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História No Light No Light - Bloodstream


Escrita por: LadyDuMaurier

Notas do Autor


Olá desculpe a demora e qualquer erro, mas o tempo esta corrido por conta da faculdade.
Espero que gostem do capítulo.

Capítulo 8 - Bloodstream


Fanfic / Fanfiction No Light No Light - Bloodstream

Hilda bebia seu chá na cozinha terminando de preparar o café da manhã, ela apenas ouvirá o chuveiro no quarto da irmã e a vira sair cedo para Academia, Zelda não desejava conversar e Hilda entendia, no entanto não significava que deixaria de se preocupar.

_ Bom dia tia Hilda. Tia Zee apareceu? Ambrose perguntava adentrando a cozinha.

_ Sim e já saiu de novo.

_ Ela disse onde passou a noite?

_ Não, ela não parecia querer conversar e achei melhor não forçá-la. Mas acho que deve ter ido a Academia, estava com seu material de aula em mãos.

_ O que você acha que ela fez ontem? Ela não apareceu na missa negra e até mesmo o Padre Blackwood ficou surpreso.

_ Sinceramente eu espero que nenhuma bobagem, Zelda não tem muita facilidade para lidar com emoções, criando uma aversão a si mesma.

_ Como assim?

_ So digamos que já a encontrei suprindo dores emocionais por físicas.

Aquela era uma nova informação que Ambrose registrava, Zelda tinha muitas camadas de personalidade que ainda se mantinham desconhecidas e surpreendia descobri-las; ele sempre a enxergará como um pilar que dificilmente seria abalado, no entanto ela era tão humana quanto qualquer um, mas se mantinha firme escondendo seus medos e dores, sob uma máscara de controle.

_ Bom dia. Sabrina entrava na cozinha.

_ Bom dia querida. Hilda respondia enquanto o sobrinho se tornava calado.

_ Onde está tia Zee?

_ Ela saiu mais cedo.

_ Queria pedir desculpas, ontem quando discutimos eu estava nervosa, Harvey e eu brigamos e depois eu soube o que houve com a  senhorita Wardwell. Acabei falando o que não queria.

_ Zelda vai entender querida, tenho certeza.

_ Por favor. Ambrose  se levantava da cadeira, pegando sua xícara de café, um pouco irritado.

_ Eu não quis dizer o que disse a ela Ambrose, eu…

Antes que a prima pudesse terminar Ambrose a impedia interrompendo.

_ Não Sabrina, você disse e quis e de uma maneira cruel. Ok você estava chateada, mas não tinha direito de se dirigir assim a tia Zee.

_ Ambrose. Hilda tentava acalmar os ânimos.

_ Não tia Hilda, Sabrina precisa que alguém lhe diga a verdade. - o bruxo se aproximava da prima - Quando seus pais morreram você era apenas um bebê, tia Hilda ficou arrasada e tia Zelda não queria acreditar na notícia. Mas elas precisavam aguentar firmes e foi tia Zelda quem foi atrás de sua guarda, por que você era a única parte viva do irmão dela. Eu assisti o cuidado que nossas tias tiveram com você, os pesadelos, noites em claro porque você estava doente, elas curaram seus machucados e assistiram seus primeiros passos. Então não seja ingrata, dizendo que elas não são sua mãe. Elas foram tudo . Dando um último olhar a Sabrina, o jovem saia do cômodo.  

_ Eu fui uma idiota cruel, não é?

_ Não querida, você apenas falou sem pensar. Ambrose apenas está nervoso, porque sua tia Zelda não dormiu em casa.

_ Onde ela passou a noite ?

_ Ninguém sabe.

Do outro lado na Academia Zelda se encontrava na biblioteca, ainda tinha tempo até sua primeira aula. Atravessando os corredores, de estantes, os cabelos curtos de uma bruxa surgiam, a mesma parecia envolvida em um livro.

_ Estudando senhorita Night?

_ Professora Spellman, é uma surpresa vê-la a essa hora. Mas sim estou.

Zelda olhava para capa do livro, se dirigindo a uma estante, pegando um dos livros mais altos com a telecinese, ela volta o entregando.  

_ Cornelius Agrippa é um bom autor, um bruxo muito técnico. Mas se está estudando para aula de demonologia, Padre Blackwood prefere usar Gerard Eucasse.

_ Obrigado, realmente existem alguns assuntos novos que preciso me aprofundar.

_ Que eu saiba suas notas são excepcionais.

