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História No mundo de Harry Potter - Emoções e Razões


Escrita por: Biafernds

Capítulo 11 - Emoções e Razões


Fanfic / Fanfiction No mundo de Harry Potter - Emoções e Razões

- Harry, aonde é que estamos indo? – perguntei depois que ele me fez descer seis andares e já estávamos na escadaria de mármore do saguão de entrada.

- Você vai ver, você vai ver já, já! – disse Harry animado.

Ele virou à esquerda ao pé da escada e entrou em uma porta seguinte. Descemos um lance de escadas de pedra, mas em vez destas terminarem em uma sombria passagem subterrânea, como a que levava à masmorra do Snape, deparei com um corredor de pedra, largo, muito bem iluminado com archotes, e decorado com alegres pinturas, na maioria, de comida.

- Ah, espera aí... – ele disse parando a meio caminho do corredor. – Espera um instante, Emily...

- Quê? – virei o rosto para olhá-lo.

Harry tirou a capa da invisibilidade e me puxou para diante do quadro de uma enorme fruteira de prata.
     Ele esticou o dedo indicador e fez cócegas na enorme pera verde. A fruta começou a se contorcer e rir e de repente, transformou-se em uma grande maçaneta verde. Harry segurou-a, abriu a porta, me puxando para dentro.

Tive a visão de um amplo aposento de teto alto, grande como o Salão Principal acima, repleto de tachos e panelas de latão empilhados ao redor das paredes de pedra, um grande fogão de tijolos no extremo oposto, quando alguma coisa pequena se precipitou do meio do aposento ao nosso encontro, guinchando:

- Harry Potter, meu senhor! Harry Potter!

No segundo seguinte todo o ar dos pulmões de Harry foi expelido, o elfo, aos guinchos, colidiu com ele na altura do diafragma, abraçando-o com tanta força que o garoto pensou que suas costelas iam partir.

- Oi Dobby. – ofegou Harry.

Dobby soltou o garoto e recuou alguns passos, sorrindo para Harry de orelha a orelha, seus enormes olhos verdes, redondos como bolas de tênis, se enchendo de lágrimas de felicidade.

- Srta. Evans! – Dobby fez uma reverência.

- Dobby gostaria de pedir que você trouxesse algo para Emily comer, ela ficou até tarde na detenção com Snape e não jantou.

- Claro que sim! – imediatamente Dobby, agarrando a minha mão me puxou para dentro da cozinha. Harry nos acompanhava.

Havia quatro longas mesas de madeira que estavam ali. Cada uma das mesas estava colocadas exatamente embaixo das quatro mesas das Casas em cima, no Salão Principal. Naquele momento não havia comida nelas, o jantar já terminara, mas imaginei que umas horas antes estivessem carregadas de travessas que então eram mandadas pelo teto para as suas correspondentes no andar superior.

No mínimo uns cem elfos estavam parados pela cozinha, sorrindo, inclinando a cabeça e fazendo reverências quando Dobby passou comigo e Harry por eles. Todos usavam o mesmo uniforme; uma toalha de chá estampada com o logo de Hogwarts e amarrada como uma toga.

- Harry Potter gostaria de tomar uma xícara de chá? – ofereceu Dobby, enquanto nos acomodávamos em uma das mesas.

- Hum... Ah, OK! – disse o garoto.

Dentro de instantes, uns seis elfos domésticos vieram correndo, trazendo carne assada com batatas, coxas de galinha, milho e suco. Trouxe-nos também uma grande bandeja de prata com um bule de chá, xícara e um grande prato de biscoitos, para Harry.

- Como disse o Rony da última vez em que estivemos aqui... Serviço de primeira! – exclamou Harry, com admiração na voz.

- Que bom! Eu tô varada de fome!

Harry riu baixinho, me observando.

O cheiro delicioso me atingiu como um soco. Atirei-me na comida assim que meu prato foi colocado diante de mim. Quando o calor da comida atingiu meu estômago, pensei que iria chorar. Tudo absolutamente delicioso.

Enquanto isso Dobby tagarelava alegremente sobre sua vida de elfo liberto e seus planos para o seu ordenado.

- A próxima coisa que Dobby vai comprar é um suéter sem mangas, Harry Potter! – disse ele alegremente, apontando para o peito.

