1. Spirit Fanfics >
  2. Nicest Thing >
  3. Look What You've Done

História Nicest Thing - Look What You've Done


Escrita por: vausemessy

Notas do Autor


oi, meninas.

então, 2 meses, né? eu sei que demorei, que talvez algumas de vocês nem se interessem mais pela história e achem que eu esteja enrolando demais (rs), mas enfim, eu não desisti e voltei. aconteceu muita coisa nesse período, essa eleição horrorosa que me deu uma gastrite nervosa, várias tretas.

pra quem for continuar comigo: é noixx. férias vêm ai e eu pretendo escrever com mais frequência (dessa vez é sério).

beijão <3

Capítulo 40 - Look What You've Done


Alex estava em estado completo de choque. Quando voltou para casa, depois do que havia acontecido, Nicky preocupou-se em ter certeza de que ela estava viva: tinha uma aparência totalmente apática e estava branca feito um papel, parecia ter visto um fantasma. Sentou-se no sofá e fixou o olhar em algum ponto, mal piscava. Nicky segurou em sua mão e ela estava gelada, mesmo com o clima ameno que fazia. Começou a ficar preocupada de verdade.

- Alex... Fala alguma coisa. O que aconteceu? – Nicky se sentou ao seu lado e falou baixinho, com calma.

Ela pareceu despertar por um breve segundo e olhou rápido para a amiga, logo voltando a se fixar no mesmo ponto. Engoliu a seco e continuou calada.

- Ok... – Nicky assentiu, passando a mão no braço da morena. – Você não está pronta para falar... Eu respeito isso – dizia olhando para ela, por mais que ela parecesse estar em outro mundo. – Vou te deixar pensando no que aconteceu, tudo bem? – Alex continuava indiferente. – Quando você quiser, estou pronta para te ouvir.

Continuou ali por mais alguns segundos até que ameaçou levantar, mas Alex segurou sua mão.

Continuou em silêncio mas já parecia ter voltado, pelo menos, a respirar. Abriu a boca e ameaçou falar alguma coisa, mas nada saía.

- Tudo bem se você não quiser ou não conseguir falar agora, meu amor...

- Ela... – interrompeu a amiga. – Ela disse... – parou.

- O que ela disse, Alex? – Ajudou.

- Ela disse que... Que não pode – olhou para a amiga. – Ela disse que não pode ficar comigo – seus olhos ficaram brilhantes com as lágrimas.

Nicky ficou sem palavras. Já imaginava aquilo, mas pensou que Piper não teria coragem, não tão rápido.

- Alex... Eu sinto tanto – passou a mão no braço dela. – Eu não sei o que dizer, tudo aconteceu muito rápido, esse acidente, tudo...

- Me diz que ela vai mudar de ideia – Alex a olhou e disse aquilo como uma súplica em forma de afirmação.

Nicky balançou a cabeça. Partia-lhe o coração ver Alex daquela forma, preferia ela mesma estar passando por aquilo, mas não podia mentir para lhe consolar.

- Eu não posso dizer isso – afirmou, olhando em seus olhos. – Digo... É possível que ela mude de ideia, e eu espero que ela faça isso, mas eu não sei o que vai acontecer daqui para a frente, Alex, as coisas estão meio malucas, a situação é outra...

- Por que tem de ser sempre assim, Nicky? – Falou com mais ira na voz. – Por que nunca dá certo? Por que eu sempre acho que vou conseguir e ai vem uma merda gigante e me tira tudo? – Bateu no sofá e logo colocou as duas mãos no rosto, chorando copiosamente.

- Alex, você não perdeu tudo – Nicky disse enquanto a abraçava. – Você tem uma vida que está entrando nos trilhos, você está fazendo a coisa certa, seguindo o seu caminho, a Piper não é a sua vida – falava com firmeza.

Alex a olhou por alguns segundos e logo cessou o choro.

- Nicky, ontem mesmo, nessa sala, ela disse que me amava, que queria ficar comigo para sempre! Como ela pode mudar de ideia tão rápido? Eu estou sendo egoísta? Eu tenho consciência de tudo o que aconteceu mas não consigo entender como ela pode fazer isso... Como ela pode mudar de ideia tão rápido?

- Alex, a Piper te ama! Não tenha dúvidas disso. Mesmo que ela te deixe, que resolva sumir... Não duvide que ela te ama. Talvez ela só não seja forte o suficiente para estar ao seu lado – Nicky falou e logo se arrependeu, talvez não fosse o momento adequado para falar as verdades.

- Ninguém nunca é – Alex olhou para baixo e depois subiu o olho para o nada, novamente.

- Eu prometo que vai melhorar, que essa dor que você está sentindo agora, vai passar... – Nicky falou enquanto mexia nos cabelos da morena.

