História Night Changes - Um dia quase normal

19/04/2015

— Eu nunca achei que fosse gostar tanto de uma comida vegetariana, mas Sophie, você é demais na cozinha. – Jane disse e Sophie riu.

— Cadê o seu namorado? – Ela perguntou se referindo a Felipe.

— Ele não pode vir mas prometeu que não vai faltar o trabalho – Sophi assentiu, os dois estavam estagiando com ela, aliás eles eram um dos poucos que acreditavam na pesquisa dela. Os dois estavam cursando o penúltimo período de medicina na Imperial College of London.

— Okay, eu só tenho que atender o Tom hoje então se quiserem estudar para as provas, eu só preciso de vocês na quarta, e no fim de semana de manhã. – Jane abraçou a amiga que riu.

— Você é a melhor chefe do mundo sabia? A matéria de anatomia está um porre. – Sophi riu de novo da reação da menina e olhou o régio que marcava uma e vinte e cinco.

— Eu preciso ir – Ela disse limpando a boca com o guardanapo e o colocando na mesa. – Você pode arrumar as coisas?

— Claro! Depois dessa comida maravilhosa, é o mínimo. – Sophi se despediu da amiga, pegou seu casaco, sua bolsa e suas chaves e foi em direção ao carro.

 O consultório fica a poucas quadras dali e não era muito grande, afinal de contas ela não tinha patrocínio nenhum para aquilo e se negava a cobrar o preço de um tratamento tradicional já que o tratamento que ela oferecia era simples e não era caro, porém o fato de não ser considerado experimental não permitia que ela atendesse por planos ou que ela divulgasse a pesquisa, por isso Sophi ainda tinha que contar com o dinheiro que conseguia como fotógrafa e, também paralelamente ao consultório ela estava escrevendo um livro com o propósito de pegar o dinheiro e investir na pesquisa, fora que escrever e fotografar são os hobbies que ela se negou a abandonar, além deles ela também sempre tocou piano mas não estava trabalhando no ramo musical por uma escolha própria.

Sophi ligou o rádio e começou a cantarolar o trecho de uma música do Ed Sheeran que tocava no momento, o tempo da música foi quase o suficiente para que ela chegasse no consultório, ela chegou a escutar dois minutos de uma música do Eminem, ela entrou sem demora pela porta de vidro, sua secretária Charlotte, ou Char como ela costumava a chamar, já tinha chegado e estava atendendo a um telefonema.

— Hum, eu sei eu... – Char olhou para Sophie. – A doutora acabou de chegar eu vou transferir para sala dela um minuto. – Char apoiou o telefone no colo. – É um homem, ele está um pouco desesperado, você pode conversar com ele, mas a consulta em si não é para crianças. – Sophi assentiu.

— Pode transferir, eu vou explicar tudo para ele, obrigada Char. – Ela agradeceu e entrou na sala.

Mal tinha acabado de sentar e o telefone tocou, ela ligou o computador e colocou o telefone no viva vós para o caso de precisar anotar alguma coisa.

— Alô. – Ela disse

— Oi! Eu te ofereço dois milhões para você curar meu amigo, olha se você quiser mais eu... – Sophi tentou evitar de rir mas foi em vão. – Você acha que é uma piada? – Ela arregalou os olhos e se se prontificou a um pedido de desculpas.

— Desculpa, desculpa, mas é que nem sei do que se trata e eu não cobro a mais dos meus pacientes, o valor do tratamento completo é seiscentas libras. – Ela disse mordendo o lábio inferior para não rir de novo, ela sabia que poderia ter aceitado a oferta mas Sophi nunca foi assim, e não ia começar a ser, alguns clientes dela já haviam pago a mais por tudo mas foi uma escolha deles e todo o dinheiro a mais que ela ganhou ela investiu na pesquisa e uma parte ela guardou para poder realizar o tratamento em pessoas que não tivessem condições para pagar, mesmo assim ela não ganhava quase nada com aquilo e nem podia, por ser algo “experimental” , o preço era praticamente pelos materiais.

— Hum, eu achei que fosse pelo dinheiro. – Ela sorriu.

— Quantos anos o... – Ela percebeu que não sabia o nome de ninguém. – Seu amigo tem?

— Vinte e um. – Ela viu o desespero na voz do menino, mas o tratamento que ela criou nunca tinha sido testado em adultos e ela sabia que podia não funcionar, o corpo da criança sofre muitas modificações e o tratamento era baseado nessas modificações, o do adulto já estava totalmente formado então podia não funcionar.

— Olha, eu vou tentar, mas o tratamento que eu criei é específico para crianças, ele nunca foi utilizado em adultos e pode ser que não tenha solução, eu tenho uma revisão duas horas mas é coisa rápida, vocês podem vir se quiser e logo que eu acabar eu interno ele. – Liam suspirou, ele tinha conseguido agora tinha que convencer o Niall, mas ele iria nem que fosse amarrado. – Desculpe perguntar, mas é que você não disse o nome. – Sophie olhou no relógio marcando cinco para as duas.

— Desculpe, é Liam.

— Certo Liam, eu vou te passar para minha secretária Charlotte de novo porque eu tenho a consulta de que te falei agora, ela vai pedir alguns dados por telefone se você quiser pode dize—los até no carro enquanto vem pra cá. – Ela disse calma.

— Certo, obrigado, e até daqui a pouco. – Sophi sorriu.

— Não precisa agradecer, e até daqui a pouco. – Sophi clicou o número para transferir a mensagem para Charlotte.

— Char, pera os dados do amigo dele e assim que eles chegarem peçam para eles aguardarem na sala de espera se o menino, opa, mania, se o rapaz precisar deite ele na sala dois. E pode mandar o Tom entrar se ele já chegou, diga para Marie ficar ai. – Sophi disse.

— Ele já chegou sim, vou mandar ele entrar e vou anotar tudo. – Char disse.

— Tudo bem obrigada.

— De nada.