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História No mundo de Harry Potter - Hogsmeade


Escrita por: Biafernds

Capítulo 8 - Hogsmeade


Fanfic / Fanfiction No mundo de Harry Potter - Hogsmeade

- Sabe... Eu não comentei com ninguém o que houve no domingo á noite. E... Bom... Agora você sabe que eu tenho uma capa da invisibilidade. – falou Harry, quando aguardávamos na fila de alunos a serem liberados por Filch, na frente da porta de carvalho. – Então... 

- Não esquenta, não contei nada a ninguém. – disse baixinho, assim como Harry, dando uma risada sincera.

Passamos pela revista do Filch, com sua cara amarrada e um ar de desconfiança. Estava muito frio, um frio que eu não estava acostumada. O vento batia no meu rosto e meus olhos ardiam.

- Você é um ótimo apanhador! – elogiei com muita sinceridade á caminho do portão de Hogwarts, quando nós avistamos ao longe o estádio de quadribol.

- Obrigado! – Harry disse arqueando as sobrancelhas, um pouco sem graça. – Você já jogou quadribol?

- Não... Eu só torço mesmo. Na verdade... No meu terceiro ano eu tentei jogar com alguns amigos. E fui um fracasso.

- Não exagera. – riu Harry.

- Não é sério! Tentei jogar como artilheira. Consegui marcar um gol só.

- Já é alguma coisa. – respondeu Harry.

- Tirando o fato que eu caí da vassoura, tentando me desviar de um balaço e desloquei o pulso. – inspirei profundamente e acabei soltando uma risada.

- Só de pensar quantas vezes eu já caí... – Harry contou o que aconteceu no seu segundo ano, quando caiu da vassoura e quebrou um braço. Só que na tentativa do professor Lockhart de ajudar, acabou fazendo que os seus ossos sumissem. – E você tem vassoura? – perguntou.

- Aham... Uma Nimbus 2001. Nada comparada a uma Firebolt. – disse com meiguice.

- Ganhei do meu padrinho. – Harry sentiu um aperto no coração. – É uma das lembranças que tenho dele.

- Faz tempo que você não o vê?

- Na verdade... Ele morreu.

- Ah... Eu sinto muito.

- Acredito que você deve voar bem? – Harry mudou de assunto, colocando um sorriso no rosto.

- Você não viu nada! – respondi sorrindo com um ar de zombação. – Não... – fiz uma careta engraçada e sincera em dizer que não era tão boa assim.

- Eu vou fingir que acredito em você. – brincou Harry, sorrindo. Eu ri. – Quer ir a algum lugar específico? – perguntou Harry quando entramos em Hogsmeade.

 A rua principal estava cheia de estudantes que caminhavam olhando vitrines e tumultuando as calçadas.

- Ah... Você que escolhe.

Caminhamos pela rua, com a cabeça abaixada contra o vento.

- Ali é o Correio...  A Zonko’s fica mais adiante. – apontava Harry.

Harry me levou até a Zonko’s, que estava apinhada de estudantes. Havia logros e brincadeiras para satisfazer até os sonhos mais absurdos de Fred e Jorge. A loja vende todos os tipos de travessuras, tais como: Bomba de Bosta, Sabão de Ovas de Sapo, Snap Explosivo, Soluços Doces, Xícara que morde nariz, Chumbinhos Fedorentos, Pó de Arroto, Minhocas de Apito, e os mais variados tipos de logros e brincadeiras do mundo bruxo.

Ao entrar na loja conversávamos sobre as nossas reações, quando descobrimos que éramos bruxos. Além do que já fizemos antes de descobrirmos, e não sabíamos como aquilo acontecia. Como; Harry fazer seus cabelos crescer quando não gostava que sua tia os cortasse, quando fez desaparecer o vidro do zoológico. Contei quando fiz o vaso de flor da vizinha estourar e espatifar cacos de vidro em todo o quintal.  Entre muitas outras coisas que renderam boas risadas.

