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História Nicest Thing - Infinito Particular


Escrita por: vausemessy

Notas do Autor


Demorei mais um pouco, eu sei! Mas, como algumas já sabem, quis caprichar nesse capítulo mais um pouquinho pq ele é muito importante para a fic num geral (e pra mim também rs).

Tenho um recadinho para vocês. Como eu sei que muita gente aqui, além de ler fic Vauseman, também lê SwanQueen, quero indicar a fic delicinha da minha miga linda que tá arrasando. Vou colocar o link lá no final.

Espero que gostem, to meio com o <3 na mão com esse cap hehe :*

Capítulo 9 - Infinito Particular


Já era o sétimo cigarro que Alex havia fumado só durante parte do período da manhã. Apesar da dependência, ela não costumava fumar em demasiado, apenas quando algum problema grave lhe afligia. Sim, ela estava com um enorme problema. Um problema loiro de olhos azuis que insistia em se manter presente, fazendo-a sair de si e se transformar em uma mulher sempre na defensiva, desafiadora e, sinceramente, aquele jogo já estava a cansando. Sinceridade sempre foi uma das características marcantes da personalidade de Alex Vause, não haviam meias palavras, meias verdades, era tudo na lata, como tinha de ser. Mas, com aquela mulher era diferente, era como se ela fosse a esfinge e Piper estivesse pronta para cumprir qualquer um dos desafios: decifra-la ou devora-la. Os dois a terrificavam e instigavam na mesma intensidade.

Ela sentia receio, sentia medo, era só uma mulher de aparência forte, não sabia lidar com as dores de um coração partido de outra forma que não a autodestruição, as tentativas de sabotagem e a entrega total às dores que o mundo podia lhe causar. 

O beijo. Bom, arrependimento não era bem a palavra, ela reconhecia que havia sido sua a iniciativa, reconhecia as provocações, suas atitudes não estavam sendo nada santas, mas o contato íntimo a fez regredir, ela não queria mais aquele joguinho, não queria mais a pressão, não queria mais encenar frente àquela mulher. Iria continuar vivendo, exercendo seu ofício, satisfazendo, ouvindo, realizando, oferecendo seu melhor em troca de dinheiro e, talvez, paz interior? Talvez aquilo fosse mais saudável do que se entregar de corpo e alma.

 

***

- Pipes, chegou isso aqui para você – Lorna disse entrando no consultório da loira em um intervalo entre pacientes.

- O que é isso? – Ela disse pegando a sacola e abrindo, dando de cara com óculos de grau novinhos em folha. – Uau, demorou tanto que eu já tinha até esquecido – disse surpresa.

- De quem são, chefe? – A amiga perguntou curiosa.

- São de uma amiga, eu acabei quebrando os óculos dela sem querer – disse olhando para a mulher em pé a sua frente.

- Huum, ok – sorriu.

Uma ideia espetacular passou pela cabeça da loira.

- Morello, qual a previsão para acabar hoje?

- Bom, uma paciente desmarcou, então acho que dá para sair meia hora mais cedo, considerando atrasos e mais faltas...

- Certo... – Disse pensativa. – Você viu a Polly hoje?

- Sim, você quer falar com ela?

- Quero, mas pode deixar que eu resolvo isso, meu bem, muito obrigada... Quero dar uma corrida hoje com as pacientes, ok? Tenho uns problemas para resolver quando sair daqui – disse tranquila e convicta.

- Ok, como você quiser, chefinha – Lorna saiu da sala com seu sempre simpático sorriso no rosto.

- Polly? – disse ao telefone. – Bom, como nossos maridos ainda não voltaram de viagem, eu preciso de um grande favor seu.

- Se você tá precisando de sexo, vá falar com a Alex, eu não sou a mulher para isso.

Piper riu, nem ligava mais para as implicâncias da amiga.

- Eu preciso que você busque a Christine na escola e fique com ela em casa, tenho que resolver algumas coisas quando sair daqui – disse em um tom calmo.

- Resolver o que?

