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História Nightmares - Desentendimentos - part. II


Escrita por: darky_galaxy

Notas do Autor


Hei marauders!
Tudo bem com vocês? Espero que sim ^^
Cá estou eu mais uma vez essa semana pra postar a parte dois do capítulo passado ehhhhh
Bom, era pra eu ter postado esse capítulo segunda, maaaasss meu querido e amado Word decidiu ficar de TPM e não salvou as duas cenas finais do capítulo... Vontade de matar de "amor", não? Enfim, por conta disso eu tive que reescrever essas duas cenas e eu acabei demorando um pouquinho, pois como vocês já devem ter percebido eu escrevo muuuuito pouco *cof cof Mentira cof cof*, mas aqui está a tão esperada parte dois com a briga!!!!

Gente, não vou mentir, mas esse capítulo é o meu preferido até agora ^^ De todos os capítulos que eu já escrevi e aqueles que eu estou escrevendo ainda, esse é aquele que eu mais gosto! Como no capítulo anterior, vários personagens irão aparecer! Nesse, só teremos uma real apresentação de um personagem, mas conta com uma mini introdução de outros personagens que serão melhores apresentados no próximo capítulo que será o último capítulo de apresentações! Isso mesmo meu povo, só mais um capítulo de apresentações e então poderemos dar inicio a real história!

Okay, agora vou pedir desculpa a vocês pois esse capítulo ficou extremamente grande. Sério, eu me empolguei bastante kkkkk Eu até pensei em dividir ele, mas achei melhor postar logo de uma vez se não teria que cortar ele na melhor parte! Mais uma vez peço desculpas pelo tamanho exagerado do capítulo hehehe Rindo de nervouser.

De qualquer maneira, nesse capítulo temos a apresentação real de um personagem interativo, uma "meia apresentação" de outra personagem interativa, a apresentação de alguns ex alunos e de um personagem criado por mim que o mistérioso Peter que já foi várias vezes mencionado, mas não deu as caras ainda!

Espero que vocês gostem desse capítulo e não se esqueção de ler as notas finais para os avisos ^^


Até lá embaixo o/

Capítulo 8 - Desentendimentos - part. II


Fanfic / Fanfiction Nightmares - Desentendimentos - part. II

– Sarah, não faça algo do qual você vai se arrepender depois.

Essa mesma frase soava repetidamente na mente da garota. Ela conseguia ouvir perfeitamente bem a voz de Ella dizendo isso, seu tom preocupado, o jeito como a voz dela vacilava um pouco enquanto falava, mas o que mais chamou a atenção da garota eram os olhos de Ella quando disse aquilo. Sarah podia ver claramente o desespero que os olhos azuis da amiga transmitiam no momento em que ela viu o que Sarah estava prestes a fazer. A ruiva viu o medo cruzar os olhos de Ella quando a mesma começou a se afastar e depois sair correndo do vagão sem se importar se estava empurrando alguém ou não. Por um momento Sarah pensou que Ella tivesse desistido dela. Por um momento ela pensou que Ella estaria farta de todos os problemas que Sarah Weasley tem e que estava farta de tentar ajudar a garota ruiva que não queria ser ajudada. Por um momento Sarah pensou estar sozinha.

Quem ela queria enganar? Ela mesma já teria desistido dela se fosse Ella. Sarah sabe o quão complicada ela é, o quão problemática ela é. No final, sempre seria ela mesma contra seus problemas. Mesmo que as pessoas fizessem de tudo para ajudar, elas nunca conseguiriam.

Milhares de pensamentos passavam pela cabeça da garota naquele momento. Ela estava tão perdida, tão desconcentrada que se alguém perguntasse qual o nome dela era capaz dela não saber responder. Isso era algo que nunca aconteceu com ela. Em toda a sua vida, Sarah pode contar nos dedos de uma mão todas às vezes em que ela fez coisas impulsivas e sem pensar, que ela fez algo do qual ela fosse se arrepender depois. A primeira foi quando ela quis apressar o preparo de uma poção e depois a mesma explodiu; a segunda foi quando ela se arriscou demais naquele jogo de Quadribol; e a terceira foi a que acabou de acontecer, ela se deixar tomar por suas emoções e usar a força que ela não sabia ter para socar alguém no rosto com total intenção de ferir.

Sarah sentia os nós de seus dedos latejarem da força que ela usou para socar Killian no rosto, mas na situação em que ela estava, ela nem se quer se importou. Ela sabia muito bem que ficaria vermelhos depois, mas nesse momento sua dor ou a situação de sua mão não importavam pra ela.

De todos os seus erros, de todos esses momentos em que Sarah fez algo do qual ela se arrependeu no segundo seguinte houve algo em comum. Apenas uma coisa que ligava todos esses acidentes juntos, uma coisa que levava Sarah a insanidade, uma coisa que conseguia fazer Sarah Weasley agir sem pensar em todas as consequências possíveis de suas ações para os próximos três milênios. Essa coisa era na verdade uma única pessoa, uma pessoa com nome e sobrenome. Essa pessoa era ninguém menos que Killian Grindelwald e nesse momento ele se encontrava limpando o sangue que escoria de seu nariz enquanto soltava um riso seco e sarcástico, direcionando seus olhos para a garota ruiva a sua frente novamente.

Killian estava surpreso. Não, ele estava impressionado. Ele conhecia Sarah, ele sabia do que ela era capaz de fazer, do que ela era capaz de não fazer, bom, pelo menos ele achava que sabia. Se alguém tivesse dito a ele que Sarah Weasley teria a coragem e a força para socá-lo no rosto ao ponto de seu nariz começar a sangrar, ele teria chamado essa pessoa de louca. Agora, nesse momento, Killian se chamava de idiota por ter esperado tão pouco da garota.

Claro, Killian imaginou que Sarah não ficaria feliz em vê-lo depois de tudo o que aconteceu, mas ele nunca pensou que ela guardava tanto rancor dele. Sarah era conhecida por perdoar as pessoas facilmente e cá estava ela demonstrando nem um por cento do rancor que ela guarda do garoto a sua frente. Se seu nariz não estivesse latejando e o gosto de ferro predominasse da sua boca, Killian se sentiria honrado por ser a essa exceção, por ser à exceção de Sarah Weasley.