Dobby usava  um abafador de chá a guisa de chapéu, no qual estavam presos vários distintivos coloridos; uma gravata com estampa de ferraduras de cavalo sobre o peito nu, calções que pareciam os de uma criança jogar futebol e meias desparelhadas. Uma delas, Harry reparou, era a preta que ele tirara do próprio pé e induzira o Sr. Malfoy a jogar para Dobby, e ao fazer isso, libertara-o. A outra era listrada de rosa e laranja.

- Não poderia pensar em gastar seu dinheiro com outra coisa? Já tem bastante ah... Roupas. – perguntou Harry.

- Quando Dobby trabalhou para os Malfoy, sempre usou a mesma fronha velha e imunda. Agora, quero ter todo o tipo de roupa, mais extravagante e Dobby ainda não tem um suéter, senhor.

- Trabalhou para os Malfoy? – arqueei as sobrancelhas.

- Sim senhorita! Mas Dobby foi libertado por Harry Potter! – Dobby começara a lembrar do dia em que Harry o libertara, contando com toda a empolgação.

Quando nós nos preparávamos para ir embora, muitos elfos que nos cercavam se aproximaram, oferecendo lanchinhos para levarmos, enchendo o nosso bolso de bolos e tortas.

- Muito obrigado! – agradeceu Harry aos elfos, que tinham se agrupado em torno da porta para nos desejar boa noite.

- Até Dobby. Obrigada! – agradeci acenando para todos os elfos, enquanto eles vaziam reverência.

Voltamos em silêncio para a sala comunal, enquanto Harry observava atentamente o seu pergaminho, que eu já chegara a algumas conclusões do que era, espiando em suas mãos.

- Salamandra – falei e a Mulher Gorda girou para frente, muito sonolenta, revelando a passagem da sala comunal da Grifinória, que estava em um total silêncio.

Despimos a capa e Harry murmurou algo com a varinha sobre o pergaminho e o guardou, enquanto ainda passávamos pelo retrato.

- O que é exatamente isso? Um mapa? – estava muito curiosa, observando ele guardar o pergaminho no bolso.

- É uma longa história. – respondeu dobrando a capa.

- Você e suas longas histórias. – fiz um gesto mencionando a cicatriz da mão dele.

- O pior é que são mesmo. – ele suspirou.

- Tá bem... Não vou insistir. – levanto os braços me rendendo, com uma expressão de desdém. – Mas... Você não deveria ficar espionando os outros. – aperto os olhos e fico séria. – É brincadeira! Até porque, eu acho que isso aí, que levou você a descobrir que eu estava na biblioteca, aquele dia. – sorri e pisquei, observando a sua reação séria, abrir um sorriso encabulado.

- É me parece que está bem melhor. – um pequeno sorriso brincou em seus lábios. – Ah... Como foi a detenção?

- Hum... Tive que separar poções e guardar em prateleiras, além de limpá-las. Lavei cinquenta vidros vazios e guardei alguns caldeirões. Tudo sem magia. Até que não foi tão ruim assim... Bem tirando o fato que ele não quis me liberar na hora do jantar, até que eu terminasse tudo. Sabe ás vezes eu acho que Snape deve ter passado por alguns traumas na vida. Bem... Ah... Vou dormir, boa noite, Harry!   E muito obrigada... – me aproximei e coloquei minha mão em seu ombro – Você é um ótimo amigo! 

- É isso que amigos fazem, não é? Ajudar uns aos outros. – ele sorri. – Tem que agradecer também a Fred e Jorge, eles que descobriram onde fica a cozinha. Boa noite, Emily! – despediu-se e subimos para o dormitório. 

 

Harry entrou no quarto, tentando não fazer barulho.

- Que demora! – murmurou Rony, enquanto Harry se sentava na cama, levando um leve susto.

- Amanhã eu conto. – resmungou baixinho, pegando o seu pijama.

 

 

Filch estava parado às portas de carvalho, como sempre, verificando os nomes dos alunos O processo demorou ainda mais do que o normal porque o zelador estava verificando todo o mundo três vezes com o seu sensor de segredos. Assim como fez no dia da volta dos alunos em Hogwarts. Exceto pelos alunos do primeiro ano e Emily que foram verificados pela profa. Minerva.

