Acordei sábado de manhã me sentindo sufocado por algo desconhecido, que ao abrir os olhos, notei ser um braço alheio em volta do meu pescoço. Olhei para o lado e avistei um garoto loiro, adormecido e completamente nu, denunciando o que tinha acontecido nessa bagunça toda.
A última coisa que me recordo da noite passada é de estar virando várias doses seguidas de tequila junto com Hoseok, e o resto da memória ainda vou ter que lutar um pouco para ter. Eu não sou o tipo de bêbado que se esquece tudo que fez enquanto estava no efeito do alcool, mas nas últimas semanas têm sido mais difícil me recordar de algo e tenho pedido ao Jung para me ajudar com isso; apesar do mais velho quase nunca se lembrar de muito mais do que eu.
Tirei devagar o braço do quase-desconhecido de mim, tomando cuidado para que ele não acorde. Peguei minhas roupas espalhadas pelo chão, vestindo desajeitado a minha calça jeans e coloquei o meu tênis, deixando o resto para vestir no corredor.
Caminhei em passos lentos até a porta e girei a chave, sendo o mais silencioso que consigo, e assim deixei o apartamento, suspirando aliviado. Dessa vez foi fácil.
Digamos que eu sou um pouco clichê demais quanto aos meus atos; mas, qual é, me deixe culpar a adolescência e meus hormônios que estão bem animados aos meus humildes dezessete anos.
Cheguei em minha casa e fui direto ao meu quarto, me livrando de minha camiseta e sapatos, ficando apenas de calça. Devo dizer que meus pés estavam me matando.
Peguei meu maço e meu isqueiro laranja (sim, laranja, porque é uma cor espetacular) no armário, indo até a janela e acendendo o meu primeiro cigarro do dia. Senti a ardência gostosa na garganta e soltei a fumaça, aliviado por finalmente estar junto da minha amada; a nicotina. Temos um relacionamento sério há uns quatro anos, e nosso primeiro encontro fora um pouco estranho..
Jung Hoseok — meu melhor amigo barra peguete — quem me apresentou ela, e eu o agradecia muito, apesar de que ela nos mata cada dia mais. E essa era a melhor parte dessa relação.
Terminei meu cigarro, jogando o filtro pela janela e deitei em minha cama, sentindo minhas costas agradecendo à todos os possíveis deuses existentes por estarem descansando apropriadamente.
Quando pensei que poderei dormir mais um pouco, meu celular tocou.
— Chora — disse ao atender.
— Todos os dias, obrigado — respondeu Hobi.
— Fala o que você quer, homem.
— Você me pediu para te lembrar caso a ressaca batesse e você esquecesse, então te liguei pra avisar que hoje tem a minha festa de aniversário. Sete horas da noite esteja aqui em casa!
— Tem mais? — perguntei, passando a mão pelo meu cabelo, já pensando no próximo porre que vou tomar.
— Sim, tem. E se reclamar, faço a segunda parte da festa amanhã! Vê se não vai dormir demais, Jeongguk.
— Tentarei.
Encerrei a chamada e me virei, para tentar dormir e me recuperar, já que meu amigo me mataria se eu não aparecesse lá.
Hoseok só me fode, pensei. E nem sempre é no bom sentido.
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