O loiro já teria pego sua varinha e jogado uma azaração terrível se tivesse sido outra pessoa a socá-lo no rosto, mas não era qualquer pessoas, era? Não, claro que não e Killian sabia muito bem disso. Não era uma pessoa aleatória da qual Killian poderia ver morrer aos seus pés sem se importar, não era uma pessoa que ele cruzou na rua uma vez, não era uma pessoa com quem ele arranjou briga no bar. Não. Era Sarah Weasley, a doce grifinóriana que ele conheceu enquanto estudava em Hogwarts, a garota de cabelos extremamente vermelhos e brilhosos que brilhavam facilmente em meio a escuridão, a ruiva que faria de tudo para proteger aqueles que ama. E acima de tudo Sarah Weasley foi uma das poucas pessoas das quais Killian se arrependeu de ter machucado, uma maldita mestiça que Killian se arrepende de ter machucado.

– Eu não lembrava que você batia tão forte, Charry Bomb. – disse o garoto loiro com certo humor em sua vos que fez Sarah ter vontade de socá-lo novamente e com mais força dessa vez. – Você sabe, eu esperava uma reação mais amistosa vinda de você depois de tudo pelo que passamos, Charry Bomb.

– Não. Me. Chame. Assim. – Sarah rosnou entre dentes em um tom tão baixo que só Killian poderia ouvir. Ela sentiu a raiva enche-la novamente quando viu ele sorrir antes de soltar um riso debochado. A ruiva nunca gostou desse apelido, mas nesse momento ela odiava profundamente Killian por tê-lo inventado. Ela odiava o como ele olhava e falava com ela como se nada tivesse acontecido, como se ele nunca tivesse feito nada, como se eles ainda fossem quem eles eram antes. Oh, Sarah poderia matar alguém nesse momento de tão irracional que ela estava. Na verdade, ela tinha em mente quem ela cogitava matar e essa pessoa estava na frente dela sorrindo como um idiota que ela sempre soube que ele era. – Esse não é meu nome.

– Okay. Você prefere que eu te chame como então? Sarah? Dora? Ginger? Ninfadora? – perguntava o loiro com um sorriso no rosto enquanto dava ênfase no último nome. Se tinha uma coisa que Killian sabia sobre Sarah era que ela odiava ser chamada de pelo seu nome do meio. O loiro sempre amou o jeito que o rosto de Sarah ficava vermelho e os olhos verdes da garota pareciam brilhar quando ela ficava brava. O sorriso do loiro apenas cresceu quando ele viu a menina franzir as sobrancelhas, algo que ela sempre fizera quando está irritada e incomodada. – O que foi? O gato comeu sua língua?

– Não brinque comigo, Grindelwald. Você sabe muito bem o que acontece quando eu perco a paciência. – ameaçou a garota ruiva enquanto fechava as mãos em punhos com força a fim de controlar sua raiva.

– Oh eu sei o que acontece. Bom, eu sei o que você diz que acontece. – começou o loiro enquanto sorria maliciosamente para a ruiva e arqueava a sobrancelha direita desafiadoramente. – Mas eu quero ver o que realmente acontece quando a Sarah Weasley tem sua calma lendária esgotada.

 – Acredite, você está prestes a descobrir.

###

Os corredores dos vagões estavam tranquilos, não havia pessoas brigando por uma cabine vazia ou apenas discutindo para ver quem pagaria pelos doces, as cabines em si estavam vazias e as poucas que o garoto notará estar ocupadas logo eram desocupadas pelos alunos que saiam de dentro das mesmas as pressas para irem em direção oposta a que o garoto estava indo; não que ele estivesse indo para algum lugar de qualquer maneira, na verdade, ele esperou até um moleque sair correndo do vagão onde ele estava antes de entrar na cabine e se jogar no banco fechando os olhos para tentar dormir um pouco enquanto colocava o braço direito sobre os olhos para acabar com a claridade vinda da janela e do corredor. Ele tinha que aproveitar o incomum silêncio do vagão de trem, pois não seria sempre que ele teria essa oportunidade.

Se ele não conhecesse bem o trem e seus colegas em si, ele diria que alguém está não apenas planejando, mas também executando algum plano de conspiração. De todos os alunos que o garoto já frequentou Hogwarts e teve que ir para escola nesse trem, só teve uma vez em que o mesmo se encontrava desse jeito silencioso e isso fora três anos atrás.

Séria mentira ele dizer que não se lembra do que aconteceu, quem não lembraria? Foi o assunto dos três primeiros meses por toda a escola. Por mais que o moreno não se importasse com fofocas, naquela época nem ele conseguiu ficar por fora do assunto. Uma briga no meio do trem que foi tão grave ao ponto de atrair todos os alunos e até mesmo professores, era impossível ficar sem saber. E não fora uma briga comum igual as que costumam acontecer no pátio do relógio em Hogwarts, foi uma briga que até hoje ele não entende como nenhum dos dois foram expulsos.

Ele se lembra muito bem de estar andando com Simon e Marcus quando viram Jimin correr na direção deles e começar a falar coisas sem sentido antes de levar os três para um vagão onde vários alunos se reunião para ver a briga. No começo Gabes Prewett quis ir embora, a briga não era de interesse dele de qualquer maneira, mas logo ele mudou de opinião quando viu que se tratava de James prestes a duelar com Kyra. Oh esse era um duelo que ele quis ver e no momento que ele viu James lançar o primeiro feitiço que foi bloqueado facilmente pela garota morena ele soube que seria um duelo épico. E sem dúvidas foi, pelo menos os poucos minutos que ele durou antes de três professores chegarem e separarem os dois a força. Naquele ano, Gabes pode jurar não ter visto nem James nem Kyra durante as refeições dos quatro primeiros meses de aula.

Mesmo não tendo certeza do que realmente estava acontecendo, Gabes tinha uma idéia do que era. Provavelmente era outra briga. Ele ouviu por ai que alguns ex alunos haviam voltado, quem sabe eles estavam entediados e decidiram começar um duelo no meio do trem? Se ele não tivesse que se preocupar com seu pai brigando com ele por pegar detenção ou mesmo ser expulso, ele mesmo já teria começado um duelo em seus momentos de tédio extremo como o que ele estava tendo no momento.

