História No Ordinary Love - Cala essa boca gorda, Wolff.

-Pac, como eu vou te... ensinar a amar? – perguntou, fazendo careta. Uma careta linda.

-Eu não... eu não sei. – respondi, entregando o segundo banner à ele.

Ele me olhou pensativo e alguns minutos depois, pareceu ter uma ideia. Infelizmente ele não me contou e eu não tenho o poder de ler mentes, mas nisso eu já estou trabalhando.

Mike’s POV

Sério. A minha ideia é ótima mas acho que o Pac não vai concordar muito com ela, do jeito que ele é. Muito menos a turma dele. A ideia consiste em: fazer com que ele ande comigo e quando ele for “atacar” alguém, eu o impeço. Ok, quando eu planejei isso soou bem mais genial. Mas eu não sou nenhum Cellbit ou nenhum Febatista para ter ideias do caralho. Eu sou a porra do Mike.

-Quer uma dica? – me virei para ele e peguei ele fazendo um coraçãozinho quebrado numa parte do banner. Por quê?

-Por favor – respondeu, quase implorando. Meu Deus, isso me destrói, ver ele nesse estado tão... crítico. Queria saber o porquê dele estar assim, tudo que eu disse para é que eu queria ajuda no trabalho, isso machucou tanto assim? Não seja burro, Mikhael, você não machuca nem uma maldita mosca.

-Você precisa... como posso dizer... se importar mais com os outros do quê consigo mesmo. Posso falar a verdade? – perguntei e ele assentiu – você é... esnobe. Você joga no time de futebol da escola, rodeado por meninas e por menininhos mais novos que te seguem como um “exemplo”. Você precisa ser um exemplo bom para eles e, chamando os outros de cu de pombo, não é postura de exemplo. Não mesmo.

-Mas...

-Mas nada, me ouça. Pac, você é legal mas, as pessoas cansam. Um dia o Wolff, o Rezende, o Jv, o Cafeinado vão ficar putos com você e aí... você estará sozinho. – senti uma fagulha de tristeza no olhar dele e eu sorri, tentando fazê-lo sorrir também. Por incrível que pareça, funcionou.

-Mike... posso te contar um segredo? Mas por favor, não conta para ninguém. – pediu com carinho.

-Fique à vontade.

-Vai soar muito ridículo isso mas... – o sinal o interrompe. Ouvi passos tumultos e percebi que eram dezesseis horas. Caralho, passou tão rápido assim?

Pac me ajudou à arrumar as coisas e resolvemos guardar tudo isso no armário, já que levar para casa seria insanidade. Pelo menos pra Pac era, ele me contou que tem um gatinho chamado Senhor Timbó e que ele destruía todo material que fosse “novo” para ele. Resumindo: o gato era o cão.

-Tchau Pac – me despedi com um sorriso.

-Tchau, Mike... – ele sorriu de volta e quando me virei, tive a sensação dele ainda estar me olhando.

Meu pai estava me esperando nos portões da escola e parecia preocupado com alguma coisa. Nem me cumprimentou, não que isso seja costume dele, mas às vezes ele apenas puxa os lábios pra dentro da boca e balança a cabeça. Isso é nosso “Oi”.

-Você está branco feito uma folha de papel, o quê aconteceu? – perguntei, arqueando a sobrancelha.

-Nada, apenas... estava pensando em sua mãe – só eu que acho que ele está mentindo?

Montamos no carro e fiz meu ritual de ligar o rádio na estação Xerê. Estava passando uma música muito depressiva, o locutor anunciou:

-Agora com vocês, Give Me Love do nosso ruivo favorito... Ed (ele puxou o “E”) Sheeran!

Meu Deus, que música linda. O ritmo é depressivo mas a letra é simplesmente incrível.

Vilhena’s POV

Sorri maleficamente. Um segredo, Pac? Quando ele e Mike estavam fazendo o trabalho deles, me escondi numa parte do jardim e fiquei ouvindo as conversas deles. Sei qual é o segredo do Pac, ele iria contar para Mike que sonhou com ele na festa do Springles. Ah, me sinto feliz por não ter bebido tanto naquela festa! Posso acabar com o bastardo do Pac com isso.

-Vilhena...! –cantarolou MoonKase, brotando do meu lado. Essa menina é apaixonada por mim e o Jv por ela.

-Oi gatinha – sorri e ela corou.

-Ouvi você falando sozinho, tá ficando abestado, é? – perguntou, chegando perto de mim. Muito perto. Coloquei a mão na cintura dela e ela, no meu rosto.

-Abestado não, mas apaixonado sim. – respondi, aproximando nossos rostos. Ela é apaixonada por mim e digamos que eu sou apaixonado por ela. Mas não somos namorados.

-OOOOOO POMBINHOS! – Malena brotou do infinito e além, berrando. E adivinha com quem ela estava? Ninguém menos que sua namorada, Barbie. – NÃO É HORA DE ROMANCISMO AGORA, OK? Barbie, peça o quê você quer com ele logo.

-Tudo bem... Vilhena...

Eu nem ouvi o quê ela disse, nem era tão importante assim. Apenas me lembrei de alguns anos atrás.

FLASH BACK: ON

-Me devolve, Pac! – choraminguei. Pac pegou meu trabalho de Ciências.

Eu odeio o Pac, ele é um idiota. Ele vive pegando minhas coisas e escondendo. Eu não gosto dele, ele cola coisas em mim e faz com que ninguém queria ficar comigo. Minha mãe me disse que ele é apenas um bully idiota mas um dia eu vou revidar. Ah, se vou.