Alex não respondeu, continuava fixada em algum ponto, parecendo estar em outra dimensão.

O que Nicky queria, naquele momento, era procurar Piper e lhe falar umas boas verdades, mas tinha a convicção de que ainda teriam muitos capítulos novos naquela novela.

- Meu amor, você não prefere descansar um pouco? Dormir... Colocar as ideias no lugar...

Alex não respondeu, agora olhava fixamente para a porta, às vezes olhava rapidamente para o celular que estava ao seu lado.

Nicky sabia que ela estava esperando que Piper entrasse por aquela porta ou a ligasse dizendo que aquilo tudo era um engano, que ela deveria esquecer toda aquela história e que sim, elas iriam ficar juntas.

Era uma imagem devastadora, Nicky queria conseguir segura-la no colo e dizer que tudo ficaria bem, que amanhã o coração dela acordaria curado. Porém, infelizmente, não tinha forças físicas e muito menos divinas para mudar a realidade obscura que batia à sua porta.

 

***

 

O estado de Piper não era muito diferente. Um dia depois de ter tomado a pior decisão de sua vida, sua aparência, expressões, gestos, olhares, todos eram apáticos, ausentes de vida. Nem mesmo Christine conseguia lhe tirar daquele estado. Taystee estava em sua casa desde o acidente, pois ninguém ali tinha condições de cuidar de si, e muito menos de uma criança. Piper, às vezes, ajudava Larry, que fazia questão de lhe pedir pequenos favores, tentando alguma aproximação. Ela, por sua vez, atendia aos favores e não lhe dava grande atenção. Fingia que ouvia as tentativas de diálogo dele e dava respostas monossilábicas. Pensava, por vezes, que o resto da sua vida seria daquele jeito. Ela, tão jovem, já estaria fadada a ser infeliz, a uma existência sem sentido, sem cor, sem calor. Desesperava-se e se mandava cessar aqueles pensamentos. Olhava para o celular e conseguia se visualizar ligando para ela, dizendo que era tudo um mal entendido e que iria voltar atrás, que ia mandar tudo para o inferno e ficar com ela, como tinha prometido. Conseguia se enxergar de verdade, conseguia sentir as batidas aceleradas do coração, conseguia sentir a pele de Alex nas palmas das mãos e o gosto de seu beijo nos lábios, conseguia até sorrir, sonhando. Aí acordava, olhava para a casa que morava há um tempo e agora não parecia mais sua. Tudo lhe era estranho, até o cheiro era diferente. Aí continuava a olhar para o celular. Esperava a tela se acender com uma ligação dela, uma mensagem, nem que fosse mal educada. Nada. Não era de se esperar o contrário, também, ela sabia que aquela decisão cabia somente à ela. Segurava o telefone com os dedos frios, olhava para o lados, desconfiando que alguém poderia ler os seus pensamentos. Abria a conversa com ela, apagada, evitava olhar muito para a miniatura da foto. Assustava-se com algum barulho vindo dos quartos e largava o celular, como se segurar o aparelho nas mãos fosse um crime. Mais um crime para a conta dela. Havia tomado a decisão certa, certo? Jamais se perdoaria se tivesse feito outra coisa. Não podia ter feito outra coisa. Podia? Melhor não pensar muito. Largou o celular e tratou de se levantar dali. Não iria enlouquecer. Não ainda.

 

***

Três dias se passaram e nada, nem uma mensagem, nenhum telefonema, nenhuma notícia. Estaria mentindo se dissesse que não esperou, dia e noite. Não dormiu em nenhum desses dias. Quando conseguia, tirava cochilos de no máximo duas horas e logo acordava assustada com algum pesadelo que poderia muito bem ser fato real naquele momento de sua vida. Estava abatida, tinha emagrecido e nada nem ninguém seria capaz de lhe tirar um sorriso. Ao acordar, naquele terceiro dia depois de tudo, sentou-se na cama e ficou a imaginar se o resto de sua vida seria assim, se iria suportar ou, algum diria, daria um fim àquela situação. Apesar de se sentir fraca, não conseguia comer. Larry já havia diminuído consideravelmente as tentativas de diálogo, de qualquer atenção dela que não fosse relacionada a cuidados físicos ou pequenos favores que ele pedia a ela, mesmo que não estivesse, de fato, precisando. Christine às vezes ficava perto dela, caladinha, como não era de seu costume, só ficava ali perto, deitava perto dela, segurava a mãozinha na sua, silenciosa. Piper chorava silenciosamente, apertava a menina junto a si e falava que tudo aquilo era por ela, e que valeria a pena.