– Finalmente eu te encontrei! – uma voz rouca disse vindo da porta. Apesar de estar sonolento e com os olhos fechados e o braço por cima deles, Gabes sabia muito bem quem estava na porta da cabine. A voz rouca de Simon era inconfundível, o tom maduro e sério que o loiro nem notava ter sempre o dedurava quando ele falava. Era sua marca registrada junto com seu jeito desastrado. – Por um momento eu pensei que você poderia estar envolvido nessa confusão que está acontecendo. – continuou o loiro e pelo barulho, Gabes sabia que ele não estava mais na porta e sim sentado no banco em frente ao qual ele tentava dormir. – Anda logo, Gabes, eu sei que você não está dormindo.

Gabriel soltou um gemido de frustração antes de tirar o braço de cima do rosto e virar a cabeça para encarar Simon que tinha sua expressão amigável de sempre. Murmurando várias maldições para o loiro por ter atrapalhado seu momento de paz o garoto voltou à cabeça a posição anterior e fechou os olhos, apoiando ambas as mão sobre o peito.

– O que eu devo ao privilegio de sua visita? – perguntou o moreno com a voz rouca de sono, mas com o tom debochado de costume que fez Simon rir levemente enquanto balançava a cabeça. Era incrível como mesmo com sono Gabriel conseguia ser irônico e debochar das coisas.

– Nada demais na verdade. – disse o loiro e Gabes podia dizer que o mesmo havia dado de ombros e levantar a boca levemente para esquerda como ele costumava fazer toda vez que dizia algo que não possuía muita importância. – Eu estava com o Jimin e o Marcus e decidi vir te procurar, digo, você combinou de se encontrar com a gente, mas nunca apareceu.

– É a vida. – respondeu simplesmente.

– De qualquer maneira, você sabe o que aconteceu pra estar toda essa confusão no trem? – perguntou Simon e Gabes podia jurar que o loiro havia esticado a cabeça para olhar o corredor, como se procurasse por alguma resposta ou apenas quisesse dar um ponto a sua pergunta.

– Provavelmente deve ser uma briga. – Gabes disse sem muito entusiasmo. – Ouvi dizer que tem uns ex alunos por ai, até mesmo os Grindelwald estão de volta. Provavelmente deve ter algo haver com isso. – concluiu ele e no momento em que ouviu Simon se engasgar com a própria saliva, Gabes franziu as sobrancelhas antes de virar a cabeça e olhar para o amigo que parecia lutar para voltar a respirar direito. – Você ta bem cara? Esqueceu de trazer a bombinha de novo?

Simon tossiu mais um pouco antes de olhar para Gabes com os olhos arregalados e o moreno podia jurar ter visto preocupação nos mesmos. Quando o loiro se recuperou, ele disse: – Grindelwald? Tipo O Killian?!

– Sim? Até onde sei só existe o Killian e a Morgouse de Grindelwald no mundo mágico, para nossa felicidade... – dizia enquanto se aconchegava mais um pouco no banco e passava o braço esquerdo por debaixo da cabeça para servir de apoio.

– Você tem certeza disso? – Simon perguntou de forma desesperada fazendo Gabes franzir o rosto enquanto olhava para o amigo sem entender. Por Merlin, quando Simon se tornou tão careta assim?, pensava o moreno enquanto observava o amigo. – Gabriel, você tem certeza disso?

– Credo, tá parecendo meu pai quando tá irritadinho. – Gabes disso enquanto fazia uma careta ao se lembrar do pai. – Sim, cara, eu tenho certeza. Mas o quê que tem? É só mais uma briga besta, todo ano tem isso.

– Gabes! – começou o loiro exasperado. – O quê que tem?! Sarah! É isso que tem!

Gabes olhou sem entender nada para o amigo por mais alguns segundos. Ele realmente não estava entendendo. A única coisa que ele podia pensar no momento era que Simon provavelmente não havia tomado café da manhã ou finalmente aquele desejo feminino macabro dos homens sofrerem de TPM estivesse acontecendo com loiro. É, provavelmente o primeiro, pensou o garoto depois de analisar bem suas opções.

– Pelas barbas de Merlin! – disse Gabes com um tão de falsa surpresa e descoberta enquanto fazia gestos com a mão direita. – Claro! Agora tudo faz sentido! Porque é só dizer um nome aleatório e pronto! O mistério do triangulo das bermudas foi resolvido! – exclamou o garoto sarcasticamente sem expressar nenhuma emoção real.

– Não é possível, Gabes! Usa essa coisa que você chama de cabeça e pensa um pouco mais! O que você acha que aconteceria caso nossa querida amiga Sarah Weasley encontrasse com o Killian no corredor? – perguntou o loiro antes de bufar em frustração. Simon observou enquanto Gabes franzia as sobrancelhas e logo depois arregalava os olhos e soltava um pequeno “Oh... Então é isso que tem.” – Eu vou procurar a Sarah antes que ela faça uma besteira.

– Espera eu vou com você. – disse o moreno se levantando e arrumando suas vestis antes de lançar um sorriso para o amigo que o olhava confuso. Gabes não era o tipo de pessoas que se preocupava ou mesmo se importava com os problemas alheios, principalmente se ele não tinha nada haver com isso, mas ele daria de tudo pra ver Sarah dar um belo de um soco na cara de Killian. – O que? Não posso querer acompanhar um dos meus melhores amigos?

Simon preferiu não discutir, se limitando a balançar a cabeça negativamente antes de sair da cabine com Gabes atrás de si. Quando os dois estavam no meio do corredor, porém, Simon decidiu acrescentar: – Para a sua informação, já resolveram o mistério do triangulo das bermudas.

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Kate podia jurar que tinha alunos em cima das mesas apenas para poder testemunhar a briga. Mas o que realmente se passava na cabeça da menina era uma única pergunta: Por onde diabos essas pessoas estavam entrando no vagão? Pelas janelas? Kate realmente não sabia responder isso no momento, mas ela tinha certeza que passaria o resto da semana com essa duvida na cabeça até poder responde-la de forma sensata. Ela estava tão distraída que só voltou a prestar atenção na briga quando ouviu Sarah aumentar seu timbre de voz de um jeito ameaçador que a ruiva jura nunca ter presenciado em sua vida. Nem mesma sua tia maluca gritava desse jeito durante suas aulas.

A morena, por sua vez, não sabia mais o que estava acontecendo. Na verdade, ela sabia muito bem o que estava acontecendo ela só não sabia o porquê de estar acontecendo. O conflito tinha começado tão rápido que ela nem se lembrava exatamente como é que ele começou. Minutos atrás ela estava com Shane conversando sobre assuntos aleatórios e agora ela estava na frente de vários alunos que a olhavam de uma maneira nada agradável – nada com o qual ela não estava acostumada – enquanto Sarah Weasley discutia, ao mesmo tempo, com Shane e Killian.

