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História No choices - Imagine Kim TaeHyung - Internship


Escrita por: TwinArmy

Notas do Autor


Boa madrugada. Corri postar agora por que amanhã (Hoje) estarei muito ocupada e não consegui deixar para depois.
Segue mais um capitulo.

Beijos e boa leitura.

:*

Capítulo 14 - Internship


Fanfic / Fanfiction No choices - Imagine Kim TaeHyung - Internship

 

Confusão. A palavra perfeita para definir o cérebro de Ayame no momento, uma guerra interna acontecia com os neurônios da garota, Taehyung havia beijado ela repentinamente e estava sentado ao seu lado como se nada tivesse acontecido. O olhar de Suly do outro lado da mesa não deixava Ayame se esquecer do ocorrido e faltava pouco para surtar.

-Não Jimin, não acho que o nosso pai aceitaria isso. - Jin falou sorrindo para o irmão mais novo.

Ayame sabia que os garotos falavam sobre as empresas Park, porém não fazia ideia do quê especificamente, estava atordoada demais para prestar atenção.

-Não dá para saber ainda. - Yoongi sorriu para o amigo.

-Eu particularmente não gostaria, Kook deixou claro o quanto essa tal de Xiao Lin é insuportável. - Jimin falou levando a taça de vinho até os lábios.

Suly virou o rosto rapidamente e se intrometeu na conversa.

-Espera um minuto! Estão falando da Xiao Lin? Fu Xiao Lin? - Ela perguntou curiosa.

-Suly a odeia. - Ayame ouviu Kook sussurrar para os amigos.

Isso trouxe um pouco a atenção de Aya para o planeta terra, afinal, ouviu o nome da garota que a sua melhor amiga odiava e queria saber do que se tratava.

-Na verdade estamos falando sobre o pai dela. - Jin respondeu. - Ele está querendo fazer um acordo com o meu pai, e eu apostei com Jimin que ele não vai aceitar.

Ayame não deixou de sorrir quando viu sua amiga suspirar, afinal, se era uma aposta contra Jimin, significava que o mesmo estava apostando que o seu pai aceitaria.

-Jimin, essa menina é um nojo. - Suly falou. - Deveria torcer para o seu pai recusar.

Aya notou certa intimidade entre Suly e os meninos, provavelmente adquiriram uma boa amizade no casamento dela e de Taehyung. Somente Jin era novidade naquela mesa.

Jimin sorriu e passou seus dedos entre os fios negros de seus cabelos. Ele tinha consciência de que a família Fu não era muito agradável, mas não podia deixar de apostar com o seu irmão mais velho.

-Ela tem razão Jimin, até mesmo o Tae recusou. - Yoongi falou em seguida.

Aquele comentário atraiu a atenção dos jovens da mesa para Taehyung que girava o liquido vermelho em sua taça. Mas Ayame permaneceu olhando a taça em sua frente, não queria olhar para ele ou seu rosto arderia de vergonha. Não queria ter correspondido aquele beijo e estava se repreendendo por dentro.

-Porque recusou Tae? - Kook perguntou.

-Simplesmente não me interessei. - Taehyung respondeu.

-Faz sentindo. - O mais novo resmungou olhando para o lado.

Depois disso, voltaram a comentar sobre outra coisa, aquela festa estava quase no fim. Durante os diálogos entre os meninos, Ayame viu sua mãe se aproximar.

-Venha comigo. - Falou baixo e saiu andando.

Quando a mais velha se afastou, Ayame viu Taehyung olhando para ela. A garota suspirou e se levantou da mesa, levantou um pouco a barra do seu vestido e acompanhou sua mãe.

-Quero que converse um pouco com a esposa do senhor Yang. - Sua mãe falou.

-Vou falar com ela sobre o quê se nem a conheço? - Aya exclamou.

-Não interessa Ayame, você é uma Kim agora e tem que fazer o seu trabalho.  - Sakura respondeu ríspida.

A garota fechou os olhos e puxou o ar lentamente, não iria começar a discutir ali ou arruinaria aquela festa, embora quisesse muito, sabia que seria um prato cheio para aqueles repórteres intrometidos.

-Senhora Yang, quero que conheça minha filha. Kim Ayame. - Sakura chegou ao lado da tal Senhora.

