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História No Permanent Damage. G!P - Capítulo 8


Escrita por: Leriguey

Capítulo 9 - Capítulo 8


Fiquei um tempo olhando para ela e para o seu pedido na janela. Eu queria poder ficar.

Meus pais começaram a me chamar pra entrar no carro e eu não tive outra escolha senão obedecer. Fui andando para o carro e antes de entrar olhei de novo para ela. Mas ela não estava mais lá. Droga, Lauren, porque não me disse isso antes, quando eu estava no seu quarto esperando por um pedido que só chegou muito tarde?!

 

 

 

Pov Lauren

 

Camila se foi. Como eu vou conseguir ficar sem ela 3 dias?

É cômico pensar o quanto preciso dela, observando que, antes dela chegar aqui, eu não precisava de ninguém. Eu não entendi o que ela me fez, mas toda vez que eu olho para ela eu me sinto melhor de alguma forma.

Eu sempre fui uma pessoa miserável, triste, estou aqui neste internato faz pouco mais de 1 ano.

Conheci Dinah assim que entrei, ela é legal e eu queria conseguir deixar que alguém me conheça.

Lucy é apenas uma apaixonada por mim e confesso que tiro vantagens disso, ainda mais quando estou em efeito de anfetamina.

Falando nisso, comecei a injetar depois que algo horrível me aconteceu. Meus pais descobriram depois de me ver louca no meu quarto e me mandaram pra cá, porque não querem um fardo com tantos problemas. Eles realmente não se importam para nada além deles.

Eu só espero que eu consiga ficar bem.

 

Primeiro dia sem Camila

 

Eu estou tentando com todas as minhas forças não pensar em usar drogas.

Estou em meu quarto, trancada. Eu preciso do sono e ele não vem. Não há nada que eu possa fazer, em meu quarto só tem minha cama.

Mudei-me há pouco tempo para cá, antes eu dormia no quarto de Camila com uma colega de quarto, Keana.

Ela era linda e legal. Talvez ela tenha sido uma amiga para mim na época. Mas eu não fui uma amiga para ela. Eu a influenciei.

A persuadi para usar drogas comigo. Um dia ela usou demais, eu disse para ela parar, mas não me escutou.

Ela teve uma overdose, a levaram para o hospital e no dia me mandaram para esse quarto abandonado como uma forma de castigo, pois achavam que tinha sido minha culpa. Infelizmente eles estavam certos. Ainda me culpo pelo o que aconteceu e eu só espero que ela esteja bem.

Quando ela voltou do hospital foi embora a mando de seus pais. Eu nunca aceitei ir para o outro quarto de novo, até Camila aparecer.

 

Resolvi passear um pouco para pegar no sono. Eu não costumo dormir tanto, apenas quando quero esquecer as coisas. Saio do meu quarto e fico caminhando entre os corredores, aproveito para comer um pouco no refeitório.

Não há muitas pessoas no prédio, já que é feriado, tomaram os mesmos caminhos que Camila, indo para casa dos pais.

Eu queria ir para a minha casa, deitar na minha cama e olhar mais uma vez para o meu quarto. Eu não vou pra lá desde que estou aqui, também não tenho notícias de meus pais. Apesar de ter certeza que minha mãe queria falar comigo, meu pai não permitiria.

Depois de comer resolvo ir para o lado externo, encontrar a Dinah, ela sempre fica numa pedra gigante que tem perto de um lago, fumando maconha. Esse internato de rígido não tem nada. Muitas pessoas aqui usam alguma coisa. Serve apenas para nos concentrar num lugar só longe da sociedade. Tenho certeza que os pais da Camila não sabem disso, ela não deveria estar num lugar como esse.

Chegando perto da pedra já avisto Dinah sentada na pedra com seu cigarro de maconha na mão e olhando para o lago.

“Oi” Falei para ela. Ela quase caiu da pedra ao me ouvir, deveria estar muito concentrada.

“Caralho Lauren, você quase me matou de susto. O que quer?” Ela disse grossa como sempre, e assim como eu. Somos meio parecidas em alguns aspectos.

“Estou sem nada para fazer, ai vim conversar, passar o tempo” Tentei soar o mais simpática possível, mas creio que esse dom eu não tenho.

“Hm, ta estranha. Você está sóbria, Jauregui?” Ela perguntou citando meu sobrenome.

“Estou, por enquanto.”

Ela apenas balançou a cabeça.

“Quer um pouco?” Ela me perguntou oferencendo o seu cigarro ilicito.

“Não, obrigada.”

“Surreal você negar maconha, Jauregui. A Camila te colocou na linha?” Ela disse com um tom sugestivo.

“Vá se foder, Dinah. Não tem nada a ver com a Camila” Na verdade tinha tudo a ver com a Camila. Quando eu a empurrei fiquei com muito remorso e arrependimento, nunca quis e não quero machuca-la de novo.

“Tudo bem se não quer me falar. Mas se ela estiver te mudando pra algo bom, eu gosto dela” Isso foi fofo da parte de Dinah, mas nunca iria falar.

“Ok, ok. Vou ir, amanhã vai ser um dia e tanto. Boa noite, Dinah” eu disse para ela já saindo da pedra.

“Boa noite, Jauregui. E boa sorte amanhã” Ela disse sincera.

A vida de uma pessoa viciada por qualquer coisa que seja é muito difícil. Quando falamos que é difícil uma pessoa parar de beber cerveja ou de fumar cigarro, não é exagero.