De todas as coisas que a morena tinha imaginado acontecer no primeiro dia de aula essa definitivamente não era uma delas. Claro, a morena sabia que as coisas não seriam como antes, que esse ano começaria de maneira diferente, mas ela não esperava por uma briga dessa magnitude em pleno primeiro dia de aula antes mesmo das aulas começarem oficialmente.

Mas o que mais surpreendia a garota era como as pessoas adoravam ver uma briga. Ela pode jurar nunca ter visto um vagão tão cheio em toda sua vida, bom, pelo menos nunca viu um vagão tão cheio desde a briga de James e Kyra há três anos. Ela olhou ao se redor e se espantou ao ver tantos rostos conhecidos, mesmo aqueles alunos que ela só viu uma vez durante alguma aula estava lá para presenciar a briga.

Mary Johansson não costumava fugir das coisas, Mary costumava enfrentar as coisas e as pessoas que a desafiavam, e mesmo assim ela não pode negar que cogitou a idéia de sair daquele vagão apenas alguns minutos atrás com a intenção de não ser posta da briga, mas já era tarde demais para isso. Ela ouviu claramente bem quando Sarah jogou o nome dela na discussão com Killian e logo em seguida Shane estava no meio da discussão defendendo Mary.  A morena por sua vez estava pronta para ela mesma se envolver na briga novamente quando sentiu a mão de Sam pegar firmemente em seu braço e impedi-la de ir até os três. Olhando para Sam ela conseguiu ver claramente o que ele quis dizer com tal movimento: Não se intrometa ou vai sobra pra você.

Mas Mary não fazia o tipo de pessoa que recebia ordens. Era sobre ela que aqueles três estavam discutindo. Por mais que ela admirasse o fato de Shane ter ido defendê-la sem pensar duas vezes, ela sabia muito bem que podia fazer isso por conta própria, além disso, ela não precisava de mais um motivo para Sarah odiá-la. Ela sabia do rancor que a Weasley guardava dela e ela sabia muito bem que colocar Shane contra Sarah era pior do que ela ficar contra Sarah. Por Merlin, Mary queria resolver o desentendimento que teve com Sarah para ajeitar as coisas entre as duas e com seus outros amigos. Mary sabe que apesar de vários de seus colegas continuarem falando com ela e sendo amigáveis, eles eram receosos quanto a se aproximar mais por conta do desentendimento entre ela e Sarah que não demorou para se espalhar pela escola. Mesmo Sam que era um de seus melhores amigos começou a agir meio estranho perto dela.

Mary estava farta disso. Ela estava farta de ser considerada vilã em algo que claramente ela não era.

– Desculpa Sam, mas não vou ficar aqui assistindo enquanto outros discutem sobre mim. – a morena começou e ao sentir o aperto de Sam ficar mais forte sobre seu braço, Mary suspirou e voltou a encarar o amigo. – Não peço que acredite em mim, mas eu juro por Merlin que eu não sabia que eles estavam juntos e acima de tudo eu confesso ter extrapolado um pouco com o firewhisky naquela festa.

– Mary, eu não acho que seja uma boa idéia... – disse o garoto enquanto soltava o braço da amiga sabendo muito bem que não adiantava discutir com Mary. Quando Mary Johansson colocava algo na cabeça, ninguém a faria mudar de idéia. – Mas eu acredito em você, só não deixe as coisas piores do que já estão.

Mary sorriu agradecida para Sam. Ela sabia que o moreno ainda era contra o que ela fez e o que ela estava prestes a fazer, mas Mary decidiu que não era isso que realmente importava agora. Ela sabia que depois poderia conversar com Sam apropriadamente e explicar tudo o que realmente aconteceu. Nesse momento Mary decidiu ignorar completamente as advertências de Sam e foi até onde Sarah estava e começou a argumentar com a garota, mas sem nunca levantar a voz. Ela podia estar furiosa pelas coisas que Sarah estava falando dela, mas ela não se deixaria enfurecer por isso. Se tinha uma coisa que Mary sabia depois de já ter discutido mais vezes do que gostaria é que você nunca deve levantar a voz mesmo que a outra pessoa esteja te xingando de todos os nomes possíveis, pois se você fizer, você perde a razão. E perder a razão em uma discussão e pedir para perder a mesma.

Apesar de Sarah ignorar noventa por cento das coisas que Mary falava enquanto discutia diretamente com Killian e uma vez ou outra mandava Shane não se meter, Mary não desistiu e toda vez que Killian começava a jogar a culpa em cima dela ela retrucava com seu tão ácido e repleto de sarcasmo. Foi depois de belos minutos que Sarah finalmente olhou para a morena e Mary podia jurar que por trás de todo o ódio que ela mostrava, havia tristeza e magoa em seu olhar. A morena não prestava muita atenção, a verdade era que Mary nem sabia direito sobre o que estava discutindo naquele momento com Sarah, só sabia que a ruiva estava irritada com algo que ela disse.

– Não adianta usar palavras difíceis comigo, Johansson! Eu não uma dessas pessoas estúpidas com quem você costuma discutir! – gritou Sarah furiosamente quando Mary começou a argumentar com ela. A ruiva não se importava com muitas coisas, mas se tinha algo que a irritava era quando alguém vinha falar com ela como se soubesse mais que ela, como se ela fosse uma pessoa de pouco intelecto e que tem medo de palavras grandes e difíceis. – E você é não tem o direito de dizer isso pra mim, Grindelwald! Não fui eu quem quase matou seis estudantes por ser um bastardo imprudente e egoísta! Incluindo o meu primo e minha irmã! – gritou Sarah novamente com um tom tão alto e furioso enquanto se virava para encarar o loiro que por um momento o vagão inteiro ficou em silêncio. Não importava quantos alunos tinham ali dentro naquele momento, todos pararam de sussurrar e se bobiar de respirar naquele momento. O único som que as pessoas ali podiam ouvir era o da respiração pesada de Sarah e Killian que se encaram tão profundamente que Mary podia jurar que se algum dos dois tivesse olhos lazeres, o outro já estaria com um rombo na cabeça. – E não venha dizer que a culpa é minha, porque também não fui eu que fiz merda e não teve nem coragem de assumir depois! – Mary percebeu quando a voz de Sarah vacilou por alguns segundos e apesar de estar brava com a ruiva por culpá-la sem ouvir sua explicação, Mary se sentiu arrependida por um momento ao ver o que seus erros passados fizeram mal não só ela, mas aos outros também.