_ E pretendo mantê-las assim. Aceita se juntar a mim e minhas irmãs para um café? Talvez possa responder algumas de nossas perguntas.

_ Eu aceito, tenho tempo suficiente para um café.

As duas seguem para o refeitório, se juntando as duas outras bruxas, Zelda conhecia a reputação de Prudence e das demais irmãs, no entanto reconhecia-se um pouco no ímpeto para não ser subjugada e na curiosidade para aprimorar-se; respondendo perguntas menos gerais do que esperava, as três claramente tinham interesses distintos, porém combinavam bem. “Nada como o abandono para unir três bruxas que em situação diferente se rivalizariam.” Zelda pensava consigo mesma.

_ Creio que meu horário, tenha se encerrado. Agradeço pelo café, espero ter respondido todas as suas dúvidas.

_ Foi um prazer tê-la conosco professora Spellman. Dorcas respondia se levantando.

_ Sim, foi esclarecedora.  Completa Agatha.

_ Caso volte a surgir mais cedo, será um prazer tê-la conosco. Prudence conclui.

_ Obrigado garotas.

Seguindo para suas aulas Zelda se sentia um pouco mais leve, com seu foco em uma atividade não existia espaço para preocupações, tudo ocorria bem. No intervalo no mural de avisos, a nova matéria permitida por Faustus surpreendia a alguns, que passavam na sala do coral para agradecer.

_ Tia Zee. - Ambrose entrava, enquanto duas garotas saiam - Padre Blackwood pediu para passar mais tarde em sua sala, ele quer ver o material para aula de Criaturas Infernais.

_ Eu já esperava por isso. O estarei entregando ainda hoje.

_ Ok. Você está bem? Eu te procurei ontem, mas …

_ Estou bem Ambrose. Não precisa se preocupar.

_ Tudo bem, estou saindo. Amaldiçoado seja que está bem tia Zee.

Saindo dando um último olhar para tia, Ambrose sabia que algo estava errado, porém pressionar nunca ajudava em nada. Voltando a sala do sacerdote, Faustus se mantinha submerso em seus papéis.  

_ Padre o material da professora Spellman será entregue ainda hoje.

_ Irmão Ambrose, sobre o pedido que lhe fiz a alguns dias. Conseguiu descobrir algo? Sinto que algo se passa com Zelda.

_ Encontrei algo Padre, mas antes de lhe entregar peço que o senhor tenha cuidado. Pelo conteúdo, Sabrina não é a única a causar confusões.

_ Seja lá, o que queira dizer. Seja claro.

_ Se minha tia se machucar novamente ou desaparecer. Tenha certeza que o sobrenome Spellman será lembrado por  mais do que a perda de um sacerdote.

Entregando a primeira carta que havia lido com Hilda, Ambrose não sabia se deveria entregar as demais, ambas eram muito mais reveladoras e a dor e sofrimento de sua tia não merecia tamanha exposição. Olhando para o sacerdote, Ambrose tinha certeza que tudo não passava de divertimento para o homem, no máximo uma disputa, graças ao retorno de Thomas Graham; “ Seria mais fácil, se tia Zee não se envolvesse emocionante.”

Tomando a carta em mãos Faustus a lia com cuidado após ouvir a ameaça velada de seu aprendiz; o sangue certamente era a maior força dos Spellman, eles lutavam pelos seus.

Pela primeira vez Faustus tinha uma visão de Zelda fora dos modelos que ela se permitia ser vista, entre as palavras existia uma bruxa desesperada e assustada, com sentimentos expostos, sentimentos que o mesmo não conseguia entender como ela pudera desenvolver; havia sido um tempo maravilhoso que tiveram, mas amor, ele nunca a ouvira falar. Talvez houvesse sido duro com ela, mas Zelda sempre fora uma mulher objetiva e parecia ter entendido bem na época que não existia futuro para um relacionamento mais sério. No entanto, Faustus não tinha idéia do que se passava, o que seria tão assustador que ela não poderia lhe contar ou a seu querido Edward; porém algo lhe era compreensível, Graham havia se aproximado de Zelda em um momento de necessidade e através desta a levado. Mas por quê ele era culpado? O que poderia causar sua ira e de Edward?

_ Existem outras ? O sacerdote balança a carta.

_ Não sei senhor.

_ Pois descubra. A voz grave se fazia inflexível.

_ Como quiser. O rapaz se aproxima para pegar a carta na mesa, porém Faustus o impede.