No meu caso também não é. Tenho várias crises de abstinência sempre que resolvo parar de usar, nessas abstinências eu me rendo e volto. Tudo tem que ser um dia de cada vez, mas eu sempre falho. Consegui passar hoje com muito esforço, espero que amanhã não seja diferente.

 

Segundo dia sem Camila

 

Acordei com uma enxaqueca tremenda, não conseguia nem ouvir meus pensamentos. Mas com certeza eu conseguia ouvir as vozes, alto e claro. As vozes ficavam me dizendo para fazer o que eu não queria.

‘Você está com vontade e você sabe’

‘Camila não precisa saber. Ninguém vai saber’

‘Vai ser só hoje, vamos. Amanhã você consegue parar de novo’

‘Não seja idiota, você precisa disso pra não se sentir um lixo’.

E ficava repetindo e repetindo várias vezes. Eu estava soando frio, o que indicava uma abstinência chegando. Eu não iria suportar.

Estava ficando louca, com aquelas vozes. Respirei fundo e fui jogar água no rosto.

Decidi me trancar no quarto e jogar a chave fora. E fiz. Joguei a chave pela janela, não quis ver onde caiu. Eu não poderia de forma alguma sair daquele quarto.

Revirei minhas coisas atrás de algum rémedio, alguma coisa que me faça dormir ou ao menos me acalmar.

Encontrei uma única pílula de rivotril jogada no fundo da gaveta. Isso iria bastar até amanhã.

 

Terceiro e último dia sem Camila

Eu despertei muito pior do que fui dormir. As vozes estavam mais altas ainda, porém, desta vez, eu sentia muita vontade. Só de pensar em usar aquilo eu me arrepiava inteira.

Fui direto para o banheiro tentar lavar a vontade tacando água no meu rosto, não deu certo.

“Você não vai conseguir, Lauren.” Desta vez não eram vozes que falam dentro da minha cabeça. Era eu. Falei olhando para o meu reflexo no espelho como se fosse um monstro.

“Você está sozinha, não vai conseguir ficar sem usar por muito tempo. Nós sabemos disso, então pare de se torturar e vá logo”.

Sem pensar duas vezes dei um soco no espelho, minha mão ficou toda cortada e ensanguentada, eu clamei todos os palavrões possíveis com a dor que emanava da minha mão, da minha cabeça e do resto do meu corpo que pedia por uma única coisa.

Enrolei um pano em minha mão e decidi sair daquele quarto. Decidi fazer o que eu precisava. Eu não iria aguentar.

Ao tentar abri a porta lembro que joguei a chave fora. Mas isso não me parou. A janela não estava trancada.

Saltei por ela e fui em direção ao meu casebre. Eu não conseguia pensar em nada a não ser usar o que meu corpo ansiava.

Na metade do caminho eu não aguentava mais a demora, comecei a correr insanamente. Cheguei lá e fui abrindo a porta indo direto para o cômodo em que estão guardados os utensilíos. Peguei a seringa e o frasco que continha a droga. Preparei-a corretamente e fiz um torniquete mal feito em razão da pressa. Nada supera a sensação de injetar isso em mim. Em questão de segundos todas as vozes sumiram, as dores sumiram. Eu não estava me sentindo cansada nem desesperada por algo como em alguns segundos atrás.

Não iria ficar lá de forma alguma, afinal essa droga faz as pessoas ficarem agitadas, comigo não é diferente.

Guardei tudo o que eu tinha usado, descartei outras coisas. Fui em direção ao prédio. Encontrar a Lucy.

Não tinha quase ninguém no prédio, mas eu sabia que Lucy estaria, pois ela também nunca sai daqui. E ela me diverte quando eu preciso. E definitivamente eu estou precisando.

Caminhei por todos os corredores que encontrei a fim de achá-la. Não teria certeza onde ela estaria agora. Passei pelo refeitória e ela estava lá, comendo com o restante dos solitários.

Ela me viu assim que eu entrei. Fiz um aceno com a cabeça para que ela me seguisse e fui para o meu quarto. Em alguns momentos eu olhava para ver se ela estava vindo e estava.

Entrei no meu quarto e esperei uns segundos com a porta aberta para que ela entrasse. Assim que ela entrou eu fechei a porta e empurrei-a contra a parede e comecei a beijá-la de forma frenética e impaciente.

“Oi primeiro, Lauren” Ela falou quando eu movi minha boca para seu pescoço.

“Não dificulta Lucy. Você sabe o que eu quero. Se não quiser também pode ir embora”.

Eu disse olhando para ela com um olhar não muito convidativo. Eu estava realmente irritada, agitada, eu queria fazer sexo com ela logo, como sempre fizemos quando estou nesse estado.

“Não quero ir” Ela disse me beijando.

“Ok” Limitei-me com a resposta para que pudessemos fazer logo. Tirei a camiseta dela e a peguei no colo levando-a até minha cama. Joguei-a lá e me deitei em cima dela, beijando em todos os cantos e passando as minhas mãos em outros, tirei toda a roupa dela. Quando ia tirar a minha ouço alguém abrir a porta.

Congelo na hora quando olho para trás e vejo quem está olhando sem piscar para a gente.

“Camila?” Faço uma pergunta óbvia e retórica, mas também assustada.

“Não iria voltar só amanhã?” Pergunto outra coisa me levantando e indo até ela.

Camila não me responde. Camila não me olha. Camila só foi embora.

Outra vez.

 

 



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