Killian olhava pra Sarah com um olhar repleto de ódio. Ele sabia muito bem os erros que ele cometeu e sabia melhor ainda que tudo o que Sarah disse era verdade, mas ela jogar tudo isso na cara dele na frente de tantas pessoas? Ele não deixaria ela sair dessa sem consequências e não importava o quanto ele já se importou com ela.

– Você está agindo como uma vadia mimada, Weasley! – Killian disse antes de soltar uma risada debochada e logo olhar para a ruiva novamente com raiva exalando de seus olhos. – Você sabe o que? Eu nunca devia ter perdido meu tempo com você! Se eu me arrepende de ter tido um caso com a Mary enquanto estava com você? Oh claro que eu me arrependo! Mas me arrependo por ter te traído e te machucado e sim por ter traído com uma sangue ruim como ela! – Killian viu quando Sarah piscou algumas vezes e por um momento abaixou a guarda e deixou todas suas emoções a mostra, mas tão rápido quanto a ruiva vacilou ela logo voltou a sua postura de antes. Sarah sentiu Sahane ficar rígido ao seu lado quando Killian insultou Mary, mas ela não tinha condição nem mesmo de se acalmar quem dera acalmar seu irmão. – Sabe o pior?! Eu preferiria ter mais centenas de casos com trouxas e sangues ruins do que ter que ficar mais um maldito dia em um relacionamento com uma vadia mestiça como você! – rosnou Killian enquanto se aproximava da ruiva ameaçadoramente.

Sarah não fez um se quer movimento para se afastar ela apenas deixou sua raiva transparecer mais ainda enquanto apertava a mandíbula e fechava a mão com mais força em punhos. Ela sabia muito bem que se ela não retrucasse Killian antes que ele dissesse mais alguma coisa, ela não conseguiria mais se controlar. Sarah sentia as lagrimas se formarem em seu olhos, mas ela era muito teimosa e orgulhosa para deixar que elas caíssem na frente de Killian, ela nunca chorou na frente dele e essa não seria a primeira vez. Ela estava pronta para retrucar que Killian disse, mas ela foi interrompida quando ouviu Sam gritar o nome de Shane e antes mesmo que a ruiva pudesse reagir, ela viu seu irmão avançar para cima de Killian e dar um murro com força no rosto dele que fez o loiro recuar vários paços para trás enquanto levava ambas as mãos para tampar o rosto – ou quem sabe segurar o nariz que já havia sido socado antes.

– Não se atreva a falar da minha irmã assim, Grindelwald. – o Wealsey rosnou enquanto forçava as mãos em punhos cada vez mais que Mary podia jurar que daqui a pouco ele cortaria sua própria pele com suas unhas. Sarah olhou surpresa para o irmão. Claro, ela sabia que Shane se importava com ela, mas depois de ele deixar bem claro de que não estava do lado dela, ela jamais imaginaria ele fazendo algo do tipo.

Sarah sabia muito bem que quando Killian voltasse a pensar direito ele partiria pra cima de Shane e não seria uma luta justa. A ruiva viu quando o loiro olhou com ódio para o moreno e ela sabia muito bem que se não interferisse nesse exato momento, as coisas iriam de mau a pior em questão de milésimos de segundo. Sarah trocou um olhar com Mary que estava parada olhando surpresa e até mesmo assustada com a explosão repentina de Shane. Sem pensar duas vezes, a Weasley se enfio na frente do irmão, impedindo que Killian se aproximasse do mesmo.

– Qual é seu maldito problema, Shane?! – gritou a ruiva com raiva em sua voz. Shane piscou algumas vezes enquanto olhava para a irmã confuso. – Eu posso muito bem me defender sozinha! Eu não preciso de ajuda! Eu não preciso de VOCÊ pra me defender! Eu nunca precisei e não vai ser agora que vou precisar!

Dizer que todos no vagão ficaram surpresos era claro, mas a pessoa mais surpresa era Shane. Ele piscou mais algumas vezes enquanto olhava diretamente para os olhos da irmã para ver se o que ela disse era verdade, mas a menina desviou o olhar, preferindo encarar suas mãos. O moreno travou o maxilar enquanto franzia as sobrancelhas. Ele sabia que sua relação com Sarah não estava boa, ela sabia que sua irmã poderia se virar sozinha, Merlin sabe o quanto ele tem certeza disso. Mas ouvi-la dizer isso em voz alta na cara dele? Não, Shane não estava pronto pra ouvir isso. Sem falar mais nada, o Weasley mais velho deu as costas para a irmã e começou a andar em direção a saída. As pessoas abriam caminho para ele sem nem mesmo abrir a boca.

Shane pode ouvir que Mary disse alguma coisa para sua irmã, mas ele realmente não estava prestando atenção nas palavras dela. Ele ouvia Sam e Mary chamando por ele, gritando o nome dele como se isso fosse fazer ele parar e esperá-los, mas nesse momento Shane queria ficar sozinho. Sem primos, sem amigos e muito menos sem seus irmãos. Ele queria ficar sozinho com ele mesmo e seus pensamentos.

O moreno nem percebeu quando esbarrou em Scorpius, Liam e Peter ou no fato de que ele quase derrubou uma garota que não usava o uniforme da escola ao passar por ela e por uma menina ruiva da Corvinal.  Ele nem percebeu que se tratava de Peter na verdade até ouvir ouviu o mesmo reclamar alguma coisa, ou será que ele perguntou alguma coisa? Para ser sincero, Shane não estava nem ai.

A garota se virou para olhar para Sam que mandou ela ir atrás do amigo enquanto ele ficaria por ali. Sam sabia que não adiantava os dois irem atrás de Shane, o garoto provavelmente queria ficar sozinho e mandar Mary atrás dele já era arriscado, mas pelo menos o moreno baixava a guarda com a morena algo que não fazia com Sam.

– Okay, mas que diabos acabou de acontecer? – Peter perguntou enquanto massageava o ombro onde Shane havia esbarrado nele com uma força que o garoto não sabia que o moreno tinha. Peter esperava uma recepção mais calorosa de Shane já que ambos eram muito próximos mesmo depois que o garoto foi embora, mas algo o dizia que o motivo dele estar assim era pelo que estava acontecendo dentro do vagão cercado de pessoas.