A mulher fez questão de dizer o nome de casada inteiro da garota, Aya sabia muito bem quais eram os interesses da sua mãe, sabia muitíssimo bem que queria exibir o fato de ter uma filha Kim.

-Muito prazer. - Ayame sorriu.

-O prazer é todo meu, minha jovem. - A senhora sorriu gentilmente.

Não foi um sorriso falso, pelo contrário, Ayame ficou surpresa em encontrar uma pessoa ali que fosse gentil verdadeiramente.

-Como é estar casada tão cedo? - A senhora perguntou. - Quando fui quase obrigada a casar com vinte anos, quase morri do coração.

A garota sorriu com o comentário e notou o olhar reprovador de sua mãe.

-Ela é muito bem casada Senhora Yang, não existe casal melhor. - Sakura se intrometeu como sempre.

Ayame precisou se segurar muito para não revirar os olhos. Ela e Taehyung estavam longe de ser um casal e principalmente de ser o melhor entre todos.

-Entendi. - A senhora sorriu.

-Amanhã mesmo ela começa a trabalhar na empresa Kim, Ayame está indo para o seu último ano na faculdade de administração. - Sakura falou jogando seu cabelo para trás.

A garota virou o rosto rapidamente e encarou sua mãe, como assim amanhã estará trabalhando na empresa? Porque não estava sabendo disso?

-Do que está falando mãe? - Ela perguntou, não conseguiu se segurar.

-Sobre o seu cargo na empresa filha. - Sakura sorriu.

-Não estou sabendo sobre isso. - Ayame suspirou. - Eu...

-Senhora Yang, depois nos falamos. - Sakura cortou sua filha no meio da frase e a puxou pela mão.

As duas caminharam em direção ao corredor do prédio onde ocorria festa, o corredor que havia beijado Taehyung uma hora atrás. A garota precisou afastar aqueles pensamentos, tinha que conversar com a sua mãe no momento. Quando pararam, Aya virou bruscamente e parou em frente a ela.

-Não sei o que está planejando mãe! Mas ninguém parou para perguntar para mim. - Falou.

-Ninguém tem que perguntar nada para você! - Sakura levou suas mãos na cintura. - Vai começar a trabalhar amanhã ao lado de Taehyung.

Ayame olhou para cima e fechou os olhos, respirou fundo e encarou a mulher novamente.

-Eu já decidi que vou fazer o meu estágio na empresa do meu pai! - Falou firme.

Esse sempre foi o objetivo da garota, abandonou seu sonho de fazer moda e se apaixonou por administração para um dia ajudar o seu pai. Não queria realizar isso nas empresas Kim.

-Não vai! - Sakura deu um passo para frente. - Já está tudo preparado!

-Eu não vou, estou cansada de fazer tudo o que você quer. - Ayame se exaltou. - Cansei de você mãe.

Ela virou para sair dali, mas foi impedida quando sua mãe a puxou pelo braço.

-Está achando que tudo é a mil maravilhas Ayame?! - Perguntou irritada. - Acha que tudo é feito para ser feliz?! Ninguém é feliz!

-Não é feliz tendo tudo o que quer mãe? Não está feliz controlando minha vida e a vida do meu pai? - Perguntou.

Sakura levantou sua mão e a desceu rapidamente no rosto da filha. Ayame virou a cabeça para o lado com o impacto da mão da mãe, porém não sentiu dor alguma, estava irritada com tudo aquilo.

-Acha que sou feliz? - Perguntou com desdém. - Ninguém seria feliz tendo uma filha como você! Desobediente!

Aya permaneceu com o rosto virado e deu graças a Deus pelo o seu cabelo estar cobrindo boa parte do seu rosto, não queria que sua mãe visse as lágrimas se formando nos olhos dela. Sakura virou e saiu andando e sumiu quando virou o corredor.

A garota respirou fundo e arrumou seu cabelo atrás da orelha e se segurou para não chorar, porém falhou quando sentiu as lágrimas descendo pelo o rosto. Tinha quase certeza de que a sua mãe não sentia carinho nenhum por ela, mas acabou tendo a certeza naquele momento.