- Que diferença faz se estamos contrabandeando objetos das Trevas para FORA da escola? – quis saber Rony, olhando apreensivo para o sensor de segredos. – Deviam era verificar o que trazemos para DENTRO, não?

O atrevimento lhe custou umas cutucadas a mais do sensor, e ele ainda fazia caretas de dor quando saíram para enfrentar o vento e o granizo.

A caminhada até Hogsmeade não foi agradável. Harry cobriu o maxilar com o cachecol; as partes expostas do corpo logo ficaram ardidas e dormentes. A estrada para a aldeia estava repleta de estudantes curvados contra o vento cortante. Mais de uma vez, Harry se perguntou se não teriam se divertido mais na sala comunal aquecida; e quando, por fim, Harry, Rony e Hermione chegaram a Hogsmeade, Rony apontou com a mão protegida por uma grossa luva para a Dedosdemel, entraram em sua esteira na loja apinhada de gente.

- Graças a Deus! – estremeceu Rony, quando foram envolvidos pelo ar quente recendendo a caramelos. – Vamos passar a tarde inteira aqui.

Harry havia contado aos amigos que levou Emily para conhecer a cozinha de Hogwarts e que tinha reencontrado Dobby.

- Emily provocou Snape. – começou Hermione, quando entraram no assunto de detenção. – Ela o questionou e sabem como Snape é. Claro que ela não teve culpa. Realmente Malfoy passa dos limites. – Hermione bufou.

- Snape é realmente um... – Rony murmurou um palavrão.

- Rony! – Hermione chamara a sua atenção.

- Mas é verdade Hermione. É sempre assim, alguém pega detenção sem fazer nada. Malfoy que provoca, sempre se sai bem no final das contas. – argumentou Rony, irritado.

- É incrível que só Snape que tem que aparecer nessas horas, com tantos outros professores. – contestou Hermione – Fez bem ter levado ela para comer alguma coisa. – Hermione passou por Harry tocando em seu ombro e indo para outra prateleira.  –  Cho que não anda feliz com essa nova amizade.

- Como assim? – Harry parou ao lado da amiga, para pegar alguns doces.

- Luna me contou que viu Cho de cara feia para Emily. Ela ouviu Cho dizer alguma coisa sobre Emily para suas amigas. Ah... Novata, metida e não sei o que... Francamente. – Hermione revirou os olhos.

- Cho com ciúmes! – riu Rony, dando palmadinhas nas costas de Harry. Hermione não se conteve e começou a rir também.

- Ela é maluca! – exclamou Harry, sério.

- Bom há motivos... – começou Rony – Emily é bem observada pelos meninos e muito inteligente, ganhou um torneio, é divertida, apesar de alguns acharem que ela não bate bem da cabeça... E Cho só sabe reclamar e chorar, não que ela não seja inteligente e não chame a atenção de alguns garotos, mas...

- Já entendemos Rony! – interrompeu Hermione. – O fato é que ela está sim com ciúmes do Harry. Ah já ia me esquecendo... Luna ouviu Cho dizer a sua amiga Marieta, que Harry disse a ela que achava Emily bonita. Isso a fez pirar de vez. – Hermione começou a rir, fazendo Harry corar e Rony rir também.

- Ela não é feia e...  Bem foi Cho que começou a me fazer um monte de perguntas. – disse rapidamente, com uma irritação exasperada.

- Ah, olhem... Eles têm Penas de Açúcar de Luxo... Devem durar horas! – falou de repente Hermione, seguindo para outra prateleira.

Feliz que Hermione tivesse mudado de assunto, Harry mostrou muito mais interesse nas novas Penas de Açúcar extragrandes do que normalmente mostrava, mas Rony continuou cismado e apenas sacudiu os ombros quando Hermione lhe perguntou aonde queria ir em seguida.

- Vamos ao Três Vassouras – sugeriu Harry. – Deve estar aquecido.

Eles tornaram a proteger o rosto com os cachecóis e saíram da loja de doces. O vento cortou-lhes a pele como facas ao deixarem o calor açucarado da Dedosdemel. A rua não estava muito movimentada; as pessoas não paravam para conversar, simplesmente andavam rápido para chegar ao seu destino.