– É complicado. – Sam simplesmente respondeu antes de se afastar indo na mesma direção que Shane tinha ido.

Peter olhou para Liam e Scorpius que deram de ombros enquanto perguntavam como ele estava. O moreno esperava por muitas coisas para acontecer esse ano, principalmente depois que ele ficou sabendo do que aconteceu com James, mas ele não esperava uma confusão tão grande logo no primeiro dia.

Os três meninos estavam conversando até pouco tempo atrás em sua cabine quando ouviram várias pessoas correndo pelo corredor. Liam acabou ficando irritado e foi perguntar o que estava acontecendo, recebendo como resposta que tinha uma briga acontecendo em um vagão um pouco a trás daquele em que os garotos se encontravam. Sem pensar muitos os meninos decidiram ir ver pessoalmente o que estava acontecendo.

O garoto mais novo trocou um rápido olhar com seus amigos, sendo que Liam simplesmente deu de ombros enquanto voltava a andar em direção do vagão e Scorpius lançava um sorriso amigável para o amigo antes de seguir Liam.

###

S – No final o problema deve ser você. – Killian começou enquanto soltava uma risada repleta de humor negro. O loiro sentia seu nariz doer e ele deseja profundamente estar com sua varinha e lançar um feitiço que parasse o sangramento e a dor, mas para a infelicidade dele esse não era o caso. – Você reclamava que estava sozinha no final, que as pessoas se afastavam, mas é você quem afasta as pessoas. Nem esforços você precisa fazer, só de ser você mesma você afasta as pessoas ao seu redor. Aceite Weasley, você mesma se fez solitária.

Sarah não conseguia mais raciocinar direito. Ela sentia as lagrimas começando a escorrer por seu rosto e sem nem perceber, ela havia pego sua varinha com sua mãe trêmula e apontado a mesma para Killian. Ela vi o garoto rir de deboche antes de olhá-la nos olhos e dizer que duvidava que ela fosse capaz de azarar alguém.

Os alunos ao redor dos dois olhavam para eles com certa expectativa e receio. Nenhum deles sabia ao certo o que fazer. Eles impediriam ela? Deixariam que ela fizesse isso? Alguns somente se perguntavam se mesmo uma aluna exemplar como a Weasley seria expulsa caso usasse magia fora da escola já que, tecnicamente falando, eles não estavam em Hogwarts ainda. Sailon foi o primeiro a se manifestar e quando estava restes a ir até a amiga, ele sentiu Zack segurar seu ombro e puxá-lo pra trás.

– Zack... – começou o loiro antes de ser interrompido pelo amigo.

– Nem tente, você sabe que não é uma boa idéia. – o moreno disse antes de apontar com a cabeça para onde Sarah estava com Killian. A ruiva parecia ter desistido visto que ela começou a abaixar o braço. – Você ouviu ela, ela sabe se virar. Agora sossega essa bunda magricela ai a menos que queira ser linchado também. Esqueça que você é loiro e não faça burrice.

Sailon reclamou enquanto cruzava os braços, mas concordou com o amigo. Mesmo uma parte de si dizendo que ele devia se meter, outra dizia que se ele se metesse seria pior. Ele não queria acabar igual o Shane de qualquer maneira.

Ella ficou aliviada por um momento quando viu Sarah abaixar a varinha. A loira agradeceu por sua amiga ter voltado a raciocinar direito, mas depois amaldiçoou Killian por provocar Sarah. Ella arregalou os olhos quando viu a ruiva puxar a varinha novamente e dessa vez com mais firmeza, mesmo vendo apenas as costas de Sarah, Ella sabia que a ruiva estava com um olhar determinado no rosto e que se ela não tentasse impedir, a Weasley nunca mais seguraria uma varinha novamente.

Sarah, por sua vez, nem percebeu quando as palavras começaram a sair de sua boca, ela só percebeu o que estava fazendo quando viu Ella parar ao seu lado.

A ruiva piscou algumas vezes enquanto ouvia Ella dizer para ela se acalmar e dizer outras coisas que a ruiva não se deu o trabalho de entender, apoiando as mãos sobre os ombros da amiga a fim de acalmá-la. Sarah piscou algumas vezes, como se sua mente estivesse voltando a funcionar, como se a neblina que ofuscava seus pensamentos estivesse dispersando. A ruiva olhou para Ella e pediu desculpas enquanto abaixava a varinha novamente e respirava fundo para controlar as lagrimas que caiam de seus olhos.

Ela fechou os olhos com força enquanto segurava o soluço que ameaçava escapar de seus lábios. Sarah não prestou atenção no que Killian disso em seguida. Ela sabia que ele provavelmente estava insultando-a ou apenas provocando-a, mas ela não queria saber. Ela não precisava saber. A ruiva só voltou a pensar novamente e abrir os olhos quando sentiu uma mão pesada sobre seu ombros e ouvir uma voz que há anos não ouvia.

A ruiva abriu os olhos e piscou algumas vezes para sua visão voltar ao normal. Seus olhos verdes encararam profundamente os olhos castanhos a sua frente e depois de alguns segundos encarando os mesmos ela finalmente percebeu a quem pertenciam. Ela pode ter ficado horas encarando o garoto a sua frente, mas no fundo ela sabe que não se passar de segundos. O contato visual intenso só acabou quando Sarah virou a cabeça ao ouvir a voz de Liam e Scorpius perguntando se ela estava bem.

Liam observou quando sua prima apenas balançou a cabeça em um sinal positivo, não confiando em sua própria voz para falar. O Potter sorriu levemente para a prima antes de pedir para que Ella e Peter levassem Sarah pra fora para que ela pudesse relaxar. Sem dizer nada, os dois fizeram exatamente isso, passaram pelos alunos e se dirigiram para a saída sendo acompanhados pelo olhar de Liam. No momento em que não era mais possível ver os três, o garoto alto e moreno voltou seu olhar para Killian que tinha um sorriso debochado no rosto.

Se tinha uma pessoa que Liam podia odiar sem se preocupar essa pessoa era Killian. O moreno tinha milhares de motivos para odiar o garoto e mesmo com Scorpius dizendo a ele que Killian não era tão terrível quanto Liam pensava, o moreno não conseguia não odiar o garoto. Liam pegou sua varinha e sem se importar com as consequências ele ameaçou lançar uma azaração em Killian.