Ela levantou o rosto quando viu alguém se aproximar, era Taehyung, Ayame virou rapidamente e secou as lágrimas dos seus olhos. Provavelmente o garoto já havia visto que chorava, mas não queria se mostrar vulnerável na frente dele.

-Já estamos indo? - Ela perguntou para ele.

Taehyung encostou-se à parede oposta e cruzou seus braços sobre o peito.

-Você quer ir? - Perguntou de volta.

Ayame apoiou suas costas na parede e segurou seus próprios braços.

-Já estamos indo? - Fez a mesma pergunta.

-Eu perguntei se você quer ir. - Taehyung falou sem respondê-la novamente.

Ela queria, queria sumir daquela festa, sumir da frente de sua mãe. Estava enlouquecendo com tudo aquilo e naquele momento, o beijo deles era o menor dos problemas para ela, pra falar a verdade, não enxergava aquilo como um problema e ficou surpresa quando ambos conversaram sem vergonha nenhuma.

-Eu quero. - Ela respondeu olhando para o chão.

-Então vamos. - Ele endireitou seu corpo e ela o encarou confusa.

-Sério? - Perguntou o olhando de lado.

Ele suspirou e foi até ela, pegou no pulso da garota e saiu andando. Ok, ela não iria questionar, se ele estava mesmo falando sério em irem embora, iria de bom grado. Segurou seu vestido com a outra mão e o acompanhou. Ela notou que o garoto caminhava em direção aos fundos do prédio.

-Vamos sair pelo os fundos? - Perguntou.

-Acha mesmo que vamos passar pela festa normalmente e sair pela frente sem nenhum daqueles repórteres irritantes nos interromper? - Taehyung a respondeu virando outro corredor.

Taehyung tinha razão, os dois eram os protagonistas principais daquela ridícula festa, e seria impossível passar entre todas aquelas pessoas para ir embora sem chamar atenção. Mas não deixou de sorrir ao pensar em sua mãe irritada quando souber que os dois ‘fugiram’ da própria festa.

Quando chegaram aos fundos do prédio, começaram a andar pelo o jardim. O salto de Ayame foi engolido pela terra e quase caiu se Taehyung não a segurasse a tempo. A garota conseguiu sentir as mãos quentes dele em sua cintura através do tecido do seu vestido. Ela levantou a cabeça e o viu bem próximo dela.

-Cuidado. - Falou um pouco impaciente.

Aya notou certa impaciência em sua voz, mas não era como das outras vezes, não foi tão rude.

-Desculpa. - Falou e endireitou seu corpo. - Como vai pegar o carro?

-Primeiro temos que sair do jardim. - Falou a puxando, só que um pouco mais devagar.

Continuaram andando e chegaram à avenida. Taehyung pediu que ela esperasse ali e saiu correndo. Ayame sentou em um muro baixo e encarou o céu, estava bem estrelado e sorriu quando sentiu o vento bater em seu rosto. Sentiu um doce amargo dentro de si, estava com uma vontade imensa de chorar, mas não queria derramar lágrimas, sua mãe não merecia nem mesmo isso.

Logo viu o carro de Taehyung parar próximo a ela, Ayame saiu dali e caminhou rapidamente em direção ao veículo. Abriu a porta e entrou, o garoto deu partida e saiu. Aya soltou o ar e agradeceu mentalmente por estar longe daquela festa.

Ela apoiou sua cabeça no vidro do carro e ficou olhando a imagem que passava rapidamente com a velocidade do carro. Virou o rosto e encarou Taehyung despercebidamente, ainda estava surpresa com fato dele ter aceitado em ir embora com ela, notou que o mesmo já não usava mais o casaco do smoking e trajava apenas a calça e a camisa social, nem mesmo a gravata estava em seu pescoço. As mangas dobradas até seu cotovelo lhe dava a visão perfeita de seu antebraço e não deixou de admirar as veias aparentes em sua pele clara.

-Porque me beijou? - Ela perguntou de repente.

Precisava saber, estava bêbada no dia anterior e esse foi o motivo dela tê-lo beijado, agora queria saber o que fez o garoto beija-la.

-Pensei que tivesse visto. - Ele falou apoiando o cotovelo esquerdo no vidro e pousando a mão em seu queixo.

-O que? - Ela perguntou confusa.

-Os repórteres. - Respondeu e trocou a marcha do carro.