 - Eu nunca vi isso. – peguei um objeto vermelho, ansiosa, sem antes verificar o que era. Apertei um botãozinho que fez sair um monte de bolhas coloridas, uma delas estourou na minha cabeça fazendo cair um montão de confete. 

Harry me olhou e deu um sorriso, se divertindo com a situação. Achando também engraçado, estourei uma bolha laranja que estava em cima de sua cabeça. Harry imediatamente fechou os olhos, quando um monte de confete caiu sobre seus cabelos, depois olhou pra mim arregalando os olhos azuis, fazendo careta e retirando os confetes do cabelo, fazendo eu cair na gargalhada.

Passamos pelas vitrines de outras lojas, mas resolvemos entrar na Dedos de mel que estava tão cheia quanto a Zonko’s. Havia prateleiras e mais prateleiras de doces com a aparência mais apetitosa que se pode imaginar. Tabletes de nugá, quadrados cor-de-rosa de sorvete de coco, caramelos cor de mel; centenas de tipos de bombons em fileiras arrumadinhas; havia uma barrica enorme de feijõezinhos de todos os sabores, Delícias gasosas, as tais bolas de sorvete de fruta que faziam levitar que Neville mencionara, em outra parede havia os doces de “efeitos especiais”: os melhores chicles de baba e bola (que enchiam a loja de bolas azulonas que se recusavam a estourar durante dias), o estranho e quebradiço fio dental de menta, minúsculos Diabinhos negros de pimenta (“sopre fogo em seus amigos!”), Ratinhos de sorvete (“ouça seus dentes baterem e rangerem!”), Sapos de creme de menta (“faça sua barriga saltar para valer!”), frágeis penas de algodão-doce e bombons explosivos.

Logo na entrada havia uma pequena amostra de feijõezinhos de todos os sabores, que uma bruxa distribuía. Harry e eu, pegamos.

- Sabor grama e o seu? – perguntei a Harry, quando ele já estava fazendo careta.

- Minhoca.

Fiz careta só de pensar.

Escolhíamos alguns doces para levarmos, tentando nos decidir entre muitas opções.

- Nossa eu comi muito desse chocolate, antes de conseguir conjurar um patrono decente. – ele contou com o chocolate em mãos. Rendendo uma longa conversa sobre, conjurar patronos.

- Que tal você levar esses aqui? – perguntei, enfiando um vidro de cachos de barata embaixo do nariz de Harry. Tentando segurar o riso.

- Decididamente não. – disse Harry, com um ar engraçado. – Não vai querer um desses? São para vampiro, imagino. – sugeriu Harry, caçoando.

- Eu gostaria, com certeza... É disso que eu gosto... – respondi com ironia, rindo.

 - E esses picolés ácidos... Fred deu um desses ao Rony quando ele tinha sete anos, fez um furo que atravessou a sua língua. Ele me contou que ficou sem falar direito e comer durante dois dias. – contou Harry.

Depois que pagamos por todos os doces que compramos, saímos da Dedosdemel para enfrentar o vento gelado lá fora.

- Vamos fazer o seguinte, – sugeriu Harry com os dentes batendo de frio. – vamos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras?

Eu concordei; havia um vento cortante e o meu rosto, estava congelado. Então, atravessamos a rua. O Três Vassouras estava cheíssimo, barulhento, quente e enfumaçado. Uma mulher tipo violão, com um rosto bonito, estava servindo um grupo de bruxos desordeiros no bar.

- Que droga! – exclamou Harry, avistando Malfoy e sua turma ao lado das únicas duas mesas vazias. – Malfoy! – disse Harry fechando a cara.

- Bom... Não tem outro lugar para irmos? Melhor do que ficar perto deles. – sugeri. Porquê eu sabia, que renderia alguma provocação, de uma forma ou de outra.

- É! – concordou Harry. – Não estou afim de provocações hoje. – saímos e Harry fechando a porta se lembrou de uma pequena casa de chá, que no ano passado havia ido com Cho Chang. – Bom... Tem a Madame Puddifoot. – lembrou Harry.

