que disse que ainda estava no caminho, então resolveu sentar em um banco que havia relativamente perto da entrada. Nada de Piper e Christine, a quantidade de crianças aumentando cada vez mais, o barulho... Acendeu um cigarro, não sabia se sentia ansiedade por saber que veria Piper em alguns minutos ou se todas aquelas pessoas, homens, mulheres e crianças a aterrorizavam de alguma forma. Situações cotidianas para o cidadão de classe média de Nova York não faziam parte da realidade de Alex Vause, e encarar aquilo de frente a amedrontava, de alguma forma.

Algumas pessoas faziam caretas ao ver o cigarro entre os dedos da morena. Ela pensou em apagar, mas na verdade não estava fazendo nada de errado. O local era público. Sentiu um vento geladinho contornar seu corpo e arrepiou, logo após sentiu a quentura de uma boca feminina aquecer sua nuca com um beijo e lhe dizer calmamente:

- Apague esse cigarro, baby, você fica muito mais linda sem ele – a loira falou enquanto trazia os cabelos de Alex de volta ao lugar.

Ao virar-se, fora agraciada pelo sorriso da loira, mas não por muito tempo.

- TIA AL! – Christine gritou enquanto corria para os braços da morena. Alex soltou o cigarro rapidamente e segurou a garotinha que lhe apertou com firmeza.

- Oi, meu amor – ela disse carinhosa, abraçando Christine e sentindo seu cheirinho bom de perfume infantil.

- Mamãe, porque você não disse que a surpresa era a tia Al? – Questionou, virando-se para olhar a mãe.

- Porque aí não seria uma surpresa, querida – Piper dizia olhando orgulhosa para a dupla, Christine abraçava o pescoço de Alex como se ela fosse fugir dali.

- Gostou da surpresa? Hum? – Alex perguntava enquanto fazia cosquinhas na barriguinha de Christine.

- Siiiim! – Ela respondeu sorrindo e apertando ainda mais o abraço na morena.

- Agora precisamos entrar ou vamos chegar ainda mais atrasadas, mocinhas – Piper alertou.

Christine desceu – contrariada – do colo de Alex e as três seguiram para dentro do museu. O planetário ficava dentro do Departamento de Astrofísica. Ao encontrarem o local, esperaram por alguns minutos na fila que se formara. Christine estava, novamente, empolgada e falante, contando tudo o que sabia sobre o passeio que fariam. Alex e Piper prestavam atenção na menina, perdendo-se algumas vezes nos olhares, nos toques sutis.

Ao entrarem, seguiram para a modesta sala de cinema que era a primeira parte do passeio. De acordo com a faixa etária da menina, assistiriam a um filme chamado The Secret of the Cardboard Rocket (O Segredo do Foguete de Papelão), uma animação digital que buscava esclarecer diversos assuntos relacionados à astronomia.

As três acomodaram-se nas poltronas. Christine, é claro, ficou no meio, sentindo-se especialíssima por estar ao lado da tia Al. Ela sentia um carinho especial pela mulher e sentia a retribuição, seu coraçãozinho se sentia feliz com a presença dela. Christine tinha várias perguntas sobre a nova amiga de sua mãe, mas ela já sabia que gostava dela como se conhecesse há muito tempo.

Quando o filme começou, as três ficaram atentas à tela. As primeiras imagens mostravam dois meninos construindo um foguete usando apenas papelão, logo mais, um livro animado era adicionado à história que narrava as aventuras da duplinha no espaço, tudo com a ajuda do livro falante.

Piper logo ficou entediada, mesmo sendo mãe há seis anos ela ainda não era exatamente paciente com a programação infantil. Olhou para os lados, viu olhinhos concentrados na tela, observou Christine, tão interessada quanto os outros e subiu o olhar para Alex. Sorriu só de olhar para ela. Linda, estonteante, magnífica, sua. Poderia beijá-la na frente de todas aquelas famílias, mas não o faria. Ela estava concentrada no filme tal como as crianças, Piper sorriu mais ainda ao perceber seu interesse no filme. Levou uma das mãos, sutilmente, até a nuca da morena e fez alguns carinhos de leve por ali. Sentiu Alex arrepiar, mas não recebeu atenção da mulher que continuava com o olhar fixo na tela, parecendo uma criança. Com a mesma sutileza, retirou a mão dali, quem era ela para competir com um foguete de papelão e um livro falante, não é mesmo?

O filme era educativo, falava curiosidades sobre o sistema solar, seus encantos e perigos. O sistema solar era visto de perto, satélites naturais e estrelas também eram explorados, encantando o público. Ao final do filme, seguiram para o resto do passeio. A próxima sala era escura e contava com pequenos colchonetes adequados para que os adultos e crianças se deitassem. Christine seguia segurando nas mãos das duas, e elas trocavam olhares apaixonados, tanto uma pela outra quanto pela menina.