Queria ligar para Alex. Nem que fosse para ouvir sua voz e se certificar de que ela estava viva. Pensou em coisas horríveis, conhecia Alex muito bem para saber que aquela decisão seria avassaladora em sua vida. Pensou que deveria ligar para Nicky e ter uma conversa séria, se explicar, contar sua versão, seus motivos... Sinceramente, estranhava não haver nenhum contato vindo do lado de lá, mas talvez fosse melhor assim, seria melhor que Alex vivesse o seu luto em paz, sem que ela desse qualquer ponta de esperança, sem que fraquejasse. Jogou o celular que estava em suas mãos para o lado e resolveu se levantar. Era um novo dia.

 

***

Um dia, quando fazia mais ou menos uma semana do acontecido, Piper estava saindo do prédio para resolver problemas do hospital, já que não havia voltado lá desde o fatídico dia. Tinha esquecido uns documentos importantes no apartamento e deixou o carro estacionado na rua, enquanto voltou rapidamente. Ao voltar para o carro, apressada, olhou para o outro lado da rua e sentiu como se o chão debaixo de seus pés fosse se abrir a qualquer momento. Ficou alguns segundos parada, imóvel, não ouvia os barulhos da rua, não sentia as pessoas passando a seu lado, não sentia nem o vento que tocava seu rosto. A figura do outro lado da rua era incisiva. Estava de longe mas conseguia sentir a mágoa em seus olhos e, acima disso, a tristeza. As roupas pretas destacavam a palidez de seu rosto. Não aquela saudável e bonita que lhe era comum em seus dias mais felizes, mas uma palidez cadavérica, acentuada por olheiras bem marcadas que revelavam a falta de sono ou de qualquer forma de paz.

Foi retirada do transe quando uma mulher esbarrou nela e falou algumas palavras mal educadas. Olhou para os lados, meio desorientada, e o seu primeiro impulso foi correr para o outro lado do carro, abrir a porta e entrar. Ao fazer isso, acompanhou de relance os movimentos de Alex que também correu para mais perto dela. Quando menos esperou, a morena abriu a porta do passageiro e entrou ali, causando um susto seguido de desespero da loira.

- Alex, o que você está fazendo? – Piper perguntou a advertindo.

- Eu preciso falar com você. Eu sei que você não sabe fazer isso como uma adulta, mas eu sei – sentia uma raiva profunda em seu olhar e expressões, mas, mais do que isso, uma tristeza latente.

- Alex, eu já falei tudo o que tinha para falar, você não pode aparecer assim na frente da minha casa, você sabe pelo que eu estou passando... – Dizia olhando para ela enquanto podia. Apesar da situação inesperada, perigosa, proibida, era reconfortante por olhar para ela, sentir o calor e a presença de seu corpo.

- Que se foda, Piper! – Estressou-se. – Eu também sou uma pessoa, sabia? Sabia que eu não tenho comido, dormido, feito absolutamente nada desde que você decidiu que eu não sou nada na sua vida? – Dizia fixando os olhos verdes em Piper, que ouvia tudo tentando se manter firme, mas sentia cada partezinha de seu coração doer.

- Alex, você não pode fazer isso... – Tirou forças de algum lugar desconhecido para falar aquilo sem cair no choro.

- Piper, eu não sei viver sem você – disse isso com as duas mãos na testa e de olhos fechados. – Eu não posso. Eu não aguento – dizia com perturbação. – Não é possível que você não se sinta da mesma forma que eu, não é possível! – Agora tinha a cabeça virada para cima. Não olhava para a loira de maneira alguma.

Piper simplesmente não tinha o que falar. Mentiria se dissesse que também não estava desesperada, que não conseguia viver sem ela, que se sentia a cada dia menos viva. Por outro lado, não poderia falar nada disso, não poderia dar qualquer fio de esperança àquela mulher, nem demonstrar fraquezas reveladoras.

- O que eu sinto não importa nesse momento, Alex – controlou-se e falou apenas isso.

Alex finalmente olhou para ela. Seu rosto avermelhado pelas lágrimas e cansado parecia incrédulo ao vê-la insistir naquela ideia.

- Alex, você precisa ir... – Tentou falar da forma mais fria que conseguiu.

- Você está me expulsando? – Ela olhou para a loira e perguntou com indignação.

- Não, Alex, eu só... – a morena continuava a olhando da mesma forma. – Eu preciso sair daqui – a loira anunciou enquanto ligou o carro, Alex não deu nem sinal de se preocupar.

- Não quer saber para onde eu posso te levar?

- É pior do que o inferno? Porque nele eu já estou – respondeu secamente. Piper respirou fundo e quis até sorrir. Nunca deixaria de amar aquela acidez de Alex, que ela não deixava de lado nem em momentos tão sombrios como aquele.