Conduzindo-me, por uma rua lateral, a uma pequena casa de chá. Chegamos a um lugarzinho apertado e cheio de vapor, onde tudo parecia ter sido decorado com laços e babadinhos. Ao correr os olhos pela casa de chá, vi que só havia casais, todos de mãos dadas.

- Bom, não é tão ruim. – disse Harry sem graça com a situação. – Havia até se esquecido que ali frequentava casais.

- Que posso servir a vocês, queridos? – perguntou Madame Puddifoot, uma mulher muito corpulenta com um coque negro e brilhante.

- Dois cafés, por favor! – pediu Harry.

No intervalo que levou para os cafés chegarem, perguntei a Harry o motivo que fez Rony pegar detenção. Harry me contou o que houve, além da sua detenção, das suas horas sofridas lavando caldeirões e tirando poeira de vidros de antídotos. Passamos alguns minutos divertidos, falando de como Snape era completamente sombrio. Harry não deixou de dar risadas, dos meus comentários sem noção. Contava a ele também, todas ás vezes que peguei detenção.

 

 

Harry estava surpreso com os fatos, mas ele sorria, admirando Emily contar sobre as suas detenções e ás vezes que se machucara, como se isso fosse à coisa mais natural do mundo. Tinha passado horas conversando e rindo; que se Emily não perguntasse o motivo em que Rony estava em detenção, ele talvez não se lembrasse do amigo. Era engraçado como Rony, não fez falta nessas últimas horas e como estava se divertindo. Se lembrou de quando esteve ali com Cho, procurava desesperadamente alguma coisa para falar. Só que com Emily era diferente e muito divertido, o assunto entre eles fluía de uma forma natural. Tinha se dado conta de que não houve um só momento de silêncio constrangedor entre eles, desde que saíram do castelo.

 

 

A porta do estabelecimento se abriu; entrou Cho, acompanhada de um rapaz. Não demorou muito para que Cho avistasse Harry. Eles passaram ao lado da nossa mesa. Cho olhou para Harry e o cumprimentou com um leve sorriso. Cho e o rapaz que a acompanhava se sentaram a menos de meio metro e ficaram de mãos dadas.

Enquanto eu e Harry conversávamos, não pude deixar de notar que a moça, não parava de dar olhar furtivos a mim e a Harry, tentando sempre disfarçar.

- Amiga sua? — perguntei a Harry de sobrancelha erguida. Ele faz que sim com a cabeça. – É que ela não para de olhar para cá. – digo abafando um risinho. Achando um pouco bizarro a situação.

 - Vim aqui com ela no ano passado. – disse Harry. – Bem... Ela que me convidou para vir aqui. – acrescentou, corando ligeiramente. – Ela se chama Cho Chang.

No momento me lembrei de um comentário de Hermione, dizendo que Harry gostou um bom tempo dela.

- Não somos mais tão amigos assim. – Harry desabafou.

- Por quê?

 - Bom... – Harry esquivou o olhar para o seu café.

- Você gostava dela? Ou gosta ainda? Porque o modo que ela encara a gente, não é tão difícil de imaginar, que talvez ela goste de você. – dei de ombros e tomei um gole do café.

Harry me encarou. – Não... Não sinto mais nada por ela. – disse muito sério com ar de sinceridade. – Dês desse dia em que nós viemos aqui, quase não nos falamos mais. E... Ela não gosta de mim, não!

 - Nossa! O que aconteceu no seu encontro com Cho? Foi tão ruim assim? – perguntei curiosa, mas ao mesmo tempo, pensei que não deveria me meter na vida pessoal dele.

- Aah... Bom, foi... – começou Harry, puxando o prato de doce para perto e se servindo – Um completo fiasco, já que você está perguntando.

E para a minha surpresa acabou me contando o que acontecera. Como se eu fosse sua amiga há séculos.