A se acomodarem na sala redonda e espaçosa, Christine quis ficar deitada ao lado de Piper, pois, segundo sua lógica, a visão era mais privilegiada ali. Piper não protestou, deitaram-se e esperaram pelo começo da exibição.

Aproveitando o breu do local, Alex deu um selinho rápido na loira, deixando-a vermelha.

- Alex! Você é louca – ela cochichou repreendendo a morena.

- Ninguém viu, baby, além do mais, eu senti muito bem seus dedinhos na minha nuca lá na outra sala – falava baixinho, perto do ouvido de Piper.

- Eu estava entediada – ela respondeu, inocente, fechando os olhos ao sentir a respiração de Alex perto de si.

- Sei... – Encostou-se à loira.

Christine percebeu o cochicho das duas, não conseguiu distinguir o que elas falavam, e não estava interessada também. Ali, só o conhecimento e as imagens eram seu objeto de interesse.

A apresentação já iria começar. Um instrutor deu algumas informações do que seria exibido, apresentou o equipamento que seria responsável pelas imagens, um Power Dome VIII, ferramenta que conta com oito projetores espalhados pela cúpula e um sistema de som com caixas acústicas. A apresentação começou com uma visão geral do sistema solar. As imagens eram incríveis, os efeitos tridimensionais faziam com que todos se sentissem parte daquilo, e a explicação do instrutor trazia várias curiosidades interessantes. Cada planeta fora explorado  de maneira satisfatória, nomes de constelações e galáxias, distâncias, temperaturas, tudo era explorado.

Piper sentia a mãozinha de Christine apertar sua blusa de seda enquanto Alex despendia todo o tempo com os dedos cruzados nos seus. Ela se sentiu confortável, estar ao lado das duas figuras femininas era reconfortante, e por alguns segundos ela desejou que aquela fosse a sua vida.

Ao fim da apresentação, todos saíram encantados da cúpula.

- Tia Al, qual foi a sua parte preferida? A minha foi quando mostraram os anéis de saturno bem de pertinho, parecia que dava para tocar! – Ela dizia animada, segurando na mão de Alex.

- Eu acho que essa também foi a minha favorita, sabia? – Respondeu com um sorriso.

- E você, mamãe?

- Bom, eu gostei muito da explicação acerca das constelações, estrelas são mais lindas e interessantes do que eu imaginava – sorriu para a filha e para Alex, referenciando o último encontro das duas.

- Boa, Pipes – Alex respondeu com uma piscadela.

- Mamãe, nós podemos ir à oficina de massinhas? – Já perguntou com o olhar pidão.

Piper olhou rapidamente para Alex, não sabia como seria o horário da morena.

- Claro que podemos, estou por conta das duas hoje – Alex respondeu, arrancando sorrisos das loiras.

Assim, seguiram para a grande sala que continha materiais para as crianças trabalharem. Christine escolheu montar uma maquete do sistema solar, junto a mãe e a tia Al, escolheu as cores, os tamanhos e colocaram a mão na massa. As três trabalhavam concentradas, fazendo as bolinhas que representariam os planetas. Christine reclamou que as bolinhas que Piper fazia não estavam ficando certinhas e Alex riu da loira que lhe deu um tapa na perna.

- Ai, Pipes, não precisa me bater! Não agora – sorriu dissimulada.

- É, mamãe, não bata na tia Al, as bolinhas dela estão ficando muito bonitinhas – Alex sorriu satisfeita, fazendo com que Piper revirasse os olhos.

- Então as duas vão se unir contra mim agora? Eu vou começar a montar a maquete já que meus serviços aqui não são bem vindos – e saiu de perto das duas.

A loira foi buscar arames e o isopor que daria a sustentação da maquete, olhando de longe Christine e Alex conversarem muito. Christine falava pelos cotovelos e Alex era uma ótima ouvinte. Já não bastava ter roubado seu coração e sua razão, a morena ainda conquistava a pessoa a quem ela mais amava no mundo, impossível não se apaixonar.

Após cerca de 40 minutos, a maquete estava pronta, Christine estava satisfeita com o resultado e com a ajuda das duas mulheres que foram muito empenhadas em ajuda-la.

- Mamãe, eu estou com fome! – Christine anunciou quando as três deixavam o museu.

- Eu também! – Alex acompanhou.

- E o que as mocinhas querem comer? – Piper perguntou.

- McDonalds! – Christine foi a mais rápida, quase gritando ao falar a resposta.

- Chris, você sabe que eu não gosto que você coma lá – Piper respondeu contrariada.

- Só dessa vez, mamãe! – Protestou.

- Você sempre fala isso, filha.

- Vamos, Pipes? Só dessa vez – Alex inquiriu, fazendo biquinho.

Piper respirou fundo. – Por Deus, Alex! Você não pode ser cúmplice da Christine assim!

- Mas eu também quero – fez uma vozinha infantil. Piper queria lhe bater e encher de beijos ao mesmo tempo.

