História No Ritmo do Coração - Nove: Forma do Calor

–Você sabe o significado do meu nome em japonês? –perguntou Ayumi, sorrindo bobamente para mim.

Fiz que não com a cabeça, esperando sua resposta. Nesse instante, nós estávamos no sofá da minha sala, ela com a cabeça deitada em meu colo. Enquanto falava, eu mexia em suas madeixas brancas levemente bagunçadas.

Quando Branca, minha gatinha de estimação, pulou no sofá e deitou-se próximo de nós, Ayumi sorriu e a pegou para um pequeno afago, murmurando:

–Ritmo. Ayumi significa ritmo.

Um pequeno silêncio se fez presente, mas logo em seguida soltei um pequeno riso, o que a fez ficar sentada para encarar-me nos olhos, curiosa:

–O que foi?

–Por isso você deu ritmo e cor à minha vida.

Respondi, levando minha mão em direção à sua nuca. De início, ela corou e ficou boquiaberta, mas logo depois sorriu de forma graciosa e se envolveu em meus braços.

...Dias Atuais...

Quando a forte luz fizera sua visão arder, Ayumi finalmente despertou de seu sono profundo, bocejando. Porém ao perceber que não estava em sua cama, deu um pulo e olhou ao redor, fazendo todas as memórias da noite passada virem a tona em sua mente. Aí, meu Deus.

Havia dormido com Nathaniel.

Na casa dele!

Cobriu sua boca com as mãos para conter um pequeno grito, chocada consigo mesma.  Onde estava com a cabeça quando resolveu ir atrás dele e acabar passando a noite fazendo... argh! Sentiu suas bochechas esquentarem; não era mais uma adolescente do colegial para ficar desse modo, então porquê somente Nathaniel lhe proporcionava esses sentimentos?

Tsc! Maldito amor de adolescência que nunca acabou. Sorriu de forma debochada ao pensar nisso.

Por falar no loiro, onde ele está? Em curiosidade, Ayumi tratou de ficar em pé e vestiu a primeira peça de roupa que vira em seu caminho –que no caso fora a camisa que Nathaniel usara na noite passada –e caminhou em direção à sala.

–Oh, bom dia –Nathaniel respondeu de maneira receptiva, estava sentado comendo um bolo de café da manhã e vestindo apenas sua calça. –Venha comer algo, deve estar faminta.

Ela apenas assentiu com a cabeça, sentando-se a sua frente de forma acatada e tímida. Por que ele está agindo como se nada tivesse acontecido? A mulher de cabelo branco decidiu comer apenas um pequeno pedaço de pão, mesmo a mesa estando com diversas opções. Quando o ex-representante terminou sua refeição, permaneceu sentado no mesmo lugar lendo o jornal.

–Eu tenho alguns macarons guardados dentro da geladeira. Você ainda gosta deles, não é mesmo?

Ayumi ficou surpresa ao perceber que Nathaniel não se esquecera do seu amor pelos doces franceses –especialmente o macaron. Deu um pequeno sorriso como resposta, o que fez ele retribuir logo em seguida. Passaram alguns minutos conversando e relembrando acontecimentos do colégio, além de alguns amigos e amizades que mantiveram; Ayumi ficara surpresa ao saber que Armin e Nathaniel ainda mantém contatos e são bastante amigos (mas o moreno não estava morando atualmente na França) e também da amizade repentina dele com Castiel.

Meow. Ao escutar o miado tão familiar e uma bola de pelo encostar em sua perna, Ayumi arregalou os olhos em surpresa ao ver Branca lhe chamando; a felina não havia esquecido de si. Pegou a gatinha em mãos e a colocou em seu colo, afagando a cabeça da mesma de forma gentil.

–Ela ainda está aqui –respondeu ao encarar Nathaniel, sorrindo.

–Claro que está, é a minha querida companheira –o loiro acrescentou com um sorriso, ficando de pé para levar os talheres à pia. –Eu vou ir lavar a louça.

–Deixe-me te ajudar, até porque estamos atrasados para o trabalho e...

–Não se preocupe, esqueceu que sou um dos chefes da empresa? –ele deu um pequeno riso quando a garota fez uma careta, prosseguindo: –Mas eu te conheço muito bem e você não vai mudar de ideia, então venha me ajudar.