-Não vi. - Falou olhando para frente.

Realmente não havia visto repórter nenhum.

-Se não viu, porque me correspondeu? - Ele perguntou apoiando as duas mãos no volante.

Ayame arregalou os olhos e sentiu seu rosto queimar, mas que droga, podia ter mentindo e ter falado que havia visto os repórteres.

-Por que... Porque eu quis. - Ela respondeu e olhou para fora do carro.

-Porque você quis? - Ela o ouviu repetir sua resposta.

-Sim. - Ela o olhou dessa vez. - Porque me correspondeu ontem?

Pronto, deu o troco, acabara de colocar Taehyung no mesmo barco que ela. O garoto sorriu soprado e olhou rapidamente para o lado oposto e voltou sua atenção para a avenida.

-Qual é Taehyung, não é o fim do mundo você falar que correspondeu porque também quis. - Ayame o provocou.

-Que tal não falarmos sobre isso? - Ele falou trocando novamente a marcha do veículo.

Ayame começou a rir, não conseguia entende-lo, às vezes conseguia vê-lo sem aquela ‘casca grossa’ no qual ele sempre se vestia, e naquele momento Taehyung estava longe de ser o CEO da maior empresa do País e todo mandão com os seus funcionários.

-Para de rir. - Ele falou.

-E perder a oportunidade de te ver sem resposta nenhuma? - Olhou para ele.

-Eu não estou sem resposta. - Falou.

-Está sim, você não me respondeu. - Ela falou inclinando seu corpo.

Ayame alcançou as fitas das suas sandálias e começou a desamarra-las.

-Eu te correspondi porque eu quis. - Ele falou de repente e ela arregalou minimamente seus olhos, mas continuou ali focada nas fitas. - Eu gostei do seu beijo.

Ele falou aquilo com tanta naturalidade que Ayame sentiu seu coração bater nas veias da sua cabeça.

-Mas isso não significa que eu sinto algo por você. - Ele falou e ela endireitou seu corpo rapidamente.

-Eu sei disso. - Falou. - O mesmo vale para mim, não é porque eu quis te corresponder, que eu sinta algo por você.

-Resolvido. - Ele falou.

Ayame voltou a desamarrar suas sandálias, queria dizer que também havia gostado do beijo dele e estava criando coragem para isso. Quando se arrumou no banco novamente, viu a praia.

-Não. - Ele falou.

-Ah, só um pouco. - Falou. - Eu preciso deixar o vento levar minha mãe embora.

A garota queria muito esquecer a conversa com a sua mãe, queria molhar os pés na água fria e ocupar sua mente com outra coisa.

-Cinco minutos. - O garoto falou sério.

-É mais que o suficiente. - Sorriu.

O que? Ela sorriu para ele? Ayame raspou a garganta e encarou a praia ficar mais próxima a medida que Taehyung direcionava o carro perto dela. Ele estacionou o veículo rente à calça que era dividida com a areia da praia.

Ela desceu a segurou seu vestido com as duas mãos, estava descalça e foi direto para a areia. Olhou para trás e viu Taehyung sentar no capô do carro.

-Vai ficar ai? - Perguntou.

-Com certeza. - Respondeu. - Quatro minutos agora.

-Ixi. - Ela fez uma careta. - Chato.

Virou e foi em direção à água, Ayame pouco se importava se o vestido arrastava na areia ou se iria molhar na água.

Taehyung cruzou os braços sobre o peito e ficou encarando aquela garota louca andar em direção à água. Tinha certeza de que estava fria e notou que ela pouco se importou quando começou a caminhar no raso. Viu a barra do vestido dela se ensopar e ficou imaginando seu carro todo molhado depois, mas não ligou. Viu a discussão da garota com a mãe, não quis se aproximar e até tentou voltar para mesa, mas parou no caminho e foi até ela.

Aquela mulher não se importava com Ayame e viu que a garota tinha consciência disso quando a viu chorando.

Ayame chutava a água enquanto matinha seus olhos fechado para sentir o vento bater em seu rosto. Deixou uma ou duas lágrimas escorrerem em sua bochecha, não tinha ideia de como mudar a sua mãe e estava começando a achar que nunca conseguiria fazer isso. Teria que se acostumar ao fato de ter uma mãe que não se importava com ela.

