História Ninfeta - Emma

Eu já estava acordada fazia uns vinte minutos, mas permaneci imóvel na cama, um braço apoiado no travesseiro e sustentando minha cabeça enquanto eu encarava a menina a minha frente. Regina ainda estava adormecida, deitada de bruços com o lençol cobrindo seu corpo desnudo e os cabelos negros caindo como cascata por suas costas. Se existia um tal de paraíso, com certeza era ao lado daquela garota.

Revivi cada um dos momentos da noite passada, os toques, beijos, o modo como a possui e como ela fez o mesmo comigo. Nunca havia deixado ninguém me tocar daquela forma, nem mesmo Zelena, mas com Regina eu sentia que era capaz de viver minhas maiores fantasias. Me sentia livre ao seu lado, como nunca me senti com qualquer outra pessoa. Sim, eu estava me envolvendo sentimentalmente cada vez mais com ela. Se aquilo era certo? Não.

Eu tinha noção do tamanho do erro que estava cometendo, e de como minha esposa se machucaria se viesse a descobrir. Mas eu não planejava que ninguém soubesse. Meus momentos com Regina eram sagrados, era quando eu podia ser eu mesma, onde eu podia falar sobre tudo, ou sobre nada. Podíamos ficar em silencio que eu não me importaria, ela sempre estava disponível para mim.

Meu celular começou a tocar, levantei rapidamente preocupa com o barulho que poderia acordar Regina. Ela ficava tao linda dormindo, seria um pecado interromper aquele momento. Encontrei depois meu celular no bolso da calça, olhei no visor e vi o nome de minha esposa. Um dia naquele spa e ela já estava me ligando.

– Bom dia, preguiçosa.

– Bom dia, meu amor. Como está aí o spa? – Perguntei.

– Maravilhoso, recebi uma massagem relaxante. – Ela parecia animada, esse tipo de lugar sempre fez bem a Zelena, por isso nunca impliquei quando ela passava dois ou tres dias fora, sem contar que isso me daria um tempo para ficar em paz com Regina.

– Fico feliz que esteja melhor. As últimas semanas tem sido estressante para mim na empresa, e acabei não te dando a atenção que merece. É bom voce viajar para cuidar de si, mas quando voltar vai ser só minha. Entendeu? – Ouvi ela dar risada do outro lado da linha. Nesse momento a morena na cama começou a se mexer, levantou a cabeça e me olhou com um sorriso nos lábios.

– Entendi, mal posso esperar para voltar.

– Tenho que desligar agora, nos falamos mais tarde. Eu te amo. – Me apressei a dizer, Regina estava me chamando para voltar para a cama. Escutei ela responder e desliguei o celular, largando ele perto de minhas roupas e pulando na cama. Puxei a morena para meu colo e a beijei, estava viciada naqueles lábios.

– Acordou animada. – Ela disse depois de nos beijarmos, ainda estava sentada no meu colo.

– Impossível acordar ao seu lado e não estar animada. – Sussurrei sorrindo. – O que voce vai fazer hoje?

– Eu vou voltar para o meu apartamento e estudar, tenho prova segunda na faculdade.

– Não, fiquei comigo hoje. – Derrubei Regina na cama, subi em seu corpo e prendi seus braços acima da cabeça. – Eu pago o quanto voce quiser, mas fique comigo hoje.

– Não quero que voce me pague. – Regina me empurrou para o lado, de repente ela pareceu chateada.

– Como assim? Por que não? – Perguntei confusa. Ela se sentou na cama e eu a puxei para meus braços, fazendo com que apoiasse suas costas no meu corpo.

– Não foi só uma transa para mim, voce não é só uma cliente. – Sua voz se tornou abafada, e eu a abracei com mais força.

– Então, voce gosta de mim? – Fiz a pergunta mais óbvia, e quase me chutei por isso. É claro que ela gostava de mim, se estava disposta a recusar o dinheiro.

Regina se virou de frente para mim, acomodando suas pernas na minha cintura e entrelaçando seus dedos no meu cabelo.