As exceções eram dois homens um pouco à frente, parados à porta do Três Vassouras. Um deles era muito alto e magro; apertando os olhos para enxergar através dos óculos que a chuva lavava, Harry reconheceu o empregado do outro pub de Hogsmeade, o Cabeça de Javali. Quando Harry, Rony e Hermione se aproximaram, ele aconchegou a capa ao pescoço e se afastou, deixando o homem mais baixo atrapalhado com alguma coisa que carregava nos braços. Estavam a menos de meio metro quando Harry o reconheceu.

- Mundungo!

O bruxo atarracado, de pernas arqueadas sobressaltou-se e deixou cair uma valise muito velha, que se abriu, soltando objetos que lembravam o conteúdo de uma vitrine de brechó.

- Ah, alô, Arry – disse Mundungo Fletcher, tentando assumir um ar de descontração pouco convincente. – Bem, não quero prender vocês. – o bruxo se agachou para recolher o conteúdo da valise, mostrando-se ansioso para sumir dali.

- Você está vendendo essas coisas? – perguntou Harry, observando Mundungo catar do chão uma variedade de objetos sujos.

- Ah, bem, preciso sobreviver – disse o bruxo. – Me dá isso!

Rony se abaixara para apanhar alguma coisa de prata.

- Calma aí – disse ele lentamente. – Acho que já vi isso...

- Muito obrigado! – agradeceu Mundungo, arrebatando a taça da mão de Rony e metendo-a na mala. – Bem, a gente se vê... AI!

Harry agarrara Mundungo pelo pescoço e prendera-o contra a parede do bar. Segurando-o firmemente com uma das mãos, puxou a varinha.

- Harry! – guinchou Hermione.

- Você tirou isso da casa de Sirius! – exclamou Harry, cujo nariz quase encostava no do bruxo, aspirando um fedor de bebida e fumo curtido. – A taça tinha o brasão da família Black.

- Eu... Não... Quê? – gaguejou Mundungo, que foi ficando gradualmente púrpura.

- Que foi que você fez, voltou lá na noite em que ele morreu e limpou a casa? – rosnou Harry.

- Eu... Não...

- Me entregue isso!

- Harry, não faz isso! – esganiçou-se Hermione, quando o rosto de Mundungo começou a azular.

Ouviu-se um estampido, e Harry sentiu suas mãos voarem para longe do pescoço de Mundungo. O bruxo, ofegando e cuspindo, passou a mão na mala caída e em seguida... CRAQUE! Desaparatou. Harry xingou aos berros, girando o corpo para ver aonde fora Mundungo.

- VOLTE AQUI, SEU LADRÃO!

- Não adianta, Harry. – Tonks se materializara do nada, ela que estivera de guarda aos redores de Hogwarts junto com outros aurores. – A essa altura, Mundungo provavelmente já está em Londres. Não adianta gritar.

- Ele afanou as coisas de Sirius! Afanou!

- Entendo, mas mesmo assim – falou Tonks, que parecia não ter se perturbado com a informação – você devia sair do frio.

E ficou observando-os cruzar a entrada do Três Vassouras. No instante em que entrou, Harry explodiu:

- Ele estava afanando as coisas de Sirius!

- Eu sei, Harry, mas, por favor, não grite, as pessoas estão olhando – sussurrou Hermione.

- Vá se sentar, eu apanho uma bebida para você.

Harry ainda espumava quando Hermione voltou à mesa alguns minutos depois, trazendo três garrafas de cerveja amanteigada.

- Será que a Ordem não pode controlar o Mundungo? – Harry perguntou aos outros dois, num sussurro enfurecido. – Não podem ao menos impedi-lo de roubar tudo que não está pregado quando ele está na sede?

- Psiu! – exclamou Hermione desesperada, virando-se para os lados a ver se ninguém os escutava; havia uns bruxos sentados perto que observavam Harry com grande interesse.

- Harry, eu também me zangaria, sei que são as suas coisas que ele está roubando.

Harry engasgou com a cerveja; momentaneamente esquecera que era o dono da casa doze do largo Grimmauld.

- É, são as minhas coisas! Não admira que ele não tenha gostado de me ver! Bem, vou contar ao Dumbledore o que está acontecendo, ele é o único que mete medo em Mundungo.

