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História Ninfeta - Regina


Escrita por: Bradfork

Notas do Autor


Acho que vocês vão gostar do final desse capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 26 - Regina


Eu me sentia péssima depois da cirurgia. Achei que seria algo simples: abrir, tirar, fechar. Mas havia bem mais complicações antes, durante e depois do procedimento. Durante a recuperação minha alimentação tinha que ser balanceada, ou seja, nada das porcarias que eu gostava tanto de me entupir. Zelena parecia fazer questão de que eu seguisse todas as recomendações médicas, já que a empregada aparecia nos horários dos remédios para me dar os comprimidos e eu estava autorizada a comer apenas “comida saudável”. Passei semanas no hospital, eu só queria uma droga de uma pizza.

Quando aquela ruiva chata chegou em casa eu estava prestes a abrir a boca e reclamar, mas notei o sorriso gigantesco em seus rosto e a expressão eufórica. Alguma coisa de especial tinha acontecido. Bati no sofá e a mandei se sentar do meu lado, Zelena veio correndo e se jogou ali, tomando cuidado para não me causar nenhum dano. Tirou os sapatos, jogou-os num canto e se encolheu me encarando.

— Eu tenho um encontro. – Zelena sussurrou com o maior sorriso no rosto.

— Um encontro? Com quem? – Perguntei confusa.

— Belle. – Eu já tinha sacado tudo. Não era de hora que a secretária dava longas encaradas para Zelena, e agora que Emma estava definitivamente fora de jogo ela resolveu tomar uma atitude. – Não acredito que aceitei mesmo sair com ela.

— Não seja boba. – Dei risada. – Como aconteceu? Ela te chamou pra ir aonde?

— Um jogo de basquete. – Zelena jogou a cabeça para trás quando eu gargalhei ao escutar aquilo. – O que eu vou fazer num jogo de basquete? Eu nunca fui num lugar desses. E se a bola me acertar? Regina! Pare de rir!

— Me desculpe. – Tentei me controlar, mas era praticamente impossível. – Estou tentando imaginar essa cena. Você num jogo de basquete! Por favor, prometa que vai tirar fotos, eu preciso disso registrado.

— Cale a boca. – Zelena resmungou me encarando com uma carranca fechada. – O que eu estava pensando? Nem me divorciei legalmente de Emma. E Belle é minha funcionária, isso é totalmente inapropriado. Mas ela me olhou com aqueles olhinhos pidões e eu me derreti, não tive como recusar. Ah, me sinto uma adolescente ridícula.

— Zelena! – Interrompi seu monologo depreciativo, ela estava começando a pirar. – É só um encontro. Talvez nada demais aconteça, talvez algo incrível aconteça. Você tem que ir para descobrir. Duvido que Emma vá se importar se você sair para um encontro, e mesmo que se importe, o que ela pode fazer? Vocês estão separadas, e logo isso vai ser oficial no papel. — Me virei com cuidado sentindo uma pontada de dor no local da cirurgia, agarrei seus ombros e a forcei a me encarar. – Você merece ser feliz, não deixa a chance escapar por entre seus dedos só porque está com medo.

— Tem certeza sobre isso? – Ela mordia o lábio inferior ainda nervosa.

— Eu não tenho certeza de nada. – Dei um pequeno sorriso e soltei seus ombros. – Mas você tem, caso contrário não teria aceitado.

— É, eu tenho certeza, eu posso fazer isso. – Zelena sorriu e seu corpo relaxou, levantou do sofá e saiu andando repetindo aquelas palavras.

— Han... Zel, será que pode me ajudar? Passei o dia nesse sofá, minha bunda está quadrada.

 

x.x

 

Conforme os dias foram passando, comecei a me recuperar plenamente. Ainda não estava pronta para sair e correr uma maratona, mas já conseguia caminhar sem sentir dor ou depender de alguém para me ajudar a chegar em outro cômodo. No entanto, eu continuei reclusa na mansão de Zelena, tentando planejar qual seria meu próximo passo para ter meu filho de volta. Emma prometeu ajudar, mas nossa situação ainda estava complicada e eu não tinha coragem de pegar o telefone e discar seu número.

Zelena estava sempre por perto, insistindo para que eu ligasse e tentasse ao menos uma conversa com a loira. Com nossa amizade se desenvolvendo, ela parecia ter me perdoado pela minha parte na traição e superado isso, mas eu saiba que Zelena sempre sentiria certa magoa de Emma pelo que aconteceu.