_ Isto ficará comigo. - ele se levanta, se aproximando do jovem - E não se preocupe Ambrose, não pretendo ferir sua tia. Mas você deve ser mais cuidadoso com quem ameaça.

Nenhuma palavra se fazia necessária, os dois olhares firmes diziam tudo. Saindo fechando a porta Ambrose deixava o diretor sozinho.

Guardando a carta na segunda gaveta com chave, Faustus se voltava para o gabinete ao lado, abrindo o mesmo, seus olhos passam por alguns objetos e frascos, até encontrar um específico com um líquido amarelo fluorescente, o retirando e servindo-se um pequeno cálice, seu corpo começava a relaxar na cadeira. Desde que se conhecia, nunca tivera a necessidade para liberar lembranças.


Haviam tantos papéis a serem lidos e sua mesa começava a adquirir mais volume do que desejava, Faustus estava estressado e certamente Edward contribuirá, com suas idéias de mudança debatidas na sala de professores. Um único Spellman lhe era interessante, mas mesmo este poderia colocar em risco o trabalho que estava lutando para adquirir, Zelda com suas ondas vermelhas, suas pernas medidamente expostas e os olhos verdes brilhantes. Satanás ela era um pecado ao olhos.

Seu dejavu se interrompia com a porta se abrindo abruptamente e fechando, na sala agora a bruxa  que vagara em seus pensamentos, surgia com uma expressão incerta, como se não soubesse se deveria estar lá.

_ Zelda, o que está fazendo aqui?

_ Como se isso lhe importasse. - ela debocha se aproximando, ele se levanta, os olhos verdes brilhavam com uma espécie de energia, antes que Faustus pudesse responder um tapa lhe atingia o rosto - Eu te odeio tanto, Edward sempre disse que se aproximar de você seria uma ruína a qualquer um. Mas acho que foi a liberdade e falta de promessas. Sim, você nunca fez promessas Faustus e por mais que eu desejasse lhe culpar, você sempre deixou claro o que as coisas entre nós eram.

_ Zelda você está nervosa vamos…

_ Eu vou embora. A voz dela saia como a sentença final de um juiz.

_ O que ?!

_ Surpreso? Um Spellman a menos. - um sorriso triste se formava, ela não estava mais nervosa, agora apenas olhava nas profundas íris azuis geladas - Queria que a situação fosse diferente, mas ela não é e entendo que nunca será. Você e eu, nunca houve nenhuma chance.

_ Zelda…

_ Eu te amo. Amo como nunca deveria ter amado. Ela o beija suas mãos segurando o rosto dele, sua pele fria como uma manhã de inverno, uma lágrima solitária escorrendo a face - Mas você não deve se lembrar. Assim como essas lembranças serão apagadas, a fraqueza em te amar também será .


Abrindo os olhos Faustus olhava o relógio, uma hora havia se passado, piscando um pouco recuperando-se; as palavras de Zelda se encaixavam parcialmente com as memórias recuperadas, “Não faça promessas.” , “ Não diga palavras  que não tenha certeza ou que venha se arrepender.” ; Zelda o havia amado, havia proferido essas palavras e agora não desejava ser machucada de novo, a fuga de sua casa na noite anterior se mostrava como mais uma barreira. Mas a situação que ela dizia na carta, assim como na lembrança ainda não lhe era clara.

Ele não havia a amado naquele momento passado, admirado sua inteligência, devoção e poder, certamente, sentido paixão e luxúria também. Mas amor, não. Seus pensamentos passados se voltavam apenas ao título de sacerdote disputado com Edward. Porém Zelda sempre esteve no pequeno círculo de pessoas que ele gostava de ter por perto. Se não fosse por Edward ela teria sido sua primeira escolha de esposa, ela tinha as qualidades que mais admirava em uma mulher, além de ímpeto e orgulho, que por mais que o irritasse lhe era um atributo valoroso .

_ Mas o que você está escondendo de mim Zelda? Ele perguntava a si mesmo.

Uma batida na porta chama a atenção de Faustus, que consente permitindo a entrada.

_ Eu já estou de saída, mas Ambrose disse que você desejava meu material para aula de Criaturas Infernais. Entrando encostando a porta, Zelda deixava uma pasta sob a mesa.

_ Sim. Obrigado irei vê-lo. - o sacerdote se levantava, se aproximando, os olhos dela não o olhavam diretamente - Pode me explicar o que aconteceu ontem?

_ Não, não posso. E não é um assunto que lhe diga respeito.

_ Eu sei que algo está errado. E vou acabar descobrindo uma hora ou outra. Me permita ajudá-la.

