1. Spirit Fanfics >
  2. No Escurinho do Cinema >
  3. Quando as luzes se apagam

História No Escurinho do Cinema - Quando as luzes se apagam


Escrita por: bbheli

Notas do Autor


NO ESCURINHO DO CINEMAAAAAAA
Juro que essa fanfic não nasceu por causa da música da Rita Lee, só depois que eu me toquei que parecia. kkk
Tive essa ideia depois de pensar "existe algum lugar MELHOR pra levar alguém que você quer dar uns beijinhos, que não o cinema? O próprio climinha já é propício, digo é nada. kkk
Sem mais delongas, uma ótima leitura e um beijo na bochecha de todos!

Capítulo 1 - Quando as luzes se apagam


 

                                                                                                                                Capítulo 1

              Quando as Luzes se Apagam

 

Do Kyungsoo vivia jurando para Deus e o mundo que jamais se apaixonaria. Era com muito orgulho sim senhor que afirmava ter o coração mais inacessível da Coreia inteira. E não havia quem desse jeito, nem o professor gatinho de Computação, nem o vizinho gostoso que adorava lhe distribuir sorrisos da rua da esquina. Ninguém era capaz de amolecer aquela pedra que Kyungsoo carregava dentro do peito.  

Ou pelo menos essa era a fachada. 

A verdade era que Kyungsoo já estava apaixonado por alguém, muito embora os anos reprimindo os próprios sentimentos houvessem o tornado um expert nisso. Aprendera a lidar com o coração acelerado, e as borboletas no estômago já estavam meio cansadinhas e decrépitas. Bem, contanto que seu melhor amigo, Jongin, permanecesse a uma distância considerável de si e não o encarasse com aqueles olhinhos de cachorro que caiu da mudança, a sua farsa estava muito segura.  

Percebeu que gostava de Jongin pela primeira vez aos dezessete anos, enquanto voltavam para casa da escola. O mais novo escondia o rosto parcialmente sobre um cachecol vermelho, se protegendo do frio, e, exposto àquela franzina claridade - com os raios de sol brincando em sua pele morena, era mais bonito do que qualquer coisa que já tinha visto na vida. Mais do que qualquer paisagem, mais do que qualquer pintura, mais do que qualquer poema. Kim Jongin era a beleza do mundo inteiro encarnada na forma de um garoto de quinze anos.

Os dois amigos eram muito diferentes, tipo água e vinho. Kyungsoo era sério e calado enquanto Jongin era barulhento e parecia estar sempre entusiasmado, como se fosse um alienígena que estivesse visitando a Terra pela primeira vez. Via beleza em tudo, no pôr do sol das cinco horas, nas construções abandonadas da rua de trás, na vida simples do subúrbio, e em todas as cores disformes que pintavam aquele cenário que tanto Kyungsoo subestimava. Enquanto o mais velho só via beleza nele, na pele morena e no olhar sonhador. 

Entretanto, por mais que aquele sentimento o houvesse atingido em cheio na boca do estômago durante toda a sua adolescência e o começo da sua vida adulta, Kyungsoo jamais seria capaz de deixar que algo arruinasse a amizade dos dois. Não seria capaz de conviver consigo mesmo se assim o fizesse. Movido em parte pela covardia, em parte pelo desejo de preservar o que tinha de mais precioso no mundo, suprimiu os próprios sentimentos por anos e anos. 

O dia da separação chegou, por fim, anunciando que nada durava para sempre. Kyungsoo havia sido aceito numa universidade da capital e deixou para trás a irmã, a mãe e seu melhor amigo. E mesmo que o visitassem o tempo inteiro, Kyungsoo não conseguia abandonar aquela sensação de que algo estava faltando. Que havia deixado um pedaço seu para trás. Com certeza seria capaz de trocar Seoul e suas cores, suas vitrines, e seus moradores, pela sua cidade natal, num piscar de olhos.  

Mas o vazio não durou para sempre. Jongin havia sido aceito na mesma universidade dois anos depois e os amigos passaram a dividir um apartamento pequeno no subúrbio da cidade. Tudo parecia estar no seu lugar de novo, exatamente como sempre fora. Não era nem um pouco difícil imaginar que ainda permaneciam as mesmas crianças, não quando Jongin continuava a ser o mesmo de sempre. Entusiasmado com tudo. Chegava até a ser irritante quando os dois iam até o centro da cidade juntos e ele ficava apontando para todo lugar. 