- Por que tantas questões? É um problema... Pessoal – respondeu com um sorriso no rosto.

- Pessoal? Poupe-me, Piper, eu sei até os dias da semana que você transa, você não tem problemas pessoais quando se trata de mim.

- Idiota. Eu preciso levar os óculos da Alex que quebrei no dia do acidente – disse riscando um papel qualquer que estava em sua frente.

- Precisa mesmo? Não pode pedir para outra pessoa fazer isso? – Disse Polly, irônica.

- Bom... Não. Eu preciso falar com ela.

- Não vai me contar mesmo o que rolou naquele dia? – Polly disse insistente, já havia feito aquela pergunta um milhão de vezes, mas a amiga insistia em dizer que nada havia acontecido.

- Não aconteceu nada, Pol, ela só disse que queria conversar comigo e eu vou lá, afinal ela também é minha amiga, certo? – Mentiu.

- E não pode falar por telefone?

- Eu vou aproveitar para levar os óculos, Pol. Tá com ciúmes da Al? – Perguntou divertida.

- Al? Bonito apelido, já posso imaginar você gemendo ele enquanto transa com ela.

- POLLY! – Piper enrubesceu. – Pare com isso, eu não vou transar com a Alex, por deus, não posso nem vê-la que já significa que iremos transar?

- Bom, depois daquele dia, sim! Fala sério, Pipes, você engana a todos, menos a mim.

- Então tudo bem, Polly, eu vou ver a Alex e pretendo passar a noite inteira transando com ela – disse irônica. – Assim fica melhor para você? Agora pode cuidar da Christine para mim, por favor?

- Você é uma idiota. Claro que eu cuido da Chris – Polly respondeu complacente.

- Obrigada. Deixarei as chaves com a Morello.

- Pipes... Sem brincadeira agora, tome cuidado com o que você vai fazer.

- Eu não vou fazer nada, Polly, só preciso conversar com a Alex, eu sei me controlar – Piper respondeu séria.

- Você sabe no que está se metendo, não sabe? Eu só quero que tome cuidado com você e pense em todas as pessoas que irão se envolver nessa história – Polly disse em um tom calmo, não queria parecer que estava repreendendo a loira.

Piper ficou calada.

- Eu te amo, ok? Estou junto a você para tudo – Polly continuou.

- Obrigada por estar na minha vida. Eu não vou fazer nada que não seja certo – Piper falou, séria.

- Tudo bem, te espero em casa hoje, juízo.

- Isso eu tenho de sobra. Te amo, qualquer coisa, me ligue.

- Também te amo, lésbica – e desligou.

Piper continuou reflexiva. Polly tinha toda a razão, ela seria egoísta de não pensar em todas as pessoas que sairiam machucadas caso ela fizesse o que estava pensando em fazer. Não era uma pessoa impulsiva, pelo contrário, a vida toda foi ensinada a tomar decisões baseadas na razão, a ser centrada e sensata. Lamentavelmente, esses adjetivos não faziam jus quando o assunto era Alex Vause.

 

***

Enquanto dirigia, um filme se passava pela cabeça da loira. Desde o que em que conheceu Alex, parecia que sua vida havia ganhado novo significado. Suas noites de sono não eram mais as mesmas, seus pensamentos, nem de longe, eram mais os mesmos. Dentro das poucas semanas nas quais aquela mulher havia entrado em sua vida, ela fizera uma revolução, destruíra suas convicções e transformara tudo que existia dentro de si. Era difícil nomear o que ela sentia pela morena, uma mistura de vários sentimentos passava pela cabeça de Piper, e cada um deles parecia se adequar a seu sentimento pela mulher: raiva, angústia, medo, tons de ansiedade, atração... Tesão. Talvez fosse uma simples atração sexual, uma vontade carnal, um desejo dos mais primitivos... Mas ela só teria uma resposta se tentasse e, hoje, ela estava disposta a tentar.

