História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 13

Lauren me mandou uma carta. Lauren foi pra reabilitação? Como? Quando?

Eu tinha tantas perguntas, mas não sabia se deveria ir atrás das respostas. Estava confusa.

Ela escreveu que quer melhor por mim. Mas na verdade ela tem que melhorar por ela.

Decidi ir vê-la e perguntar sobre tudo.

Sai do meu quarto e fui em direção ao dela com a carta em mãos. Chegando à porta de seu quarto exitei por um minuto, mas tomei coragem e abri a porta rapidamente. Lauren estava deitada em sua cama olhando para o teto.

Assim que abri a porta ela me olhou assustada e se levantou. Parecia estar com receio de mim.

“Eu quero que você me explique isso aqui, Lauren” Falei jogando a carta pra ela.

“Explicar o que exatamente?” Ela perguntou com a cabeça abaixada.

“Oras, como você foi pra reabilitação? Você nem avisou, simplesmente sumiu. Que reabilitação é essa? Como foi tão fácil assim ir e voltar? O que você fez lá? E quero que me explique o que sente por mim.”

 “Uau, são muitas perguntas” Ela disse dando um meio sorriso.

“Irei te explicar tudo, prometo” Continuou.

“Estou esperando” Eu disse impaciente, porém com muito medo das respostas.

 “Sente aqui comigo.” Ela pediu sentando na cama.

 Sentei ao se lado, um pouco longe demais, mas não me movi para mais perto dela, não ainda.

“Bom, naquela noite, assim que você saiu do casebre eu comecei a me arrepender. Sabia que eu tinha feito algo muito errado, fiz sem pensar e usei minha raiva como motivo para tal decisão. Mas eu sei Camila, que não foi a decisão certa. Acabei usando drogas, sozinha, Lucy saíra de lá também assim que conseguiu o que queria comigo.” Ela dizia todas as palavras olhando nos meus olhos. Eu apenas fiquei imóvel ouvindo pacientemente.

 “No outro dia sabia que eu não deveria ir atrás de você de novo, eu não poderia pedir que me desculpasse, não merecia. Pensei e me martirizei o dia todo até que me lembrei de um folheto de uma reabilitação próxima daqui, eu fiquei sabendo dessa reabilitação antes de entrar aqui. Vi que não era tão cara então decidi ir. Apenas peguei minhas coisas e fui até lá. A diretora Benson não criou problemas com isso porque eu inventei uma desculpa que iria visitar um parente doente. Eu aceitei ficar apenas um mês lá, era o que minhas economias pagariam, então eu aproveitei cada segundo. Fui a todas as reuniões internas, participei de todas as atividades, tomei todos os remédios que me receitavam sem pestanejar. Eu consegui fazer tudo isso porque eu só pensava em você, não passei um segundo sequer sem pensar em como eu queria te ver, te beijar e te falar tudo o que eu sinto. Não sabia se você iria me aceitar de volta, mas eu tinha que tentar Camz.” Ela estava chorando quando terminou de contar sobre o que passou na reabilitação e eu continuava imóvel.

Depois de processar tudo o que ela tinha me falado eu me sentei mais perto dela e coloquei meus braços ao seu redor, ela colocou seu rosto em meu ombro e chorava de soluçar.

 “Ta tudo bem agora, Lauren.” Eu falava enquanto passava minhas mãos pelas suas costas a fim de acalmá-la.

 “Não estará tudo bem até você me perdoar.” Ela disse com sua voz embargada de choro.

“Perdão vem com o tempo, Lauren. Eu não posso mentir pra você e dizer que te perdoei sendo que todos os dias vou acordar com receio de que tudo aconteça de novo. Se melhorou de verdade iremos ver com o tempo, você vai me mostrar” Eu disse sincera.

“Tudo bem, Camz. Eu vou te mostrar.” Ela falou se aconchegando melhor em meus braços e se acalmando.

“Acho que você não respondeu todas as minhas perguntas sobre aquela carta, Lauren” Lembrei-a.

“E o que falta, Camz?” Ela sabia o que faltava, mas perguntou para me ouvir perguntando de novo.

“O que sente por mim?” Fiz o que ela queria, repeti a pergunta.

Senti o corpo dela enrijecer contra mim, ela não parecia muito confortável com a pergunta. Depois de alguns seguindo ela saiu do meu abraço, meus braços estavam até dormentes, mas eu não me importava. Ela me encarou com aqueles olhos verdes maravilhosos enquanto pegava minha mão para acaricia-lá.

“Não é fácil eu falar sobre meus sentimentos. Nunca fui assim. Eu quero que entenda que o que eu vou fazer agora é algo que eu nunca fiz e tenho medo de qual vai ser sua reação, mas eu preciso falar não importa o que acontecer depois. Desde que eu te conheci eu não conseguia tirar meus olhos de você, eu não sabia o porquê, apenas te seguia com os olhos em todos os lugares que estava. Eu fui até nas aulas para te ver, e ir ás aulas é algo que não faço você sabe.“ Ela disse essa ultima parte sorrindo por achar bobo o fato de ir às aulas apenas pra ver uma garota. E na realidade era.

“Eu não sei quando isso começou, não sei qual foi o exato momento, qual foi o olhar que despertou isso em mim, ou o primeiro toque, eu não lembro qual o momento que eu me apaixonei por você, Camz. Demorei alguns dias para perceber e entender tudo o que eu estava sentindo, como o porquê minhas mãos tremem antes de tocar seu rosto, porque meu corpo quer estar sempre próximo ao seu ou como meu cérebro não consegue fazer outra coisa além de sussurrar seu nome.” Nesse momento eu iria falar alguma coisa, mas ela me interrompeu.