- Então... – concluiu alguns minutos depois, quando o último bocadinho de doce desapareceu – Ela se levantou de repente, e disse: A gente se vê por aí, Harry... E saiu correndo! Em um momento estávamos nos dando bem, e no momento seguinte ela estava me dizendo que Rogério Davies a convidou para sair e como costumava vir aqui para ficar beijando o Cedrico. – Harry se sentiu a vontade em comentar aquele assunto com Emily, talvez fosse ouvir algo diferente, pois quando contou a Hermione o ano passado ela simplesmente disse que ele não teve muito tato.

- Bom, sabe ela tentou fazer ciúmes. Mas... Aceitar vir com você para passear e ficar falando do ex-namorado, realmente não parecia que ela estava tão interessada em você. A impressão é que ela só queria saber de Cedrico. Que ainda havia nela um forte sentimento, que ainda não conseguiu se livrar. Principalmente com o ocorrido. Estava confusa. Acho que também ela estava carente. E se foi tudo isso realmente, ela só te usou naquele momento, para ouvir o que precisava sobre o rapaz. – terminei de falar e encarei Harry, séria.

Harry olhava Emily, absolutamente perplexo. Esperava ouvir algo, mas não tão verdadeiro, que ele não discordou de nada em que ela havia dito. – É! – apoiou Harry com sinceridade e fervor, olhando para a mesa em que Cho estava. – Deveria haver um livro para traduzirmos as maluquices que as garotas fazem para os garotos poderem entendê-las.

- Você acha? – perguntei rindo.

- Mas é claro! – exclamou Harry. – Mulheres! – resmungou revirando os olhos.

- Ei...Não seja tão cruel.

- Agora eu sou cruel? – admirou-se Harry, apontando para si, arqueando as sobrancelhas.

- Ah, corta essa! – respondi, fazendo um gesto de desdém no ar, dando risada.

Seu rosto se iluminou e Harry riu. Não sabia como de um assunto que conseguia irrita-lo no final acabou em risadas.

- Você já se apaixonou? – perguntou Harry, ficando sem expressão.

- Sim, uma única vez. – respondi depois de uma breve pausa. Um sentimento de descontentamento me invadiu.

- O que aconteceu?

- É uma história chata, tem certeza de que quer ouvir? – perguntei.

- Você escutou a minha. Estou em dívida com você. Não faço isso com frequência, ficar contando aos outros, todas ás vezes que passei vergonha.  – disse Harry.

- Nem eu – respondo.

- Então está resolvido! – ele abriu os braços em cima da mesa. 

Eu ri e acabei contando a Harry. É uma daquelas coisas que você não quer ter que contar, mas quando chega a hora de falar, espera que, depois que acabar ela não seja mais tão importante.

- ... E na última tarefa, nós éramos finalistas. Uma das etapas da final era duelarmos. Ele venceu e foi para a última prova junto comigo, pois eu tinha a mesma quantidade de pontos que ele. E quando venci, ele ficou com raiva.

- São métodos diferentes de dar uma surra, em alguém que não presta. Vencer! – disse Harry com veemência.

- Obrigada pela sua compreensão! – usei a minha sinceridade, pois ele estava sendo um bom amigo. Foi quando ele sorriu e eu me perdi, admirando seu sorriso. Percebi que teria sempre com ele algo precioso para mim; uma amizade sincera. – Vamos então? – disse, pegando o dinheiro para pagar.

- Pode deixar que eu pago! – ofereceu Harry calmamente, já dando o dinheiro á Madame Puddifoot. Se recusando a me deixar pagar.

Entramos no correio, para eu conhecer, pude dar uma boa olhada em tudo. Não era uma grande novidade, afinal já havia entrado em um correio antes no Brasil. As corujas estavam pousadas e piavam baixinho, no mínimo umas trezentas; desde as cinzentas de grande porte até as muito pequenas (“Somente para entregas locais”), que eram tão mínimas que caberiam na palma da minha mão.