- Boa ideia. – sussurrou Hermione, visivelmente satisfeita que Harry estivesse se acalmando. – Rony, que é que você está olhando tanto?

- Nada. – respondeu Rony, desviando depressa o olhar do balcão do bar, mas Harry sabia que ele estava tentando atrair a atenção de Madame Rosmerta, a sedutora e curvilínea dona do Três Vassouras, por quem tinha uma queda, havia muito tempo.

- Presumo que “nada” esteja lá nos fundos apanhando mais uísque de fogo. – ironizou Hermione.

Rony fingiu não ouvir a alfinetada, e continuou a beber sua cerveja em um silêncio que ele evidentemente considerou digno. Harry ficou se lembrando de Sirius e de como o padrinho detestava aquelas taças de prata. Hermione tamborilava na mesa, seus olhos correndo de Rony para o bar.

 

 

 

Hogsmeade era incrível, Gina e eu havíamos ido a quase todas as lojas. Quando saímos da Dedosdemel Gina me chamou para ir ao Três Vassouras. Entrei e fiquei aliviada, pois estava bem quentinho.

- Vamos pegar uma bebida primeiro? – sugeriu Gina.

Pagamos pela nossa bebida e Gina avistou Dino sentado em uma das mesas do fundo, com dois amigos que estavam se levantando para ir embora.

- Bom... Creio que vai querer se sentar com ele a sós. – arqueei a sobrancelhas rindo de Gina.

- Maninha! Evans! – chamaram os gêmeos Weasley, que acabavam de chegar.

- Não se preocupe Emily sente-se com a gente. – propôs Fred.

- Somos uma boa companhia! – falou Jorge, dando palmadinhas nas minhas costas.

- Ninguém merece ficar de vela! Não é maninha? – os gêmeos riram e Gina revirou os olhos rindo e foi se sentar junto a Dino.

- Olha quem está aqui também! – Fred exclamou, parando ao lado da mesa que o trio estava.

- Sentem com a gente. – convidou Hermione.

- Vamos pegar alguma coisa para beber primeiro. – disse Jorge, acompanhando o irmão até o balcão.

- Oi! – cumprimentei o trio e me sentei ao lado de Rony. – Atchim!

- Saúde! – disse Hermione.

- Vai demorar um pouco para me adaptar a esse frio. – comentei.

- Ué no Brasil não faz frio não? – perguntou Rony.

- Faz frio, mas não como aqui que chega até a nevar.

- Lá não neva? – Rony arregalou os olhos.

Fiz um gesto com a cabeça negando.

- Nunca fui ao Brasil – disse Hermione. – Quem sabe um dia! – sorriu.

- Pois é! – disse Harry – Principalmente agora, que tenho uma amiga brasileira – ele prosseguiu rindo para mim.

- Desperta curiosidade. – ponderou Rony. – Principalmente em andar de avião, que aliás, é um sonho do meu pai.

- Seu pai também admira o mundo dos trouxas, então?

- E como admira. A maior curiosidade dele é em saber como os aviões se sustentam no ar. – Rony balançou a cabeça, com um ar engraçado.

- Já viajou para algum outro país? – perguntou Hermione.

- Não, essa é a primeira vez. – conto.

- É mesmo? – perguntou Fred se sentando.

Fiz que sim com a cabeça.

- Muita pressão, então. – falou Jorge.

- Pressão?

- Para Londres. – respondeu Jorge, com uma risada marota.

Todos nós rimos.

 - Emily... No torneio que você participou teve baile? – perguntou Hermione.

- Baile? Não... Por quê?

- É que aqui quando aconteceu o torneio Tribruxo, fizeram um baile, um baile de inverno. Foi bem legal! Sabe...

- Só se for pra você. – Rony interrompeu Hermione, com a cara fechada.

- Então... – Hermione continuou desviando o olhar de Rony. – Vieram para Hogwarts Durmstrang e Beauxbatons. Foi legal para conhecer bruxos estrangeiros e fazer novas amizades.

- Ah! Você e as meninas tinham comentado sobre o baile. Você disse que foi com o Vítor Krum, não foi?

- Sim. – confirmou Hermione.

Rony se manteve sério e bufou quando eu mencionei o nome de Krum.