 

Chegando ao prédio de Alex, identificou-se e pediu que não fosse anunciada, disse que iria fazer uma surpresa para a amiga, e o porteiro consentiu. Enquanto os números do elevador cresciam, a loira sentia o coração cada vez mais perto da boca, suas mãos tremiam e suavam e seu rosto ganhava uma coloração avermelhada, ela pensou em desistir, sair correndo dali. Iria falar o que para Alex? “Oi, será que nós podemos transar para eu testar uma coisa?”. Não, não, não, não podia fazer aquilo, iria descer, voltar, sumir, qualquer coisa. Quando o elevador finalmente abriu, Piper deu de cara com Nicky Nicols, que a olhou curiosa.

- Piper?

- Oi... Nicky – ela sorriu sem graça.

- Algum problema? Você tá meio... – Nicky a olhou fazendo uma careta.

- Nada, tudo bem, é que eu odeio elevadores – Piper disse saindo do local com um sorriso fraco.

- Ok... – Nicky sorriu. – Aconteceu alguma coisa?

- Eu... Eu preciso entregar isso para a Alex – disse mostrando a caixinha dos óculos que trazia a mão.

- Ah, tudo bem... Ela está em casa, tem um amigo nosso aí mas ele já está de saída – Nicky disse voltando ao apartamento com Piper.

- Eu... Então eu volto outra hora, só preciso entregar os óculos mesmo, você pode fazer isso por mim – disse rápido, estava se desmanchando em ansiedade.

- Piper, que isso? A Alex vai adorar te ver, anda logo – disse pegando a loira pelo braço.

Sem esperar por uma resposta, Nicky abriu a porta do apartamento que dava direto para a sala, e o que encontraram foi Alex sentada no sofá com um rapaz com a cabeça deitada em seu colo. Piper poderia desmaiar de tanto nervosismo, sentiu-se ridícula de estar ali, ela sabia quem Alex era, não poderia esperar por menos.

- Temos visita, Al – Nicky foi dizendo e o rapaz levantou do colo de Alex, que parecia surpresa com a presença da loira ali.

- Hey, Piper – ela disse se levantando. Trajava apenas uma camiseta folgada e uma calcinha rendada que era parcialmente coberta pela camiseta. Piper, como sempre, lhe observou analiticamente.

- Eu... Só vim te trazer seus óculos. Estou atrasada, eu sei, mas só me entregaram hoje – a loira disse sem graça, tentando olhar para Alex e para todos os cantos ao mesmo tempo.

- Tudo bem, Piper, eu disse que não precisava – Alex disse, também sem graça, estava envergonhada pela presença da loira. – É... Esse é o Daniel, – Alex disse apresentando o rapaz que estava de pé logo atrás de si – aquele mesmo que me ligou no dia do acidente.

Piper observou o rapaz, ele era bonito, muito bonito, tinha os cabelos lisos castanhos claros, olhos da mesma cor e um corpo que não era de se jogar fora. Sentiu um pouco de raiva dele, mas o cumprimentou formalmente.

- Piper Chapman, prazer – disse apertando a mão do homem a sua frente.

- Então foi você – ele brincou e sorriu para ela.

- É, pode me culpar – ela sorriu forçadamente.

- Bom, Al, eu preciso ir mesmo, acompanho a Nicky – Daniel disse dando um abraço na morena. – Tem alguém aqui te comendo com os olhos – ele sussurrou enquanto a abraçava. Alex riu nervosa.

- Foi um prazer, Piper – ele disse passando pela loira que só respondeu com um sorriso.

- Tchau, Piper, até mais, você sabe que eu já estava de saída – Nicky disse lhe dando um abraço e um beijo no rosto e, enquanto fazia isso, olhou para Alex de um modo que dizia “estou de olho em você”. Alex só mexeu as sobrancelhas.

Piper e Alex assistiram aos dois saindo do apartamento e seguindo até o elevador.

- Bom, eu também tenho que ir, só vim te entregar isso – apoiou a caixinha dos óculos no braço do sofá em que estava próxima.

- Você não veio aqui só me entregar isso – Alex disse enquanto acendia um cigarro.