- Ok, ok! – As duas bateram as mãos. – Vamos logo antes que eu desista.

As três seguiram até a lanchonete mais próxima. Chegando lá, pediram lanches com tudo que havia direito, até Piper entrou na festa. Christine estava radiante, relembrava as partes preferidas do passeio e parecia nem se lembrar da ausência do pai.

- Tia Al, você tem namorado? – A pequena perguntou distraída enquanto comia uma batata frita.

Alex olhou para Piper, séria. Piper retribuiu o olhar, mas não interferiu.

- Não, querida, eu não tenho – ela respondeu sincera.

- Por que não? – Perguntou surpresa. – Você é tão bonita!

- Meu bem, não é porque uma mulher é bonita que ela precisa ter um namorado, talvez ela não queira isso, ou não quer no momento – respondeu didática, trocando o olhar entre a menina e Alex que parecia um pouco nervosa.

- Entendi. Meninos são um pouco burros mesmo – continuou a refeição, arrancando risadas das duas.

- É, eles são – Alex falou sorrindo enquanto colocou uma mechinha do cabelo da pequena atrás da orelha.

- E no que você trabalha, tia Al? – Perguntou inocente, levantando a cabeça para olhar a mulher.

Alex ficou vermelha na hora.

- É... – Gaguejou.

- A tia Alex é empresária, meu amor. Ela trabalha com... – Piper tentava inventar alguma profissão – com roupas! – Falou a primeira coisa que pensou.

Alex a olhou com estranhamento. Roupas?

- Que legal! Você vende roupas para crianças, tia Al? – Perguntou interessada, enquanto tomava um gole do milk-shake de morango.

- Não... São só roupas para adultos – Alex respondeu ainda hesitante. Roupas?

- Ahh – Christine lamentou.

- Chega de perguntas, mocinha – Piper avisou.

- Por que? A tia Al é legal, eu quero saber tudo sobre ela! – Disse abraçando a morena.

- Não tem problema, Piper – Alex falou piscando para Piper que sorriu para ela. Christine achava aquela relação das duas muito interessante. Sua mãe não costumava ser assim com as amigas como a tia Polly, por exemplo. Por sorte, sua mente de seis anos de idade não lhe permitia ir muito além com aquele pensamento.

- Eu gostei do seu cabelo – a loira anunciou, notando que Alex havia feito um corte um pouco diferente.

- Obrigada, eu tive que sair antes da cabelereira terminar – respondeu sem graça, abaixando a cabeça e dando um beijinho no topo da cabeça de Christine.

- Tia Al, você conhece o meu pai?

Piper queria se enfiar no chão, Christine estava como uma metralhadora de perguntas inconvenientes.

- Não, querida...

- Você tem que conhecer ele! Ele é muito legal, é médico igual a minha mamãe, e é muito engraçado. Mamãe, porque nós não levamos a tia Al para conhecer o meu papai? – Falava animadíssima.

- Outro dia, meu bebê, outro dia – sorriu forçadamente.

Alex ficou calada. Conhecer Larry não era exatamente algo que ela tinha como objetivo.

- Garotas lindas e loiras, eu preciso ir – ela dizia olhando para o celular que vibrou com alguma notificação. Piper entristeceu.

- Ah, não, fica mais um pouquinho – Christine agarrou em seu braço tatuado, quase implorando.

- Amor, não faça assim, a tia Al já foi muito simpática em ter nos acompanhado no passeio.

- Tudo bem – disse tristinha.

- Olha – Alex a pegou no colo novamente – nós tivemos um dia incrível hoje, não foi? Podemos ter muito mais, não fiquei assim – falou calma com a menina que lhe olhava atenta.

Christine assentiu e a abraçou. – Obrigada por ter vindo, tia Al, você é demais!

- Você quem é demais!

- Eu preciso mesmo ir agora – disse levantando da cadeira. – Não precisam me acompanhar até lá fora, terminem de comer – dizia dando a volta na mesa para dar um abraço em Piper.

- Desculpe, eu preciso mesmo – falou no ouvido da loira.

- Eu sei, só me dê notícias – Piper a apertou, sentindo seu cheiro bom.

- Darei, fique bem e cuide dessa preciosidade.

- Eu queria te dar um beijo – Piper reclamou.

Alex a beijou na bochecha, com aquele sorriso lindo no rosto iluminado. Piper retribuiu o beijo, acalentando o coração de Alex. Christine assistia a cena atenta.

- Agora eu vou mesmo, meus amores. Beijos – mandou-os no ar. As duas retribuíram com um tchauzinho, cada uma mais encantada do que a outra.

 

You’ve already won me over in spite of me
And don't be alarmed if I fall head over feet
And don't be surprised if I love you for all that you are
I coudn't help it
It's all your fault

Alanis Morissette - Head Over Feet

 

 

 

 


Notas Finais


Fofinhas, não?


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