Depois de alguns minutos, muito mais que cinco, voltou para onde Taehyung a esperava.

-Podemos ir. - Falou.

Ele saiu do capô do carro e começou a dar a volta no carro.

-Ei. - Ela o chamou e ele parou. - Obrigada por ter me tirado de lá e obrigada por ter me deixado ficar um pouco aqui, se bem que eu iria fazer os dois com ou sem você. - Sorriu no final.

-Não ia não. - Ele falou e apoiou os dois braços em cima do carro.

Ela sorriu soprado e apoiou as duas mãos na cintura.

-Você não sabe! - Ela falou. - Eu ia sim.

-Não ia não, e sabe que não. - Taehyung insistiu. - Você deixa sua mãe te controlar.

Aquilo acertou Ayame em cheio, sabia que as pessoas viam isso, mas ninguém nunca havia dito diretamente a ela.

-Eu... - Ela tentou falar, mas não sabia o que dizer, ele estava certo.

-Vamos embora. - Ele falou e entrou no carro.

Ela fechou suas mãos em punhos e odiou o fato de não ter tido uma resposta. Respirou fundo e entrou também, ele ligou o carro e saiu rumo à avenida.

 

...

 

-Como assim? - Taehyung se levantou.

Os dois estavam tomando o café em puro silêncio até Ayame se lembrar de que iria começar seu estagio na empresa Kim.

-Sim. - Ela falou bebendo um pouco do seu café. - Minha mãe falou isso ontem.

-Em qual departamento? - Ele perguntou.

-Eu não faço ideia. - Respondeu. - Eu não queria isso, pensei que faria isso na empresa do meu pai.

-Eu vou descobrir isso agora. - Taehyung falou caminhando para fora da cozinha.

Ayame sorriu com o desconforto dele, estava torcendo para que ele fosse contra isso e conseguisse que ela não trabalhasse lá. A garota estava decidida a fazer seu estagio na empresa do pai e iria lutar até onde conseguisse.

Taehyung pegou seu celular e discou rapidamente para o seu pai, levou o aparelho no ouvido e esperou.

“Oi filho”. - O velho atendeu.

-Quantas coisas mais vão fazer pelas minhas costas? - Perguntou irritado.

“Vejo que descobriu”. - Seu pai suspirou.

-Eu administro aquela empresa pai! Eu deveria ser o primeiro, a saber, que Ayame iria trabalhar lá!

Taehyung estava irritadíssimo, aos poucos via o controle da empresa que cuidou por quase seis anos sozinho sair das suas mãos. Odiava não ser notificado sobre as coisas e principalmente quando as faziam e o deixava descobrir em cima da hora.

 “Foi ideia da Senhora Sakura querido, eu não pude dizer não. Ayame vai ser estagiaria no departamento pessoal”. - Seu pai falou. “Me desculpa filho, eu queria ter te avisado, mas a festa tomou todo o meu tempo. E falando em festa, porque vocês dois sumiram ontem?”

Taehyung virou e desligou o celular, passou sua mão nos cabelos e voltou para a cozinha. Ayame estava encostada no balcão e conversava com Yona sem parar, assim que o viu entrar parou de falar com ela e o encarou.

-Me diz que proibiu a minha entrada no prédio. -Ela falou.

-Você será estagiaria no departamento pessoal, e começa hoje. - Ele falou pegando sua xicara de volta.

-O que? Como assim? - Ela se aproximou dele. - Eu tenho faculdade, e outra, você não consegue fazer alguma coisa? Me demite!

Yona ficou encarando o jovem casal ‘discutir’ e achou melhor se retirar da cozinha.

-Parece que tudo foi planejado sem eu saber. - Taehyung virou e olhou para ela. - Sua mãe está querendo controlar até a empresa e eu não vou permitir isso.

-Pode ser, olha para ela e diz: Que pena senhora Sakura, Ayame não é qualificada para a nossa empresa. - A garota falou.

Não havia problema nenhum Ayame trabalhar na empresa com ele, o que estava deixando Taehyung irritado era o fato de tudo ser resolvido sem ele saber, estava se sentindo um idiota, mesmo sendo o CEO da empresa, seu pai continuava a tomar decisões sem ele.