Era sexta de manhã e a ruiva ainda estava se arrumando para ir trabalhar quando a campainha tocou, sem paciência para esperar a empregada eu mesma fui atender, quase caindo dura com o que encontrei do outro lado.

Emma Swan imponente e em toda a sua gloria, parada na minha frente com os cabelos soltos e usando um conjunto de terno feminino na cor cinza. Ver ela tão de perto foi um impacto para qual o meu corpo não estava preparado, segurei firme na maçaneta da porta quando minhas pernas fraquejaram quase me levando ao chão, pisquei diversas vezes para ter certeza que não era uma miragem e minha boca se abriu levemente. Abaixei a cabeça e respirei fundo, tentando controlar a tontura que tinha se apoderado de mim. Emma, percebendo o meu desconforto, deu um passo a frente e segurou meu braço.

— Você está bem? – Perguntou com a voz suave. Levou a mão até meu queixo e me obrigou a levantar a cabeça, acenei positivamente ao encarar aqueles olhos esverdeados e arrumei minha postura.

— Kathryn! – Escutei um grito de Zelena vindo do topo da escada, ela desceu as pressas e passou por mim e Emma. Foi só quando olhei por cima do ombro de Emma que notei uma segunda presença loira, era Kathryn Midas, eu a reconhecia do casamento infernal.

Foi naquele dia que tudo tinha ido pelos ares entre Emma e eu.

— Emma, como vai? – Zelena perguntou assim que se soltou da outra loira.

— Bem, ainda me recuperando.

— Não deveria já estar andando por ai, não acha? – Zelena cruzou os braços e encarou Emma.

— Preocupada comigo, querida esposa? – Emma deu um pequeno sorriso e entrou na mansão. As outras duas entraram e eu as segui até a sala de estar. – Ah, minha casa.

— Suponho que você esteja aqui para falar sobre o divorcio. – Zelena se acomodou no sofá grande e eu sentei ao seu lado. Emma estava na poltrona perto da lareira e Kathryn analisava um quadro na parede. – Já que trouxe Kathryn com você. – Olhei confusa para Zelena e ela me explicou. – Ela é advogada especializada em direitos familiares.

— Em parte, mas também para falar sobre Henry.

— O que? – Virei à cabeça violentamente em direção a Emma.

— Você me escutou. – Emma levantou, andou até o armário de bebidas no canto da sala e se serviu de uma dose. – Expliquei a sua situação para Kathryn e ela vai ajudar com a guarda de Henry.

— Pelo que eu percebi temos duas possibilidades. – Kathryn começou a falar. – Podemos fazer um acordo com a sua mãe e conseguir a guarda integral de Henry, ou se ela não quiser isso, podemos processa-la por sequestro.

— Sequestro? – Perguntei assustada.

— Ela tirou seu filho dos seus braços e você nunca mais pode colocar os olhos nele, você não o amamentou no seio, não deu o primeiro banho, não o viu dar os primeiros passos ou quando ele disse suas primeiras palavras. Isso é sequestro, Regina. – Aquelas palavras me atingiram em cheio. Nos primeiros dias eu costumava deitar acordada na cama e imaginar como era Henry, sua imagem no meu colo logo após nascer era a única memoria a qual eu podia me agarrar. Mas ele crescido, com o rostinho alegre e os cabelos cheios, isso eu não tinha ideia de como era.

— Eu quero Henry. – Confessei agoniada. – Mas também quero que ela pague por tudo de ruim que me fez. Ela e Mary. – Olhei Emma para checar sua reação, mas ela ainda bebia tranquilamente.

— Aquela vadia matou o meu pai. – Ela virou o ultimo gole e deixou o copo na mesa de centro. – Não me importa o que aconteça com ela.

— Eu vou marcar uma reunião com Cora e Mary então. – Kathryn se levantou e eu a acompanhei, ela estendeu a mão e trocamos um aperto. – E outra para vocês discutirem sobre o divorcio. – Ela trocou olhares com Zelena e Emma e depois saiu da sala.

— Emma, posso falar com você por um segundo? – Zelena disse antes que a loira saísse também.

—Sobre o que?

— É que... – Acenei a cabeça em direção a Zelena tentando encoraja-la.