- Harry, podemos voltar na Dedosdemel, para comprar alguns doces para o Rony. – não era justo, não levar nada a ele, pois eu imaginava que não estava sendo fácil ele ficar lá, trancafiado com Snape, enquanto os outros se divertiam.

- Vamos lá! – concordou Harry.

 

- E aí? Do que o Rony gosta? – perguntei olhando as prateleiras.

- De tudo! – Harry me olhou com uma expressão brincalhona.

- Imagino que sim! – disse, sorrindo.

- Vou levar algo para a Hermione. Ela prefere ficar estudando do que vir se distrair um pouco. – comentou Harry, indignado.

- Ela está estudando com a Luna, ajudando na verdade. – lembrei.

- Ela pode fazer isso qualquer outro dia, ela estuda a semana toda! – resmungou Harry.

Revirei os olhos e ri, seguindo Harry para a prateleira, onde tinha sapos de chocolate.

 

 

Voltamos para o castelo, segurando várias sacolas. Na escada desceram um grupinho de alunos da Sonserina do primeiro ano. Encaravam Harry aos cochichos.

- É! A cicatriz não deixa enganar. – disse Harry abaixando a cabeça e colocando o cabelo na testa.

- Bom... Pelo menos é mais charmosa que a minha. – disse, tentando descontrair. – É... Bem... Desculpa, sei que tem um significado horrível. Desculpa! – disse sem jeito.

- É a primeira pessoa que elogia a minha cicatriz. – falou Harry, achando graça. Eu corei um pouco. – Você também tem cicatrizes? – ele perguntou.

- Tenho uma nas costas. – digo, colocando a mão nas costas abaixo do pescoço. – Resultado do torneio. – suspirei.

Chegamos à torre da Grifinória e Harry ajeitou em uma sacolinha, os doces que eu e ele compramos para Rony, e os da Hermione.

- Obrigada por sua paciência comigo, hoje. – digo grata.

Harry olhou Emily por um momento silencioso, e então balançou a cabeça, permitindo que um sorriso de gratidão aparecesse. Era muito bom ter uma nova amiga, que o fez se sentir a vontade para conversar, se divertir e esquecer-se de seus problemas em poucas horas.

 

 

Harry entrou no quarto, Rony estava esparramado em sua cama, olhando para cima, completamente desanimado. Quando viu Harry ele se levantou rapidamente.

- Onde você estava? – perguntou, encarando sacolinhas da Dedosdemel na mão de Harry, desconfiado.

- Fui a Hogsmeade. Toma! – Harry entregou uma das sacolinhas a Rony.

- Valeu! – Rony abriu a sacolinha e tirou uma barra de chocolate, bombons explosivos, chicles de baba e bola e duas caixinhas de sapos de chocolate.

- Os sapos de chocolate, foi a Emily que comprou pra você. – Harry guardava seus doces.

- Emily? – Rony ficou surpreso.

- É! Ela ia sozinha e então me chamou. Eu não estava muito afim de ir, mas... Bom...

Rony já estava mastigando o Sapo. – Hum... Ela é legal! – disse Rony, com a boca cheia de chocolate, interrompendo Harry. – Fez bem ter ido! – alegrou-se Rony, guardando os seus doces.

- E como foi com Snape? – perguntou Harry.

- Bom... Tive que lavar caldeirões, varrer a sala dele e limpar prateleiras. Também sem magia.

 

 

 

Domingo á noite estava na sala comunal da Grifinória, sentada em uma das mesas observando Rony e Simas jogarem Xadrez de Bruxo. Harry que acabara de perder no jogo para Rony, também observava.

- É Rony você é fera! – disse Simas depois de perder, desapontado. Levantou-se e foi conversar com seus outros amigos.

- Quer jogar? – perguntou Rony.

- Não sei jogar. – respondi sem ânimo.

- Sério? – disse Rony arregalando os olhos, dando uma risadinha.

- Sério! – afirmei.

- E a propósito... Obrigado pelos doces. – agradeceu um Rony, sem jeito.

Sorri e dei boa noite aos meninos e subi para o quarto.