-Porque não diz isso para ela? - Ele cruzou os braços e encarou a garota.

-Eu disse, e sabe o que ela fez? - Ayame perguntou e ele permaneceu em silêncio. - Me deu um tapa no rosto.

Os dois ficaram se encarando, Taehyung havia visto isso ontem e não podia negar que achou um cumulo. Suspirou de olhos fechado e voltou a encara-la.

-Se a sua mãe resolveu isso tudo, certamente deu algum jeito na sua faculdade. Eu de você iria ver o que ela aprontou sem o seu consentimento. - Falou e saiu andando da sala.

Ayame arregalou os olhos, ele tinha razão, ela não podia trabalhar em horario de aula, sua mãe com certeza fez alguma coisa. Pegou seu celular e discou o número que sabia decor.

-Alô senhora Fee. - Ayama falou assim que ouviu a voz da velha.

Desde que começou a faculdade, Fee era do escritório da faculdade.

“O que foi querida?” - Fee perguntou gentilmente.

-Senhora Fee, houve alguma mudança nos meus horários? - Ela perguntou.

Ayame fechou os olhos e torceu para que não, não queria sair do mesmo período que Suly e Hobi.

“Houve sim, suas aulas são de noite agora”. - Fee respondeu.

-Obrigada. - Ayame respondeu e desligou o celular.

Apoiou suas costas no armário e escorregou por ele até sentar no chão, estava sentindo ódio, raiva, seu sangue borbulhava de tanto nervoso. Como sua mãe pôde fazer isso? Ayame não veria mais Suly e Hobi no período das aulas e estava sentindo que seria difícil vê-los de agora em diante.

-Tudo bem Se... Ayame? - Yona se aproximou da garota.

Ayame puxou o ar firme e ficou em pé.

-Tudo sim Yona. - Respondeu e saiu andando.

Foi até a sala e encarou suas coisas, iria sair daqui a pouco para ir à faculdade e seria pega de surpresa quando visse que suas aulas agora seriam de noite. Ouviu Taehyung descer a escada e encarou o garoto.

-Tinha razão, minha mãe passou minhas aulas para noite. - Falou.

Ele não falou nada e caminhou até a porta.

-Vai querer se atrasar no seu primeiro dia? - Perguntou pegando as chaves de cima da mesa.

Teria que ir, pegou sua bolsa e caminhou até ele, mas parou quando sentiu seu celular vibrar. Notou que o mesmo aconteceu com o de Taehyung e ambos tiraram o aparelho do bolso. A garota arregalou os olhos quando recebeu uma mensagem de Suly mostrando uma foto.

Era ela e Taehyung juntos, no momento em que se beijaram. Estavam com as testa juntas uma na outra, mas suas bocas milimétricamente separadas. Seu rosto não deixou de arder em pura vergonha, era uma noticia e falava sobre eles, especificamente do casamento não ser falso já que os repórteres haviam flagrado os dois aos beijos.

-Parece que deu certo. - Ela falou guardando o celular.

Taehyung ainda via a noticia, Kook havia mandando para ele e tinha certeza de que aquilo já estava rodando o país inteiro.

-Patéticos. - Falou bloqueando o celular. - Vamos.

 

...

 

Suly passava sua mão nos cabelos pela terceira vez, a foto estava em todos os celulares na faculdade. Não sabia por que Ayame não havia chegado ainda, mas estava aliviada, não iria suportar todas aquelas pessoas encararem sua amiga como se estivesse fazendo algo errado.

-Mandei para ele também. - Kook falou ao lado dela.

-Esses repórteres são uns idiotas! - Suly exclamou. - Porque não cuidam da vida deles?

-Suh, você não notou ontem aqueles dois encarando? - Kook perguntou. - Tenho certeza que o Tae beijou a Ayame para os repórteres pararem de espalhar aqueles boatos.

Suly havia notado sim, ela já havia visto sua amiga beijar alguns rapazes quando estavam nos primeiros anos da faculdade, mas ontem foi a primeira vez que viu Aya corresponder com aquela intensidade. Sua amiga estava se apaixonando pelo Taehyung e percebeu rapidamente que a amiga não sabia disso.

-Suly. - Ouviu Hobi a chamar.