Então, num silêncio quente e acolhedor que o cômodo se encontrava, ele lavou e ela secou a louça. Às vezes, Ayumi encarava o loiro de soslaio e percebia que o mesmo não tirava os olhos de si. Esses malditos olhos dourados que tinham um brilho tão esplêndido e maravilhoso. Quando finalmente terminaram, ela sentiu os braços dele lhe envolverem pela cintura em um pequeno abraço caloroso. De inicio, ela arregalou seus olhos em surpresa, mas logo depois sorriu de maneira manhosa.

Sentiu suas madeixas brancas serem jogadas para o outro lado do pescoço e Nathaniel beijara a pele exposta, depositando uma trilha de beijos, fazendo-a soltar um pequeno suspiro em resposta. Virando-se, Ayumi ficou na ponta dos pés para beijá-lo novamente, desta vez de forma mais lasciva e tórrida.

Como se ela não pesasse nada, o loiro a pegou no colo para colocá-la sentada sobre o balcão. Ayumi enlaçou suas pernas na cintura do mesmo e voltou a beijá-lo com tanta paixão quanto antes. Céus, onde está com a cabeça?

–N-Nath... –ela sussurrou com dificuldade enquanto o loiro beijava seu pescoço, deslizando suas mãos pelo seu corpo. –A gente devia comer os macarons.

Sério que eu disse isso? Ela pensou mentalmente, fazendo uma careta. Não tivera nenhuma desculpa melhor para interrompê-lo, então usou a primeira coisa que vira em sua mente. Porém Nathaniel não parecia disposto a parar, permanecia depositando uma trilha de beijos sobre sua pele –causando arrepios por todo o seu corpo.

–Não é isso que eu quero comer agora...

Arregalou os olhos em surpresa. Ele realmente dissera isso, com a voz tão rouca e cheia de desejos? Antes que pudesse respondê-lo, sentiu seus lábios serem tomados para mais um beijo recheado de sentimentos. Conseguia sentir o membro enrijecido do mesmo pressionando contra sua intimidade por cima da calça e isso estava lhe enlouquecendo.

Nathaniel deu um pequeno sorriso vitorioso ao ver como não fora preciso muito esforço para fazê-la entregar-se à sua vontade: teve a confirmação quando as mãos dela tornaram-se mais ousadas e urgentes ao seu toque, retribuindo as carícias com amor e paixão. Subindo sua camisa do corpo dela e retirando-a logo em seguida, o loiro sorriu de maneira sensual ao tê-la completamente entregue para si pela segunda vez.

Afagou os seios com as mãos quentes e tomou um deles com a boca, chupando-o de maneira intensa. Ayumi soltou um gemido baixo e o pressionou mais contra seu corpo, sentindo seu sangue parecer fogo em suas veias. Quando a mulher de cabelo branco arranhou suas costas, fora o suficiente para fazê-lo morder seu seio levemente, o que fez um gemido consideravelmente alto escapar de seus lábios.

Ela fechou os olhos, apenas escutando sua própria respiração ofegante: ele estava entre suas pernas, lhe beijando e chupando seus seios de maneira tão quente que fazia seu cérebro derreter...! Ao lembrar-se da noite passada, mordeu seu lábio inferior enquanto arqueava suas costas de leve.

Sorriu de canto, estava realmente ficando excitada.

–Estou considerando transar com você de novo agora.

–Sério? –ele perguntou, surpreso com a resposta, mas sem tirar o sorriso travesso dos lábios. –Isso não é algo bom?

Afastou seus corpos rapidamente para colocar seus pés sobre o cós da calça de Nathaniel, empurrando-a para baixo até que ele também ficasse completamente nu em sua frente. Ele sorriu bobamente ao ver como a mesma estava apressada.

O loiro a segurou pelas coxas sem dificuldade e caminhou com ela em direção ao seu quarto, beijando-a ardentemente. Ayumi permanecia com seus olhos fechados e por isso achou que seria jogada na cama, mas para sua surpresa sentiu suas costas baterem em uma parede fria. Quando finalmente um jato frio passou a cair sobre sua cabeça, deduziu o óbvio: estavam no banheiro.

