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História Nictofilia - Angeli


Escrita por: Earth_Gravity

Notas do Autor


Outro capitulo pra vocês, ficou curtinho, mas é necessário.

Capítulo 5 - Angeli


Fanfic / Fanfiction Nictofilia - Angeli

Nictofilia

Capitulo 5 - Anjo

Uma luz surge e nos cega, bom, pelo menos eu. Coloco as mãos a frente dos olhos, que doiam por causa dela. Loretta segura meu braço, para que eu não saia de perto dela. Senti uma fraqueza e coloquei as mãos na minha cabeça.

 O clarão acabou, abri os olhos e piscando para me acostumar.

 BaekHyun estava de pé e havia mais duas figuras do seu lado. Usavam roupas semelhantes às de Byun e também tinham asas. Um é bem mais alto que os outros dois, cabelos pretos e olhos castanhos e uma pele mais bronzeada dos demais, ele é muito bonito, assim como o outro. Ele tem a mesma altura que Byun, cabelos igualmente pretos e olhos pretos.

 Parei de prestar a atenção neles e foquei no ruivo a minha frente. Ele estava caído, com as mãos no estômago e uma cara de dor. Me abaixei e fiquei naquela altura, passei as mãos por suas costas.

 Olhei para os lados, a procura da grega, que havia sumido.

 — Cadê a Loretta? — Perguntei olhando para os lados.

 — Aqui. — Falou.

 Segui o som da sua voz, encontrando-a com uma faca prateada na mão, sendo mais específica no pescoço do anjo da mesma altura que Byun.

 — Você realmente não muda. — Falou ele.

 — Eu sei. — Riu e tirou a faca do pescoço do mesmo.

 Deixei aqueles quatro de lado e me concentrei no ruivo a minha frente. Ele estava pálido e parecia estar passando mal. Me ajoelhei a sua frente, encarando o topo de sua cabeça.

 — Você não passou mal com essa luz toda não? — A voz dele estava rouca que o normal.

 — Não, só um leve incômodo. — Respondi.

 Loretta ficou ao meu lado e suas mãos ganharam um brilho negro, a energia negativa que emanava dela era incrível, mas me incomodou um pouco. Mas eu não deveria gostar disso? Enfim, ela pôs as mãos na cabeça dele e rapidamente ele deu sinal de melhoras, bem rápido mesmo. Por que depois ele já se encontrava de pé.

 — Que rápido. — Eu disse, impressionada.

Levantei-me, pondo-me ao lado da grega.

 — Por que vieram até aqui? — ChanYeol pergunta impaciente.

 — Você não precisa saber. — Baekhyun diz, debochado.

 — Dá pra parar de se alfinetarem por pelo menos alguns minutos. Isso é enjoativo. — O mais alto revira os olhos.

 — É uma boa pergunta, Park. Por que estamos aqui, BaekHyun? — O outro fala, cruzando os braços.

 Baekhyun olha para mim, com um olhar triste.

 — É por causa...

 Não ouvi mais nada, uma espécie de sino soou no meu ouvido interno, me fazendo cair de joelhos com as mãos nas orelhas. Reprimi um grito de dor, encolhendo-me ainda mais naquela posição. Estava doendo muito, aos poucos fui perdendo a consciência e o ruído só aumentava.

 Tudo ficou preto.

 O canto dos pássaros me fez despertar. Pela primeira vez em anos, não fui acordada com a voz de ChanYeol, o que foi até estranho. Ergui o tronco, me atentando ao silêncio que estava no quarto, abei os olhos e dei de cara com os três homens que estavam na floresta ontem. Arregalei os olhos e me afastei um pouco para trás.

 — Por favor, não se assuste. — Um deles falou. Ele estava perto da minha cômoda e já não tinha as asas. — Me chamo Kim Junmyeon, peço que fique calma. — Sorriu.

 Acho que já ouvi isso antes.

 — Cadê a Loretta? — Perguntei olhando em volta.

 — Está na escola, daqui a pouco ela chega. — Baekhyun fala encostado na porta da minha varanda.

 Todos os três não estavam com suas asas.

 — Está sentindo dor em algum lugar? — O mais alto perguntou. Fiz que 'não' com a cabeça. — A propósito, me chamo Kim JongIn.