– Realmente, Potter? Você pretende duelar com um bruxo desarmado? Que vergonha... – provocou Killian com um sorriso no rosto.

– Eu não pretendo duelar, eu pretendo acabar com você. – rosnou o Potter entre dentes. Liam sentiu quando Scorpius colocou a mão sobre seu braço estendido e instintivamente, o moreno virou para encarar seu melhor amigo.

– Liam, ele não vale a pena. – Scorpius começou antes de lançar um olhar severo para Killian. – Eu sei que você está com raiva, mas Grindelwald não vale seu tempo ou seu esforço.

Sem dizer mais nada, mas concordando com o amigo, Liam guardou sua varinha e depois de lançar um olhar repleto de raiva para Killian ele virou as costas para o garoto e começou a se afastar com Scorpius ao seu Aldo. Ele ouviu quando Killian começou a rir, zombando dele e mesmo assim Liam estava disposto a não dar meia volta e acabar com o loiro. Pelo menos ele estava disposto até Killian começar a falar novamente.

– Parece que ser covarde está no sangue Potter, não? – provocou o loiro com deboche claro em sua voz. Liam apenas fechou os olhos e continuou andando, ignorando Killian. – Eu espera mais de você por estar na Sonserina, Liam, mas pelo visto você é igual ao covarde do seu irmão morto.

Scorpius parou no momento em que viu Liam parar e fechar os punhos com força. O loiro viu como seu amigo respirava profundamente para se acalmar, mas no momento em que Liam abriu os olhos Scorpius soube que nada que ele pudesse dizer iria impedir o garoto. Ele viu o olhar de ódio de Liam tinha no rosto e sabia que agora não tinha volta. Liam podia suportar qualquer insulto, qualquer provocação, mas ele não aceitava que falassem de sua família. Principalmente se falassem de James.

Não era segredo que Liam era o que mais foi afetado pela morte de James em sua família. Ele foi aquele que mais chorou de raiva, que mais se isolou, o único que toda semana foi até o tumulo de James. O único que ficava revoltado ao ver seus parentes agindo como se não tivesse existido um James Potter II, o único a gritar no último jantar onde a família inteira estava reunida pelos mesmos estarem felizes quando o pior havia acontecido. E acima de tudo, Liam era o único que se sentia culpado pelo que aconteceu.

– Você tem razão, Grindelwald. – começou o moreno e por um momento Scorpius teve a esperança de que Liam deixaria pra lá e iria embora. – Eu não preciso de uma varinha para acabar com você.

Antes que Scorpius tivesse a chance de falar algo ele viu Liam se virar e segundos depois o barulho de Killian sendo jogado contra a parede do trem foi ouvido. O loiro viu quando as pessoas se afastaram dos dois enquanto Liam pegava Killian por sua blusa e o jogava no chão com força.

Scorpius olhava assustado para seu melhor amigo batendo no garoto loiro abaixo dele com tanta força e tanta fúria. Parte de Scorpius sabia que toda essa raiva de Liam não era apenas de Killian, era de tudo o que estava acontecendo. Liam estava segurando essa raiva por meses e essa foi à gota d’água para ele explodir de uma vez.

Quando Killian decidiu revidar o golpe e socou Liam no rosto deixando o moreno acima dele mais irritando, Socrpius ouviu quando alguém em meio à multidão atrás de si murmurou algo parecido com “Santo bolinho azul de cobertura cor de rosa” e ao se virar para ver quem havia falado, ele viu o olhar surpreso no rosto do garoto ruivo que vivia andando com sua irmã. Os olhos de Scorpius logo caíram para os de Myah que o encarava assustada.

– Você vai ficar ai ou vai fazer alguma coisa? – perguntou uma voz feminina tirando Scorpius de seus pensamentos. Levantando o olhar, o loiro viu que se tratava da amiga de sua irmã, Charlie se ele não se engana, que o encarava com os braços cruzados e uma sobrancelha arqueada. – É seu melhor amigo que está prestes a cometer assassinado, não o meu.

– É... Hum... Certo, claro. – Scorpius murmurou antes de ir até onde Liam estava.

Sem muito sucesso, o loiro tentou tirar Liam de cima de Killian que tinha o rosto repleto de sangue enquanto tinha um sorriso debochado no rosto.  Scorpius puxava Liam cada vez mais forte, mas o moreno apenas se forçava para baixo e continuava a socar Killian que de alguma forma que Scorpius realmente não conseguia entender, tinha uma mão na garganta de Liam, como se estivesse ao mesmo tempo afastando o garoto e tentando machucá-lo.

Scorpius não sabe quanto tempo ficou desse jeito, tentando separar a briga. Sua cabeça mandava ele se afastar antes que um professor chegassem e o punisse por algo que ele não fez, mas uma voz em sua cabeça dizia que ele não podia deixar seu amigo se ferrar sozinho.

A próxima coisa que Scorpius se lembra e de ouvir um grito vindo do lado oposto do vagão onde ele estava e logo em seguida um barulho que parecia de um tiro. Não foi apenas Scorpius que se virou para olhar o que estava acontecendo visto que Liam parou de socar Killian para olhar também.

Scorpius não pode conter seu olhar surpreso ao ver a garota de cabelos negros e volumosos parada na entrada no vagão com sua varinha levantada. O loiro observou atentamente a garota parada na entrada do vagão; seu cabelo negro como a noite estava solto e cacheado como de costume, seu rosto geralmente com uma expressão marota estava sério e seus olhos escuros estavam repletos de irritação. Ela trajava uma roupa comum, inteiramente preta, mas comum, sendo a única coisa de coloração diferente seu anel dourado com uma pedra avermelhada em cima. Uma herança de família até onde Scorpius sabia, não era como se Kyra Snape falasse muito sobre si mesma.

Ela não precisou dizer nada para que Liam saísse de cima de Killian e parasse ao lado de Scorpius com um olhar tão surpreso quanto o do amigo. Só então, Scorpius percebeu a garota loira que ele também conhece muito bem sair de detrás de Kyra e correr até Killian, ajudando-o a levantar.

Ela estava exatamente como a última vez que Scorpius a viu; seu cabelo loiro comprido e liso solto, sua boca coberta por um batom vermelho extremamente escuro e brilhante, seus olhos azuis contornados com lápis preto e acima de tudo suas roupas tão elegantes quanto às de seu irmão. Morgaine Grindelwald era a versão mais velha piorada e feminina de Killian e nesse momento ela olhava com raiva na direção do Malfoy e do Potter.