- Eu não sabia que você... Atendia – deu ênfase na palavra – em casa. Desculpe por aparecer sem avisar – Piper disse agora mais tranquila, mas com ódio daquele cigarro.

- Eu não atendo em casa. O Daniel é um amigo que veio me visitar, só isso – disse enquanto se sentava, dobrando a perna na qual se sentou em cima e apoiando um braço no sofá, enquanto levava o cigarro à boca com o outro. A camiseta da morena encostou ao corpo devido a posição. Dava claramente para perceber que ela estava sem sutiã. Piper corou.

- E você recebe os seus amigos seminua? – Piper riu nervosa, passando a mão no cabelo e tentando desviar o olhar da tentação à sua frente.

- Te incomoda o modo como eu me visto na minha casa? – Alex rebateu olhando para a loira com a sobrancelha arqueada, enquanto soltava a fumaça.

- Não, Alex, você pode ficar até completamente nua se quiser, eu não me importo, tenho que ir – disse passando a mão pela alça da bolsa.

Alex riu, Piper não era nada fácil. - Você quer falar sobre o que aconteceu. Tudo bem, eu começo – Alex disse e Piper fixou o olhar nela.

- Alex, você acha que tem o direito de fazer o que quiser? Sério, você acha que eu sou um joguete nas suas mãos? Qual o seu problema? – A loira desabafou em tom alterado.

Alex riu e olhou para o lado, tragando novamente. – Piper, raramente eu faço o que tenho vontade, muito raramente. Tudo que eu fiz foi por sentir que você queria tanto quanto eu.

- Como você acha que sabe o que eu sinto? – Piper disse na defensiva, afinando a voz.

- Eu não sei, Piper, eu só sinto também – Alex disse calma.

- Alex, eu não aguento mais, eu estou no meu limite – Piper se sentou no sofá e abaixou a cabeça, apoiando-a nas mãos. – Por que você tem que ser assim? Fazer esses joguinhos comigo? Eu sou uma mulher adulta, eu não tenho tempo nem disposição para isso – concluiu.

- Piper, você acha que eu faço isso por quê? Acha que eu estou me divertindo? Que tá sendo legal pra mim? – Alex disse num tom alto, se levantando. – Quando eu disse que sei o que você sente, é porque isso também me afeta. Mas, pelo visto, você ainda não sabe nada sobre mim! – A morena falava gesticulando com as mãos, impaciente com a mulher à sua frente.

- Eu realmente não sei, Alex, e isso que me faz continuar querendo estar perto, te desvendar, eu não sei... – Piper olhou para cima, tentando segurar uma lágrima que queria cair.

- Piper... – Alex se aproximou, tragando pela última vez e depois apagando o cigarro. – Você tá se esforçando demais para resolver algo que não tem segredo. Eu sou uma pessoa simples, não tem mistério nenhum, eu só quero... – olhou para o chão – entender tudo isso, assim como você.

Piper a olhou, naquele momento, Alex parecia uma garotinha frágil, nada da mulher exuberante que lhe amedrontava.

- Alex, você sabe que a gente não pode fazer isso, certo? – Disse pegando na mão da morena. Alex só assentiu com a cabeça, ainda olhava para o chão.

- Eu tenho certeza de que você é uma pessoa incrível, mas... – Piper disse com a voz baixinha.

- Por que? – Alex levantou o olhar, seus olhos verdes estavam brilhantes pelas lágrimas.

- Você sabe que nós somos de mundos diferentes.

- Então vá embora – a morena disse séria.

Piper a observou. Odiava ser a causadora daquelas lágrimas.

- VAI EMBORA! – gritou.

- Alex, não precisa ser assim! Você está sendo infantil! – Piper respondeu também gritando.

- Foda-se! Você não é uma mulher adulta que não pode se envolver com alguém como eu? Do submundo? – Alex gritava e as lágrimas caiam, molhando seu rosto.

- Eu não disse isso, Alex! – Respondeu no mesmo tom.