O coração da garota acelerou, não por ele estar perto, seu coração já estava acostumado a acelerar com a presença do garoto, mas dessa vez acelerou com a possiblidade de Hobi ter visto aquela foto.

Jungkook percebeu o nervosismo da garota e dessa vez resolveu saber quem era o rapaz.

-Olá, eu sou Jeon Jungkook. - Se levantou e estendeu sua mão para o garoto de jaleco branco.

-Muito prazer, sou Jung Hoseok. - Hobi aceitou o gesto.

Bingo! Kook sabia que já havia visto ele algum lugar. Era o único filho do Senhor Jung.

-Suly, nós podemos conversar? - Perguntou assim que soltou a mão de Kook.

Ela não queria ir, não queria ter que responder ou explicar aquela foto. Não queria ter que ver o garoto por quem era loucamente apaixonada entristecer por ver Ayame beijando outro. Queria ficar ali e comer seu lanche com Jungkook.

-Eu... Claro. - Sorriu fraco.

Kook percebeu o desconforto dela, percebeu a tristeza em seus olhos.

-Vocês poderiam conversar depois? - Jungkook olhou para Hoseok. - Suly vai ter um trabalho de Gestão financeira e como estou no último ano irei ajuda-la.

Suly o olhou surpresa, já havia feito aquele trabalho, inclusive o apresentou semana passada.

-Tudo bem, a gente se fala depois. - Hobi sorriu gentilmente e saiu andando.

A garota sentiu uma vontade imensa de correr atrás dele e ouvi-lo, conforta-lo e tirar daqueles olhos a tristeza que carregava. Mas iria doer demais, e embora estivesse acostumada a receber aquelas cicatrizes, precisava se curar antes de receber mais.

-Ei. - Ela empurrou Kook levemente. - Não tenho trabalho nenhum.

Ele sorriu.

-Não? Será que eu ouvi errado? - Perguntou.

 

...

 

-Meu nome é Ume, seja bem vinda Senhora Kim. - A garota se reverenciou levemente para Ayame.

Quando chegaram à empresa, Ayame foi direcionada para o departamento pessoal dos estagiários, aquela garota aparentava ter uns vinte e quatro ou vinte e cinco anos, e estava ali para recebe-la.

-O prazer é meu. - Aya sorriu gentilmente.

-Por aqui, vou lhe apresentar as partes principais e essenciais que precisa saber da empresa. - Ume falou apontando pra o elevador.

Ayame acompanhou a garota por todos os lugares que segundo ela, era preciso conhecer. Agradeceu mentalmente por ter posto o salto mais confortável, se soubesse que andaria tanto teria posto um tênis. Mas todas as mulheres que via passar usavam saltos e iria se sentir um pouco ‘fora da caixa’ se estivesse com os seus tênis.

-E por último, o departamento de estagiários. - Ume sorriu.

Era enorme, havia muitas mesas e jovens ocupavam todas elas. Assim que as duas entraram, todos ficaram em pé rapidamente e se curvaram para ela. Ayame não podia negar que aquilo a deixou envergonhada, mas teria que lidar com isso o tempo todo, afinal, era esposa do CEO e não teria como falar para todos os milhares de funcionários para não agirem daquela forma.

-Gente, pelo visto devem saber que essa é Kim Ayame, esposa do nosso chefe. - Ume falou. - Senhora Kim, sua mesa é aquela ali.

Ayame virou seu corpo e notou uma mesa um pouco afastada, estava perto da janela e não podia negar que era o melhor lugar daquela sala. A mesa era enorme e claramente diferente dos outros estagiários. Fechou seus olhos e respirou fundo, claro que seria assim.

-Senhora Kim, esse é o nosso chefe do departamento de estagiários. Ong John. - Ume falou e se aproximou dela. - Ele cresceu nos EUA, por isso se chama John. - Sussurrou.

-Muito prazer. - Jonh estendeu sua mão a ela.

-O prazer é meu. Espero que possamos trabalhar bem juntos. - Ayame sorriu.

-Com toda certeza. - Falou e saiu andando em direção a sua mesa.

Aya notou que por onde o homem passava os estagiários abaixavam sua cabeça e se sentavam rapidamente. Ele parecia ser temido, parecia ter uns vinte e oito anos e notou que todos ali o respeitavam demais, então, teria que fazer o mesmo.