E isso estava deixando a situação ainda mais excitante.

Nathaniel soltou um gemido baixo e rouco ao finalmente entrar dentro dela, saboreando cada sensação que ela lhe proporciona. Ayumi apoiou suas mãos no peitoral do mesmo, sentindo seus dedos formigarem de prazer. Conseguia senti-lo entrando e saindo dentro de si, transmitindo por todo seu corpo um calor inimaginável que ela guardaria para sempre em sua memória.

Como havia conseguido ficar tanto tempo longe desse homem?

–M-Mais rápido –murmurou entre os gemidos, encarando-o no fundo dos seus olhos dourados enquanto mordia seu lábio.

O loiro, por sua vez, sorriu de forma marota com tal pedido. Adorava tê-la ditando o ritmo das coisas, lhe incitando com seu tom de voz autoritário recheado de prazer. Suspirando pesadamente, ele apertou suas coxas com mais força e aproximou seus lábios da orelha da mesma, dizendo:

–Não devia me pedir uma coisa dessas, sabia?

Deixou um gemido alto escapar quando vira que ele não estava brincando: passou a meter-lhe com mais força e rapidez, o que fez todos seus músculos se contraírem de prazer. Nem mesmo a água do chuveiro fria caindo sobre seus corpos era capaz de apagar o fogo que havia entre eles.

Estava quente, muito quente.

Seu corpo parecia entrar em erupção, fazendo gemidos que mais pareciam gritos escaparem de seus lábios e suas mãos ganhavam vida própria para deslizarem sobre o corpo dele. Quando estava prestes a explodir de verdade, tentou ficar com os olhos abertos para memorizar todas as expressões faciais que ele fizera, mas o calor que viera sobre seu corpo fora tão intenso que seus olhos se reviraram automaticamente.

Como uma mistura de fogos de artifícios e a sensação de se estar flutuando, Ayumi deu um grito abafado ao chegar ao ápice, cravando suas unhas nas costas do loiro com força. Logo em seguida escutara o gemido rouco do mesmo chegar aos seus ouvidos. Tão rápido, tão quente...

Suas costas batiam na parede constantemente, seus músculos se contraíram ao máximo e sua garganta doía, mas nada parecia ser o suficiente para fazê-los parar.

Exaustos e ofegantes, Nathaniel soltou suas pernas com delicadeza enquanto o corpo dela apoiava-se em si. Permaneceram abraçados por algum tempo: ela com a cabeça apoiada em seu ombro e ele deslizando as mãos pelas suas costas.

–Estou confusa –murmurou, ainda com a cabeça apoiada no ombro dele. Antes mesmo de ele perguntar o porquê, respondeu: –Você me deixa confusa.

–Me sinto da mesma forma –respondeu o loiro, enquanto ainda sentiam a água fria do chuveiro cair sobre seus corpos.

–Por que viemos para cá? –perguntou num resmungo, desvencilhando-se do ex-representante. Nathaniel deu um pequeno riso ao ver a expressão facial que ela fizera.

–Porque meu quarto estava longe e eu queria tomar um banho com você –respondeu com um sorriso abobado no rosto.

–Banho, sei... –cruzou os braços, mas logo em seguida sorriu ao ouvi-lo rir. Era muito bom escutar a risada dele, dava um ar iluminado e mais jovial ao loiro. Fora por esse Nathaniel que apaixonou-se.

~X~

Francis estava terminando de tomar seu café da manhã tranquilamente, iria visitar Ambre e sair com sua esposa no fim da tarde. Porém os deuses parecem não ter escutado suas preces: quando abriu a porta de casa em direção à saída, deparou-se com Melody lhe esperando.

A morena estava de braços cruzados e com uma expressão impaciente, andando em círculos. O homem franziu a sobrancelha em curiosidade, se perguntando internamente se havia acontecido algo grave para ela estar aqui. No ímpeto, ele perguntou:

–Aconteceu algo, Melody?

Ela respirou fundo, hesitando. Inalando o máximo de ar que podia, cerrou os punhos com força enquanto dizia com convicção para o homem:

–Francis, precisamos conversar sobre a Ayumi.