Mike’s POV
-Acorda, Mikhael! Vai se atrasar pra nova escola! – esse é meu pai me acordando.
“Nova escola”. Sempre estudei na mesma escola desde e no meu 16º de vida meu pai decide mudar de estado. Nem pra ser de bairro, casa mas estado?! Bem, já faz um mês que estamos na nova cidade e hoje é o primeiro dia de aula do ano. Por sorte, já fiz amizades pelo bairro, um deles se chama Wilmerson, mas ele prefere que chamemos ele apenas de “Wii”, seus cabelos morenos e bagunçados combinam perfeitamente com seus olhos caramelos e isso soou muito gay. Também tem o João Vitor ou apenas “Jotinha” ou “Jotavê”, ele é nordestino e muito animado e engraçado.
-Mikhael, são quase sete e meia! – meu pai gritou novamente. Olhei para o relógio que marca vinte para sete. Juntei minhas forças e fui ao banheiro me arrumar, algo que não adiantou muito pois meu cabelo estava PARA CIMA de tão bagunçado. Ah, a ansiedade... já que não consegui fazer meu topete, joguei (com muita dificuldade) a franja para o lado e coloquei meus óculos. Está frio, muito frio então decido pegar meu moletom verde de Creeper, personagem de um antigo jogo que eu adorava.
Desci as escadas rapidamente e voei para a cozinha, onde fui recepcionado por minha irmãzinha:
-Mi-mike!
-Bom dia, maninha – dei-lhe um beijo em sua testa.
-Vamos, Mike? – meu pai me apressou enquanto eu degustava de meu pão com geleia. Assenti levemente e corri para o carro
...
A nova escola é simplesmente ENORME e muito bonita.
-Tenha um bom dia, garotão – meu pai e eu nos despedimos. Agora serão das sete e quinze até as désseis e meia aqui.
“Vamos Mike, vai ser rápido.” Pensei, indo para o pátio, aparentemente, principal da escola e, para minha surpresa, Wii estava lá, sentado perto das árvores.
-Mike! – exclamou ao me ver.
Pac’s POV
-Tenho boas notícias... – Rezende sussurrou para mim – “carne” nova...
-Onde está? – perguntei vagarosamente, tirando meus óculos escuros do rosto.
-Pátio principal, com o Wii... – suspirou Wolff.
Fui até lá, andando lentamente. Ainda são seis e cinquenta, mas no meio do caminho fui interrompido por Vilhena, que me chamou com tom arrogante:
-E aí, ratinho?
-Agora não, besta berrante. Preciso resolver umas paradas – cortei-o e corri para o pátio, bufando.
Cheguei onde os dois estavam e vi... era a melhor pessoa para atormentar na escola.
Bem, parece que não poderei zoá-lo por causa das roupas ou físico, ele é parecido comigo em relação à isso, moletom de uma única cor e um personagem de game antigo, a dele é um creeper e o meu, um Pac Man.
-Quer que eu te mostre a escola? – Wii perguntou ao menino novo. Mesmo após tratamentos na voz, Wii e sua voz ainda me irritam.
-Não antes de me apresentar para ele, não é, Wii? – perguntei com um sarcasmo impercebível, surgindo do lado do menino novo.
-Tudo bem, é... Pac, esse é Mike – apresentou – e Mike, esse é Pac.
-Prazer... – apresentou-se timidamente. Sua voz é tão lenta e rouca... chega a ser sexy.
-Provavelmente seremos do mesmo ano – inspecionei-o com calma, procurando algum ponto fraco. É, acho que terei de zoá-lo com algo que acontecerá na sala de aula ou coisa assim.
Mike’s POV
...
Parece que todos aqui têm “codinomes”. Minha sala é enorme e tem muitos alunos. São tantos que sobram apenas duas carteiras. Nosso professor não para de falar.