Ela foi até a sua mesa e Ume ficou sentada ao seu lado o dia todo, explicando o tinha que fazer e passando cada detalhe que a garota não entendesse. Não era difícil, porém complexo demais.

-SEU IDIOTA! ISSO É TRABALHO DE UM ESTUDANDE DO TERCEIRO ANO?! - Ayame pulou no lugar quando ouviu Jonh gritar.

-Me desculpe, irei refazer imediatamente. - O garoto foi pegar a folha da mão do homem, porém o mesmo a desviou das mãos do garoto.

-Você é um incompetente! - Falou. - Se me entregar essa merda de novo eu acabo com você!

Ayame ficou olhando aquele comportamento com os olhos arregalados, sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Se o garoto que já trabalha ali havia entregado um trabalho ruim, ela seria péssima!

-Não se assuste, ele é assim mesmo. - Ume falou. - Ele parou de gritar comigo depois de uns cinco meses.

-Nossa, me deixou bem melhor agora Ume. - Aya ironizou e a garota sorriu.

-Bom, é isso. Só seguir essa sequencia de planilha e tudo ficara bem. - Falou. - Vou precisar descer para o departamento financeiro, mas logo voltarei.

Ayame apenas assentiu com a cabeça e voltou a focar na tela do seu computador. Ficou ali fazendo exatamente o que Ume lhe disse por mais ou menos uma hora, estava péssimo, chegou um momento que mau sabia o que estava digitando.

-Tudo bem senhora Kim? - Jonh se aproximou.

A garota o olhou de lado e prendeu a respiração, torceu mentalmente para o homem não vir olhar sua planilha ou seria morta ali mesmo. Embora fosse seu primeiro dia, estava no terceiro ano da faculdade e aquela planilha deveria ser ‘moleza’ de se fazer.

-Tudo sim. - Sorriu.

E infelizmente o homem encarou o computador dela.

-Se precisar de alguma coisa é só chamar tudo bem? - Jonh falou e saiu andando.

O que? Ele não ia falar nada daquilo? Ayame notou que havia trocado alguma letras na planilha e certamente ele havia visto e não ia falar nada? Mas é claro que não. Ela se levantou da cadeira e Jonh a encarou.

-Vou até a sala do meu marido. - Falou e o homem assentiu um pouco perdido.

Ela saiu da sala e foi em direção ao elevador, já havia estado na sala de Taehyung e sabia muito bem chegar lá, quando as portas se abriram, Ayame caminhou para fora do elevador e foi em direção à sala dele.

-Senhora Kim, quer que eu te anuncie? - Kang perguntou.

-Não precisa, obrigada. - Ela sorriu e abriu a porta sem bater.

Encontrou Taehyung atrás da mesa, ele digitava alguma coisa em seu notebook e levantou o olhar assim que ela entrou.

-Olha só, eu já não queria estar estagiando aqui. Mas não tenho opção. Eu decidi aceitar, as empresas Kim são excelentes e eu deveria me sentir bem com isso. Mas não vou conseguir com todos me tratando como se fosse a Deusa desse lugar.

Taehyung se afastou do Notebook e encarou a garota com as sobrancelhas enrugadas.

-Como uma Deusa? - Perguntou.

-Sim Taehyung, eu sou sua esposa, espera que eles me tratem como? - Ela abriu os braços. - Eu vi claramente uma diferença enorme entre eu e outro estagiário. Quero ser aceita aqui e crescer com o meu esforço e não porque me respeitam por ser sua esposa.

Taehyung bateu a caneta algumas vezes na mesa e respirou fundo.

-Tem certeza? - Perguntou.

-Tenho! - Ela respondeu firme.

-Se é o que quer. - Ele falou.

-Obrigada. - Ela virou e saiu da sala.

Taehyung levou aquela caneta no queixo e pensou um pouco. Afinal, ele conhecia seus funcionários e assim que os mandassem tratar Ayame como se não fosse sua esposa, ela iria sofrer um pouco.

Talvez muito.

 


Notas Finais


É isso, espero mesmo que estejam gostando.
Comentem o que estão achando.

Beijos e até o próximo.
:****


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