- Só preciso ir para algum lugar mais isolado, tudo o que eu não preciso agora é de mais problemas – dizia com uma postura altiva. Alex a olhou magoada. Em um dia, era o amor de sua vida, no outro, era um “problema”.

Piper parou o carro em uma rua mais afastada e olhou para Alex.  

- Olha, eu preciso... – Começou a falar e logo foi interrompida.

- Piper, eu vim atrás de você porque eu preciso falar – deu ênfase no pronome. – Você falou todos aqueles absurdos naquele dia e me deixou plantada naquele restaurante. Eu e a minha dedicação a você durante todo esse tempo, eu e o meu amor... Eu e os sonhos que eu criei para a gente quando você foi até a minha casa e disse que queria ficar comigo.

Piper não a olhava diretamente, não tinha coragem de ver a sua expressão ao dizer todas aquelas palavras. Olhava para o nada da cidade que havia através do vidro e para o volante que poderia ser qualquer outro objeto.

- Eu sei que o que você está passando não é fácil... – Falou com mais calma, parecia tentar se concentrar. – Eu posso imaginar o que tem se passado na sua cabeça. Eu sei o que está passando na sua cabeça! – Afirmou e olhou para ela. Piper a olhou nos olhos rapidamente, também. – Eu sei porque eu te conheço, Piper! Porque eu te amo! – Continuou a lhe olhar com os olhos carregados de lágrimas. – Eu sei que na sua cabeça isso é o melhor a se fazer, que você acha que está fazendo algum tipo de justiça... Eu sei de tudo, Piper! Você pode mentir para o Larry mas não para mim – nesse momento, Piper a olhou mais séria. Ela não estava mentindo.

- Não faz isso com a gente – pediu em tom afirmativo. – Você vai se arrepender tanto disso – passou a mão no rosto.

Piper ouvia a tudo calada, impassível. Ela sabia que não aguentaria falar uma palavra sem se desmontar inteira.

- Eu posso te ajudar! Eu não exigir nada de você! Só não quero que você entre nessa de achar que essa ideia horrível vai ser boa para alguém. Nem para ele vai ser, Piper! Pelo amor de deus – encostou a cabeça no banco com os olhos fechados.

- Alex... – Piper tentou falar novamente.

- Eu não terminei!

Piper colocou as palmas das mãos para cima e deixou com que ela falasse. Por mais dolorido que fosse, era o mínimo que poderia fazer por aquela mulher.

- Piper, eu estou disposta a ficar com você – declarou e Piper a olhou desconfiada. – Eu nunca disse que havia alguma condição para você ficar comigo, que você tinha que escolher entre mim e o Larry... Eu nunca exigi nada – falava séria. – Eu sei que essa situação não é nada fácil, que devem estar passando várias loucuras pela sua cabeça... Eu sei de tudo isso! – Nesse momento ela virou o corpo para a direção de Piper. A loira endureceu e teve medo, qualquer toque de Alex podia levar seus planos por água abaixo.

- Me deixa passar por isso com você, eu quero estar do seu lado! Eu sei que pode demorar, que tudo pode acontecer... Mas me deixa te ajudar! Eu não quero exigir nada, eu tenho todo o tempo do mundo se estiver do seu lado... Por favor!

Piper ficou surpresa. Mesmo conhecendo aquela mulher tão intimamente como já conhecia, mesmo a conhecendo pelos olhos do amor, ainda não tinha dimensão de sua grandiosidade enquanto pessoa.

- Nós não podemos fazer isso – segurou o nó na gargante e falou antes que ela insistisse mais.

- Por que não? Nós fizemos isso por tanto tempo, passamos por tanta coisa juntas! Por que você está fazendo isso, Piper? – Alex caiu no choro novamente e voltou à posição de antes.

- Porque agora não é como antes, Alex. O que aconteceu foi muito sério, não é um probleminha que vai ser resolvido com paciência e alguns dias. Eu não posso te dar o que você quer, o que você precisa, e a minha decisão já foi tomada – disse duramente. Tinha certeza que aquilo doía mais nela do que na ouvinte.

- Você ainda me ama? – Alex perguntou com a voz de choro. – Digo... não precisa responder, eu não tenho a mínima dúvida disso. Você pode mentir para o seu marido e para você mesma, mas não para mim – passou a mão no rosto vermelho e molhado.

Ficaram caladas.

- Você não tem mais nada a dizer? – Alex perguntou.

- Tudo o que eu tinha a dizer já foi dito – Piper permaneceu firme.

- Espero que você perceba o erro que está cometendo antes que seja tarde demais – a morena avisou e saiu do carro rapidamente.

Piper sentiu uma dor no peito tão grande que achou que fosse morrer. O pranto engasgado saiu e o choro compulsivo durou por longos minutos.


Notas Finais


beijos! se a deusa quiser, eu volto antes do natal :*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...