História No pain, no game. - Answer

Sakura pov's

Assim que pulamos consegui ouvir o silvo de flechas passando por nós, e no meio da confusão subaquática me perdi de Sasuke. Quando voltei a tona sobre a água consegui me segurar na margem tossindo enquanto me arrastava, não aguentando por muito tempo, me virei e vomitei os litros d’água que engoli me permitindo ficar estirada por alguns minutos em meio as pedrinhas de cascalhos e terra úmida.

Quando me recuperei o suficiente resolvi levantar e ir procurar por Sasuke, comecei a calcular aonde ele poderia estar, à última vez que o vi foi nos breves segundos de queda depois disso e até agora não consegui achar nenhum rastro seu.

- Bom, se eu consegui me segurar em alguma coisa ele também deve ter feito o mesmo.  - Pensei enquanto estremecia de frio.

Comecei a caminhar mais rápido, tanto pelas nuvens de chuva que se formavam quanto pelo tempo que se passava e nada de encontrá-lo. Assim que começou a chover dessa vez passei a correr e no meio do impulso dei de frente com alguns dos guardas.

- É ela! Atirem. – Gritou um velho barbudo com um arco e flecha na mão, desviei com facilidade e ataquei o da esquerda e mais próximo com um soco direto na garganta, o segundo tentou agarrar meu braço, mas graças a chuva seu toque foi em vão e sem piedade quebrei seu braço. – Quem é você garota? – Voltou a perguntar o velho tempo o suficiente antes de pô-lo para dormir.

Ofegante pelo breve esforço voltei a correr, e pela posição do sol mesmo escondido, já deve ser meio dia isso significa que estou a uma manhã inteira a sua procura.

"Se acabarmos perdendo contato, volte para a vila sem mim."

Tsc, não, eu me recuso a te obedecer Uchiha. Cerrei o maxilar e as mãos ao imaginar seu corpo de bruços boiando em meio ao rio, afastei essa imagem e me concentrei melhor a minha volta, vez ou outra dando uma olhada no meio do rio.

Seu Uchiha idiota, quando eu te encontrar se prepare eu...eu vou te... Deixei a frase morrer quando os arbustos se mexeram e de lá o moreno saiu, todo ensopado e ofegante.

- Que merda garota, aonde você se meteu? - Perguntou. Não sei bem ao certo o que eu estava sentindo, se era raiva ou felicidade, ou ambos. Exclui o espaço que tinha entre nós e o soquei no braço tentando esconder as lágrimas de alivio que rolavam livre pelo meu rosto.

- Seu imbecil, idiota e arrogante, eu vou te bater se fizer isso novamente. - Não sei o que era mais reconfortante, ver que ele estava vivo novamente ou ver seu sorriso de canto.

- Temos que irmos embora logo.

***

- Espera só um pouquinho, deixa eu digerir tudo. - Pedi com calma. - Na noite anterior você foi até o quarto da Katrina, você a embebedou o suficiente para lhe contar que tem relações com o tio dela? O rei regente?

- Isso...

- Mas o que isso tem haver exatamente com a vila, com Konoha?

- Depois que ela aparentemente dormiu fui para o gabinete do rei e encontrei umas cartas escondidas onde o remetente da carta afirmou saber dos planos do rei e do relacionamento que ele tem com Katrina.

- Mas quais seriam esses planos? - Perguntei

- Não sei.

- Ontem de tarde eu encontrei um túnel abandonado abaixo da vila, planejava ir hoje investigar. - Comentei dando de ombros

- Não valeria a pena, se a história da vila for verdadeira, esses túneis teria sido construído por K'oham para impedir uma enchente. - Disse Sasuke com um ar de dúvida.

- Hum. Então deixa ver se entendi perfeitamente. A vila aparentemente não tem nada haver, então não é um caso de rebelião, o problema está diretamente ligado ao rei e este está sendo chantageado, porém isso não tem nenhuma relação com Konoha. Certo?

- Aparentemente é isso mesmo.

- Então, perdemos duas semanas a toa? E o príncipe Dorian? Ele está envolvido com alguma coisa?

- Tsc, acho que não.

- Será que eles conspiram contra o reinado de Dorian? Pelo que ele me disse daqui a uma volta da lua, ele já estará pronto para governar a vila.

- Você andou conversando com ele?

- Algumas vezes. - Respondi dando de ombros antes de passar a morder a ponta do meu dedo. - Tem algo nessa história que não faz sentido.

- Tsc. Que lugar é esse? - Perguntou Sasuke quando finalmente achamos a taberna do qual eu havia mencionado.

- Bom, o antigo dono mantinha esse lugar como uma casa dos prazeres misturado com a máfia, mas agora e só uma estalagem que oferece alguns serviços.

- Ou seja, uma casa de prostituição disfarçada? - Perguntou Sasuke semicerrando os olhos.

- Não extremamente, as garotas são apenas... – Tentei justificar, porém não consegui. – Apenas fique de boca fechada. - Resmunguei enquanto batia na porta.

Sasuke pov's

- Ai meu Kami, quanto tempo! - Gritou aparentemente a chefe do lugar, uma senhora gorda das bochechas estranhamente rosas demais com um cabelo castanho enrolado em volta da cabeça que corria em nossa direção como uma predadora caçando o jantar.

- Sim. - Respondeu Sakura meio esganiçada pelo abraço do urso.

- Meu Deus, como você está linda, olha só essa cintura! - Comentou enquanto a apalpava fazendo Sakura corar e rir sem jeito.

- Quem é o bonitão? - Perguntou parando subitamente ao notar minha presença.

- Eu sou...