 Eu estava confusa, milhares de coisas passavam pela minha cabeça. Passei um bom tempo olhando para as minhas mãos, tentando organizar meus pensamentos. Havia três anjos no meu quarto e um queria que eu me afastasse de ChanYeol, os outros dois... nem sei o que querem. Loretta estava na escola com ChanYeol. Percebi que perdi aula. ChanYeol provavelmente está com um péssimo humor, posso sentir daqui. O dia não poderia estar melhor.

 — Você tem pensamentos confusos. — BaekHyun me chamou a atenção.

 — Passei anos da minha vida sendo observada, minha privacidade foi zero. Eu achava que pelo menos nos pensamentos eu teria isso. — Levantei a cabeça, sorrindo sarcástica.

 Ele arregalou os olhos e abriu um pouco a boca. Devo ter sido sarcástica demais... Ah, mas já saiu mesmo.

 — Desculpe-me. — Se curvou, com um tom de voz arrependido.

 — Você tem uma língua bem afiada, não? — Junmyeon falou rindo.

 Somente dei ombros, muitas pessoas já disseram isso pra mim.

 — Se você soubesse a quantidade de pessoas que já me disseram isso... — Digo entediada.

 Estava ficando muito estranho, e sentia a falta de ChanYeol, algo me dizia que isso não ia acabar bem. Ficar ao lado dele me passava segurança. A segurança que eu nunca tive.

 — Isso está estranho. — JongIn comentou.

 Afirmei com a cabeça.

 — Por que estão aqui? — Perguntei desinteressada. Toda essa história está me deixando confusa e com raiva.

 Na verdade, tudo o que eu queria agora é socar aqueles dentes perfeitos do BaekHyun por algum motivo desconhecido. Ele sorrindo assim é irritante, algo me incomodava nele, fazendo com que eu queresse me afastar. Não sei ao certo o quê.

 Eles se entreolharam e suspiraram. Byun suspirou, olhando nos meus olhos.

 — Viemos por causa... — Começou a falar, mas foi interrompido.

 Loretta apareceu atrás dele, colocando o dedo na boca dele, como um sinal de silêncio.

 — Acho que ela não precisa saber agora. — Disse tirando a mão de lá e vindo em minha direção.

 Os três observavam todos os movimentos dela minuciosamente. Uma tensão imensa se espalhou pelo meu quarto. Podia sentir o ar pesado, parece que eles não aguentavam nem respirar o mesmo oxigênio.

 — Oi. — Falei com um sorriso de canto.

 — Oi. — Respondeu sentando na cama. — Como você está?

 — Com fome. — Sorri sem graça.

 Ela gargalhou e levantou. Ignorando completamente os anjos que se encontravam aqui.

 — Vamos, esfomeada.

 Levantei, me sentindo bem, sem dor alguma.

 Então caminhamos até a cozinha, com os três no nosso encalço.

 ChanYeol estava parado encostado na porta da frente, olhando com ódio para os anjos, que retribuíram na mesma intensidade, se brincar até mais. Bom, sendo que eles são opostos, essa rixa deve ser normal. Não? Loretta estava se divertindo com a situação, e não fazia nada para esconder. Um sorriso enorme praticamente cobria toda a sua face.

 Sentei-me na cadeira da mesa e vi ela fazendo algo. Acho que era ramen.

 — Podem explicar o motivo de estarem aqui. — Ela falou pegando uma panela no armário.

 Me virei para eles, esperando a explicação.

 — Seu amigo ChanYeol é procurado por vários crimes. Só que, existe uma força maior querendo a cabeça dele numa bandeja. — JongIn disse.

 Força maior? Parece que o Junmyeon leu meus pensamentos e explicou a minha dúvida. Ou talvez minha careta tenha entregado.

 — É um demônio, não sabemos exatamente o porquê. Então, quando ele se mostrou visível para as pessoas, esse demônio pode rastreá-lo. Vai demorar um pouco para ele acha-lo aqui.

 Parei para pensar. Se ele achasse o ruivo, provavelmente me acharia e sabe-se lá o que fará comigo.

 — Por isso pedimos para que você se afastasse dele. — BaekHyun concluí.

 Mas aí é que está o problema. Eu não quero me afastar dele. Eu gosto de estar perto dele, gosto da companha dele.