 

 

 

Harry foi a mais um encontro, na sala de Dumbledore, no começo da semana. Apresentou-se à porta do escritório às oito horas, bateu e Dumbledore mandou-o entrar. Ali estava o diretor com um ar anormalmente cansado; sua mão estava mais escura e queimada que nunca, mas ele sorriu quando convidou Harry a sentar. A Penseira encontrava-se, mais uma vez, em cima da mesa, projetando reflexos prateados no teto. O diretor, tirando de dentro das vestes um novo frasco de lembranças prateadas e desarrolhando-o com um toque de varinha. Harry ficou observando Dumbledore despejar lembranças frescas na Penseira e começar a girar a bacia de pedra nas mãos longas.

- Você certamente se lembra de que deixamos a história dos primeiros tempos de Lorde Voldemort no ponto em que o trouxa bonitão, Tom Riddle, abandonou a esposa bruxa, Mérope, e retornou à casa da família em Little Hangleton. Mérope foi abandonada sozinha em Londres, esperando o filho que um dia se tornaria Lorde Voldemort.

Dumbledore girou o conteúdo da Penseira como Harry já o vira fazer antes, como um garimpeiro peneirando a procura de ouro.

- Sabemos, então, que próximo ao fim da gravidez, Mérope estava sozinha em Londres precisando desesperadamente de ouro, desesperada o bastante para vender seu único bem com valor, o medalhão que era uma preciosa herança da família.

- Mas ela podia usar a magia! – exclamou Harry impaciente. – Podia arranjar comida e tudo de que precisasse usando a magia, não podia?

- Ah, talvez pudesse. Mas acredito, e novamente estou imaginando, embora seja quase uma certeza, que quando foi abandonada pelo marido, Mérope parou de recorrer à magia. Acho que não quis mais ser bruxa. Claro que também é possível que o seu amor não correspondido e o consequente desespero tenham minado seus poderes, isto pode acontecer. De qualquer modo, e você está prestes a ver, Mérope se recusou a empunhar a varinha até mesmo para salvar a própria vida.

- Não quis viver nem para o filho?

Dumbledore ergueu as sobrancelhas.

- Será possível que você esteja sentindo pena de Lorde Voldemort?

- Não, – apressou-se Harry a negar – mas ela teve escolha, não é, não foi como a minha mãe...

- Sua mãe também teve escolha. – disse Dumbledore, gentilmente. – Mérope Riddle preferiu morrer apesar do filho que precisava dela, mas não a julgue com tanta severidade, Harry. Ela estava enfraquecida pelo longo sofrimento e nunca teve a coragem de sua mãe. E, agora, se você ficar de pé...

- Aonde vamos? – perguntou Harry, quando Dumbledore se juntou a ele à frente da escrivaninha.

- Desta vez, vamos entrar na minha memória. Penso que lhe parecerá ao mesmo tempo rica em detalhes e satisfatoriamente exata. Primeiro você...

Harry se inclinou para a Penseira; seu rosto cortou a fresca superfície das lembranças e ele se viu mais uma vez caindo pela escuridão...

Harry descobriu que Dumbledore foi atrás do garoto Riddle no orfanato. Ele era uma miniatura do pai bonitão, alto para os seus onze anos, pálido e de cabelos escuros. Dumbledore ofereceu ao garoto a oportunidade de estudar em Hogwarts. Riddle no começo achava que era uma mentira que na verdade estava tentando levá-lo ao um hospício, mas depois de uma demonstração de Dumbledore o garoto passou a acreditar.

- Em Hogwarts – dizia Dumbledore – ensinamos não apenas a usar a magia, mas a controlá-la. Você tem usado os seus poderes, decerto sem saber, de um modo que não é ensinado nem tolerado em nossa escola. Você não é o primeiro nem será o último a deixar que a sua magia fuja ao seu controle. Mas é preciso que saiba que Hogwarts pode expulsar alunos e o Ministério da Magia, porque existe um Ministério, castiga os que desrespeitam as leis, ainda mais severamente. Todos os novos bruxos têm de aceitar que, ao entrar em nosso mundo, se submetem às nossas leis.