- Você se acha melhor do que eu, não é? Você é a médica toda certinha de família rica e eu sou a porra de uma prostituta!

- Cala a boca, Alex! Eu nunca pensei isso de você, você está sendo ridícula!

- Vá embora, Piper – a morena disse andando de costas para a outra e respirando fundo, agora mais calma.

- Alex, eu não vim aqui para brigar com você...

- Eu sei. Agora pode ir – ela dizia ainda de costas, não queria olhar para Piper e se render. Ela reconhecia que estava sendo exagerada, mas as cicatrizes em sua alma não poderiam esboçar reação menos explosiva.

- Você está cometendo um erro ao me tratar assim – Piper disse séria.

- Não estou, você vai me agradecer depois. O que quer que você tenha vindo fazer aqui, espero que esqueça – Alex disse séria com sua voz ainda mais rouca pelo choro. – Vá e feche a porta, não apareça nunca mais, eu espero que você seja feliz – ela dizia ainda de costas.

Piper chorava, provavelmente nunca tinha se sentido tão triste durante toda a sua vida. Ela só saiu e fechou a porta, não conseguia vocalizar um “adeus” para Alex Vause.

Ao ouvir o click da porta, Alex se deixou desabar. No fundo, ela queria uma resposta diferente, queria um sim, queria que Piper tivesse coragem, teve esperanças até, mas a realidade a golpeou fortemente. Ela olhou para a porta, quis sair, correr, implorar de joelhos para que Piper ficasse, mas não o faria, não poderia fazer aquilo com ela mesma.               

 

Alex não poderia se lembrar com clareza de como aconteceu exatamente a cena a seguir, só se lembra de ver uma loira com olhos em fúria adentrar o apartamento e lhe beijar como se fosse a primeira e a última vez. No começo, achou que estava alucinando, mas sentiu a realidade quando Piper a encostou na parede e lhe mordeu o lábio com força, fazendo doer. Alex correspondeu ao beijo, apesar de se sentir totalmente fraca diante da força que Piper adquiriu naquele momento. A loira tinha raiva e o beijo refletia isso, era dominador, forte, quente, molhado, como se o mundo dependesse daquilo. Talvez não o mundo, mas elas dependiam, naquele momento.

Piper colocou as mãos por debaixo da camiseta folgada de Alex, sentindo a pele quente em contato com suas mãos frias e suadas pelo nervosismo. Ela precisava daquilo, precisava daquele toque, precisava devorar aquela mulher até que não sobrasse mais nada, absolutamente nada, nenhum sinal de medo e angústia. Alex gemeu em resposta, seu lado agressivo parecia ter sumido, ela se sentia completamente a mercê da mulher que lhe comandava com gosto. Deixou que assim fosse, Piper precisava daquilo e ela, também.

Parecia que uma força sobrenatural habitava o corpo de Piper naquele momento. Aquela não era a sua primeira experiência com uma mulher, mas era a primeira com aquela mulher. O momento, tão imaginado em sonhos e devaneios, superava todas as expectativas. O contato com a morena era acolhedor, quente, avassalador, nunca nada lhe parecera tão certo. Ao ouvir o gemido de Alex e sentir sua pele nas mãos, Piper foi involuntariamente – no momento, nada era calculado, ela só seguia seus instintos – descendo os beijos para o pescoço alvo que era marcado por sua agrestia. Alex arfava e segurava os cabelos de Piper com força, a guiando de modo automático.

Piper precisava dela, precisava toca-la, era como se o sexo fosse a chave para todo aquele mundo que era Alex Vause. Enquanto revezava beijos em sua boca e pescoço, Piper desceu a mão para o sexo da morena e o apertou por cima da calcinha. Ela já estava molhada, seu rosto vermelho e respiração ofegante corroboravam para a conclusão, então a loira não perdeu tempo e apenas afastou a calcinha rendada para o lado, direcionando dois dedos ao clitóris da mulher que gemeu, jogando a cabeça para trás. Para Piper, aquilo era como se fosse uma pintura, queria registrar cada momento do dia em que possuiu Alex Vause, a fazendo delirar em suas mãos. Puxando os cabelos pretos com uma mão, distribuiu mais beijos e mordidas enquanto introduziu três dedos no sexo molhado da morena. As duas gemeram. Alex pela sensação do preenchimento com o corpo de Piper Chapman e Piper, por finalmente sentir de maneira verídica a mulher.