Apesar de ninguém ter dito alto nada até agora, era possível ouvir as pessoas murmurando coisas umas paras as outras. Scorpius podia ouvir a menina ao seu lado falando algo sobre a morena estar de volta logo após a morte de James ser suspeito, mas ele não estava nem ai. Ele continuava a encarar amorena até que mais duas pessoas familiares apareceram por trás dela.

Myah virou a cabeça ao ouvir passos vindos do vagão anterior ao que ela estava. A menina não pode esconder a surpresa quando viu os dois garotos se aproximando.

Ela primeiro olhou para o mais alto e que andava com uma postura meio desleixada que ela associava ao fator dele ser incrivelmente mais alto que outros garotos de sua idade. Um garoto magro com a pele clara e sardas discretas no rosto, seus olhos amendoados que transmitiam um ar infantil e amigável ficavam logo abaixo de suas sobrancelhas grossas e cheias; ele usava roupas comuns e um tanto quanto formal, mas o que realmente chamava a atenção de qualquer um era seu cabelo. Seu cabelo era completamente azul, um tom de azul turquesa forte, e estava completamente bagunçado, tendo alguns fios caindo sobre seu rosto. Isso só indicava uma coisa, um metamorfomago que Myah conhecia muito bem de vista: Teddy Lupin.

Agora apesar do cabelo de Teddy ser chamativo, aquele que realmente chamou a atenção de Myah foi o garoto ao seu lado. Ele era alto, poucos centímetros menor que Teddy, mas ao contrario do amigo possuía o corpo mais atlético e musculoso, porém nada exagerado. Ele usava roupas casuais, sendo uma calça jeans, uma blusa preta e por cima dela uma jaqueta preta com detalhes em prata. Ele parecia exatamente com o garoto com quem Myah estudos, exceto que seu cabelo preto e cumprido estava perfeitamente penteado para trás em vez de solto e bagunçado, ele tinha deixado a barda e crescer, nada exagerado, mas o suficiente para deixar seu rosto anguloso mais bonito; seus olhos, por outro lado, eram os mesmos. Os mesmos olhos cinzentos cheios de malicia que faziam qualquer pessoa ficar hipnotizada por eles. Myah sentiu suas bochechas esquentarem levemente quando o garoto lhe lançou um sorriso atrevido que ele lançava para qualquer uma que ele visse estar encarando ele.

– Olha só quem está de volta para salvar a pátria. – a voz de Killian tirou Myah de seus pensamentos, fazendo a loira piscar algumas vezes antes de encarar Killian que tinha um sorriso debochado no rosto ensaguentado enquanto encarava o garoto de cabelos pretos. – O amado e corajoso, Sirius Black.

– Vamos lá, doninha oxigenada, já te disse que só os íntimos me chamam pelo primeiro nome. – começou o garoto enquanto um sorriso maroto aparecia em seu rosto. – Pra você é apenas Caspian.


Notas Finais


Bom gente esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado tanto quanto eu ^^ Agora vamos aos avisos!

1º - Capítulo passado: Depois de conversar com o criador do Ansel, eu vi que não retratei o personagem muito bem na cena em que ele apareceu, então eu fiz uma mudança nessa cena. Nada que realmente alterou muita coisa do capítulo passado, apenas acrescentei alguns diálogos e coisas do tipo pra ficar mais fiel ao personagem! A maioria das pessoas leu o capítulo já com as mudanças, mas alguns ainda não. Não é necessário reler o capítulo, pois como eu disse não mudou nada demais, apenas diálogos. Era só um avizinho mesmo ^^ Outra coisa, se em alguma cena você pensar que não fiel ao personagem que você criou, me avisem okay? Sério gente, não fiquem com vergonha de avisar. É só falar o que você acha que não ficou fiel que eu arrumo no capítulo igual eu fiz com o do Ansel ^^

2º - Próximo capítulo: Okay, eu realmente não sei quando sai o próximo capítulo. Eu já comecei a escrevê-lo e acredito que se tudo sair como eu estou planejando, semana que vem eu já consigo postar ele! A menos que algo divino aconteça e eu consiga terminar de escrever ele ainda essa semana, então nesse caso ele sai antes ^^ Lembrando que o capítulo 6 (o próximo capítulo) será o último de introdução de personagens interativos! Depois dele a história vai "começar" sendo que poderá aparecer vários personagens interagindo em um capítulo ou apenas alguns, dependo do que vai ser retratado em cada capítulo. Lembrando também que pode acontecer de um personagem demorar para aparecer e ter uma cena grande igual teve nas introduções, pois as interações vão aumentar então em vez de ter apenas dois personagens em uma cena pode ter cinco, seis. O estilo vai ser mais ou menos o estilo que foi esse capítulo, na verdade.

3º - Ask: Não se assustem com o fato de que as notificações de vocês possam ficar cheias, pois hoje começa oficialmente as Ask para interativos ^^ Ou seja, vou enviar as perguntas direcionadas aos personagens interativos aos seus criadores (pelo menos para aqueles que escolheram responder as perguntas)!!! Então quem quiser, já pode ir lá no corujal é mandar quantas ask quiser para qualuer personagem (desde personagens originais de HP, aos criados por mim e por vocês)!

4º - Pontos: acho que hoje consigo terminar de responder os comentários então prentendo entre amanhã e sexta estar colocando os pontos na página da Taça das Casas e dar inico oficial a mesma! Outra coisa sobre pontos, eu tô decidindo ainda se vai rolar, mas estava pensando em as perguntas do Tumblr valer pontos. Tipo, você faz a pergunta e coloca no final "#Corvinal" (ainda tenho que pensar qual vai ser a #) e essa pergunta vai valer uma quantia de pontos pra casa. Quando eu decidir eu faço um post no Tumblr

5º - Avisos: Fiquem ligados também na página do Salão Principal, pois essa semana sairão alguns post sobre avisos e ideis pra fic que eu já tinha comentado nas Notas Finais do último capítulo!

Ps: Loiras e loiros não se sintam insultados kkkkkk Juro, só brincadeira <3 O único loiro que eu encho o saco mesmo é do meu irmão e da minha amiga que faz jus ao loira burra ^^

Ufa, acho que agora acabou! Bom resto de semana pra vocês e até o próximo capítulo e/ou Tumblr \o/


XOXO


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