FLASH BACK: OFF

Eu vou ter minha vingança.

Mike’s POV

...

Já são dez da noite. Estava quase pegando no sono quando ouço uma batida na porta. Grunhi e me virei para a porta.

-Mike? – a voz de anjo de Mika irrompeu o silêncio do meu quarto.

-Oi, minha princesinha. – limpei meu olho – o quê aconteceu?

-Eu tive um pesadelo...

-Ai meu Deus, venha cá então. – respondi à não-pergunta dela e ela correu pra debaixo das minhas cobertas. – como foi o pesadelo?

-Feio. Eu sonhei com a mamãe- respondeu, despertando minha curiosidade – ela era um fantasma e o Scooby-Doo não veio me salvar. Ela fazia barulhos esquisitos com a boca e veio pra cima de mim.

-Como eram os barulhos?

-Eram tipo quando você rala seu joelho porque estava correndo na rua. – seus olhinhos verdes estavam marejados e entendi que ela quis dizer “gemidos”.

-Mika... vai ficar tudo bem, quer ficar aqui comi... – tentei convidá-la pra passar a noite no meu quarto mas ela já tinha caído no sono, em meus braços. Dei um beijinho na testa dela e a deixei dormir ali. – boa noite, Mika.

...

Merda de despertador.

-Bom dia, Mika – disse, tentando sorrir mas minha cara estava tão amassada que era capaz da menina ter um enfarte ao ver minha cara.

-Bom dia, Mike! – pulou em cima de mim. Ela ficou em cima da minha barriga e riu. É assim? Então tá. Apertei a barriguinha magrela dela e ela se contorceu por causa das cócegas.

-Eu te dou cinco segundos pra se esconder, se não eu vou fazer cócegas em você como se não houvesse amanhã! – disse, e ela saiu correndo, rindo. Vi ela se escondendo atrás da porta do meu banheiro e consegui alcançá-la. Fiz cócegas no pescoço dela e a brincadeira foi interrompida pelo meu pai. – melhor você ir lavar o rosto, Mika.

Ela assentiu e eu abaixei a cabeça perante meu pai. Não dissemos nada e eu fui me arrumar.

...

-Então gente, é assim que fazemos para descobrir uma molécula subatômica misturada com uma molécula atômica. – a professora explicava. (Nota: a autora da Fanfic não entende nada desse assunto, ela ainda está no oitavo fucking ano, perdoem-na).

-Professora, com licença! – professor Monark chegou na porta com uma prancheta dourada nas mãos. A professora assentiu e ele entrou – Então galera, hoje nós iremos separar o time e revelar a modalidade nova. Sem mais delongas... a modalidade nova será... ESGRIMA!

COMO É?! Ouvi Cellbit “cuspir” o nada e a sala encarar Monark com cara de “WTF?!”

-É, sei que vocês ficaram surpresos mas agora eu preciso saber quem é que vai entrar pro time desse ano – anunciou e os alunos ergueram as mãos – Certo... Pac, Wolff, Jv, Rezende, Kaike, Vilhena, Spok, Authentic, Cauê... Cauê?! Enfim, Kroni, Val... certo. Esse será o time da nossa escola, junto com Tayr e o PlaayDark da outra sala? Ok.

Cellbit ainda estava incrédulo com o quê o professor disse, estava boquiaberto ainda.

-Cellbit, fecha a boca que entra mosca. – sussurrei para o loiro e ganhei um tapinha fraco como resposta.

-Time da ginástica? Ok, Barbie e Moon? Time da dança? Imbizita e Kaike. Só? – anotou os nomes – beleza, agora quem serão os corajosos que irão se arriscar em esgrima?

Cellbit imediatamente levantou a mão, logo depois Wolff, seguido de Rezende, Jabuti e Kroni. Eles sabem esgrimir...?

-Beleza galera, muito obrigado à vocês e à professora. Hoje, nas nossas últimas três aulas serão os treinos, ok? Agora eu vou-me. Tchau!

Se foi.

-Mano, esgrima! Que insano! – exclamou Cellbit – eu adoro esgrima! Faz tempo que eu não pratico mas acredito que ainda estou muito bem nisso.

A sala estava tumultuada com a nova modalidade insana que nos propuseram. Não me inscrevi em nada, ficarei apenas na torcida. Ganhamos pontos com torcida também, por sorte. Pac me olhou animado e eu respondi com um joinha.

-Sorte que o Cafeinado não se inscreveu em esgrima, se não estaríamos fodidamente fodidos! –zombou Wolff. A “panelinha” dele riu, inclusive Pac. Fitei-o severamente e para minha surpresa, Pac defendeu o Cafeinado.

-Cala essa boca gorda, Wolff. Cada um tem sua habilidade, eu concordo que não seria uma boa coisa ele se inscrever mas isso não é motivo para você zombá-lo! – após dizer isso, ele ficou vermelho.

A sala ficou silenciosa por alguns segundos.

-WOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOW – berrou Kaike.

-TUA MÃE! – berrou Springles.

Eles foram repreendidos pela professora e eu estava morrendo de rir por dentro. Olha só, Pac já está defendendo pessoas. É só o começo de uma coisa maravilhosa. Bem, é isso que eu acredito. Sorri para ele novamente e ele sussurrou “obrigado” para mim. Sei que sensação é essa, é a sensação de “fazer uma coisa boa”. Estou... orgulhoso dele.