Quinta-feira.
Eu: Estou de castigo.
Jungkookie: Por que?
Eu: Fui pega rabiscando durante a aula.
Menti, pois nunca admitiria a ele que gazeei o restante da aula para chorar por um otário no pátio, além de ter inventado uma desculpa para ir embora mais cedo. No entanto, o meu azar resolveu dar as caras após um curto período de tempo, onde a minha mãe acabou descobrindo as minhas incontáveis folhas soltas de desenhos quando pegou os meus materiais com Katherina, e consequentemente, os meus esboços referentes ao asiático. Maravilha.
Jungkookie: Rabiscar?
Jungkookie: Isso não é coisa de criança?
Eu: Criança apaixonada.
Eu: Aquelas do tipo que escrevem o nome do garotinho mais bonito da turma nos cantos das páginas do livro.
Ah sim, eu cometi este ato infantil e ultrapassado também. Especificamente em minha apostila de filosofia, Aristóteles ficara tão mais atraente como se estivesse revestido por tatuagens com o nome “Jungkook”.
Jungkookie: Qual o nome?
Arregalei os olhos, assustada com o som da porta se abrindo. Comecei a digitar rapidamente.
Eu: Merda.
Eu: A minha mãe entrou no quarto.
Eu: Falo com você depois.
2:30.
Eu: Ela quer saber.
Eu: Quer saber quem é você.
Jungkookie: Conte.
Eu: Ela não pode saber.
Eu: Vai me proibir de falar com você.
Eu: E eu não quero parar de conversar com você!
Jungkookie: Calma. Você não vai parar de falar comigo.
Eu: Jungkookie.
Eu: Ela quer tirar você de mim.
— Mãe, ele não é uma pessoa ruim, eu juro! — Choraminguei, encolhendo o corpo na cama.
— E que prova você tem disso, Sayuri? — Rebateu, ríspida. — Como pode ser tão ingênua assim? Ele pode estar enganando você! Fingindo ser outra pessoa! Será que não presta atenção nas notícias e nos diversos casos que já vimos? Pelo amor de Deus.
— Mãe, ele não é falso… nunca me enganaria… confie em mim, por favor. — Minha voz soou baixinha.
— Pare de conversar com este rapaz, agora mesmo! Eu confio em você, mas nele não! — Cruzou os braços. — Faça isso, ou eu mesma tomarei a iniciativa! Não vamos passar por isso novamente, Sayuri.
Percebi que se referia a Taylor, fazendo-me sentir ainda pior, encolhendo os joelhos e escondendo o rosto entre os membros, chorando baixo, a ouvindo deixar o quarto com um bater forte na porta.
[...]
Sexta-feira.
Eu: Jungkookie.
Eu: A minha mãe vai confiscar o meu celular.
Jungkookie: Eu sinto muito. Mas talvez seja melhor para você.
Jungkookie: Eu quero conversar com você. Porém, você precisa estudar, e também não quero que sua mãe a repreenda por minha causa.
Eu: Eu não quero estudar!
Eu: Eu não aguento essa vida!
Eu: Você é a única coisa que faz eu me sentir melhor desde que o conheci.
Eu: Desculpa.
Jungkookie: Por que você diz o que pensa e pede desculpas em seguida?
Jungkookie: Eu aprecio o fato de você se expressar para mim como deseja.
Jungkookie: Não peça desculpas por nada.
Eu: As pessoas parecem que não se importam com o quão significantes elas são para mim.
Jungkookie: Eu me importo.
Eu: Jungkookie.
Eu: Você é tão doce.
Eu: Obrigada por ser assim comigo.
[...]
Quinta-feira.
Caminhei lentamente em direção a cama, meus pés pisavam pesado e arrastavam-se sobre o chão erráticos, sendo guiada por minha própria visão turva, em borrões, ao passo em que eu gemia pela fraqueza geral em meu corpo e sonolência.
Peguei o celular, este que quase esqueci dentro do banheiro, estava distraída demais tentando deixar tudo em ordem no pequeno armário ao lado do espelho, desejava deitar-me.
Eu: Kookie...
Eu: Me ajude…
Jungkookie: Sempre.
Eu: Não me julgue.
Jungkookie: Nunca.
Eu: Eu acabei de tomar quatro comprimidos de fluoxetina da minha mãe.
Jungkookie: Você o que?
Jungkookie: Sayuri! Você tem noção do quão perigoso pode ser a fluoxetina?
Eu: Me desculpa.
Jungkookie: Não é a mim que deve pedir desculpas.
Jungkookie: Eu estou muito preocupado, você não tem noção do quanto.
Eu: Kookie.
Eu: Eu estou bem.
Jungkookie: Não, você não está.
Jungkookie: Algo ou alguém te induziu a tomar esse remédio.
Jungkookie: Me diz, o que houve?
Eu: Não finja que se importa.
Jungkookie: Eu já lhe disse. Com todas as palavras.
Jungkookie: Eu me importo com você, Sayuri.
Jungkookie: Você me deixando tão preocupado, a semana que você não falou comigo, as suas mudanças de humor transparentes, o fato de você ter ficado de castigo, suas notas no colégio…
Jungkookie: Eu me importo com tudo isso.
Mensagem visualizada.
[...]
Sexta-feira.
Eu: Visitei o museu de arte contemporânea hoje.
Eu: Como os escultores da época conseguiam esculpir uma obra de arte em uma pedra de mármore?
Jungkookie: Acredito que seja um dom.
Eu: Eu vi a escultura de um Deus grego.
Eu: Era Apolo.
Eu: Me fez lembrar de você.
Jungkookie: A cada dia que passa você me surpreende mais.
Eu: Você e Apolo são similares.
Eu: Tem um brilho inexplicável e são donos de uma beleza estonteante.
Jungkookie: Sayuri, você por acaso está sob efeito de entorpecentes?
Eu: Não preciso estar para enxergar a sua beleza, Sr. Jungkook.
Jungkookie: Como pode tirar conclusões através de apenas uma foto?
Eu: Não me refiro à beleza exterior.
Eu: Enxergo a sua verdadeira beleza nas palavras que você escreve para mim.
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