- Ele é meu amigo, parceiro, colega... somos da mesma vila. - Respondeu Sakura me cortando. - Por uma medida de segurança a gente evita de trocar nomes. - Explicou Sakura dando de ombros. Bem inteligentes.

- E então? Em que posso ajudá-los?

- Precisamos de um lugar para passar a noite. - Disse Sakura

- E de algumas respostas. - Acrescentei

- Como poderia negar algo para rostinhos tão lindos como esses? Venham me sigam. - Disse a senhora enquanto subia as escadas de madeira antes de parar em frente a uma porta no final do corredor - Bom, não é muito, mas o único quarto que tenho é este, não é muito grande, mas é o suficiente para duas pessoas, porém só tem uma cama de casal

- Não há problema, nós dois dormimos juntos - Disse Sakura.

- Não tenho dúvidas quanto a isso. - Disse a Governanta com uma malicia disfarçada. – Aliás, vou precisar de um favor em troca.

- Do que você precisa? – Peguntou Sakura

- Uma das minhas garotas foi até a vila fazer compras e com esse tempo ela deve voltar apenas amanhã. Você apenas tem que servir as mesas, porém alguns caras vão tentar te tocar, eu apenas te peço para não responder com violência. Tudo bem? – Disse a velha gorda.

- Ah sim, eu ajudo.

- E então? O que você precisa saber criança? - Perguntou para mim

- Como é o reinado do rei Mario?

- Hum? Ele não é um rei ruim, ele ama sua vila e sua família, mas também não é perfeito, como por exemplo, ele visita esta casa pelo menos uma vez ao mês, e também segundo minhas garotas, o rei mantém relações sexuais com sua sobrinha, a princesa Katrina.

- Isso eu confirmo. - Disse enquanto me sentava ao pé da cama.

- Minha querida, por que você está vestida como uma criada?

- Eu estava usando isso como um disfarce até a septã me encontrar e me...me mandar até um quarto junto com outras cinco garotas.

- Ah sim, também tem isso, uma de minhas garotas serviu a mansão como criada e disse que o rei faz uma seleção entre as criadas para fazer sexo.

- Ai meu Kami qual o problema desse cara? - Perguntou Sakura irritada. - E, aliás, quem é K'oham?

- Pelo que entendi esse seria o salvador da vila, um homem que deu a vida para salvar seu povo de uma inundação divina. - Respondi

- Hum, até parece! Essa é só uma das historinhas medíocres que inventaram para fazer esse cientista louco como um cara magnífico.

- Como assim? - Perguntou Sakura voltando a dar total atenção.

- Bom, K'oham de fato foi o criador da vila a muitos e muitos anos atrás, ele realmente foi abusado pelo pai junto com os irmãos e o matou por causa disso, e dizem que pela culpa e pelo remorso ele se concentrou em estudar e ser um cientistas e assim criar jutsus brilhantes e práticos, até ai essa é a história que se sabe o resto se perdeu com o passar dos anos, dizem que há uma cadeia de túneis abaixo da vila...

- Isto eu acho que é verdade, eu encontrei a entrada de um. - Comentou Sakura.

- Uma das teorias fala que realmente era para escorrer a água das tempestades da época, outra diz que era para os experimentos dele e outros dizem que esses túneis já estavam lá.

Conforme o silêncio se instalava tentei me concentrar melhor em lembrar sobre o texto, o que mais havia de estranho além de letras maiúsculas em meio a palavras?

- Por acaso as letras V, D e E te faz algum sentido? - Perguntei ao me lembrar dessas letras e por bastante tempo achei que não seria nada mais importante do que um erro de gramática, até que a Governanta arregalou os olhos e começou a tremer.

- Ah crianças, aonde vocês foram se meter?

- O que foi? Por favor, conte-nos. - Pediu Sakura segurando uma de suas mãos.

- Minha família é uma das mais antigas dessas terras e antigamente eles tinham sua própria língua, um idioma conhecido como Valeriano, mas hoje considerada com língua morta. Lembro de quando era criança e vi no caderno do meu avô as siglas VDE e VMH. - Disse dando uma pausa para tentar se recompor. - Ele me explicou que esse VDE é a forma simplificada de "Valar Dohaeris", na nossa língua seria algo como "todos os homens tem de servir" e que VMH, "Valar Morghulis", significa "todos os homens devem morrer".

Não sei bem ao certo o que significa essas palavras ou do motivo de me causar um arrepio na coluna, notei que Sakura deu um passo involuntário para trás.

- Mas essas siglas VDE e VMH, fariam parte do que exatamente? Uma seita?

- Sim. - A senhora assentiu com ar penoso.

- Mas uma seita do que exatamente? – Voltei a questionar.

- Eu não sei, nunca procurei me informar. - Respondeu desviando os olhos. - Queiram me desculpar, mas é tudo que sei, e se não tiver mais nenhuma perguntar eu preciso ir cuidar das minhas garotas.

- Eu tenho só mais uma última pergunta. Antes de sairmos de lá, eu olhei em uma carta onde o rei Mario estava sendo chantageado de ter os planos estragados. Você tem algum palpite sobre quais planos seriam esses?

- Não, sinto muito, mas seria sensato da parte de vocês não se meterem nos assuntos do Rei, ele pode ser um homem misericordioso quando quer. – Avisou enquanto dava as costas para nós. - Bom, daqui a pouco eu mandarei comida e roupas para vocês.

- Sim, obrigado. - Agradecemos antes de a mesma sair. Sakura fechou a porta e alisou o vestido enquanto caminhava até mim.

- Deixe-me cuidar de você. - Disse Sakura se ajoelhando a minha frente afastando o cabelo para o lado, de forma que eu pude notar que seus seios estavam arrepiados sob o tecido fino do vestido. Engoli em seco.