_ Não consigo dormir. A voz saia baixa, como um segredo que se envergonhasse.

_ Por que?

_ Temos nossos próprios demônios Faustus. E algumas vezes eles retornam.

_ Você poderia ser mais clara ao invés de falar por enigmas.

_ Não é um enigma. - ela lhe dá um sorriso contido - Mas estou cuidando disso.

_ Não acredito que autoflagelação seja uma solução.

_ Como disse, não lhe diz respeito.

Faustus desejava pressioná-la e exigir respostas, mas sabia pelo modo como Zelda estava agindo que ela se sentia na defensiva, suas respostas e o contato que evitava fazer eram prova suficiente.

Segurando o rosto dela com uma das mãos, ele beija sua testa, queria a sentir novamente por completo, sem segredos ou ressalvas.

_ Se seus demônios não a deixarem dormir, me procure. Ficarei satisfeito em poder ajudá-la.

_ Obrigada. Ela o olha com um sorriso raso em seus lábios.

Saindo o deixando, Zelda sabia que a visita na noite anterior ainda se refletia no homem, ela não o queria preocupado tentando interferir em sua vida, lidar com suas questões sozinha fora algo que aprendera com a morte dos pais e permanecia, um traço de sua personalidade.

Atravessando os corredores até a saída, ela para vendo Sabrina, que ao encontrá-la segue em sua direção. Por mais que desejasse perdoar a sobrinha e aceitar as palavras que a mesma estaria a oferecer, tudo que Zelda conseguia era sentir o julgamento de Edward, ele era seu irmão amado, mas assim como a sobrinha sabia como a machucá-la, mesmo que não intencionalmente.

_ Tia Zelda, podemos conversar?

_ Estou ocupada, talvez em outro momento. Atravessando a jovem, a bruxa se segurava para não voltar a olhar para trás.

_ Tia Zee, por favor.

No entanto Zelda já atravessava as portas, do lado de fora, o Ford Mustang preto com Thomas encostado a frente a encontrava.

_ Thomas disse para não me seguir.

_ Eu sei e apenas dei uma carona a sua sobrinha. Mas devo confessar que queria saber como estava; você parece um pouco triste e Sabrina também não me parecia muito feliz.

_ Me sinto confusa e exausta, mas não quero conversar.

_ Você não pode lidar com o que está passando, mantendo tudo para si. Vamos, vou te dar uma carona e você me conta pelo menos o que houve entre você e Sabrina.

_ Thomas …

_ Vamos, Zelda. Sei o quanto se importa com ela, se estão brigadas e você não a perdoou ainda, foi algo sério. Desabafe comigo. Estou aqui. Ele segurava sua mão.

_ Está bem.

Abrindo a porta do carro os dois deixavam a , propriedade da Academia para trás, porém os olhos do diretor os observavam com fúria.

No mesmo momento na casa dos Spellman,  Lilith subia as escadas até o quarto da guardiã  da família, de uma maneira que não apreciava, se sentia em dívida com a bruxa e ouvir a conversa entre a mesma e Faustus, confirmava o que se Stolas ouvirá, no encontro com Graham.  

Abrindo a porta do quarto, adentrando o ambiente conhecido,  a demônio começa a procurar a origem das noites mal dormidas; definitivamente não era um demônio do sono, não existia presença de interferência, folheando a bíblia satânica na cômoda, seu olhar recai sob a penteadeira, uma  taça solitária com um fundo de bebida.

Tomando a taça em mãos, Lilith bebe o líquido restante, um sabor amargo toma conta de sua boca, ela o reconhecia. Isso era estranho e ao mesmo tempo surpreendente.

_ Nem mesmo, os mais cavalheiros estão imunes a golpes baixos. Ela via o laço vermelho guardado.

Sorrindo diabolicamente, a mulher desaparecia.

Após um caminho silencioso, Zelda saia do carro fechando a porta, Thomas a acompanha até os degraus de entrada, onde se senta e a fazendo revirar os olhos, a convence se sentar ao seu lado.

_ E então o que aconteceu?

_ Sabrina e eu discutimos, não foi a primeira vez e sei que não será a última.

_ Porque discutiram ?

_ Mary Wardwell a professora dela, eu a ajudei com alguns caçadores em sua casa. Tudo ocorreu bem, mas Sabrina desejava que eu a tivesse comunicado, para poder ajudar. Por Satanás, ela é apenas uma bruxa adolescente.  