- Sim, senhor. – repetiu o garoto Riddle. – Quando vou para essa tal Hogwarts?

- Todos os detalhes estão na segunda folha de pergaminho no seu envelope – informou Dumbledore. – Você embarcará na estação de King’s Cross no primeiro dia de setembro. Há também um bilhete de trem aí dentro.

Riddle assentiu. Dumbledore se levantou e estendeu mais uma vez a mão. Segurando-a, Riddle disse: – Posso falar com as cobras. Descobri isso quando fui ao campo, nos passeios, elas me acham, sussurram para mim. Isto é normal nos bruxos?

- Não é normal, – respondeu Dumbledore, após breve hesitação – mas há ocorrências. Seu tom era displicente, mas os olhos estudaram curiosos o rosto de Riddle. Homem e garoto se encararam por um momento. Então, o aperto de mão se desfez. Dumbledore estava à porta.

- Até mais, Tom. Verei você em Hogwarts.

 

- Acho que já basta – anunciou o Dumbledore de cabelos brancos ao lado de Harry e segundos depois, estavam voando mais uma vez, imponderáveis, pela escuridão, antes de aterrissarem com firmeza no escritório atual.

- Sente-se – disse Dumbledore, descendo ao lado de Harry.

O garoto obedeceu, sua mente ainda ocupada com o que acabara de presenciar.

- Ele acreditou muito mais depressa que eu, quero dizer, quando o senhor o informou de que era um bruxo – disse Harry. – Não acreditei em Hagrid, a princípio, quando ele me contou.

- É Riddle estava absolutamente pronto para acreditar que era, para usar as palavras dele, “especial”.

- O senhor sabia... Na época? – perguntou Harry.

- Se eu sabia que acabara de conhecer o bruxo das Trevas mais perigoso de todos os tempos? Não, eu não fazia ideia de que ele iria crescer e se tornar o que é. Mas fiquei certamente intrigado com ele. Voltei a Hogwarts com a intenção de vigiá-lo, coisa que, de qualquer modo, era minha obrigação, uma vez que ele não tinha família nem amigos, mas que, já então, eu sentia que devia fazer não somente por ele, mas pelos outros. Seus poderes, como você mesmo ouviu, eram surpreendentemente bem desenvolvidos para um bruxo tão jovem e o que é mais curioso e ameaçador, ele já havia descoberto que conseguia controlá-los até certo ponto e começou a usá-los de forma consciente. Como você viu, não eram as experiências aleatórias típicas de um bruxo jovem. Ele já estava usando a magia contra outras pessoas, para amedrontar, castigar e dominar.

- E ele era ofidioglota – interpôs Harry.

- É verdade, um talento raro e supostamente ligado às Artes das Trevas, embora, como já sabemos, também haja ofidioglotas entre os bruxos grandes e bons. De fato, sua capacidade para falar com as cobras me deixou tão preocupado quanto os seus instintos óbvios para a crueldade, o sigilo e a dominação. O tempo está nos enganando outra vez – comentou Dumbledore, indicando o céu escuro fora das janelas. – Mas, antes de nos despedirmos, quero chamar sua atenção para certos detalhes da cena que acabamos de presenciar, porque têm muita pertinência para os assuntos que iremos discutir nas próximas reuniões.

Harry confirmou.

