Estava voltando do colégio e me lembrei de Beatriz. Eu tinha que cumprir minha palavra de ir vê-la e então aproveitei e passei em frente a sua escola. Me espantei ao ver que ela estava acompanhada de uma mulher aparentemente mais velha e que provavelmente era sua mãe. Minha surpresa foi que se não me engano aquele horário era de recreio para ela porém estava indo embora. Por quê?
- Beatriz? Aonde vai? - Disse e a ví soltar a mão da mulher e correr até mim para me abraçar, um abraço cheio de saudade - Vim te ver, senti falta desse sorriso doce.
- Tive medo de me esquecer - Ela disse com um olhar triste.
- Nunca pequena, é uma promessa lembra? - Disse a fazendo sorrir.
- Essa é a minha mãe Fernanda - Disse apontando para a mulher - E mãe, essa é a moça legal que te falei que me ajudou a recuperar a carta do papai.
- Sério? - Ela disse vindo até mim e me cumprimentando - Obrigado por ajudar minha filha, vim buscá-la mais cedo pois é o único horário que posso pegá-la.Devido ao imprevisto causado pelo pai dela, ele viajou recentemente à trabalho e esqueceu alguns papéis importantes e assim terei que viajar ainda hoje para levá-los.
- E a Beatriz? Quem cuidará dela? - Perguntei observando Beatriz baixar o rosto negando com a cabeça.
- Isso é um problema ainda. Tenho duas opções uma babá que a Beatriz odeia e outra que não sei se pode ser confiável.
- Ficará fora quantos dias? - Disse.
- Somente dois - Ela disse me observando - Você é amiga da senhora Clara não é? Eu sou vizinha dela, e você já tem minha confiança por vários motivos...
- Antes que termine de pensar eu mesma me ofereço pra cuidar dela, será um verdadeiro prazer não é pequena? - A Beatriz sorriu e assentiu assim como a mãe que parecia aliviada.
- Você não sabe o quão está me ajudando mas... Quanto vai cobrar?
- Vou cobrar só que ela se divirta, eu realmente não quero nenhum dinheiro, será mais uma diversão do que um trabalho. Eu adoro a compania de crianças principalmente dela - Disse.
- Meus sinceros agradecimentos à você, posso já deixá-la ir com você? Terei que viajar daqui à pouco, eu posso pegar ela quando voltar na casa da Clara.
- Pode ser sim, eu vivo praticamente na casa dela afinal eu sou namorada do neto dela.
- Qual? Ela tem muitos netos, enfim tenho que ir e eu adorei te conhecer, e filha? Se cuida tá? Não dê trabalho - Ela disse beijando a bochecha dela e indo embora.
- Para onde vamos? Você escolhe - Ele disse alegre.
- Bom... Temos a opção de ir na casa do Armin um pouquinho, lá tem vários jogos e ele é legal e aí depois vamos para a minha casa ou se preferir pra ficar perto da sua casa dormimos na casa da Clara.
- Ótima idéia.
Fomos até a casa do Armin e eu até tinha a chave da porta porém havia esquecido por incrível que pareça. Toquei a campainha e logo ele abriu a porta sorrindo surpreso.
- Você é mais esquecida que a minha vó Rafa - Ele disse rindo enquanto revirava os olhos - Vejo que adotou uma filha né? Posso ser o pai? - Ele puxou-a para um abraço apertado.
- Besta, mas sim eu adotei ela por dois dias e você não poderá ser o pai meu querido - Disse rindo - Se ela estiver com fome você dará o celular pra ela jogar um jogo de culinária.
- E o que tem? Jogos alimentam gamers.
- Não há justificativas, jogos podem até alimentar gamers mas não crianças - Disse mostrando língua guiando a Beatriz até dentro da casa
- Sem graça - Ele disse fechando a porta e indo em direção à cozinha enquanto me sentei no sofá com a pequena.
- Vocês são engraçados juntos - Ela disse - Tem personalidades fortes e competitivas, um pavio curto sem igual e provavelmente a ironia faz parte disso. E o impressionante é que se dão bem formando um casal estranhamente fofo e é como se o amor fosse um jogo afinal vocês são gamers né?
- Ótima descrição e você é bem inteligente e observadora filha - Gritou o Armin da cozinha o que fez nós duas rirmos com o "filha" .
- Embora que seja difícil jogar o "amor" com um gamer tão chato e insuportável como o Armin - Disse e logo senti um sussurro em meu ouvido me fazendo rir de nervosismo de susto.
- Insuportável que você ama - Ele tinha sussurrado. Como aquele ser apareceu do nada e bem ali? E ainda tinha aquele sorriso cínico com o meu susto. Ele segurava canecas com chocolate quente e me deu um e outro para a nossa "filha" sentando ao lado dela e ligando a TV num filme de comédia.
- Estou com frio - Reclamei vendo que a Beatriz também parecia sentir o mesmo - Pega um cobertor pra gente amor?
- Amor? Ué eu não era insuportável e chato até agora a pouco? Só sirvo quando é pra fazer seus gostos né? Pois eu não vou - Ele disse me mostrando língua.
- Pare de ser bobo e vai lá? Eu mando em você aqui querido e a nossa filha também está com frio - Disse observando ela se divertir com a situação.
- Eu só vou por ela - Ele disse se levantando e indo pegar o cobertor enquanto via a Beatriz deitar no meu colo sonolenta e já parecia dormir. Ela era tipo um anjinho fofo - Só por ela e... Ela dormiu?
- Provavelmente sim - Disse puxando cobertor de sua mão e me cobrindo junto com ela e o Armin mudou de lugar se sentando ao meu lado - Também foi por mim, confesse Armin.
- Confesso que foi por mim, estava morrendo de frio.
- Chato, eu não gosto de você - Disse voltando o meu olhar para o filme.
- Tem razão você não gosta, você me ama.
- Infelizmente Armin - Disse vendo o mesmo sorrir e me abraçar - Não quero abraço também não, pode me soltar.
- Eu não vou porque eu também te amo bobinha, e sim o cobertor foi por vocês duas, e é muito afinal eu tenho tanta preguiça que nem pra mim eu levanto para pegar.
- Preguiçoso - Falei em meio a risos e abracei-o de volta e ele beijou minha testa sussurrando um " Você também é " e me deu um selinho.
- Onw! Vocês são um casal fofo e pais extremamente divertidos e amorosos um com o outro - A Beatriz levantou do meu colo.
- A senhorita não estava dormindo? - O Armin ria se fazendo de indignado.
- Foi pra deixar vocês pararem de brigar. Papai e mamãe não pode discutir não - Ela respondeu nos fazendo rir.
- Tem razão agora a senhora vai dormir pois tem que dormir cedo pequena, aliás temos de ir embora pra casa - Disse me levantando pegando minha bolsa.
- Ahh não, por que não dormimos aqui mãe? - Reclamou a Beatriz.
- Ótima idéia e tem o quarto de hóspedes pra Beatriz e você dorme comigo - Ele disse exibindo um sorriso malicioso.
- Ficamos então mas obrigado, eu vou dormir com a nossa filha mesmo - Sorri enquanto via ela rir e o Armin fingir estar magoado.
- Boa noite Armin, vamos Beatriz? - Disse e então beijei sua bochecha e fui com ela até o quarto e acabamos dormindo rapidamente devido ao sono. Porém antes disso eu fiquei pensando o quão era bom saber que o Armin adorava crianças e que até daria certo se fôssemos realmente uma família.
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