– Não fiquei muito convencida, Swan. Sei que gosta de mim também. – Regina iniciou mais um beijo, dessa vez calmo e passional. Envolvi sua cintura com minhas mãos, puxando para mais perto. Estava intoxicada por aquela mulher, como se ela fosse uma droga que eu necessitasse de doses diárias para não entrar em abstinência.

– Passa o dia comigo, eu te ajudo a estudar e depois vamos ao shopping fazer compras, porque hoje à noite pretendo te levar para jantar.

– Não é meio arriscado me levar para jantar num restaurante quando praticamente o país inteiro sabe que voce é casada?

– Quem disse que vamos a um restaurante? – Arqueei uma sobrancelha e sorri. – Nós vamos até a minha casa, eu vou cozinhar para voce.

Regina gargalhou.

– Voce vai cozinhar? Não sabia que a poderosa Emma Swan sabia se virar na cozinha.

– É claro que eu sei, sou uma ótima cozinheira. – Me fingi de ofendida. A verdade é que eu não era tao boa assim, queria mais era impressionar Regina.

Ela deitou em cima de mim mais uma vez, seu corpo pressionando o meu e seus lábios em contato com o meu pescoço, senti suas unhas arranharem meu abdômen e me arrepiei de prazer.

– Se voce continuar, nunca iremos sair desse quarto. – Sussurrei, já extasiada com seus beijos.

– Eu adoraria isso. – Regina continuava a me beijar. – Mas eu tenho que ir estudar, então vamos. – A morena se levantou, me dando uma bela visão de seu corpo nu. Acompanhei cada movimento enquanto ela se vestia, reparando em suas curvas e no tom de pele latino. Regina era um deleite aos olhos.

Finalmente parei de encara-la e me vesti, puxei para um último beijo e juntas saímos da suíte. Paguei a conta na recepção e Regina foi me esperar direto no carro, já que eu queria leva-la para fazer compras antes de irmos até seu apartamento estudar.

Levei-a até uma loja de roupas de alto padrão, não acho que Regina já tenha estado em alguma dessas, pois seus olhos brilhavam só de olhar a quantidade de roupas. Disse para que escolhesse o que quisesse, e Regina saiu junto com uma vendedora a procura de vários vestidos. Me sentei em uma poltrona de frente para um provador, logo outra mulher veio e me serviu uma taça de champanhe.

Tomei um gole enquanto esperava por Regina, logo ela apareceu com a vendedora do lado. Coitada da moça, estava carregando uma pilha de vestidos que quase ultrapassava sua cabeça. Dei risada, e a morena apenas me lançou um beijo no ar antes de entrar no provador e começar a colocar os vestidos.

Dispensei a vendedora e eu mesma fui passando os vestidos para Regina, toda hora ela saia de dentro do provador, e eu quase esquecia de respirar de tao maravilhosa que ela estava todas as vezes. Gostei especialmente de um preto, agarrado em sua cintura e solto na parte de baixo. Ela saiu do provador e deu uma volta, esperando que eu aprovasse.

– O que achou? – Regina disse olhando nos meus olhos, mas eu não conseguia formular nenhuma palavra. Agarrei sua cintura e a empurrei de volta para dentro do provador, fechei o trinco da porta e a beijei. – Emma, alguém pode nos escutar.

– É só voce não fazer barulho. – Interrompi o beijo ao ficar de joelhos, levantei a barra do vestido e abaixei sua calcinha. Contemplei o sexo de Regina, que já estava molhado de excitação. Coloquei uma de suas pernas sobre o meu ombro, tendo assim uma visão melhor. Ela arqueou as costas quando minha língua entrou em contato com seu clitóris, e pude ver que a morena estava lutando para não emitir nenhum gemido. Suas mãos foram de encontro ao meu cabelo, empurrando meu rosto mais fundo em seu sexo. Aproveitei para lamber e morder mais ainda, e a boca de Regina se abria como quem quisesse gritar de prazer, embora não pudesse. Logo senti seu liquido se derramar em meus lábios, indicando que a morena tinha atingido o clímax, coloquei sua calcinha no lugar e levantei novamente.