-OLHA KYUNGSOO, UM CACHORRINHO! – Quase gritou numa dessas idas, fazendo Kyungsoo levar um susto, colocando a mão direita em cima do peito. Estava velho demais para aquele tipo de coisa. Ficou bem perto de morrer antes da hora, derramando um pouquinho do café que levava na mão. Xingando baixinho, amaldiçoando Deus e o mundo, fora atrás do outro.

Jongin era apaixonado por animais. Até mesmo disse um dia: " Quando eu tiver minha própria casa, vou adotar cinco cachorros, três gatos e um hamster. Ah, e vou ter também um viveiro de passarinhos." E Kyungsoo quase se engasgara com o próprio chá. "Então me lembre de nunca passar perto da sua casa." Rebatera.  

Não era como se Kyungsoo não gostasse de animais, o único problema, como ele dizia, era que os animais não gostavam dele. Um conjunto de incidentes desastrosos o haviam dado essa impressão. Havia o gato da vizinha, que o odiava com todas as forças. Sempre que saía de casa de manhã cedo para ir para trabalho de meio período o desgraçado estava sentado sobre o seu muro e o cumprimentava com um sibilar sinistro. E não acabava aí, Kyungsoo não sabia como podia ser possível que todos os cachorros do mundo adorassem fazer xixi no seu sapato. Não havia esperanças nem mesmo para animais pequenos. Um dia resolvera montar um aquário, e seu primeiro morador - um adorável peixe-palhaço fêmea que se chamava Princesa, também se chamava Adorável Senhora das Trevas para os mais íntimos - havia se jogado para fora do recipiente de vidro, dando fim à sua vida curta de forma trágica. De fato, ele não tinha jeito para a coisa. 

Naquela dia em que passaram em frente a uma feira de adoção de animais, Jongin se apegara à um filhote de labrador - provavelmente porque os dois tinham personalidades muito parecidas, pensava Kyungsoo – e, com os mesmos olhos pidões que o animalzinho, implorara para que o seu hyung lhe permitisse levá-lo para casa. Quase se forçou a balbuciar um "nem fodendo", mas enquanto o observava de longe brincando com o cachorrinho no colo e sentia o coração acelerar dentro do peito, Kyungsoo sabia que não demoraria muito para que cedesse às suas vontades. Kyungsoo não gostava muito de animais, mas do que importava? Ele gostava muito de Jongin. 

E depois disso, no fim da rua setenta, no apartamento enfeitado de gardênias, passaram a morar os dois amigos de infância e o novo inquilino, Penguim.  

-Penguim? Mas que droga de nome é esse, ô caralho? - Kyungsoo jogou a almofada do sofá no amigo, dando uma gargalhada sonora. 

-Mas olha se ele não parece um penguim? - Apontou para o filhote que estava sentado no canto, observando a cena como se estivesse se esforçando para entender aquele motim. 

-Não cara, você tem problema? Ele parece um cachorro! - Recitou de forma meio exagerada, constatando o óbvio.

Era bem difícil conviver com os dois bobões, sendo bem sincero. Penguim bagunçava de um lado e Jongin do outro, e muitas vezes Kyungsoo se sentia pai de duas crianças. Mas a vida havia se enchido de novas cores e até o ar parecia mais puro. A verdade era que Kyungsoo estava feliz, mas feliz do já fora algum dia. E nada parecia ser capaz de estregar aquela felicidade. 

 Bem, nada exceto Park Chanyeol. 

O segredinho de Kyungsoo estivera muito bem guardado todos esses anos. Estava sendo moleza ignorar o bater desesperado do coração, as mãozinhas nervosas, toda aquela tensão que surgia no ar sempre que Jongin resolvia passear em casa com aquela bundinha gostosa só de cueca.

 Tudo que Kyungsoo precisava fazer era respirar fundo e contar até dez, espairecer, pensar em coisas horríveis: tipo a sua tia Sooyeon dentro de um bikini. E tudo estava certo de novo. E daí que gostava de Jongin? Normal, não é mesmo? Quem não sente vontade de dar uns beijos no melhor amigo nas horas vagas que atire a primeira pedra. E também passar o resto da vida do lado. E também adotar umas duas crianças. Um menino e uma menina. Normal. Normal.

