Cheguei em casa por das 19:30h da noite depois que encerrei o expediente. Durante todo o caminho de volta, eu só conseguia pensar na garota de olhos castanhos brilhantes.
Ao abrir a porta da sala o cheiro de lavanda invadir minhas narinas deixando o ar mais fresco me fazendo lembrar que hoje era o dia da faxineira limpar a casa.
Subi as escadas um tanto quanto desanimado e entrei no quarto ja jogando o colete a prova de balas e o sinto que portava a arma em cima da poltrona de couro e entrei no banheiro. Encarei meu reflexo no espelho enquanto tirava o restante das minhas roupas a jogando-as em um canto qualquer. A água do chuveiro caiu lentamente sobre meu corpo limpando todas as impurezas que nele continha. Passei as mãos sobre os cabelos fazendo a trilha de água quente cair sobre meus ombros e costas.
Fiquei tempo suficiente para relaxar todos os meus músculos renovando minhas energias. Saí do banheiro enrolado em uma toalha e caminhei até o guarda roupas de madeira rústica embutido no closed pegando uma calça de moletom cinza.
Desci as escadas de madeira e segui meu rumo até a cozinha. Senti meu estômago roncar e a preguiça de cozinhar falou mais alto. Suspirei desanimado e encarei o celular que estava em minha não e disquei o número da pizzaria.
Meia hora depois a pizza de calabresa ja estava em meu prato. Depois de devorar praticamente a pizza toda, lavei a louça suja e subi para meu quarto, eu estava tão cansado que assim que afundei meu corpo no colchão meus olhos já estavam se fechando. Amanhã eu tiro férias!
Acordei com o som dos pássaros cantando sobre a cerejeira plantada no quintal de casa, era uma ótima lembrança da Ásia.
Levantei-me preguiçosamente e me arrastei até o banheiro. Depois de fazer minha higiene matinal, meu banho revigorador e me trocar, eu finalmente estava pronto para mais um dia de trabalho.
Como de costume peguei as chaves do carro e uma fruta e sai pelas ruas de NY.
Estacionei meu belo impala e adentrei na delegacia. Teddy e Robert me cumprimentaram como sempre enquanto eu caminhava para minha sala. Porém antes de entrar, Estela se aproximou arrumando seu blazer no corpo magro. Ela era responsável pelas férias e pagamentos dos integrantes do distrito.
_Bom dia Estela - digo em tom de curiosidade ao ver um sorriso enorme em seus lábios pintados de rosa chiclete e um papel em suas mãos.
_Bom dia Sargento Jin - ela fala parando a minha frente balançando o papel com exaltação - Suas férias foram aceitas, portanto hoje é seu último dia de trabalho, voltará daqui 1 mês.
_Nossa tão rápido - digo passando a mão sobre o cabelo - Bem, obrigado Estela, por tudo!.
_Não tem de quê, só assine aqui por favor.
Peguei o papel e a caneta de sua mão e a vejo se virar para que eu apoiasse a folha em suas costas. Sorri envergonhado e gentilmente coloquei a folha sobre o blazer preto e assinei meu nome, com o contado da caneta ouvi os risos baixos da secretaria.
_Faz cócegas - ela fala se ajeitando e pegando o papel e a caneta da minha mão.
Sorri e entrei em meu escritório quando a vi se distanciar sorrindo. Fechei a porta de madeira e meus olhos cravaram no quadro de evidências. Eu não iria sossegar enquanto não pegasse Benedit. Eu estava intrigado, ele sabia cada passo da polícia e agia de modo pensado. Eu não tinha dúvidas de que havia traidores entre nós, mas a pergunta que fica é quem, o motivo disso é óbvio e se chama dinheiro.
Ouvi batidas na porta e ao me virar vejo a mesma abrir lentamente, Carl um policial e jornalista responsável pela divulgação sobre prisões sorriu pedindo permissão para entrar.
_Bom dia Sargento - ele exclama pegando firme em minha mão - Tenho novidades, acho que gostaria de saber.
_Sente-se - falo apontando para a cadeira a minha frente.
Ele sorriu e se ajeitou na cadeira confortável, apertei o número da secretária Estela e pedi a ela que trouxesse dois cafés se não fosse incômodo.
_Quais as novidades Carl? - pergunto não contendo o interesse.
_Bom o meliante que invadiu o café ontem se chama Bruce Benner, ele é um traficante meia boca de pequeno bairro - ele da uma pausa quando a porta se abre e a figura magra da secretária aparece trazendo consigo os copos de café - Obrigado - ele agradece, e então continua quando a porta se fecha - Ele estava devendo dinheiro para o Benedit e por isso estava fazendo assaltos, um atrás do outro. O primeiro foi em um bairro do Brooklyn, o segundo em Manhattan, e o terceiro no café onde foi pego.
Balancei a cabeça em negação tentando parar um pouco os meus pensamentos que agora borbulhavam como água fervente em minha cabeça. Benedit tinha um comando grande de tráfico e sem dúvidas cobraria alto se os traficantes menores não pagassem pela mercadoria exposta.
_Ele tem mais alguma ligação com Benedit? - pergunto rápido
_Bruce assumiu que um dos "cobradores" do Benedit iria atrás dele hoje a noite pegar a quantia pedida - Carl diz tranquilo - Ele também afirmou que Benedit não se expõe tanto ainda mais com a policia na cola dele por isso tem "equipes" para cada tarefa.
_Bruce é um homem morto depois dessa confissão - digo coçando a nuca
_Não tenho dúvidas disso - Carl diz se levantando - Mas antes ficará um bom tempo na cadeia.
Ele fechou a porta e soltei um suspiro me livrando daquele ar que estava preso em meus pulmões. A policia com toda certeza já estava armando um esquema para pegar o cobrador de Benedit e eu estaria de fora da operação por conta das tão sonhadas e merecidas férias.
Eu amo meu trabalho, adoro a adrenalina e aventura, porém depois de um tempo vendo assassinatos, sequestros e roubos, o corpo e a alma ficam carregados demais.
Passei metade do dia no escritório e somente no meio da tarde fui chamado para um cumprir meu dever resolvendo um caso de latrocínio.
Depois de fazer tudo o que podia, dirigi de volta para casa, sem pressa passei pela Times Square observando o movimento das pessoas que vinham do mundo todo.
Cheguei em casa pouco depois das 20:30h, isso porque não resisti e parei em uma loja onde comprei 3 calças de moletom e 2 camisas para ficar em casa. Subi as escadas indo em direção ao meu quarto, coloquei as sacolas novas em cima da poltrona, como de costume ja fui tirando aquele uniforme que sinceramente ficava tao bem mim e caminhei até o banheiro.
Abri o registro e o som da água caindo me deixou um tanto quanto preguiçoso, senti a água caindo sobre meu corpo me deixando relaxado. Passei a esponja carregada de sabão com calma em cada pedacinho do meu ser, deixando um rastro de espuma branca e o cheiro de coco com amêndoas.
"Esse é o preço por ser vaidoso" pensei comigo mesmo enquanto enquanto enrolava a toalha em minha cintura.
Vesti minha calça de moletom e me joguei na cama sentindo meu corpo se fundir com o colchão. Eu estava cansado demais para levantar e ir comer algo então deixei o sono vencer.
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