Alex gemia em alto e bom som. Piper era boa no que fazia, mas, além de tudo, não se lembrava de ter desejado tanto assim alguém. Sentir aqueles beijos e aqueles dedos dentro de si trazia um sentimento quase novo para Alex, havia muito tempo que ela não transava com alguém por vontade, por tesão, por paixão. Piper, apesar de parecer fora de si, era dedicada e concentrada, movimentava os dedos enquanto Alex rebolava e controlava os gemidos que saíam de sua boca com beijos autoritários.

- Pi-per... – Alex silabou, ofegante. Piper conseguia senti-la perto, e não ia parar enquanto não sentisse nos dedos o resultado de seu trabalho.

- Ah... – A morena continuou gemendo. Piper teve um momento de preocupação, será que havia sido muito violenta?

- Eu te machuquei? – Perguntou colando a boca no ouvido de Alex.

Alex só fez um negativo com a cabeça e rebolou mais, incentivando a loira a continuar.

Piper obedeceu, trabalhou com os dedos dentro da mulher enquanto lhe massageava o clitóris por fora. Com a outra mão, subiu para o seio de Alex por dentro da blusa, então o apertou forte. Nesse momento, Alex não aguentou, desabou e gozou forte nos dedos de Piper, a abraçando por cima dos ombros, tremendo. Piper sentiu o líquido escorrer em suas mãos e seu sexo apertar ao mesmo tempo. Alex respirou fundo, as duas não disseram nada, Piper retirou os dedos de dentro dela e retribuiu o abraço. Elas ficaram abraçadas por alguns poucos minutos, recuperando o fôlego e apenas sentindo seja lá o que fosse.

 

- Al... – Piper foi a primeira a se pronunciar, quase sussurrando perto do ouvido da morena.

- Shiii... – Alex pronunciou em resposta. – Vem cá – se desfez do abraço e puxou Piper pelo braço, a levando pelo corredor do apartamento rumo a seu quarto.

Ao chegarem ao local, que era iluminado levemente pelo sol do crepúsculo vespertino, Alex beijou Piper novamente. Dessa vez, as duas conseguiram sentir o gosto do beijo, sincronizaram-se e sentiam os lábios, a respiração e o corpo uma da outra. Mais calma, Piper deixou-se levar pelo furacão surpreendentemente calmo que era Alex Vause, a morena era focada e tinha toques certeiros misturados à uma certa leveza. Separou-se da loira e começou a despi-la sem muita pressa, mas com a precisão da curiosidade. Alex estava feliz. Feliz por Piper ter voltado, por estar vivendo aquele momento. Retirou cada peça de roupa da loira que a observava com afeição. O sol batendo na pele pálida de Alex a deixava ainda mais bonita, e Piper estava pronta, não havia outro lugar no mundo onde quisesse estar naquele momento. Ao terminar o processo, quando Piper estava inteiramente nua, Alex a beijou novamente, encaminhando-a em direção à cama. Ao chegarem à beira do móvel, Piper se sentou e a morena posicionou-se de pé no meio de suas pernas. A loira subiu a blusa de Alex, silenciosamente a ordenando a retirar a peça. Assim, Alex fez, ficando apenas com a pequena roupa inferior, e empurrando levemente a loira para que se deitasse na cama. Piper obedeceu, deitou-se e esperou a morena se deitar acima de seu corpo, sentindo o peso delicioso e o contato das duas peles despidas.