No entanto, pela primeira vez na história, Kyungsoo se sentiu ameaçado. Ficava enciumado o tempo inteiro – mesmo que por fora fizesse a mais bela cara de paisagem. Pudera, Jongin só falava no ParkPark isso, Park aquilo. Park é monitor de Anatomia, Park é fluente em japonês, blá blá blá.

Com certeza a gota d'água se dera num dia em que ouvira a conversa entre o garoto e um amigo da faculdade, um tal de Junmyeon. 

-Voltei pra casa junto com Chanyeol no metrô. Ele foi todo gentil comigo e a gente ficou conversando o caminho inteiro. Não faltou assunto nenhuma só vez. E ele é todo alto, você sabe como eu tenho um fraco por caras mais altos que eu.

Kyungsoo correra pro quarto e se jogara na cama, quase perdendo sua pose de homem durão que não chora nunca. A verdade era que sua altura era um ponto fraco, uma insegurança que nutria há muito tempo. 

Antes que chorasse que nem uma criancinha, no entanto, se recompôs e se sentou na cama. Não tinha direito nenhum de se sentir mal por causa daquilo. Fora ele que decidira, vários anos antes, que jamais se confessaria. Sua chance havia passado há muito. Mas não pôde evitar de se sentir um pouquinho traído por Jongin segredar algo para o novo amigo, Junmyeon, e não para si.   

Bem, não era como se o moreno não tivesse ficado com outros caras durante a vida. Haviam existido outros, definitivamente. Mas Jongin era um tanto discreto sobre a própria vida amorosa – nem tão agitada assim - e para Kyungsoo eles nunca possuíam rostos. A eminência de perder para sempre o melhor amigo nunca era real. 

Mais tarde naquele dia enquanto jantavam, juntou todas as forças que tinha para dar uma de altruísta. 

-Por que você não chama o Park pra sair? - Engoliu as batatas, na maior pose de desinteressado do mundo.  

-Você acha que eu deveria? - Jongin tomou um gole do suco de laranja, fazendo uma pose de desinteressado um pouquinho mais convincente.

-Bem, se você gosta dele. - Deu de ombros. 

Droga. Droga. Droga. Droga.

Foi o que passou pela cabeça de ambos naquele silêncio constrangedor que se seguiu.   

E Jongin fez mesmo o que o melhor amigo sugeriu, numa manhã meio chuvosa. Parou Chanyeol num corredor da faculdade e o encarou, se sentindo dez vezes menor do que realmente era. E, criando coragem, balbuciou todo tímido, parecendo um neandertal.  

-Você.... hã... Eu... Cinema. Sexta-feira? Tem... é... um novo filme bem legal que vai entrar em cartaz. 

Chanyeol assentiu e um peso pareceu ser tirado dos ombros do moreno, como se um elefante tivesse acabado de se esgueirar de cima das suas costas.  

Para logo em seguir lhe dar um golpe de sumô. 

-Ah que ideia ótima, tudo bem se eu chamar Baekhyun também? -

Baekhyun era professor de Anatomia e amigo pessoal de Chanyeol, o monitor da disciplina. Jongin não teve coragem de murmurar uma negativa. "Não, eu tô chamando você, não ele, seu paspalho" parecia ser muito simples de se dizer, mas não conseguiu articular aquelas palavras. 

 

Kyungsoo tentou evitar rir da desgraça do melhor amigo horas mais tarde, mas foi inevitável. Penguim estava deitado no colo de Jongin e, Kyungsoo, arriscando um carinho tímido na orelha do cachorro, disse: 

 

-Não acredito que você não conseguiu dizer que era um encontro. - Mais risadinhas - Pelo menos você vai no cinema. Já eu vou passar a sexta feira inteira atolado de trabalho da faculdade e ainda tenho que trabalhar lá na farmácia no outro dia. 

 

-Você não quer ir junto? Você trabalha demais, nunca se diverte. E bem, meus planos já foram por água abaixo mesmo. A não ser que eu pegue tanto Chanyeol quanto o professor, é claro. - Deu uma mordida numa maçã, deixando passar despercebido quando Kyungsoo quase teve um troço, enciumado.

 

E lá estavam os dois numa sexta-feira à noite, se vestindo para o encontro fracassado do moreno. Kyungsoo já estava pronto faziam eras, optara por escolher a primeira coisa que vira no guarda-roupa enquanto Jongin ainda desfilava pela casa de cueca.  