“Eu não sei o que você fez comigo, mas eu posso dizer que foi pra melhor. Você melhorou minha vida de uma maneira inexplicável. Eu me sinto feliz quando estou ao seu lado e agora tudo faz sentido, agora eu sei por que eu sentia tudo diferente quando te via. Eu amo você, Camila.” Ela terminou de falar e ficou olhando para mim e para o meu silêncio.

Lauren conseguiu me deixar sem palavras. Eu ainda estava processando tudo o que ela havia dito. Foram as palavras mais lindas que eu já ouvi, mas eu não sabia o que eu deveria fazer. Eu queria me jogar em seus braços e falar que também a amava, mas havia uma ferida aberta ainda. Eu não queria depositar todas as minhas esperanças em Lauren, não agora, mas não conseguia me controlar.

Enquanto eu pensava ela continuava me olhando. Depois de alguns minutos me olhando ela parecia ter entendido meu silêncio como uma forma de rejeição, abaixou sua cabeça e retirou sua mão da minha.

“Tudo bem, eu entendo.” Ela disse, se referindo ao meu silêncio. Ela estava quase se levantando visivelmente triste até que eu a segurei pelo pulso.

“Sente aqui, eu estava pensando.” Eu disse.

“Pensando em quê? Conte-me” Ela pediu.

“Em tudo o que você me falou, eu não estava esperando isso.” Fui sincera com ela, realmente não estava esperando.

“Então isso é uma rejeição?” Ela perguntou desolada.

“Não, em partes.” Respondi.

“Como assim, Camz?” Vi um pouco de esperança em seus olhos.

“Eu não superei completamente o que aconteceu. Não sei se consigo continuar de onde paramos. Mas podemos tentar começar de novo, o que acha? Primeiro, sendo amigas.” Ela não gostou muito da ideia ao observar pela sua reação.

“Se isso significar que eu posso ficar perto de você, tudo bem. Mas não vai durar muito tempo esse negócio de amigas, você sabe né?” Ela disse com aquele sorriso safado de sempre.

“Vamos ver Jauregui.” Respondi.

“Dorme aqui hoje?” Lauren perguntou depois de alguns segundos me olhando.

“Não sei Lauren.” Respondi, acabei de falar pra sermos amigas e ela me pede pra dormir no mesmo quarto que ela, não seria fácil.

“Por favor, eu ainda estou com saudades.” Ela insistiu com a clichê voz de bebê.

“Tudo bem, amigas podem dormir juntas.” Eu disse, enfatizando que estamos tentando ser apenas amigas.

No quarto de Lauren só tinha uma cama, então iriamos dormir bem juntas.

Ela foi para o banheiro colocar seu pijama, quando Lauren voltou eu vi seu pijama se tratava apenas de uma cueca boxer preta e uma camiseta um pouco grande demais para ela. Eu não sabia que ela usava cueca, não sabia muitas coisas sobre ela, aliás. Quando dormimos juntas ela dormia sempre com algum short ou bermuda grande o bastante para eu não ver o que havia ali no meio. Desta vez eu consegui ver, senti o rubor em minha face, mas não mencionei nada, não queria deixá-la constrangida.

Lauren me deu uma camiseta igualmente grande para eu colocar e um shortinho dela, fui para o banheiro e resolvi colocar apenas a camiseta, assim fiquei apenas de calcinha na parte debaixo. Não dava pra ver muita coisa com essa camiseta gigante, então não me incomodei.

Abri a porta e vi Lauren devidamente deitada e coberta, com um dos braços atrás da cabeça enquanto me olhava com um sorriso no rosto.

“O que foi?” Perguntei, pois seu sorriso estava grande demais.

“Não colocou o short que eu te dei.” Ela percebeu. Fiquei com muita vergonha, mas não deixei transparecer.

“Lauren, somos amigas, não devo ter vergonha de você, e o short não adiantaria em nada, olha o tamanho dessa camiseta.” Respondi mostrando pra ela que a camiseta ia até o meio de minhas coxas.

“Tudo bem, senhorita. Se amigas não precisam ter vergonha durma pelada.” Ela disse rindo.

“Não abuse, senão vou pro meu quarto.” Falei brava.

“Desculpa linda. Vem dormir logo.” Ela disse. Apaguei a luz do quarto e andei até a cama para deitar ao lado dela, virada para o lado oposto.

“Boa noite” Lauren sussurrou em meu ouvido.

“Boa noite” Respondi de volta.

 Eu não iria conseguir dormir, não com aquele corpo quente e gostoso atrás de mim. Mas faria de tudo pra espantar tais pensamentos.

Depois de alguns minutos tentando dormir sinto a mão de Lauren em minha cintura.

“Lauren!” a repreendo, mas não tiro a mão dela de lá, ela estava fazendo carinho. Carinho não se nega.

“Amigas fazem carinho” Lauren provoca.

Eu não digo nada, apenas fico sentindo a mão dela apertando minha cintura, depois indo pra minha coxa dedilhando todo o caminho com sua mão leve.

Eu não iria aguentar muito tempo, eu queria falar pra ela tirar a mão dali. Mas eu não conseguia.

“Eu não estou conseguindo dormir, não tem nada que possamos fazer?” Lauren sussurrou em meu ouvido e ao terminar sua frase ela mordiscou o lóbulo da minha orelha enquanto sua mão que antes estava fazendo carinho em minha coxa, agora estava percorrendo toda a lateral do meu corpo.

Eu não iria aguentar.

“Droga, Lauren!” Resmunguei para ela antes de me virar completamente e subir em cima dela, atacando seus lábios com ferocidade e saudades acumulada.

Com certeza essa noite seria longa, mas de um jeito bom.