Alex foi descendo os beijos para o rosto de Piper, lhe beijou nas bochechas e desceu ao pescoço, explorando cada parte da pele delicada da loira que respirava fundo, fechando os olhos e se permitindo sentir os toques de Alex. Era tudo perfeito, a morena unia delicadeza ao desejo e não precisava de nada para render a mulher abaixo de si. Ela estava calma, rendida e à espera do que Alex iria lhe mostrar. E assim ela o fez, beijou toda a extensão do corpo da loira, se concentrou nos seios, beijando, lambendo, chupando, a tirando gemidos e suspiros, fazendo-a segurar em seus cabelos com força. Desceu a mão ao sexo de Piper e voltou a lhe beijar, a loira gemeu com o contato e Alex continuou com o estímulo, colocando uma perna no meio das pernas da loira que a beijava e rebolava levemente, incentivando-a a continuar.

Ao introduzir dois dedos em Piper, Alex a sentiu estremecer. Começou a fazer movimentos lentos enquanto beijava seu corpo arrepiado e suplicante. Elas não falavam nada, o som no ambiente eram os suspiros e gemidos, a linguagem universal dos amantes. Alex continuou, agora mais rápido, o corpo de Piper implorava por libertação, e ela iria lhe conceder o pedido.

Ainda com os dedos dentro da mulher, se posicionou entre suas pernas. Beijou-lhe no ventre, quando viu os olhos azuis de Piper focarem exatamente nos seus. O olhar agateado de Alex Vause era uma tentação, encarando-a pelo meio de suas pernas, era maior ainda. Piper continuou a lhe observar e Alex continuou seu trabalho, descendo os beijos até o sexo exigente da loira. Beijou a extensão da pele sensível, ainda a estocando calmamente com dois dedos, deu leves mordidas até finalmente dirigir a língua quente ao sexo ainda mais quente de Piper. A loira arfou, levantou levemente a cabeça, gritou e clamou pelo nome da morena:

- Alee-ex – ela dizia sem muito discernimento.

Alex respondeu correndo a língua por todo o seu sexo, sentindo o gosto inigualável que a loira possuía. Sentia o corpo de Piper arrepiar, tremer, sabia que ela estava perto, então retirou os dedos de sua entrada e os substituiu pela língua. Piper arquejou, disse palavras sem sentido e segurou novamente nos cabelos pretos, incentivando. Para acabar logo com a tortura, Alex se concentrou em chupar o clitóris inchado e extremamente molhado da parceira, a fazendo gritar mais uma vez de prazer. Concentrou-se na região, alternou chupadas e lambidas, cumpria o ofício com maestria até que sentiu a loira escorrer. Levou a boca até a fonte do prazer de Piper e sugou todo o líquido, olhando para cima e vendo uma loira desfalecida em sua cama.

Ao terminar, subiu de volta com beijos molhados até a boca da loira que a retribuiu, respirando fundo. Alex deitou-se ao lado de Piper, apoiando a cabeça no braço da loira que estava aberto, a observou recuperar a respiração e ficou passando o dedo indicador por sua barriga suada – assim como todo o resto do corpo.

- Satisfeita, doutora? – Perguntou com sua voz grave que conseguia ser doce ao mesmo tempo.

Piper demorou um pouco, mas respondeu: – não.

Alex surpreendeu-se. – Não?

Piper a olhou nos olhos. – Eu quero sentir o seu gosto.

Alex respirou fundo e sorriu, concedendo-a autorização. O sorriso de Alex era uma das maiores preciosidades do mundo, pensou a loira.

Assim, retirou devagar o braço que apoiava a cabeça de Alex, deixando-a deitada no travesseiro. Montou em cima dela e a beijou, saboreando os lábios úmidos e carnudos da morena. Novamente, desceu os beijos ao pescoço alongado, beijando e arranhando com os dentes a pele imaculadamente branca. Passou as mãos por seus braços e parou na altura dos seios, segurando os dois ao mesmo tempo, eles eram grandes e deliciosos, mal podia esperar para experimentá-los, e assim o fez, preencheu a boca com a pele macia, lambendo os mamilos e fazendo a morena gemer alto. Mordeu, puxou com força moderada, fazendo Alex arquear as costas da cama. Esboçou um sorriso ao ver a morena tão entregue e continuou o trabalho no outro seio, chupando-o com vigor. Sentiu Alex esfregar o sexo em sua coxa e gemeu, tinha uma missão pela frente.