 

Kim Jongin tinha essa mania estranha de só vestir a roupa depois que terminava de fazer tudo. Ele escovava os dentes de cueca, penteava os cabelos de cueca, às vezes até tomava café da manhã vestido assim, é claro, porque o Universo parecia gostar de rir da desgraça de Kyungsoo. 

 

-Você acha que eu fico mais bonito nessa camisa azul ou nessa branca? – Disse Jongin, vestido unicamente em uma samba canção estampada. A resposta era óbvia: " Você fica bonito de qualquer jeito, Jongin, veste uma roupa, pelo amor de Deus." 

 

-A azul – soltou o ar pelos lábios, se recostando melhor na cabeceira da cama e passando nervosamente os dedos pelos cabelos, tentando não olhar muito na direção de um Jongin seminu.

 

-Droga, tô totalmente desanimado – Jongin se jogou de bruços na cama, só de cueca. 

 

Tia Jiyeon vestida num bikini. Tia Jiwoo só de calcinha. Tia Jiwoo e tia Jiyeon dando uns amassos.  

 

-Eu vou esperar na sala, tá bom? – Kyungsoo suspirou, vencido. 

 

E quando Jongin apareceu na porta da sala, todo arrumado, cheirando a perfume amadeirado e gostoso que só um caralho, com o perdão da palavra, Kyungsoo quase se esqueceu do porquê prometera assim mesmo nunca se confessar. 

 

Relacionamentos são complicados, disse a si mesmo. Nunca dá certo. 

 

Um monte de fantasias inundara a sua mente e todas elas envolviam jogar o melhor amigo no sofá e beijar aquela boca gostosa até que os lábios ficassem dormentes.

-Cê tá até bonitinho, tô surpreso – Deu de ombros. 

 

Se preparou psicologicamente para o show de horrores que teria que enfrentar e rezou para todos os deuses que não tivesse que ver o melhor amigo enroscando a língua com o monitor de Anatomia e falante de japonês - lê-se com tom de deboche - Park Chanyeol. Quase imaginou o roteiro daquele fracasso. Na metade do filme Jongin estaria trocando saliva com ele, enquanto Kyungsoo e Baekhyun se remexeriam desconfortáveis nos assentos. Se tivesse um pinguinho de sorte, pelo menos, o professor Byun não tentaria dar em cima dele e o fiasco seria um pouco menor.  

 

Para sua sorte, no entanto, às 8:30h, nem Chanyeol, nem Baekhyun haviam chegado. Lá estavam eles, Kyungsoo e Jongin, plantados na porta do Cinema da cidade.

 

-Não acredito que ele me deu um bolo – A voz decepcionada fez com Kyungsoo despertasse dos seus devaneios, se esquecendo de todos os crimes de ódio que gostaria de cometer se visse Park Chanyeol pela rua.

 

-Ele só tá meia hora atrasado, relaxa. - Tentou confortar, mas uns minutos depois o toque do celular de Jongin quebrou o silêncio. 

 

-Sim, tudo bem, Chanyeol. Eu entendo, não precisa se desculpar, eu tô aqui com o Kyungsoo. Certo, vejo você segunda-feira. - E desligou. 

 

-Baekhyun também não vem? - Jongin negou com a cabeça e Kyungsoo enfiou as mãos dentro dos bolsos.

 

- Você quer ir pra casa? – Perguntou, e Jongin fez um biquinho.

 

-Não, vem, você se arrumou inteiro. O filme já deve ter começado. - O melhor amigo o puxou pelo braço e Kyungsoo engoliu em seco.  A verdade era que, por mais que tentasse não transparecer, estava sentindo um friozinho na barriga gostoso com a perspectiva de estar sozinho em um encontro com o moreno. Todo mundo sabia da propriedade mágica do cinema, não é?

 

Você se coloca junto com alguém que você gosta no escurinho do cinema e o cinema se encarrega de fazer o resto. Simples assim.

 

Os dois amigos passaram pela bilheteria, descobrindo que os ingressos da sessão do filme “O Diário de uma Paixão” haviam esgotado. Kyungsoo não conseguiu evitar de se sentir triste por ter perdido a chance de ver um filme romântico com o amigo. Os únicos filmes que haviam restado eram uma comédia pastelão e um filme de terror, que Jongin, tomado por um surto de coragem, pedira para assistir.