- Ali ele mostrou seu desprezo por qualquer coisa que o ligasse a outra pessoa, qualquer coisa que o tornasse comum. Já então ele queria ser diferente, isolado, famoso. Ele abandonou o nome próprio, conforme você sabe, poucos anos depois daquela conversa, e criou a máscara de “Lorde Voldemort” por trás da qual se esconde há tanto tempo. Confio que você também tenha notado que Tom Riddle já era muito autossuficiente, cheio de segredos e aparentemente sem amigos. Não quis ajuda nem companhia para ir ao Beco Diagonal. Preferiu agir sozinho. O Voldemort adulto é igual. Você ouvirá muitos Comensais da Morte dizerem que gozam de sua confiança, que somente eles são íntimos e até que o compreendem. Estão iludidos. Lorde Voldemort nunca teve amigos e creio que jamais quis ter um. E, por último, e espero que não esteja sonolento demais para prestar atenção ao que vou dizer, Harry: o jovem Tom Riddle gostava de colecionar troféus. Você viu a caixa de objetos roubados que tinha escondido no quarto. Foram tirados das vítimas de sua intimidação, suvenires de momentos de magia particularmente desagradáveis. Não se esqueça dessa mania de apropriação, porque, mais tarde, ela será particularmente importante. E, agora, está realmente na hora de ir dormir.

- Boa Noite professor. – Harry se levantou.

- Boa noite Harry.

 

 

 

 

Na manhã de quarta, Harry estava descendo para as estufas com Rony. Cho veio logo atrás andando depressa para alcançar Harry, quando viu que Rony estava distraído na frente conversando com um colega.

- Harry... Oi! – cumprimentou Cho, corando.

- Oi. – cumprimentou um Harry surpreso.

- Tudo bem?

- Tudo... E você? – respondeu Harry.

- Bem... Ah... Como foi o seu passeio em Hogsmeade? – perguntou Cho.

- Ótimo! – exclamou Harry. – E o seu?

- Foi ótimo, também. – Cho respondeu um pouco sem graça. – Você fez bastante amizade com a novata, não foi? – indagou.

- Emily. Sim! – corrigiu Harry, não gostava que ela fosse chamada de novata.

- Chega a ser engraçado. Ela machucou você na aula do prof. Lupin. – Cho disse com voz de quem sabia das coisas.

- Mas isso faz tempo. E eu não iria virar a cara para ela, por causa disso. Ela não fez por querer. Eu bati as costas, mas não foi nada grave.

- Sabe... Acho que você não deveria ser tão próximo da novata.

- Emily! Por quê? – questionou Harry sem entender.

- Ela é estranha! Bem... – começou Cho.

- Ela não é estranha! – interpôs Harry. – Eu já há conheço um tempo. Ela é uma boa pessoa. 

Cho o olha um pouco e depois continua:

- Nessa situação, ninguém fica tão bem se não estiver interessada na pessoa. – disse de olhos arregalados. – Vocês estão namorando? – perguntou com um grande interesse.

- Não! – afirmou Harry – E que situação? Foi um acidente. Eu já disse. E...

- Será mesmo? – interrompeu Cho. – Ela é bonita não acha?

- Bem... Ela é bonita, mas... – Harry começou a responder, depois se deu conta que confirmou o que Cho disse.

- Tá vendo... Vocês estão juntos sim! – Cho solta um suspiro irritado.

- Somos só amigos! – exclamou Harry impaciente. – suas sobrancelhas se enrugaram na testa.

- Sabe o que eu acho... Acho que ela está querendo ser a sua “amiguinha” porque sabe que você é “O eleito.” – ela revirou os olhos.

 - Como é que é? – questionou Harry, espantado. – Nenhuma vez no passeio Emily mencionou o que saiu no jornal e não falamos nada sobre o meu passado. Ela é uma amiga incrível se você quer saber. – Harry estava irritado.

Naquele momento as palavras de Harry, foram longe de mais para Cho. – Ela não precisa mencionar nada. Talvez use o poder de convencimento. Ela deve ser cheia de estratégias. – disse Cho nervosa. Virou-se e foi para a sua aula de Trato das Criaturas Mágicas, com passos apressados.

 “Cho é maluca! Quase não nos falamos mais e de repente ela vem falar comigo coisas nada a ver. Ela nem conhece a Emily e está falando besteiras. E da onde ela tirou essa ideia de que ela quer ser minha amiga, por interesse ou sei lá.” – Harry estava irritado. Não conseguia entender o porquê que Cho, estava se importando com isso.



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