História NO EXIT - Imagine Jooheon(Monsta X) - Capitulo 29

Algo estava diferente, mas não consegui descobrir por que tudo continuava igual. 

Exceto, eu.

Senti aquele sentimento assim que acordei. As lembranças da noite anterior vieram com tudo, eu tinha pensado que era um sonho quando abri os olhos. 

Eu tinha me levantado com vontade, sem cansaço e sem preguiça. Leve, cheia de inspiração, seria impossível alguém me derrubar. Até a dor tinha melhorado um pouco, fiquei surpresa com tudo aquilo porque eu só havia dormido pouquíssimas horas. 

Naquela manhã, estava na frente do espelho fitando o corte em meu rosto que havia sumido como mágica. Aquilo era impossível. Sem marca alguma. 

Passei a mão no cabelo confusa com a maior cara amassada da história. Considerei analisar todo o ocorrido que tinha acontecido até naquele momento. Finalmente estava começando a acreditar em Shownu e na sua história, mas era tudo muito estranho ainda. 

E então, o cara das covinhas surgiu em meus pensamentos.

- Eu sou uma boba mesmo. — sussurrei pensando em Jooheon.

Ele não gostava de mim. Era super idiotice achar que havia algo diferente acontecendo entre nós, poderia estar gostando dele mas aquilo tinha que acabar! O beijo possuía significado para mim, talvez não significasse nada para ele. 

Mas ele queria, pude ver em seus próprios olhos os seus sentimentos. E aquele olhar... Puxa!

Era lindo. 

Então, acordei para a realidade. O que estava acontecendo não era um filme.

Não. Não era nada de lindo! Desde quando um homem tão horrível tem olhos lindos? "Quer parar? Ele é uma pessoa bem do mal e você ai pensando nele como uma apaixonada idiota! Já olhou mesmo para ele? Jooheon? Uma pessoa boa? Acorda!"

Acho que minha consciência estava certa.

Na real mesmo, o que ele iria querer comigo? Jooheon é um badboy monstrão, como ele gostaria de mim? Não é do tipo que ama alguém. Eu sou esse tipo! E o mais importante, como alguém como eu gostaria de alguém como ele? Aliás, ele não precisa de mim, não gostava de mim mas não me odiava, o próprio Jooheon dissera isso. 

É muito difícil uma pessoa dura, grossa, seca, fria, horrorosa... Possa ter um sentimento tão especial com alguém como ele. Se eu fosse defini-lo passaria um bom tempo dizendo adjetivos bem negativos sobre ele.

Mas, eu também não deixei de notar algumas definições boas... Ou fingidas por ele... Eu não acredito mesmo que estou gastando tempo pensando nele! O que está acontecendo aqui hoje??? 

Decidi do banheiro antes mesmo que os pensamentos me afogassem, impossibilitando de viver e respirar outras coisas. Abri a porta com certa alteração, esquecendo que existia outra pessoa no mesmo lugar que eu. 

- Credo, S/n! Que susto! — Chin-Sun colocou a mão no peito. — Pra quê a pressa?

- Não estamos atrasadas? — perguntei suspirando, me recuperando do susto também.

- Então... Sobre isso; eu achei melhor não irmos hoje. — Chin-Sun olhou para a TV que estava ligada no canal de notícias passando uma reportagem sobre ontem. — Não vamos nos concentrar nas aulas depois de ontem, o que acha de ficarmos em casa só por hoje? — ela perguntou com os braços cruzados.

- Hum, parece uma boa ideia. Foi por isso que não me acordou mais cedo? — ela assentiu.

Apenas concordei sobre a ideia, isso daria menos trabalho aos meninos. Em seguida, mandei uma mensagem ao Shownu explicando tudo.

Falei com meus pais de manhã. Compartilhei com meu pai sobre minha vontade de conseguir um emprego aqui na Coréia para ele não ficar sobrecarregado de todo o meu gasto. Obviamente não gostou nem um pouco da ideia, disse que não me queria trabalhando e sim me esforçando nos estudos que o resto ele daria conta.

Nada de trabalho.

O dia se passou rápido por conta da faxina que fizemos na casa e dos filmes que finalizaram nossa tarde. Confesso que apesar do esforço para deixar tudo limpo em casa, eu fiquei mais tranquila em relação a tudo que passou, mas, sentia que não estava nem um pouco liberta disso. A limpeza só ocupou nossas mentes.

- Foi você que tomou quase todas as garrafas de Soju? Só tem duas aqui! — gelei da cabeça aos pés. Ela estava observando a geladeira.

- Eu... — O que eu ia dizer, Senhor? — Ei, desde quando você toma Soju? — ela ficou em silêncio. Era a vez dela de gaguejar.

- EI! Não enrole! Me diga. — Chin-Sun disse mandando eu desembuchar.

- Pare de enrolar você... Pode ir dizendo!

- Nada disso! Você tomou as três!

- Eu nada. Nunca faria isso... Imagina...

Ela olhou de rabo de olho para mim. Até que percebi uma diferença no que ela havia dito.

- Por que você me perguntou com “Foi você?” ? — disse com olhar malicioso.

- Como assim?

- Você trouxe alguém aqui? — perguntei me aproximando devagar dela com a voz suspeita. Se ela estava suspeitando de mim sabendo que só tinha eu e ela na casa, iria imediatamente me acusar mas não fez isso. Só podia ter outra pessoa vindo aqui para ela falar daquela forma.

- Do que você está falando? — ela disse tentando não olhar para mim.

- Você trouxe alguém aqui, CERTEZA! Quem mais teria bebido se não fosse eu ou você nessa casa, Chin-Sun?! — ela ficou sem o que falar, procurando alguma coisa para dizer. —  Ou... Será um garoto? — brinquei, lançando um olhar suspeito para ela desembuchar logo. — Aí, meu Deus, Chin-Sun! Você está ficando vermelha! Você trouxe um garoto aqui! Que garota atrevida, hum... — eu só tinha especulado que podia ser um garoto. 

- Pare, S/n! Eu não trouxe nenhum garoto aqui!

- TÁ MENTINDO! TÁ MENTINDO! — disse alto — Eu não acredito que você está mentindo para mim... — fiz cara de decepcionada — ...Não fale comigo nunca mais — cruzei os braços e fui direto para o quarto, dando as costas a ela.

- S/n, eu não trouxe ninguém aqui, é sério. — apelou, me seguindo. 

- Não quero falar com você. — insisti na brincadeira, fechando a porta para ela não entrar. Mas Chin-Sun pensou que era verdade. Acabou desistindo.

- Eu estou namorando. — confessou. Abri a porta imediatamente ao escutar aquilo, boquiaberta. Abri a boca duas vezes na tentativa de falar, mas nada saía, só pensava "Meu Deus. Meu Deus". Coloquei as mãos na cintura. 

- E você não me contou? — perguntei brava. — Como isso é possível?! Não fale comigo nunca mais. — fechei a porta na cara dela. Parece que não era só eu que estou escondendo segredos a final de contas. 

- Por quê???

- Você nem me disse nada! Que estava gostando de alguém e tal. — ela abriu a boca pra falar mas eu a interrompi. — Não fale comigo! 

- Por favor, S/n. Me escute... — ela suspirou. — Eu explico tudo para você, ok? — Ótimo! — Agora não fica com raiva de mim. — olhei para ela com os olhos apertados. Larguei meu lado malvado e abri os braços para dar um abraço nela. 

[...]

- Odio é uma palavra forte, não acha?

–Amor também é, e as pessoas usam como se não significasse nada.

(Peter Pan)