 — Já disse que posso protege-la sozinho. — O demônio resmunga, vindo para a cozinha.

 Todos olharam para ele com um olhar debochado, até Loretta. Eu fiquei normal mesmo.

 — Creio que de acordo com a opinião deles. Você não tem capacidade para isso. — Gesticulei as mãos enquanto falava, apontando para os quatro ali presentes.

 Ele fez uma cara de desgosto e simplesmente desapareceu com cara de desgosto.

 Um silêncio estranho pairou pela cozinha, ouvia o que parecia ser a respiração meio descompassada dos anjos, se é que isso é respirar. Parecia que nem o pulmão se expandia direito pela caixa torácica, e que às vezes eles usavam a boca para respirar ao invés das narinas, mas cada um tem suas estranhezas.

 — Então, quem quer biscoito? — Loretta perguntou abrindo o armário.

 Acho que inconveniência é sinônimo de Loretta Averoff.

°•°•°

 Eu andava por um labirinto de concreto. Estava descalça, com um vestido cinza meio rasgado, não importava que caminho eu seguia, sempre parava no meio dele.

 Desisti de tentar achar o caminho certo e parei para olhar uma parede estranha. Era como se fosse um espelho, mas completamente embaçado. Toquei a superfície dele e ele escureceu totalmente, logo depois voltando a ser um espelho normal. Meu reflexo estava meio embaçado, turvo e de cabeça baixa. Abaixei-me e fiquei cara a cara com o reflexo. Ele levantou a cabeça rapidamente.

 Eu gritei de medo.

 Meu reflexo tinha olhos vermelhos sangue, com uma fenda preta, parecida com os olhos de ChanYeol, e sorria para mim.

 Um sorriso tenebroso, de dar medo.

 Meus joelhos ficaram fracos, quase sem forçar, reuni forças e corri. Machucando meus pés, eu chorei.

 Chorei de medo, nunca tinha tido pesadelos desde pequena. Então essa era a sensação?

 Um medo interno, fruto da minha própria imaginação?

 Parei de correr quando uma névoa preta começou a cercar aquela parte do labirinto, desacelerei, indo em direção a ela. Algo sobrenatural me atraia para aquele local. Encontrei uma parede com inscrições nela. Algo que parecia ser latim. Comecei a ler em voz alta.

 "Angeli non bonos, daemones autem non semper est mala.

Sed MAMA semper sit immutabilis, et moderantem hebete"

 Assim que li isso, as sombras se afastaram e eu olhei ao redor, começando a ouvir uma voz sussurrando, chegando ainda mais perto de onde me encontrava.

 Ela dizia algo em latim que desconheço, afinal, não sei nada sobre latim.

  Hana, a quanto tempo. Ela disse em japonês.

 Não conseguia ver de onde vinha a voz. Eram somente sussuros ao vento, dei um passo para trás, com medo. Um aperto surgiu no meu coração, o ar sumiu de meus pulmões.

 Antes de cair no chão e desmaiar, olhei para cima, vendo um sorriso tenebroso em um rosto desconhecido por mim. Junto com olhos vermelhos e uma fenda preta.

 Se não era o ChanYeol, quem era?

 Acordei com a respiração descompassada. Um arrepio percorreu todos os meus nervos. Não conseguia raciocinar direito, a visão embaçada não ajudava muito. Meu olhar foi direto para as minhas mãos, elas duplicavam e voltavam ao normal num curto espaço de tempo.

 Senti meu rosto ser levantado. Somente quando ele limpou minhas lágrimas que eu percebi que estava chorando.

 O ruivo me olhava diferente, um misto de pena e culpa.

 ChanYeol deitou ao meu lado, puxando-me para perto de si. Encostei o meu rosto perto do seu corpo quente, ele passou as mãos pelas minhas costas, como sinal de proteção.

 ChanYeol sabia que eu não precisava de palavras, somente de gestos. Não perguntou nada, só me abraçou.

 No final, ele me conhecia melhor que eu mesma.


Notas Finais


Então, captaram as referencias?
Sério, eu fiquei rindo escrevendo esse capitulo, tipo, é muita referencia.
Eu mudei o titulo dos capítulos para o latim, que vai ser bastante usado nessa fic.
Até :3


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