Deixando os seios para trás, desceu pela barriga da mulher, distribuindo beijinhos em cada pintinha que marcava a região, fazendo Alex suspirar. Ao chegar ao fim da trilha, pousou as mãos na barra da calcinha e olhou para a morena, apoiada com o queixo em cima de seu sexo. Alex correspondeu o olhar e passou a mão no rosto de Piper, sorrindo levemente, a loira fechou os olhos com o toque e lhe beijou no ventre pela última vez. Então, retirou a peça remanescente e olhou para o sexo de Alex. Ela já o havia visto, é verdade, mas aquela era oficialmente a primeira – talvez única – vez que iria poder degusta-lo sem quebrar regras profissionais.

Sem demora, abocanhou o sexo da morena e gemeu junto a ela. Ele era gostoso, molhado, abrasador, tudo ainda melhor do que havia imaginado. Lambeu toda a extensão, recolhendo a excitação ali presente, e a penetrou com a língua. Alex gritou roucamente, nem fodendo que aquela era a primeira vez de Piper com uma mulher, ela sabia muito bem o que estava fazendo. A loira continuou, interrompeu a penetração e subiu a língua para o clitóris avermelhado que a esperava ansiosamente. Fez movimentos em círculo com a língua e depois o chupou com vigor, Alex arqueava as costas, sentindo suas forças saírem do corpo e irem direto para a boca habilidosa de Piper. A loira continuou dedicada à região sensível, sentindo o pulsar em sua língua, então desceu de novo e a penetrou novamente até que Alex gozasse. Ela gozou chamando pelo nome de Piper, enquanto segurava seus cabelos. A loira bebeu o líquido que era seu por direito, segurando a cintura de Alex para que ela não fugisse por conta dos espasmos. Ao terminar, subiu de volta e beijou a morena, compartilhando o gosto apetitoso que ela possuía.

Alex não conseguia nem acreditar naquilo, não estaria mentindo se dissesse que havia sido o melhor orgasmo de sua vida.

Piper se deitou ao seu lado e, diferente dela, não a abraçou. Alex apoiou a cabeça no braço e olhou para a loira que olhava para o teto, sem esboçar reação alguma.

- Você bem? – Alex perguntou.

- Sim... – Piper respondeu sem olha-la nos olhos. Péssimo sinal.

- Quer conversar? – Alex insistiu.

- Eu não posso, tenho que ir embora – Piper disse séria, se levantando e sentando na cama de costas para Alex.

- Embora? Piper, você não pode ir agora! – Alex disse beirando o desespero.

- Alex, você sabe que é difícil, eu tenho que encontrar a Polly e a Chris...

- Piper, eu tenho certeza que a Christine está bem! – Alex a interrompeu.

- Eu não posso fazer isso – um anseio repentino abateu Piper. – Eu não posso – ela repetia enquanto catava as roupas no chão e se vestia rapidamente. Alex olhava atônita, não conseguia acreditar que ela estava fazendo aquilo.

- Por que você voltou? Eu falei para você ir embora! – Alex gritou, já chorando.

- Eu não sei, Alex! – Piper disse já pronta, tentando não olhar diretamente nos olhos da morena.

Alex ficou calada, só observava Piper lhe abandonar após um dos momentos mais sublimes de sua vida.

- Eu preciso ir, juro que tento falar com você depois – a loira dizia olhando para qualquer lugar que não fosse Alex, até se dirigir a porta.

- Piper – Alex a chamou pela última vez. Então a loira a olhou, encarou-a fixamente.

- Você me machucou – foram as últimas palavras de Alex antes da figura de Piper sumir pela porta, deixando-a sem resposta.

 

 

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível, eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, eu sou porta-bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Marisa Monte - Infinito Particular


Notas Finais




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