- Ele só a convidou por interesse para tirar informações sobre o Harry. – Rony balançava a cabeça de forma negativa.

- Para sua informação, ele não me fez uma única pergunta sobre o Harry, nem umazinha... – disse Hermione, as manchas rosadas em seu rosto se intensificando.

Rony preferiu ignorar.

- E você Rony foi com quem? – perguntei.

- Padma. – disse o garoto sem ânimo. – E o Harry com a Parvati. – olhou para o amigo. Harry confirmou sem nenhuma animação.

 - Que desanimo gente! Elas são legais. – apoiei o queixo na mão.

- Na verdade, eles queriam ir com outras garotas. – Fred riu e piscou para os meninos.

- As irmãs Patil devem ter uma péssima lembrança desse dia. – comentou Jorge.

Hermione deu um risinho abafado, quando estava tomando sua cerveja amanteigada.

- Deixaram as meninas de lado, nem ligaram para as probrezinhas. – comentou Fred olhando para cima com as mãos apoiando a cabeça, dando um suspiro.

- Ah não enche! – retrucou Harry.

- Sério! E com quem vocês queriam ir? – perguntei, soltando um riso abafado.

- Rony queria ir com Fleur Delacour. – Hermione fez uma vozinha aguda, jogando os cabelos para trás, imitando Fleur.

- E quem é Fleur? – perguntei.

Harry ria de Rony, que começara a ficar vermelho.

- Ela competiu. Aluna da Beauxbatons. – explicou Jorge.

- Aff! É uma chata, depois eu te conto. – murmurou Hermione pra mim.

- E o Harry... – começou Fred rindo, mas foi interrompido por Rony.

- Cho Chang. – disse Rony rindo do amigo.

- Mas vamos lembrar de um dos melhores momentos antes do baile. – Fred abriu os braços, como se fosse contar algo extraordinário. – Rony Weasley dançando com a profa. Minerva.

Todos nós rimos menos Rony, que ficou vermelho que nem um pimentão.

- Foi ela que me escolheu no dia do ensaio. Não tem graça nenhuma.

- Olá! – Hagrid parou ao lado da nossa mesa.

- Olá Hagrid! – cumprimentamos.

- Harry! Como está? – perguntou Hagrid, batendo a mão no ombro de Harry, fazendo o garoto derrubar um pouco de sua bebida na mesa.

Eles começaram a conversar e eu me desvirtuei, conversando com os gêmeos. Hagrid acabou se atrapalhando e derrubou sua bebida em Hermione.

- Cuidado com a onda, Granger! – falou Hagrid.

Hermione se limpou com um toque da varinha, depois tomou um gole de sua bebida e acabou ficando com um bigode branco. Rony avisou e a garota quase sumiu de tanta vergonha. 

 

 

 

 

Acordei no domingo de manhã e me deparei com o dormitório iluminado pela luz do sol. Estava um dia bonito, mesmo com o frio não estava ventando forte. Como pude observar olhando as árvores da floresta, que não se movimentavam tanto.

- Bom dia, Evans! – cumprimentou Jones quando estava no saguão de entrada, indo para o salão principal tomar café da manhã.

- Oi... Bom dia! E aí tudo bem?

- Tudo ótimo! – o sorriso do garoto era enorme.

- Quase não vi você esses dias, só nas aulas. Então vou agradecer pelos doces. Desculpa não ter procurado para agradecer antes. É que...

- Não se preocupe, o importante é que gostou e te deixa feliz.

- E como pode afirmar que me deixa feliz.

- Ué! Doces deixam qualquer um feliz, não é mesmo?

- Se eu estiver irritada ao nível de uma psicopata não.

Ele franze a testa, me encarando.

- Só quis dramatizar um pouquinho.

- Você é um encanto! – me fez parar entrando na minha frente.

- O que foi? – perguntei erguendo a cabeça, ele é muito alto.

- Tem uma coisa nos seus cabelos...

- Hã?

Ele passou a mão no meu cabelo e me mostrou uma florzinha branca. Como se estivesse em meu cabelo o tempo todo. Olhou em meus olhos e sorriu.

- Nossa! Mágica dos trouxas! – eu ri, pegando a florzinha.

- Você sabe o quanto é linda? – perguntou, brincando com uma mecha do meu cabelo.