– Devo assumir que voce gostou do vestido? – Regina perguntou, sua respiração estava descompassada e ela mantinha os olhos fechados.

– Sim. – Sorri e beijei seus lábios. Sai do provador para que ela se trocasse, chamei a vendedora que voltou praticamente correndo. – Empacote os vestidos, nós vamos levar todos.

A mulher se assustou, pois, eram inúmeros vestidos e provavelmente nunca ninguém tinha feito uma compra tao grande, mas seguiu a minha ordem. Pouco tempo depois saímos da loja carregadas de sacolas, que foram postas no banco traseiro do meu carro.

Passamos o restante da tarde estudando, como eu era especialista em gestão de empresas pude ajuda-la em praticamente todas as matérias da faculdade. Foi um momento maravilhoso que passamos juntas, dando risada no meio dos livros, e beijos roubados de vez em quando. Quem nos visse e não soubesse das circunstancias, diria que éramos um casal comum. O que até poderia ser, tirando o fato de que eu era casada e de que Regina era uma prostituta.

No fim da tarde voltei para casa, afim de preparar nosso jantar e me arrumar. Dispensei os empregados, o que deixou a mansão totalmente silenciosa. Eu iria mesmo me arriscar na cozinha, achei um velho livro de receitas da minha mae e lembrei que la tinha uma macarronada que eu conseguia fazer quando era mais nova sem estragar tudo completamente.

Consegui preparar o jantar sem grandes dificuldades, e quando já estava quase anoitecendo fui me arrumar. Tomei banho, coloquei um vestido preto que pouco usava e fiz uma leve maquiagem, deixando meus cabelos loiros soltos. Regina iria chegar de taxi, então para passar o tempo fui até a sala onde continha um piano. Era uma paixão que eu tinha desde pequena, tocar o piano sempre acalmava minha mente.

Já estava tocando a alguns minutos, estava tao concentrada que não notei quando alguém se aproximou e cobriu meus olhos com as mãos.

– Adivinha quem é? – Escutei a voz de minha esposa, e imediatamente meu coração acelerou. Tentei disfarçar o meu incomodo por seu retorno repentino ao me virar e puxar para meu colo, selando seus lábios.

– Eu esperava voce só amanhã. - Falei firme.

– Estava com muita saudade, então voltei hoje mesmo. – Segurei minha vontade de revirar os olhos. Hoje tinha tudo para ser uma noite perfeita ao lado de Regina, mas Zelena tinha tido a brilhante ideia de voltar mais cedo.

– Eu também senti sua falta. – Não era uma completa mentira, eu tinha sentido falta dela. Mas naquele momento meu corpo desejava a morena, e não a ruiva.

– Voce iria sair?

– Apenas um jantar de negócios, mas vou cancelar para ficar contigo. – Forcei um sorriso. – Me de apenas um segundo para fazer uma ligação.

Sai apressada em direção a cozinha, peguei meu celular e disquei o número de Regina. Tocou tres vezes até que finalmente ela atendeu.

– Estou quase saindo de casa. – Sua voz rouca encheu meus ouvidos.

– Não saia. – Sussurrei. – Zelena voltou mais cedo, vou ter que adiar o nosso jantar.

– Ah. – Regina soou desapontada, mas ela com certeza não estava mais do que eu ao constatar o retorno de minha esposa. – Tudo bem, outra hora então.

Sem que eu pudesse me despedir, Regina desligou. Tive vontade de xingar Zelena, mas que culpa ela tinha? Eu estava errada naquela história, era eu quem estava levando uma vida dupla.

Hesitei ao máximo em voltar para a companhia de minha esposa, respirando fundo e tentando parar de pensar na morena. Contei até dez, mas as imagens de Regina continuavam a invadir meus pensamentos. Foi naquela cozinha vazia e escura que eu constatei o quanto estava fodida.

Eu tinha me apaixonado por Regina Mills.