 

O resultado fora: cada susto que aparecia no telão do cinema, ele segurava na mão de Kyungsoo, que, por sua vez, se sentia bem pertinho de ter um pequeno infarto. Um certo momento, Jongin, todo manhoso e assustado, se deitara sobre o ombro de Kyungsoo, buscando um carinho que lhe confortasse no meio daquele show de – literalmente – horrores.

 

-Jongini? – Kyungsoo chamou baixinho, vendo o rapaz visivelmente assustado – Tem certeza que quer continuar assistindo?

 

-Eu tô de boa, hyung – Disse o moreno, totalmente não “de boa”, se encostando um pouco mais pertinho de Kyungsoo.

 

Kyungsoo, então, passou o braço atrás do pescoço do moreno, o segurando contra si mesmo, e as borboletas no seu estômago declararam caos total.

 

O filme havia acabado, e os créditos começavam a subir na tela quando Jongin, bem baixinho, se inclinara na direção de Kyungsoo para dizer:

 

-Eu achei o filme bem sem graça, sério, nem deu medo nem nada.

 

Kyungsoo deu uma gargalhada gostosa, se divertindo.

 

-Tá brincando, Jongin, você se borrou todo, velho.

 

 

Ainda estava escuro, e os dois estavam assim, perigosamente pertinho. Quando a risada morreu nos lábios dos rapazes, eles se olharam de um jeito diferente.

 

-Err, então, acho melhor a gente ir logo, né. – Kyungsoo quebrou o silêncio, enquanto as luzes se acendiam.

 

 Os dois voltaram para casa andando, conversando, rindo de um monte de bobeira. A risada de Jongin, Kyungsoo diria, era simplesmente a coisa mais gostosa do mundo. Ouvir ele rir dava vontade de rir também, era tiro e queda. Contagiante.

 

E, tomado pelo clima romântico: a luz da lua banhando os dois rapazes, a brisa suave e a risada do seu melhor amigo, Kyungsoo sentiu uma vontade arrebatadora de entrelaçar os dedos nos dele.

 

Quando os dois chegaram na porta do apartamento, mal deu tempo de Jongin colocar a chave na fechadura quando os lábios de Kyungsoo se moveram por conta própria.

 

-Eu tô apaixonado por você. – Soltou, assim, sem aviso prévio. A confissão que tanto guardara escapara dos seus lábios.

 

Sabe quando o tempo para, e dois segundos parecem durar várias horas? Para Kyungsoo, os segundos que se seguiram foram extremamente vagarosos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tic.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tac.

 

 

 

 

 

 

 

 

-Você? Apaixonado po-por mim? Desde quando? – Jongin parecia absolutamente confuso.

 

-Bem, fazem alguns... anos.

O coração de Kyungsoo pareceu afundar dentro do peito quando Jongin escondeu o rosto nas mãos, então se arrependeu. Se lembrou. Relacionamentos nunca dão certo, não queria estragar a amizade que tinham, não queria.

 

Jongin, então, soltou o ar pela boca, numa gargalha bem franzina, e quando levantou o rosto novamente, Kyungsoo viu que os olhos do moreno estavam marejados. Ele então, para a sua completa surpresa, passou os braços ao redor do seu pescoço e o beijou.

 

A verdade era que, tomado pela absurda crença de que não tinha chance, de que estragaria a amizade mais preciosa que tinha, Kim Jongin também suprimira por anos os seus próprios sentimentos.

 

Mas, desde aquele dia, na rua setenta, no apartamento decorado por gardênias, passaram a morar o cachorrinho Pinguim, e os dois mais novos namoradinhos da vizinhança.

 

 

Então, por fim, a lição que fica é: Se você tem alguém que gosta, não espere anos para se declarar:

 

Convide-a para ir no cinema,

 

e o escurinho do cinema se encarrega de fazer o resto.


Notas Finais


Pensando em escrever um extra com um lemonzinho gostoso desse kaisoo, o que vocês acham?

Sim, é totalmente canônico, o Baekhyun o Chanyeol deram um bolo no Jongin e foram se pegar. rsrsrs
Espero que tenham gostado, qualquer coisa, me segue lá no twitter: @ohwonder00, vamo conversar sobre jongins manhosos e cineminhas
Um beijo e obrigada por ter lido!!!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...