Esse garoto, Pac, parece ser bem popular, ele tem um grupinho de cinco outros meninos: um tal de Rezende Malvado, um menino chamado Wolff, um gordão chamado Edu, um moreninho apelidado de Cafeinado e para minha surpresa, o nordestino, Jotavê. É a tão conhecida “turma do fundão”. Me sentei meio perto deles, digamos que eram as duas últimas carteiras de uma fileira e as três últimas da fileira ao lado. Eu me sentei nessa terceira carteira da fileira ao lado.
Começamos com aula de Astronomia, o professor, chamado Cauê Moura, parece ser o mais amado daqui. Mas ele grita MUITO, tipo, MUITO MESMO. Pelo menos, ele é muito engraçado e participativo.
Ele teve de sair da sala e com isso, alguns alunos vieram se apresentar:
-Eu sou o Kaike! – disse um baixinho, que usava moletom azul com um coração branco e no meio do coração, estava sua inicial – “Feleskí”.
-Eu sou o Felps... – cumprimentou timidamente um garoto de vermelho. Parecia ser o único que não estava sentindo frio e parecia temer algo, após me cumprimentar, voltou ao seu lugar e ficou encolhido lá.
-Eu sou o Cellbit e esse é meu... namorado, Phoenix – cumprimentou um loirinho de olhos azuis com seu namorado ruivo de boca carnuda e olhos amarelados.
-E eu sou o Febatista! – apresentou-se sem timidez alguma, outro loirinho de olhos azuis que usava um moletom vermelho. Ele fez um “bate aqui!” e sentou do meu lado.
A inspetora chegou na nossa sala de aula e avisou que o professor teve de sair para resolver problemas pessoais e com isso, suas aulas de hoje serão vagas.
Todos saíram apressadamente para o pátio ou outro lugar da escola que não seja a classe. Fui para o único lugar que conhecia... o pátio e que pátio! Ele é enorme, bonito, bem decorado. Bem no meio dele tem uma estátua com uma cabeça masculina com uma placa que diz: “Algostin Chumador. Fundador da escola Chumerei LTDA.”
-Ei Mike, quer que eu te mostre a escola? – Febatista chegou do meu lado
-Claro, é... ah! Obrigado. – sorri
-Bem, para começar, esse é o Gutin, fundador e diretor da escola. Sua esposa, Carla, é a vice-diretora, vamos?
Assenti com um sorriso de canto e ele me mostrou o pátio todo, o laboratório, a biblioteca e o ginásio. Paramos no campo de futebol.
-Venha cá, Mike. – Febatista se sentou numa das arquibancadas do campo – me fale de você.
-Bem – me sentei ao seu lado – morei a vida inteira em Goiânia e no final do ano passado, me mudei pra cá... moro com meu pai e minha irmãzinha numa casa muito grande, bem, meu pai é um grande advogado.
-Me desculpe a pergunta mas, e sua mãe? – interrompeu.
-M-minha mãe? – hesitei – B-bom, por causa dela nos mudamos para cá. Posso te contar um segredo? – ele concordou – ela foi assassinada na nossa antiga casa bem no final de setembro. Eu ainda estou muito triste e quando penso nela... bem, eu...
-Começa a chorar? – colocou a mão em meu rosto, limpando uma lágrima fugitiva e deu um sorrisinho
-Desculpe, Febatista.
-Imagina, e pode me chamar apenas de Batista ou Batata. Não vamos falar disso... fale de você, do quê você gosta?
-Eu gosto de games, música boa e filmes de terror. É difícil de me descrever... meu pai diz que sou minha mãe pura, puxei quase tudo dela... e deve ser por isso que ele... me ignora tanto. Me fale de você! Eu posso começar a...
-Claro, claro... bem, morei minha vida inteira aqui em Chumei Ville, moro com meu pai, minha mãe e meu gatinho, Clêiton. Meu pai é detetive, minha mãe é uma ótima autora e escritora e meu gato é... meu gato! – sorriu. Seu sorriso é lindo, é como... um semblante angelical – também gosto de música boa e games. Gosto de ler e quero trilhar o mesmo caminho que minha mãe.
Ficamos conversando ali até o primeiro sinal bater e resolvermos ir até Cellbit e Phoenix, que estavam se pegando atrás da cantina.
Batista me diz que a próxima aula será de História.
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