Fiquei sem graça e me apressei em me afastar dizendo obrigada. Entramos no salão principal e cada um foi para a sua mesa. Cumprimentei Luna de longe e me sentei ao lado de Harry, colocando a florzinha sobre a mesa.

- Jones? – perguntou Harry, pegando a florzinha por alguns segundos.

- Como sabe?

- É que você sempre ganha alguma coisa dele. – Harry riu.

- Hum... – tomei um gole de café.

- O dia está lindo hoje! – disse Gina, se sentado a minha frente.

- Que bom! Hoje tem treino. – lembrou Rony contente.

- Ah é! – Gina colocou a mão na cabeça. – Mas não vou treinar hoje. Tenho outras coisas para fazer. Até mesmo porque sempre fico na reserva, acaso o Harry não possa jogar.

- O que você vai fazer hoje? – perguntou Rony.

- Não interessa. – disparou ela, jogando a cabeça para trás para afastar uma mecha de cabelos que lhe caía nos olhos.

 

 

Após o café da manhã Harry e Rony seguiram para a biblioteca junto com Hermione que precisava devolver alguns livros.

- Vocês vão treinar hoje? – perguntou Hermione, colocando os livros na prateleira.

- Vamos. – confirmou Harry.

- Vai ser contra a Corvinal o próximo jogo. – comentou Rony.

- Assisti o treino da Corvinal na sexta. – ouviram uma voz doce, então o trio se virou e ali, colocando alguns livros na prateleira estava Luna. 

- Não sei por que eles ainda têm a Cho como apanhadora. – comentou Hermione, revirando os olhos.

- Talvez porque ela seja uma ótima apanhadora? – questionou Rony.

- Não acho ela tão boa assim. – retrucou a garota.

- Harry é melhor! E se querem ganhar, bem... Poderiam substituir, não é? – comentou Luna.

- Então fala isso para o Jones. – disse Harry, em tom debochado, erguendo as suas sobrancelhas. Seria satisfatório para o garoto se a própria aluna da Corvinal, comentasse o quanto ele era bom como apanhador, para o capitão de quadribol da Corvinal; Jones.

- Como se ele fosse ligar para a minha opinião, não é? – falou Luna calmamente.

- Manda a Emily dizer isso a ele. – zombou Harry. – Ele vive dando presentes a ela. – riu. – Tenho certeza que irá ouvi-la. 

- Até parece que Emily que é da Grifinória iria fazer isso. – retrucou Hermione, colocando uma das mãos na cintura e outra apoiando na prateleira.

- Eu sei! Estou brincando Hermione. – Harry cruzou os braços, enquanto Rony ria.

Ainda discutindo sobre quadribol, Rony e Hermione começaram uma discussão sobre Córmaco McLaggen que fizera o teste para entrar no time da Grifinória e que ultimamente estava paquerando Hermione.

- Ele só quis ser legal quando me ajudou com os livros e...

- Ele é patético. – retrucou Rony, impaciente. – Ora, por que não experimenta namorar o McLaggen... – disse depois que Hermione fez uma careta.

- Não seja bobo, Rony. – respondeu Hermione zangada. – Mas é óbvio que se você prefere que eu namore o McLaggen...

Houve uma pausa e Harry continuava a fingir que olhava alguns livros, irritado, desejando que aquilo parasse logo.

- Não, não prefiro. – retrucou Rony, em voz muito baixa. Parecia envergonhado, mas ao mesmo tempo, muito satisfeito consigo mesmo.

Não é que estivesse realmente surpreso, pensou Harry, enquanto colocava um livro de volta a prateleira. Tinha uma intuição de que aquilo poderia acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas não sabia como se sentia a esse respeito... Ele e Cho quando havia acontecia algo entre eles, de repente acabaram brigando, acabaram ficando constrangidos demais para se olhar, quanto mais para se falar.

E se Rony e Hermione começassem a sair juntos e depois acabasse o namoro? Será que a amizade deles sobreviveria? Harry se lembrou das poucas semanas em que tinham deixado de se falar no terceiro ano; não gostara de ficar tentando reaproximar os dois. Mas e se não acabassem o namoro? E se ficar em companhia deles se tornasse extremamente constrangedor e desse modo, Harry fosse excluído para sempre?

 



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