_ Você correu perigo estando lá, poderia ter morrido. Agir sem um coven, é quase suicídio.

_ Sim, mas também não podia deixá-la morrer.

_ Mas esta não é a razão para estar magoada. O que ela disse exatamente?

_ Ela me pediu para parar de agir como a mãe dela, pois eu não sou.

_ Zelda, sinto muito. Ele a abraça.

_ Eu sempre soube que ela não era minha, mas eu a criei Thomas. Todos os dias desde a morte de Edward e Diana. Eu fiz o parto dela. Estive presente… eu… fazia doer menos.

_ Ela é uma adolescente, não sabe o que diz. Sabrina ama você.

_ Mas não sou a mãe dela. E essas palavras machucam.

_ Eu sei o que você sente e também sei o peso dessas palavras. Sabrina pode não ser a nossa garotinha, mas ela foi colocada no seu caminho Zelda. E mesmo não a tendo gerado, você a ama e é só isso que importa.

Zelda se mantinha em silêncio, sua cabeça repousando no ombro do homem, assim como no passado, Thomas fora uma amizade preciosa que guardara da Academia. Após alguns minutos o telefone dentro da casa começa a tocar, a obrigando a se levantar e se afastar.

_ Obrigado, mas o trabalho me chama.

_ Nos vemos em breve.

_ Mas não me siga.

_ Eu nunca fiz isso.  

Entrando dentro de casa Zelda o deixava; observando a porta se fechar seguindo voltando para o carro, o bruxo volta um último olhar para trás.

_ Nossa história não acabou minha querida. É apenas uma questão de tempo.


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Academia de Artes Ocultas 10:00 p.m.


_ Ocupado Blackwood? Lilith surgia na sala, seus saltos ecoando no chão.

_ Sempre. O que deseja, Sabrina não está na aqui no momento e pelo que arrancamos daqueles malditos caçadores você está livre.

_ Não, estou aqui por causa de sua professora. Eu os vi mais cedo.

_ Já disse que não gosto de ser observado. Faustus voltava seu olhar a demônio.

_ Eu sei. Mas não me importo. Mandei Stolas ficar de olhos sobre ela depois do incidente e descobri algo muito interessante.

_ E o que seria?

_ Zelda estava falando a verdade quando disse que não dormia, a conversa que teve com ela, foi semelhante a que teve com o diretor Graham. O rosto dela se iluminava, enquanto as mãos do homem se fechavam em punhos.

_ Não entendo onde quer chegar.

_ Encontrei Postea Sequuntur Somnia em uma taça de vinho. Se era bom em herbologia e latim deve se lembrar dessa erva.

_Sim, Pesadelos Passados. Se obtém criação de pesadelos.

_ Não exatamente ela manipula a  mente, traz à tona as piores lembranças já vividas e a  transformam em um pesadelo contínuo de repetições. Mas essa não é uma erva comum na América, é pouco cultivada, ainda mais em Greendale.

_  Então como ela foi parar em uma taça de vinho na casa  de Zelda?

_ Havia um laço vermelho de presente, não acredito que você seja o autor. É uma erva comum na Grã-Bretanha.

_ Graham  a envenenou? A expressão do bruxo se tornava austera.

_ Uma surpresa até pra mim. Dê isso a Zelda e ela ficará bem. Ela joga um pequeno saquinho com um pó vermelho.

_ Porque você a ajudaria ? Os olhos semicerrados observavam atentos a figura curvilínea.

_ Para ficarmos quites. Agora é sua vez de se mover neste jogo de xadrez. Thomas  Graham é mais perigoso do que imaginávamos, aja antes de um novo movimento. A mulher sorria desaparecendo.

Pegando o saquinho Faustus o dissolve em um cantil com um pouco de conhaque, guardando-o com sigo. Porém antes de entregar a Zelda ele precisava fazer uma visita.


Havia descoberto o endereço do bruxo assim que Lilith o informará de seu retorno, no entanto somente agora uma visita se fazia realmente necessária.

A casa se encontrava a certa distância da cidade, um quintal aberto e um prédio de dois andares. Antes que chegasse a porta, Thomas surgia seguindo em sua direção.

_ Faustus Blackwood. A que devo a visita? O rosto de Thomas se encontrava neutro de expressões, porém Faustus sabia que aquele encontro não agradava a nenhum dos dois.

_ Sem encenações, somos apenas nós dois. O que você quer com os Spellmans? E porque envenenou Zelda com Postea Sequuntur Somnia?