— É melhor eu sair. – Falei, mas antes que pudesse me retirar Emma segurou em meu braço me impedindo.

— Vocês duas tem outra bomba pra jogar em cima de mim, não é? – Emma perguntou furiosa.

— Fique, Regina. Sinto que vou precisar da sua ajuda. – Zelena disse e nos sentamos novamente. Me remexi incomodada pelo que estava prestes a acontecer. – É sobre o seu pai.

— O que?

Zelena abaixou a cabeça e eu agarrei sua mão, ela me olhou e deu um pequeno sorriso.

— Ele é responsável pela morte do meu pai e meu irmão. – Soltou de uma vez.

Um minuto de silencio passou depois dessa frase, eu sabia disso pois fiquei contando os segundos tentando não pensar sobre aquilo. Emma encarava Zelena atônita, e por mais que eu tentasse ignorar, era nítida a confusão em seus olhos. Zelena voltou a falar, explicando a mesma história que ela tinha me contado, só que dessa vez para Emma. Se eu achava que a loira ficaria arrasada, isso não era nada comparado a como ela parecia. Emma estava destruída.

— Isso é mentira. – Emma sussurrou.

— Eu queria que não fosse, mas infelizmente é. Se não acredita em mim, tem documentos na empresa que comprovam a parceria entre David e meu pai.

— Eu não quero saber de porcaria de documentos nenhum! – Emma gritou com raiva. – Meu pai era um bom homem. Um bom homem, entendeu? Ninguém vai destruir a memória dele.

— Emma, se acalme. – Tentei apaziguar as coisas, mas ela me olhou com mais raiva ainda.

— Você fique calada, sua...

— Sua o que, Emma? – Me levantei e a olhei de cima. – Me chama de puta. É isso que quer dizer, não é? Você sempre me viu dessa forma, mesmo depois de tudo.

— Eu não ia dizer isso. – Emma respondeu virando o rosto. Ela tentou esconder, mas eu sabia que não estava conseguindo evitar as lágrimas. – Como você descobriu?

— Eu encontrei os documentos na empresa. – Zelena se aproximou e tentou toca-la, mas Emma a repeliu como se fosse acido. – Eu visitei seu tio na cadeia e ele me contou. Eu não quis acreditar, mas a história bate perfeitamente.

Emma apoiou os cotovelos nas pernas e escondeu o rosto com as mãos, soluçando baixinho.

— Eu sinto muito, Emma.

— Zelena, posso ter um momento a sós com ela? – Pedi baixinho e ela acenou com a cabeça, saindo da sala em silencio.

Aproximei-me e ajoelhei em sua frente, forcei Emma a me encarar e segurei suas mãos. Os olhos esverdeados estavam vermelhos pelo choro e ela tremia levemente.

— Eu sei como você se sente. – Acariciei de leve sua mão. – Descobrir que seus pais não são quem realmente aparentam, ninguém deveria passar por isso. Nós duas passamos e da pior forma possível.

— Como ele foi capaz disso? – Ela fungou um pouquinho e mais lágrimas escaparam. – Ele é igualzinho a minha mãe, talvez até pior.

— Eu sinto muito. – Me levantei e sentei em seu colo, por incrível que pareça Emma não me repeliu, pelo contrario, suas mãos envolveram meu corpo e ela afundou a cabeça entre meu ombro e pescoço. – A vida jogou tanto para cima de você, as coisas não deveriam ser assim. Não se torture por coisas do passado, ainda tem tanta coisa boa para acontecer na sua vida e eu odiaria que você perdesse isso.

— Como pode ter tanta certeza? – Emma resmungou. – Eu perdi minha empresa, minha mãe é uma cobra, meu pai é um assassino e a mulher que eu amo... Na verdade eu deveria odiar...

— Você me odeia? – Perguntei insegura.

— Eu deveria. – Emma levantou o rosto e me encarou. – Mas não consigo. Você me assombra, Regina. Vejo seu rosto em cada pessoa que passa na minha frente. Estou enlouquecendo?

— Não. – Dei um pequeno sorriso. – Isso se chama amor.

Selei seus lábios em um beijo lento, mas ao mesmo tempo apaixonado. Tinha passado tanto tempo desde que senti sua pele contra minha, mas o encaixe continuava o mesmo, e a sensação de que aquilo era certo ainda estava ali.


Notas Finais


Finalmente essas duas estão se acertando, será que agora vai?


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