_ Não sei do que você está falando. Eu só quero o melhor para Zelda. Ou para qualquer um dos Spellmans.

_ Indução a pesadelos não me parece uma maneira de proteger alguém.

_ Novamente, não sei do que você está falando. E acredito que não tenha provas. Um sorriso cínico se liberava na última afirmação.

_ Não vou repetir, se tocar um dedo nela ou tornar a provocar algo semelhante, eu mesmo acabo com você.

_ Logo você que é a razão de todo o sofrimento que ela já passou quer me dar uma lição. Ouça bem, eu não vou me afastar dela. Já vi Zelda cometer erros e não estou disposto a vê-la cometer novamente.  

_ Então é disso que se trata, você não aceitou que ela o deixou. Deveria saber que se não foi capaz de a convencer a se casar em vinte anos, não seria voltando que iria conseguir.

_ Não faz idéia da história que tivemos ou do que vivemos juntos. Os olhos de Thomas brilhavam com uma raiva fria e controlada.

_ E mesmo assim ela voltou para Greendale. E pra mim. Não parece que foi algo muito significativo. O sacerdote zombava.

_ Foi maior do qualquer coisa que você pudesse oferecer! Eu estive ao lado dela quando você foi apenas um irresponsável bastardo e egoísta. Quando ela sofreu o acidente, eu segurei a mão dela dia e noite e a trouxe de volta à vida. Você é apenas um erro que Zelda insiste ingenuamente.

_ Acidente?

_ Você acha que a conhece, mas não tem ideia de quem ela realmente é ou o que passou.

_ Talvez, mas usar a vulnerabilidade de uma mulher não me parece correto também.

_ Você é apenas um pesadelo do qual ela não acordou.

Antes que Thomas pudesse reagir, Faustus o golpeia com um soco no rosto, cortando seu lábio inferior o derrubando no chão.

_ Se mantenha longe. Não é um aviso. Com um olhar de desprezo e  raiva o sumo sacerdote desaparecia.


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Casa dos Spellmans 11:30 p.m.


As costas de Zelda queimavam com as feridas novas e as da noite anterior, vestindo sua camisola às escondendo, a bruxa penteava os cabelos distraidamente. Não havia conversado com Sabrina direito e dormir era o único escape que encontrava.

_ Cetim sempre ficou muito bem em você. Um sorriso de lado se formava em seu rosto.

_ Faustus, o que está fazendo aqui?

_ Você disse que não conseguia dormir. Trouxe algo. Ele retira o cantil de metal o entregando.

_ O que é isso?

_ Apenas uma bebida. Vai te ajudar.

_ Por que ? Ela deixava o cantil na cômoda.

_ Porque não gosto do carmesim em sua pele da maneira que vi e não quero encontrá-lo novamente. Ele se encontrava a poucos centímetros, como uma cobra se aproximando da presa.

_ Faustus não sou uma criança que precisa de cuidado.

_ Eu sei. Apenas confie em mim.

_ Confiar? Onde você quer chegar com isso?

_ Em você.  Adverso a minha natureza me importo com você.

_ Confiança é algo que se constrói. Não se entrega.

_ Espero então que possa construir essa ponte. Ele se aproxima com a mão esquerda segurando o rosto dela e a beija, um beijo devagar e sem pressa.

_ Cuidado com o que deseja. Os olhos verdes o olhavam profundamente, como se tentando o ver por dentro.

_ Eu sei o que estou falando. As palavras que acompanhavam o brilho em suas íris emanava certeza.

_ É melhor você ir.

_ Sim. Nos vemos amanhã.  Boa noite.

_ Boa noite.  

Desaparecendo, Zelda voltava a solidão de seu quarto, bebendo a bebida do cantil lhe trago, o gosto era amargo e queimava, arrepiando sua pele. Se deitando o efeito da bebida parecia fazê-la mais sonolenta. “Queria confiar em você Faustus. Mas não posso, não devo.” A bruxa murmura antes de cair no sono.

Naquela noite as lembranças tortuosas não a atingiram, seu sono fora tranquilo e suave. Ao despertar pela manhã seu primeiro pensamento fora tocar os lábios. “ Amaldiçoado seja, Faustus Blackwood.”


Notas Finais


Existem alguns assuntos que deixei um pouco de lado mas pretendo voltar e outros novos que quero explorar.
Espero que gostem de música pois tive a idéia para um baile, aguardem 🐱👿

Música que da nome ao capítulo: https://youtu.be/A_aY_8oiap4


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